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“Assédio Moral nas Instituições Bancárias” é o tema do ato público que acontece dia 28 de novembro, das 13h às 16h15, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (Rua da Imprensa, sem número, Centro). Além do TRT/RJ, participam da organização o Sindicato dos Bancários, o Programa Nacional de Acidentes de Trabalho da Justiça Trabalhista e o Ministério Público do Trabalho.

Como parte da atividade, haverá debate sobre assunto do qual, além da presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, farão parte o professor da Universidade de Campinas (Unicamp), da Fundação Getúlio Vargas e da Sorbone, Roberto Heloani; e o diretor da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Adauto Duarte. As inscrições podem ser feitas no site www.trt1.jus.br/formulario-incriçao.

O objetivo é aprofundar o debate sobre o tema. O assédio moral no trabalho pode causar danos psicológicos irreversíveis. Nas instituições bancárias, esse é um tema real e os números, apesar de pouco conhecidos, são alarmantes. Pesquisa divulgada por especialista da Universidade de Brasília (UnB) já demonstrou que, pelo menos uma vez ao dia, um bancário tenta suicídio. Entre 1993 e 2005, a cada 20 dias, um deles conseguiu tirar a própria vida.

Quarta, 21 Novembro 2018 22:25

Santander pagará 13ª cesta neste dia 30

O Santander irá pagar a 13ª cesta alimentação aos funcionários no próximo dia 30, a data-limite. O benefício é uma conquista dos trabalhadores na Campanha Nacional de 2007 e está assegurada para 2018 e 2019 na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada com a Fenaban.

O valor é de R$609,88, extensivo também a bancária que se encontra em gozo da licença-maternidade na data da concessão. O funcionário que se encontra afastado por acidente de trabalho ou doença também tem direito desde que, na data da concessão, esteja afastado do trabalho há menos de 180 dias. 

O governo Bolsonaro nem foi empossado e já anuncia uma série de ataques aos trabalhadores. Entre eles, o corte de direitos que viriam com uma ampla reforma da Previdência Social. Para dar início a uma campanha nacional em defesa dos direitos previdenciários ameaçados as centrais sindicais, entre elas a CUT, a CTB, a Intersindical e a CSP-Conlutas farão uma série de mobilizações nesta quinta-feira (22/11).

No Rio de Janeiro, a CUT e seus sindicatos filiados promovem uma aula pública, ao meio-dia, no Boulevard do Largo da Carioca. Pouco antes, os sindicatos discutem o assunto nos locais de trabalho e também a necessidade de fortalecer a campanha para barrar a reforma. Nos demais estados, outras mobilizações estarão acontecendo, visando esclarecer os prejuízos que a proposta trará para os trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas.

Copiando Pinochet

Um dos pontos mais cruéis da reforma de Bolsonaro é a substituição do atual modelo de repartição, financiado por trabalhadores da ativa, empresas e governo por um de capitalização, privado. Com a mudança, bancos, seguradoras e fundos de pensão passariam a administrar, como melhor entenderem, a poupança individual feita pelos trabalhadores. Seria esta poupança que bancaria as aposentadorias.

Este tipo de transação, foi feita pelo ditador Pinochet, em 1981, no Chile, e resultou numa quebradeira geral que deixou os aposentados sem receber por um longo período, pois este modelo não tem a cobertura do Estado como a Previdência Social pública. Os que se aposentam hoje recebem a metade do que ganhavam na ativa. Só como exemplo, segundo estimativa do Dieese, quem contribui, hoje, com R$ 76,32 para a Previdência Social pública, recebe uma aposentadoria mensal de R$ 954. Contribuindo para o modelo de capitalização privado, com o mesmo valor, receberia R$ 224,95.

O ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes, não descarta adotar as mesmas propostas do atual governo de Michel Temer, já em análise no Congresso Nacional. Entre elas está a não diferenciação de idade e tempo exigido para se aposentar entre mulheres e homens; aumento da idade e do tempo de contribuição exigido para a concessão de aposentadoria aos trabalhadores rurais; extinção do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago às pessoas idosas e com deficiência e de famílias pobres; fim da acumulação de pensão por morte com aposentadoria; fim das aposentadorias especiais (com menos tempo de contribuição) para funções penosas e insalubres; arrocha ainda mais as aposentadorias e pensões para servidores federais, estaduais e dos municípios.

A mentira do déficit

A Previdência Social faz parte da Seguridade Social que é superavitária. Mas os seguidos governos através da Desvinculação de Receitas da União (DRU), se apropriam dos recursos da Seguridade (previdência, saúde e assistência social) para outras destinações, criando o tal déficit. Mas, mesmo com a DRU funcionando, o principal problema da Previdência é a enorme dívida que as empresas têm para com a Previdência e que não são cobradas. Até 2015 esta dívida era de R$ 374,9 bilhões mais do que o dobro do que o suposto déficit na época de R$ 149 bilhões. Com a reforma estão jogando nas costas dos trabalhadores um problema que é do governo que não cobra os caloteiros.

Paulo Guedes anuncia criação de Secretaria de Privatizações, o que confirma intenção do futuro governo de entregar o patrimônio público ao setor privado

 

Embora o presidente eleito, Jair Bolsonaro, tenha afirmado, ainda durante a campanha, em outubro, que não pretende privatizar o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal, os sinais apontam para o sentido oposto. Analistas do mercado dão como certo que o novo governo vai radicalizar a política de Michel Temer, em redução de direitos do trabalhador e venda das instituições públicas. O superministro da economia, Paulo Guedes, que ainda na campanha eleitoral anunciou que defende “a privatização de todas as estatais”, confirmou esta semana, a criação de uma Secretaria de Privatizações.

 Nome privatista

 O nome cotado para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal é o de Ana Paula Vescovi, secretária executiva do Ministério da Fazenda e atual presidente do Conselho de Administração do banco. Ex-presidente da instituição, o economista Jorge Mattoso acredita que, se confirmada, a indicação obedece aos interesses de privatização. “Ela já tentou transformar a Caixa numa S.A. (sociedade anônima), como presidente do Conselho de Administração (CA). Não conseguiu, por questões jurídicas, e vai tentar de novo, de outra forma. Vão continuar tentando fazer isso com os dois bancos, Caixa e Banco do Brasil”, alerta. 

Outra medida tomada por Ana Paula foi a decisão do CA de alterar o estatuto da Caixa, permitindo que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) sejam ocupadas por não concursados.

Maria Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, acredita que Bolsonaro vai aprofundar o que Temer já começou. “O processo de privatização está dado. Naquilo que não for privatizado, haverá um desmantelamento da empresa pública e diminuição de seu papel. Na Caixa isso já acontece. Ela perdeu 15 mil trabalhadores de 2014 para cá. O BB também vem perdendo funcionários”, afirma.

Para Rita, as privatizações só favorecem ao capital internacional. Para ela, a privatização do “miolo” de ambos os bancos, no momento, não é prioridade, e sim a desestatização de operações e setores lucrativos, como as loterias, o próprio Fundo de Garantia, área de cartões e seguro. Ela lembra, por exemplo, que está marcado para o próximo dia 29 o leilão da Loteria Instantânea (Lotex). As loterias da Caixa destinam cerca de 40% de sua arrecadação a programas sociais nas áreas de educação, esporte, cultura, saúde e Previdência.

 Fusão do BB

 A declaração de Paulo Guedes, no início do mês, que sugeriu a fusão entre o Banco do Brasil e o Bank of America, preocupa os funcionários da instituição, mas, na avaliação de Rita e Matoso, o banco americano não demonstra interesse no momento.

“A postura ultraliberal de Paulo Guedes e a criação de uma Secretaria Nacional só para privatizar reafirma que o novo governo ameaça todas as estatais, e os bancos públicos não estão fora dos planos. A categoria precisa organizar uma mobilização muito forte para impedir a entrega do patrimônio público, para garantirmos o emprego dos bancários e os investimentos sociais no país”, destaca o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.

 

 

O Santander anunciou mudanças na concessão do vale-transporte de seus funcionários, com o objetivo de reduzir despesas. O problema é que o banco espanhol, com a medida, não leva em consideração que o roteiro escolhido pelo bancário de sua residência para o trabalho e o retorno para casa leva em consideração, não somente a facilidade e maior agilidade para chegar ao destino, mas também a segurança. É bom lembrar que o Call Center do Santander está localizado em uma área de risco e de difícil acesso.
Situação de risco
No início de outubro o banco informou que fará a roteirização dos trajetos dos funcionários e apresentará a cada funcionária individualmente. Se o empregado não concordar, poderá recusar a rota proposta e outra lhe será apresentada. Isto pode se repetir mais uma vez e, caso não concorde com as opções oferecidas, o empregado terá que justificar o motivo, apresentando a razão que o fez escolher os modais que vinha utilizando. Os valores de vales-transporte concedidos aos funcionários cobrem apenas os modais mais baratos de transporte e privilegiam as integrações oferecidas pelo sistema do Bilhete Único.
“A roteirização tem falhas, como linha de ônibus extinta. E ainda situações perigosas, como a necessidade de descer na Avenida Brasil de madrugada, passar por dentro de comunidades e áreas de risco”, critica o diretor da Fetraf-RJ/ES e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Marcos Vicente. O sindicalista denuncia ainda que muitos empregados terão de caminhar cerca de 700 metros para chegar ao trabalho ou mesmo bancar uma nova passagem para chegar ao trabalho, situação ainda mais complicada para trabalhadores Portadores de Deficiência, tudo para o Santander economizar dinheiro e lucrar ainda mais.
Desrespeito à Lei
A mudança contraria a lei 7.418-1985, que instituiu o vale-transporte para o trabalhador. No artigo 4º está determinado que o benefício seja concedido ao trabalhador “no serviço de transporte que melhor se adequar”, e não no que tiver custo mais baixo.
O Sindicato vai tomar todas as medidas necessárias para evitar que os empregados sejam pressionados a aceitar rotas de transporte que não sejam adequadas.
“Os bancários que não conseguirem manter sua opção de rota e se sentirem prejudicados pela mudança arbitrária devem procurar orientação junto ao Sindicato, para que possamos tomar as medidas cabíveis”, recomenda Vicente. Uma das soluções, segundo Marcos, será encaminhar denúncia ao Ministério Público do Trabalho e demais órgãos de defesa do trabalhador.

Instrumento é passo importante na luta pela Igualdade de Oportunidades. Na sexta-feira, dia 23, ao meio-dia, na Rio Branco, 123, Sindicato realiza ato público contra o preconceito de raça e gênero

Os números do mercado de trabalho, após um ano de Reforma Trabalhista e do fiasco econômico do país, agravado pelo golpe de 2016, confirmam que quem mais sofre com as discrepâncias sociais do Brasil são negros e negras.
Números recentes do IBGE confirmam a discriminação racial do mercado de trabalho brasileiro. Apesar das distorções históricas do país e de um agravamento da conjuntura política a partir de 2019, nem tudo está perdido.
“A categoria bancária foi vitoriosa ao conquistar um acordo de dois anos que garante todos os nossos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho, inclusive com a cláusula que garante a realização do Censo da Diversidade, instrumento fundamental para combatermos as desigualdades entre homens e mulheres, brancos e negros e outras formas de preconceito, como a sofrida por LGBTs. É um alento em uma conjuntura tão desalentadora”, explica a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. Nesta edição, você confere nas páginas 2, 3 4, matérias que traçam estas anomalias do mercado de trabalho, inclusive nos bancos. Números e avaliações que vêm em boa hora para todos refletirem ano mês da Consciência negra (20) e do Dia Internacional de Combate à violência contra a Mulher (25).
Bancários e bancárias não podem ficar de fora destas reflexões e debate.

Um dos mais graves problemas vividos pela categoria, o tema será debatido no auditório do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RJ), na quarta-feira, dia 28, às 13h. Adriana Nalesso participará do debate ao lado do professor da Unicamp e FGV/RJ, Roberto Heloani e do diretor da Fenaban, Adauto Duarte.

O Dia Nacional da Consciência Negra este ano tem uma importância singular. Nunca foi fácil para a comunidade negra lutar por seus direitos e emancipação e por uma sociedade justa, sem qualquer forma de discriminação. Desde Zumbi dos Palmares, um dos pioneiros da resistência contra a escravidão, passando por João Cândido, que liderou a revolta contra o uso da chibata como forma de castigo, na Marinha, o movimento negro ainda hoje enfrenta uma sociedade profundamente racista e desigual. Ao longo dessa jornada conquistamos avanços importantes como as políticas afirmativas que reparam uma dívida social histórica do processo civilizatório brasileiro através das cotas e de programas que estimulam a ascensão social e ampliam as oportunidades. Mas há um outro projeto que quer colocar tudo a perder.


O atraso não vai triunfar


Este ano, o mês da Consciência Negra, nos coloca diante de um grande desafio: enfrentar o maior retrocesso desde o início do século XX. Um discurso e o projeto que foram legitimados pelo voto da maioria dos brasileiros, desmitifica de vez a ideia de “democracia racial” e explicita o que, há muito tempo, nós já sabíamos: parcela da sociedade brasileira é extremante conservadora e preconceituosa. Agora, saiu do armário.
É também inaceitável discursos como o de que nós brasileiros, herdamos “a indolência (preguiça) do índio” e a “malandragem“ do negro e patética a declaração que se referiu a comunidade quilombola com a insinuação de que a medida de peso para os negros é a “arrouba”. Não são frases soltas, assim como o ataque às cotas raciais que tenta impor um retrocesso sem precedentes no Brasil moderno. Não vamos permitir. O atraso não vai triunfar.


Números da desigualdade


Os negros representam 64% da população carcerária e apenas 12,8% dos estudantes de nível superior. Nos últimos dez anos, os assassinatos de mulheres brancas caíram 8%, enquanto entre as negras aumentaram 15,4%. Com a política de recrudescimento da ação policial, proposta pelos vencedores das eleições deste ano, o banho de sangue certamente atingirá ainda mais e em cheio, os pobres, em sua maioria negros. Se hoje, em cada dez pessoas assassinadas no Brasil, sete são negras, que dirá com a concretização da política de extermínio.


Só depende de nós


Nosso desafio é reorganizar e fortalecer a resistência ao aprofundamento da opressão e da espoliação no Brasil. Enfrentar o ranço de uma elite mesquinha, egoísta, ranzinza e racista. Não basta derrotar o retrocesso vigente. É preciso retomar o sonho de uma nação justa, com oportunidades para todos, sem qualquer forma de preconceito e discriminação. E já provamos que isto é perfeitamente possível. Só depende de nós.

Almir Aguiar
Diretor da Secretaria de Combate ao Racismo da Contraf-CUT

Segunda, 19 Novembro 2018 15:19

Desemprego é maior entre os negros

Todos os brasileiros sofrem com a crise econômica, social e política que se agravou a partir do golpe de 2016 e com a aprovação da Reforma Trabalhista. Na recessão que resulta em indústrias falidas, lojas fechadas e milhões de desempregados, só quem ganha dinheiro, e muito, como sempre, são os bancos.
Apesar do desemprego atingir a todos os trabalhadores e trabalhadoras, os negros e negras são os mais afetados, aumentando ainda mais a histórica desigualdade racial no mercado de trabalho do país. Os números que expressam a discriminação foram divulgados na última quarta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2012, do total de 7,6 milhões de pessoas desempregadas no país, 59,1% eram negros e negras (48,9% pardos e 10,2% pretos, como denomina o IBGE) e 40,2% eram brancos. No terceiro trimestre deste ano, o número de desempregados subiu para 12,5 milhões. Deste total, 64,2% eram negros e negras Já a participação dos brancos nesse contingente de desocupados reduziu para 34,7%.
Ainda segundo o IBGE, a taxa de desocupação dos que se declararam brancos no terceiro trimestre de 2018 foi de 9,4%. Já a taxa dos pardos e pretos foi de 14,6% e 13,8%, respectivamente, superiores à taxa nacional de 11,9%.
No terceiro trimestre de 2018, os pardos e pretos passaram a representar 56,3% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,5%).