Segunda, 19 Novembro 2018 15:34

Santander restringe vale-transporte e quer impor rotas para os bancários

O Santander anunciou mudanças na concessão do vale-transporte de seus funcionários, com o objetivo de reduzir despesas. O problema é que o banco espanhol, com a medida, não leva em consideração que o roteiro escolhido pelo bancário de sua residência para o trabalho e o retorno para casa leva em consideração, não somente a facilidade e maior agilidade para chegar ao destino, mas também a segurança. É bom lembrar que o Call Center do Santander está localizado em uma área de risco e de difícil acesso.
Situação de risco
No início de outubro o banco informou que fará a roteirização dos trajetos dos funcionários e apresentará a cada funcionária individualmente. Se o empregado não concordar, poderá recusar a rota proposta e outra lhe será apresentada. Isto pode se repetir mais uma vez e, caso não concorde com as opções oferecidas, o empregado terá que justificar o motivo, apresentando a razão que o fez escolher os modais que vinha utilizando. Os valores de vales-transporte concedidos aos funcionários cobrem apenas os modais mais baratos de transporte e privilegiam as integrações oferecidas pelo sistema do Bilhete Único.
“A roteirização tem falhas, como linha de ônibus extinta. E ainda situações perigosas, como a necessidade de descer na Avenida Brasil de madrugada, passar por dentro de comunidades e áreas de risco”, critica o diretor da Fetraf-RJ/ES e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Marcos Vicente. O sindicalista denuncia ainda que muitos empregados terão de caminhar cerca de 700 metros para chegar ao trabalho ou mesmo bancar uma nova passagem para chegar ao trabalho, situação ainda mais complicada para trabalhadores Portadores de Deficiência, tudo para o Santander economizar dinheiro e lucrar ainda mais.
Desrespeito à Lei
A mudança contraria a lei 7.418-1985, que instituiu o vale-transporte para o trabalhador. No artigo 4º está determinado que o benefício seja concedido ao trabalhador “no serviço de transporte que melhor se adequar”, e não no que tiver custo mais baixo.
O Sindicato vai tomar todas as medidas necessárias para evitar que os empregados sejam pressionados a aceitar rotas de transporte que não sejam adequadas.
“Os bancários que não conseguirem manter sua opção de rota e se sentirem prejudicados pela mudança arbitrária devem procurar orientação junto ao Sindicato, para que possamos tomar as medidas cabíveis”, recomenda Vicente. Uma das soluções, segundo Marcos, será encaminhar denúncia ao Ministério Público do Trabalho e demais órgãos de defesa do trabalhador.

Mídia