Imprensa

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Nascido em 5 de setembro de 1922, em Pirajuí, São Paulo, Aluí zio Palhano veio para o Rio de Janeiro aos dez anos morar com os avós em Niterói. Formado em direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ingressou na carreira de bancário trabalhando no Banco do Brasil, sendo por duas vezes presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
Principal líder sindical em 1964, ano do golpe militar, teve seus direitos políticos cassados e após sofrer forte perseguição do regime, deixou o país, quando representou o Brasil na Organização Latino-Americana de Solidariedade, em Havana. Lá permaneceu até meados de 1970, quando voltou ao Brasil de forma clandestina, porém, vigiado em sigilo pelos militares. Após cinco meses de sua volta arquitetaram um sequestro no dia 6 de maio de 1971, em São Paulo, sendo levado a seguidas sessões de tortura e consequentemente sua morte. Um agente infiltrado chamado José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, seu intermediário com a Vanguarda Popular Revolucionária no período, entregou o militante para as forças de segurança.
Levado para o DOI-CODI/SP, um órgão subordinado ao exército, Aluízio permaneceu no local por seis dias e em seguida para a Casa de Morte, um local marcado por ser o centro de tortura e assassinato de presos políticos no regime militar, em Petrópolis. Debilitado, conforme denúncia de Inês Etienne Romeu, também militante da VPR e presa no mesmo local, Aluízio foi levado de volta para São Paulo e novamente torturado de forma brutal nas dependências do DOI-CODI/SP onde esteve aprisionado por uma semana. A mando do torturador Dirceu Gravina, foi morto na madrugada daquele dia 21 de maio.
Vinte anos depois de sua morte, o arquivo em seu nome foi encontrado na gaveta do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS/PR) com a identificação “falecidos”. Nesse documento estavam os nomes do Major Carlos Alberto Brilhante Ustra, o capitão Ítalo Rolim, além do já citado, Dirceu Gravina, comandante do DOI-CODI/SP, todos envolvidos na morte de Aluízio. Apesar dos depoimentos ao longo dos anos e do arquivo mencionado, sua morte nunca foi confirmada pelas autoridades que o colocavam na lista de desaparecidos políticos.
Em sua homenagem uma rua no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro leva seu nome desde 1986, inaugurada pelo grupo Tortura Nunca Mais.

Segunda, 10 Dezembro 2018 19:34

70 ANOS - Direitos humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa neste mês de dezembro 70 anos de existência e no dia 10 se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A data precisa ser celebrada no Brasil, em tempos de retrocesso e da onda de ataques aos direitos fundamentais, como liberdade, educação, segurança e igualdade social.
Segundo dados do IBGE divulgados este ano, o Brasil tem 55 milhões de pessoas vivendo na pobreza. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostram que 2,5 milhões de crianças e adolescentes não estão matriculadas em escolas.
Discriminação
A falta de investimentos sociais e a desigualdade levaram a violência a explodir em todo o país. Cerca de 153 brasileiros são assassinados por dia. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, 71,5% dos crimes são motivados pelo racismo contra pessoas negras ou pardas.
Os crimes motivados pelo preconceito e discriminação também fazem vítimas em todo o país. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, a cada 19 horas uma pessoa é assassinada vítima de “lgbtfobia”. As mulheres também estão entre as maiores vítimas da violência: dados da OMS (Organização Mundial de Saúde ) mostram que o Brasil tem a 5ª maior taxa de feminicídio no mundo.
“Esta data além da necessidade de uma reflexão, tem como maior objetivo exigir de nossos governantes, políticas públicas e leis que punam de forma efetiva pessoas que não reconhecem ou deixam de cumprir a Declaração. E nós, representantes de trabalhadores, temos também o dever de seguir na íntegra tais direitos e sempre alertar lugares onde existem o descumprimento dos direitos humanos”, afirma Adilson Barros, diretor executivo da Contraf-CUT e membro da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (GROS).

Sindicalistas realizam ato e panfletagem na Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), área que desperta grande interesse do setor privado

 

O Sindicato realizou na quinta-feira, dia 6 de dezembro, atividades pelo Dia Nacional de Defesa dos Bancos Públicos. No Banco do Brasil houve manifestação na DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), que atua no mercado financeiro e de capitais e é um dos setores do BB que mais despertam interesse dos bancos privados. Os sindicalistas realizaram panfletagem e dialogaram com os funcionários, que demonstraram muita preocupação com as declarações do futuro ministro da economia, o banqueiro Paulo Guedes, e de Rubens Novaes, anunciado como provável presidente do banco no governo Bolsonaro. Guedes já declarou várias vezes à imprensa que defende a venda de todas as estatais e Novaes disse que “vai privatizar tudo o que for possível na empresa”.

“Está claro que a lógica do provável futuro presidente do BB é a mesma do ultraliberal Paulo Guedes, que é vender a fatia mais lucrativa da empresa para promover um desmonte e, em seguida, privatizar o banco”, denuncia o diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo.

Os dirigentes sindicais se reuniram também com o representante dos funcionários no Conselho de Administração (Caref), Luiz Eduardo, para tratar da preocupação dos trabalhadores com a real possibilidade de privatização do BB e definir estratégias de luta para a defesa da instituição enquanto banco público.

“Todos perdem com a privatização, os funcionários, a população e o país. Os bancos privados jamais cumprirão o papel das empresas públicas, de fomentação do desenvolvimento econômico e social do país”, afirma a diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), Rita Mota. A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, também participou da atividade.

 

 

            Na semana mundial do combate à AIDS, a Secretaria da Saúde organizou um ato nesta quinta-feira (6) por volta das 12h30 em frente à agência do Bradesco, na rua Senador Dantas, esquina com a rua Evaristo da Veiga, no Centro do Rio. A doença, descoberta no final dos anos 70, mata mais de um milhão de pessoas por ano, segundo números estatísticos da Organização Mundial da Saúde.

O Sindicato critica a falta de campanhas nos meios de comunicação e cobraram dos bancos um trabalho de divulgação sobre os riscos e prevenção da doença. Para os sindicalistas, o congelamento de gastos públicos com saúde pelos próximos vinte anos, através da chamada PEC da Morte, instituída pelo governo Temer, coloca em risco o combate à propagação do vírus do HIV.

            Para Gilberto Leal, secretário de Saúde do Sindicato, é fundamental combater à AIDS partindo pelo fim do preconceito. “Essa doença é silenciosa, estamos aqui para falar dessa doença que não sumiu. O preconceito deve ser combatido. Todos devem estar cientes dos riscos que a AIDS trás, mas só vamos combate-la de forma eficaz com conhecimento”, ressalta. O ato público contou com uma apresentação da Companhia de Emergência Teatral.

 

Testes e preservativos

 

            Os cuidados para não adquirir AIDS vão além das relações sexuais desprotegidas. A transmissão da doença também pode estar presente na transfusão de sangue ou no compartilhamento de objetos cortantes. A necessidade de fazer um teste é fundamental, pois mesmo com usos de preservativos a doença pode ser transmitida com um provável rompimento da camisinha durante o ato.

            Segundo Kátia Branco, diretora da Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato, a AIDS não tem cura, mas o preconceito tem.

“Nós do Sindicato chamamos atenção para esse tipo de situação. Uma pesquisa relata que de 100 pessoas com soro positivo, 95% já foram vítimas de discriminação por serem portadoras da doença”, destaca.

            Os investimentos realizados no Brasil especialmente na primeira década dos anos 2000 fizeram diminuir a quantidade de mortes causadas pelo vírus em 16,5% no ano passado, segundo dados do Ministério Público, enquanto o número de vítimas da doença que recuou de 21,7 por 100 mil habitantes para 18,3.

Quinta, 06 Dezembro 2018 16:02

Festival Todo Mundo Tem Direitos

            Na segunda-feira (10) data que completam 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Cinelândia abrigará a partir das 18h o festival Todo Mundo Tem Direitos, que celebrará o reconhecimento da dignidade humana num evento em que a luta, resistência liberdade e o direito de todos para uma sociedade melhor.

            O evento será organizado por entidades à defesa dos direitos humanos: Anistia Internacional, Justiça Global, Casa Fluminense, Coletivo Verdade e Memória RJ, Instituto de Estudos da Religião, Centro pela Justiça e o Direito Internacional e Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, entre outros organizações e movimentos sociais.

            Gratuito, o festival já tem sete atrações confirmadas: Teresa Cristina, Marcelo Janeci, BNegão Trio, Ellen Óleria, Pedro Luís, Marcia Castro e Mariana Iris. Todos estão convidados para o evento que terá cartazes, panfletos e materiais ressaltando a importância dessa celebração.

Alerj derruba veto do governador Pezão e garante mais um dia de descanso, uma antiga reivindicação da categoria

 

Os bancários do Rio conquistaram uma vitória histórica nesta quarta-feira, dia 5 de dezembro. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) derrubou o veto do governador Luiz Fernando Pezão ao Projeto de Lei 3433/2017, que institui a Quarta-Feira de Cinzas como feriado bancário. Agora, a proposta, de autoria dos deputados do PT, Gilberto Palmares e André Ceciliano (presidente da Alerj), segue para sanção do governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), que tem 15 dias para decidir sobre o projeto. Como não pode mais ser rejeitado pelo executivo, caso Dornelles decida vetar, a proposta volta para o Legislativo para ser sancionada.

Pezão, que havia rejeitado o Projeto, está preso na Unidade da Polícia Militar do Rio de janeiro, em Niterói, acusado de continuar o esquema de corrupção de seu antecessor, Sérgio Cabral) 

 Categoria comemora

 A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, comemorou a instituição da quarta-feira de cinzas como feriado bancário, antiga reivindicação da categoria.

“É uma vitória que tem de ser celebrada por uma categoria que trabalha tanto o ano inteiro para garantir os lucros do setor que mais ganha dinheiro neste país. Nada mais justo do que mais um dia de descanso numa data em que a cidade costuma ficar vazia e as pessoas vêm da agitação do carnaval ou de uma viagem e poderão, já a partir deste ano, curtir a família e recuperar as energias para enfrentar a luta do dia-a-dia”, destaca.

O deputado estadual Gilberto Palmares expressou sua satisfação com a vitória, na Alerj. “Esta decisão faz jus a uma das categorias mais aguerridas, uma referência na luta dos trabalhadores”, afirma.

 

 

O Banco Itaú entregou ao Juiz da 37ª Vara do Trabalho, os recibos salariais de grande parte dos bancários que ainda não receberam os valores referentes ao processo da Ação da Contec, que beneficia antigos funcionários do Banerj, para que os mesmos sejam contabilizados. Entretanto, em função destes recibos estarem em péssimo estado de conservação, o Sindicato pediu ao magistrado a prorrogação do prazo para apresentação dos cálculos, já que a análise de cada parcela requer extrema cautela e precisão. O Departamento Jurídico do Sindicato informa que, em breve, estes valores serão apresentados ao juiz.

 

O 13º salário é um direito do trabalhador, conquistado com muita luta e mobilização dos trabalhadores brasileiros. Desde que foi criado, empresários criticam e tentam acabar com esta verba a mais, que ajuda a girar a economia, aquecendo as vendas e eleva o poder de compra do trabalhador.

De 2013 a 2017 o número de empresas autuadas por auditores fiscais do Ministério do Trabalho cresceu 96%. Somente no ano passado, 2.588 empresas foram multadas. Os auditores fiscais do Trabalho lavraram 3.655 autos de infração em 2017, um aumento de 106%.

Não pagar o 13º salário até o dia 20 de dezembro de cada ano e/ou deixar de completar o pagamento do 13º até o dia 10 de janeiro do ano seguinte aos trabalhadores que têm renda variável, como os vendedores, estão entre as irregularidades cometidas pelas empresas.

A secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, explica que o alto índice de irregularidades no pagamento do 13º dos trabalhadores e trabalhadoras é reflexo de uma cultura do empresariado brasileiro. Segundo a dirigente, muitos empresários e até mesmo gestores públicos são maus pagadores, só visam ao lucro, acham que os trabalhadores têm de trabalhar muito e ganhar pouco.

“Essa cultura do empresariado brasileiro, de achar que é gasto respeitar o direito conquistado pelos trabalhadores, é responsável, em boa parte, pelo alto número de irregularidades. E isso se reflete também no serviço público”, diz Graça.

Outro motivo que, segundo a secretária de Relações do Trabalho da CUT, contribuiu para o aumento das irregularidades cometidas foi a forte campanha iniciada em 2014 contra os direitos dos trabalhadores.

“A campanha para acabar com os direitos trabalhistas começou quando não aceitaram os resultados das urnas, seguiu com a reforma Trabalhista e agora vem se agravando com outras ameaças de retirada de direitos”.

Além disso, completa Graça, a aprovação da nova legislação fez os empresários se sentirem no direito de não respeitar o que está lei, afinal, a reforma legalizou formas precárias de trabalho, como o contrato intermitente.

Eles querem cada vez mais segurança jurídica para explorar o trabalhador. Daqui a pouco vão querer que o trabalhador trabalhe de graça”, critica.

 

Direito constitucional

 

O pagamento do 13º salário é um direito de todos os trabalhadores e trabalhadoras previsto no artigo 7º da Constituição Federal. Todo empregado  que não tiver o seu direito respeitado e não receberem a primeira parcela do 13º até a data limite deve procurar os sindicatos de suas categorias para buscar orientação.

Nos casos em que o pagamento é efetuado de uma única vez, o prazo final encerrou na última sexta-feira (30), data limite para os patrões pagarem a 1ª parcela do 13º salário. A segunda parcela deve ser paga até o dia 20 de dezembro.