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Ainda há vagas para a próxima turma do programa Paternidade Responsável. Os cursos serão ministrados na terça e quarta-feira, dias 27 e 28 de novembro, no auditório do Sindicato dos Bancários: Avenida Presidente Vargas, 502, 21º andar, Centro. Organizado pelo Sindicato, os participantes serão preparados e certificados para lidar com situações paternas, além de adquirir o direito dos vinte dias de licença paternidade. Mas atenção: para participar do curso, o bancário tem de ser sindicalizado. Nos dias de aula, os interessados que não são sindicalizados poderão se filiar para fazer o curso e adquirir o direito. Mais informações ligue 2103-4170 e garanta a sua vaga.

Segunda, 19 Novembro 2018 15:15

SANTANDER - Carta aberta

Na manhã da última quarta-feira (13), a presidenta mundial do Grupo Santander, Ana Botín, visitou os trabalhadores da Torre, matriz do banco Santander no Brasil, em São Paulo. A executiva realizou uma conversa com cerca de mil funcionários, em auditório fechado. Os bancários aproveitaram a presença da presidenta mundial do grupo espanhol para distribuir carta aberta na qual cobra melhores condições de trabalho, fim das demissões compulsórias, liberdade sindical e responsabilidade social por parte da instituição.
“O banco precisa explicar porque trata os trabalhadores no Brasil de forma tão mais precária e com descaso do que na Espanha, seu país de origem. E é justamente em nosso país que a instituição consegue seus maiores lucros”, explica a diretora do Sindicato do Rio, Maria de Fátima Guimarães.

Segunda, 19 Novembro 2018 15:14

O feminicídio tem cor

A pesquisadora Jackeline Aparecida Romio, doutora em Demografia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), disse que há três tipos de feminicídio: sexual ((resultado de violência sexual), doméstico (resultado de violência doméstica) e reprodutivo (mortes de mulheres causadas pelo aborto). A afirmação foi feita no último dia 7 de novembro, em um debate na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo a pesquisadora, os dados significam que as mulheres negras e indígenas não estão sendo atingidas pelas políticas universais e precisam de políticas públicas específicas. Nos últimos dez anos, os assassinatos de mulheres brancas caíram 8%, enquanto entre as negras aumentaram 15,4%.
A Lei aprovada pelo Congresso em 2015 (13.104) alterou o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) para qualificar o feminicídio como um crime contra a mulher tendo como razão simplesmente a sua condição do sexo feminino.
A especialista acrescenta que em muitos casos há mutilação de corpos, o que demonstraria o ódio contra a mulher.
Racismo institucional
Os participantes do encontro pediram uma investigação para saber porque em relação à mortalidade materna no Brasil, mulheres negras morrem mais do que as brancas. Especialistas consideram que há um racismo institucional, ou seja, o tempo dedicado e melhores condições de atendimento nas instituições de saúde brasileiras às mulheres negras é inferior ao às brancas. “Por que mulher
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no último ano, 4.606 mulheres foram assassinadas, sendo que apenas 621 casos foram notificados como feminicídio.
A pesquisadora destaca a alta taxa de mortalidade entre mulheres de 15 a 49 anos. Como se vê, o feminicídio no país tem cor e classe social.

No mês da Consciência Negra (20) e do Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher (25), a categoria celebra uma importante conquista, garantida na Convenção Coletiva de Trabalho, fruto da luta de bancários e bancárias na Campanha Salarial deste ano: o Censo da Diversidade.
A categoria é uma das primeiras a ter, desde o ano 2000, a igualdade de oportunidades como cláusula na CCT além de ser pioneira na realização do Censo da Diversidade. A primeira edição da pesquisa feita junto a trabalhadores e trabalhadoras de bancos públicos e privados foi realizada em 2008 e a segunda em 2014.
“O Censo é um instrumento fundamental para a promoção de políticas de combate às desigualdades e discriminações de raça, cor, gênero, idade ou orientação sexual (LGBT) nos locais de trabalho e bancárias e bancários de todo o país têm que celebrar este passo importante para buscarmos a igualdade de oportunidades”, afirma a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso.
Comissão Bipartite
Os bancários contam ainda com uma comissão bipartite. Composta por representantes dos trabalhadores e dos bancos, a comissão se reúne a cada três meses para debater o tema e desenvolver propostas, com base no Censo da Diversidade, de orientação dos empregados, gestores e empregadores. O objetivo é prevenir as distorções que levem a atos e posturas discriminatórias nos ambientes de trabalho e na sociedade de um modo geral.
As barreiras do preconceito
Os bancos reproduzem as diversas formas de discriminação que existem na sociedade. No Brasil o machismo (61%) é o preconceito mais arraigado, seguido pelo racismo (46%) e LGBTfobia (44%). As pessoas portadoras de obesidade também sofrem, é a chamada gordofobia (30%). O Brasil vive um momento em que o preconceito se torna mais explícito e vira uma narrativa política que conquistou hegemonia em 2018. Este contexto interfere diretamente no mercado de trabalho com dificuldade de ascensão profissional.
“As mulheres com escolaridade igual ou superior ganham, em média, salários inferiores aos dos homens nos bancos. As negras sofrem dupla discriminação”, critica a diretora de Políticas Sociais do Sindicato, Kátia Branco.
Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, lembra que há ainda muito o que avançar.
“Estamos longe de atingir a Igualdade de Oportunidades. Como em todo o mercado de trabalho, nos bancos os negros são minoria e raramente ocupam cargos de chefia e de destaque”, critica. Para o sindicalista, o censo da diversidade deveria ser realizado pelo menos a cada dois anos, já que a rotatividade no setor bancário é cada vez maior.
“É preciso mapear o perfil da categoria com mais frequência para podemos avaliar se houve evolução na contratação dos grupos que mais sofrem preconceito. Precisamos observar se negros, mulheres, transsexuais e portadores de deficiência continuam encontrando barreiras para a inserção e ascensão no sistema financeiro”, afirma.

Os números do preconceito

Negros:
• 50% da população brasileira
• 3,4% da categoria bancária
• Raramente ocupam cargos de chefia

Mulheres:
• Metade da categoria
• Ganham 23% menos que os homens
• Ocupam menos cargos de chefia

Mulheres negras:
• Dupla discriminação.
• Raramente ocupam cargos de chefia

Segunda, 19 Novembro 2018 13:43

Bancários na luta contra o racismo

Bancários Rio na luta contra a discriminação racial no mês da consciência negra

A CUT e outras oito centrais sindicais do Brasil estão mobilizando suas bases para garantir ampla participação da classe trabalhadora do país nos atos em defesa da aposentadoria, contra a reforma da Previdência que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já disse várias vezes que pretende fazer.

A reforma de Bolsonaro tende a pior do que a que o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB) não conseguiu aprovar por pressão da classe trabalhadora que fez a maior greve da história do país, em abril do ano passado e conseguiu barrar a aprovação do projeto de lei. A equipe dele quer implementar o modelo de capitalização da previdência que levou os trabalhadores e trabalhadoras chilenos à miséria, muitos não conseguiram se aposentar.

22/11 - Dia Nacional de Mobilização

A primeira manifestação da CUT e demais centrais contra o fim da aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros será na próxima quinta-feira (22), quando será realizado o Dia Nacional de Mobilização,que terá protestos, panfletagem de materiais, diálogo nas ruas com a população e assembleias nos locais de trabalho.

Na reunião da Direção Executiva da CUT, realizada no último dia 9, os dirigentes reafirmaram que a linha de ação desenvolvida em 2017 na campanha em defesa da Previdência pública, solidária e universal é a mesma que deve ser adotada para impedir as reformas que o futuro governo quer fazer. 

Para a CUT, trata-se da defesa do sistema de Seguridade Social, conquistado em 1988, como resultado de décadas de luta e que comprovadamente não é deficitário, como alega o atual governo e a equipe de transição do próximo.

Por isso, a CUT orientou todas as entidades sindicais filiadas a organizarem atos massivos e unitários no dia 22 de novembro, em todas as capitais do país, em defesa da Previdência.

Além disso, as entidades CUTistas vão retomar a campanha nacional em defesa da Previdência, cuja eficácia foi comprovada no primeiro semestre de 2017 e que tem como eixos:

         A criação de Comitês Populares em cada cidade, envolvendo os sindicatos, os movimentos sociais e as prefeituras num amplo processo de debate e mobilização contra a reforma da previdência;

         A pressão, na base eleitoral dos deputados federais, para que votem contra a reforma;

         A divulgação e material de propaganda, por meio de panfletagens em áreas de maior circulação e pessoas (praças, estação de metrô, terminais de ônibus) e da envio de mensagens nas redes sociais.

Um dos materiais que pode ser trabalhado nessas ações já está pronto. Clique aqui para baixar.

A crise econômica, política e social no Brasil, agravada pelo golpe de 2016, atingiu mais fortemente os trabalhadores e trabalhadoras negros, aumentando ainda mais a histórica desigualdade racial no mercado de trabalho do país, como mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2012, do total de 7,6 milhões de pessoas desempregadas no país, 59,1% eram negros e negras (48,9% pardos e 10,2% pretos, como denomina o IBGE) e 40,2% eram brancos.

No terceiro trimestre deste ano, o número de desempregados subiu para 12,5 milhões. Deste total, 64,2% eram negros e negras (52,2% pardos e 12% pretos). Já a participação dos brancos nesse contingente de desocupados reduziu para 34,7%.

Ainda segundo o IBGE, a taxa de desocupação dos que se declararam brancos no terceiro trimestre de 2018 foi de 9,4%. Já a taxa dos pardos e pretos foi de 14,6% e 13,8%, respectivamente, superiores à taxa nacional de 11,9%.

No terceiro trimestre de 2018, os pardos e pretos passaram a representar 56,3% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,5%).

Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão demorando até dois anos para conseguir se recolocar no mercado de trabalho, milhões desistem depois de muito tentar. Outros só conseguem emprego porque aceitam vagas precarizadas, sem carteira assinada e, portanto, sem direitos como férias, 13º e seguro desemprego. 

É o que mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, a taxa de desemprego no terceiro trimestre deste ano ficou estável em 11,9% e atinge 12,5 milhões de pessoas.  O que vem crescendo é o número de trabalhadores sem carteira assinada e os que estão fora do mercado de trabalho por um longo período: um a cada quatro desempregados procura emprego há mais de dois anos.

No terceiro trimestre deste ano, 3,197 milhões de trabalhadores estavam desempregados há dois anos ou mais, um acréscimo de 350 mil pessoas entre o mesmo período de 2017 e 2018.  O número bateu novo recorde histórico e corresponde a 25,6% do total de desempregados do país.

O que também continua crescendo é o número de trabalhadores e trabalhadoras no setor privado sem carteira assinada, que aumentou 4,7%, o que significa que mais 522 mil brasileiros e brasileiras conseguiram empregos sem direitos.

Os menores percentuais de empregados com carteira no setor privado estavam nas Regiões Nordeste (58,7%) e Norte (60,7%); o maior estava no Sul (83,4%).

O estado brasileiro campeão dos sem carteira foi o Maranhão (48,9%), seguido pelo Piauí (45,9%) e Paraíba (45,1%). Já as menores taxas dos sem carteira assinada foram registradas em Santa Catarina (11,6%), Rio Grande do Sul (17,2%) e São Paulo (18,9%). Nesses estados, as taxas de carteira assinada são as maiores do país: 88,4%, 82,8% e 81,1%, respectivamente. 

Das 92,6 milhões de pessoas ocupadas, 67,5% eram empregados, inclusive domésticos; 4,8% eram empregadores; 25,4% estavam trabalhando por conta própria; e 2,4% eram trabalhadores familiares auxiliares.

Trabalho por conta própria

O maior percentual de trabalhadores por conta própria foi registrado nas Regiões com as maiores taxas de desemprego, como o Nordeste, onde a taxa foi de 14,4% no terceiro trimestre. 29% dos nordestinos estavam trabalhando por conta própria no período pesquisado. A taxa é bem maior do que a de Santa Catarina, por exemplo, que é de 22,1%.

Subutilização da força de trabalho

De acordo com o IBGE, 27,32 milhões de pessoas (24,2% da força de trabalho do país) estão desocupadas ou subocupadas por insuficiência de horas – queriam trabalhar mais horas, mas não conseguem colocação.

O contingente de desalentados no terceiro trimestre de 2018 foi de 4,78 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período de 2017, quando 4,24 milhões de pessoas estavam desalentadas.

Mulheres têm menor nível de ocupação que os homens

No terceiro trimestre de 2018, as mulheres eram a maioria da população em idade ativa tanto no Brasil (52,3%) quanto em todas as Grandes Regiões do país. Porém, entre as pessoas ocupadas, predominavam os homens no Brasil (56,3%) e em todas as Regiões, sobretudo no Norte, onde os homens representavam 60,2%.

O nível da ocupação dos homens no Brasil foi de 64,3% e o das mulheres de 45,4%, no trimestre encerrado em setembro deste ano. O comportamento diferenciado deste indicador entre homens e mulheres foi verificado nas cinco Grandes Regiões, com destaque para o Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (22,5 pontos percentuais), e para o Sudeste, com a menor diferença (18,2 pontos percentuais).

Já entre a população desocupada, no terceiro trimestre de 2018, as mulheres eram a maioria (51,1%). Em quase todas as Regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens. A exceção foi a Região Nordeste (47,7%). Na Região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior: elas representavam 54,4% das pessoas desocupadas.

A taxa de desocupação no Brasil, no terceiro trimestre de 2018, foi de 11,9%, mas com diferenças significativas entre homens (10,5%) e mulheres (13,6%). As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho tanto no país (66,2%) quanto em todas as Regiões.

O sistema de capitalização da Previdência, que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) quer adotar no Brasil, falhou no Chile porque não cumpre com o objetivo básico de garantir aposentadorias dignas aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

A capitalização da Previdência é como uma poupança pessoal do trabalhador. Ele tem de depositar todos os meses um percentual do seu salário para conseguir se aposentar no futuro. Se ficar muito tempo desempregado, fazendo bicos ou totalmente sem renda, nunca conseguirá se aposentar ou se aposentará recebendo até metade do salário mínimo do país.

No Brasil, o modelo de Previdência é chamado de repartição, ou seja, quem está no mercado paga os benefícios de quem já se aposentou e todos contribuem – trabalhador, patrão e governo – com um percentual para garantir a aposentadoria. A capitalização não tem contribuição do empregador nem do Estado.

No Chile, depois de 37 anos que o ditador Augusto Pinochet implantou o modelo, cerca de 80% dos aposentados recebem menos de um salário mínimo (US$ 424) de benefício e quase metade (44%) está abaixo da linha da pobreza.

Os valores das aposentadorias correspondem a 33% do salário da ativa, segundo a Superintendência de Pensões do governo chileno. No caso das mulheres, o percentual cai para 25%. Um trabalhador que se aposenta ganhando US$ 700 por mês receberá US$ 231 de aposentadoria. A trabalhadora com o mesmo salário receberá US$ 175. 

“No Chile, as Administradoras de Fundos de Pensão (AFPs), o coração do modelo neoliberal instaurado na ditadura chilena, que administram o dinheiro dos trabalhadores depositados nos fundos [a chamada capitalização], fracassaram”, afirmou Mario Reinaldo Villanueva Olmedo, representante do movimento popular chileno ‘No + AFP’.

“Esse é um sistema pensado para injetar recursos dos trabalhadores no mercado de capitais. As AFP pegam os recursos gerados pelos trabalhadores e passam para grandes grupos econômicos e donos de bancos”, diz Olmedo, que também é dirigente da Confederação Nacional de Profissionais Universitários dos Serviços de Saúde (Fenpruss).

Atualmente, os fundos de pensões no Chile alcançaram o montante de mais de US$ 210 milhões e somente três fundos de pensões dos Estados Unidos concentram 72,2% do total de ativos depositados pelos trabalhadores e trabalhadoras chilenos.