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A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou, na segunda-feira, dia 3, em Brasília, a identificação do ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Aluízio Palhano Pereira Ferreira, preso político e assassinado pela ditadura militar, até então dado como “desaparecido”. A informação é de suma importância para o resgate histórico de uma das mais importantes referências da categoria bancária que deu a própria vida em defesa dos trabalhadores e da democracia. Palhano, então com 49 anos, foi sequestrado, em 1971, por agentes do Doi-Codi. Segundo relatos de testemunhas, o bancário passou por sessões de tortura e, posteriormente, foi assassinato pelo regime militar. Na época, o órgão de repressão era comandado pelo general Carlos Alberto Brilhante Ulstra, morto em 2015, e homenageado pelo deputado federal e presidente eleito, Jair Bolsonaro, que considera o torturador, um “herói”. A morte do bancário e a confirmação de que ele foi mais uma vítima do regime militar servem de lição para que nenhum brasileiro jamais ouse dizer que nunca houve ditadura ou deseje o retorno do mais cruel período de arbítrio de nossa história. O resgate histórico destes 21 anos deve servir como reflexão para que a sociedade dê sempre valor à democracia e à liberdade de expressão.
Confira na página 4, mais detalhes desta descoberta e qual a sua importância para o resgate histórico de um dos períodos mais obscuros e violentos da história do Brasil, a ditadura militar (1964-1985). Na página 2, leia o artigo da presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, sobre o tema.

Segunda, 03 Dezembro 2018 21:14

Palhano e a luta pela democracia

Nesta segunda-feira, 3 de dezembro, recebemos a notícia de que os restos mortais do ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Aluízio Palhano, foram finalmente reconhecidos. Foram 47 anos de sofrimento, dor e expectativa para sua família e amigos.
Palhano foi sequestrado em maio de 1971, por agentes da repressão. Portanto, mais uma vítima da ditadura militar que muitos tentam encobrir utilizando nomes como revolução, por exemplo.
A luta pela democracia era o que o nosso companheiro Palhano pretendia Ele lutava junto com tantos outros companheiros e companheiras por um país livre e pelos direitos dos trabalhadores. Naquela época, a ditadura militar não admitia qualquer enfrentamento ou pensamento crítico e os militares se sentiam no direito de sequestrar, torturar e matar qualquer pessoa com ideias diferentes das deles.
Estamos vivendo tempos de medo e expectativa. A nossa história não pode cair no esquecimento, assim como o que aconteceu nos porões do DOI CODI, para onde muitas vezes os presos políticos eram levados e torturados até a morte. Não podemos esquecer jamais. Precisamos estar sempre atentos e na luta porque o fantasma da ditadura nos ronda de forma assustadora.
É preciso cobrar do STF a revisão da Lei da Anistia. Muitos anos já se passaram e quem cometeu tortura e matou precisa ser punido urgentemente. Muitos presos políticos ainda estão desaparecidos e suas famílias e amigos esperam até hoje alguma notícia. São dias de dor e pesadelo que, definitivamente, precisam ser enterrados com a certeza de que não voltem jamais. Um viva à democracia!

Aluízio Palhano, presente!

Adriana Nalesso
Presidenta do Sindicato
dos Bancários do Rio

Segunda, 03 Dezembro 2018 21:13

Edital de Assembléia geral extraordinária

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro, com CNPJ sob o nº 33.094.269/0001-33, situado na Av. Presidente Vargas 502/ 16º, 17º, 20º, 21º e 22º, andares Centro, Rio de Janeiro, por sua Presidenta abaixo assinado, nos termos de seu Estatuto, CONVOCA todos os empregados que prestam serviços no conglomerado do Banco Itaú S/A, socios ou não sócios na base territorial deste sindicato, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária que se realizará no dia 11 de dezembro de 2018 , às 18h em primeira convocação e às 18h30 em segunda e última convocação, no seu auditorio localizado no 21º andar do endereço acima, para discutirem e deliberarem sobre a seguinte ordem do dia:
1- Deliberação sobre o Acordo Coletivo de Trabalho para constituição de Comissão de Conciliação Voluntária – CCV no âmbito desta Entidade;
2- Deliberação sobre a renovação do Acordo de Ponto Eletrônico;
3- Deliberação sobre o Acordo Coletivo de Trabalho para pagamento da PCR, referente aos exercícios 2019 e 2020, a ser celebrado com o conglomerado Itaú.

Rio de Janeiro, 4 de
dezembro de 2018.

Adriana da Silva Nalesso
Presidenta

Segunda, 03 Dezembro 2018 21:12

Beneficiários de ação do BB

Convocamos os bancarios relacionados beneficiários do processo 0051500-45.2006.5.01.0066 para recebimento dos juros e correção relativos a periculosidade.
Devem comparecer a partir do dia 05/12/2018 no departamento juridico do Sindicato munido de indentidade, CPF e Carteira de Trabalho.
•Celso Breda Marcello
•Cynthia Oasse Paula Freitas Maia
•Eladio Grego Martinez
•Geraldo Jose Mello Junior
•Paulo Chavarry Duarte
•Rafael Guimaraes Costa
•Rodrigo Pereira Bessa da Silva
•Sandro Ramos da Silva Pereira

“Arame farpado” é o nome do documentário sobre o assassinato de lideranças populares no Brasil, dirigido por Fausto Mota. O filme é independente e não conta com financiamento empresarial ou governamental. Por isto, para viabilizar o projeto está sendo feita uma campanha de arrecadação coletiva através da Catarse. Para apoiar o documentário e assistir o trailer basta acessar o link www.catarse.me/aramefarpado. O filme vai falar sobre o assunto enfocando a história de três lideranças: a vereadora do PSOL, Marielle Franco, do Rio de Janeiro, o líder camponês Cleomar Rodrigues, de Minas Gerais, e o índio Eusébio da etnia Ka’apor, no Maranhão. Mais detalhes em nosso site: www.bancariosrio.org.br.

 

Na quinta-feira, em São Paulo, o Itaú apresentará uma proposta de renovação do acordo do Programa Complementar de Resultados (PCR). Na rodada do último dia 8, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) apresentou uma reivindicação de que o banco distribuísse linearmente 2% do seu lucro líquido. Mais do que valorizar o PCR este entendimento vai no mesmo sentido daquilo que o banco prega que é valorizar os esforços dos seus funcionários.
No dia 29, no entanto, o Itaú alegou a impossibilidade de mudança no modelo de reajuste do PCR. Ficou de voltar com uma proposta alternativa ao modelo atual que por mais que não fosse atrelado ao lucro líquido, não tivesse uma forma de cálculo tão abaixo da lucratividade. A resposta será apresentada nesta quinta-feira.
“O banco entendeu a reivindicação da COE que busca valorizar os funcionários. Nossa expectativa, por isto mesmo, é positiva em relação ao avanço da negociação da próxima rodada”, afirmou Maria Izabel, diretora do Sindicato e membro da COE.

Bolsas de estudo

Durante a reunião do dia 29 os sindicalistas reivindicaram o reajuste do valor da bolsa de estudos dada pelo Itaú. Hoje são concedidas 5.500 bolsas no valor de até R$ 390. O banco ficou de analisar o que foi reivindicado e dará a resposta na reunião do dia 6.

Bancários do Itaú fazem assembleia dia 11
O Sindicato convoca os bancários do Itaú para uma importante assembleia no próximo dia 11, terça-feira. Nela vai ser discutida a renovação do Programa Complementar de Resultados (PCR), o acordo do ponto eletrônico e o da Comissão de Conciliação Prévia (CCV).

Os empregados da Caixa Econômica Federal junto com o Sindicato conseguiram uma importante vitória ao impedir a transferência para o Porto Maravilha dos departamentos do banco que funcionam há décadas no Barrosão. O novo prédio é localizado em área perigosa, sem a mínima segurança, com transporte precário e sem local próximo para alimentação, e foi imposto unilateralmente pela diretoria da CEF aos empregados.
Por pressão de uma campanha contra a transferência, com mobilizações e denúncia pública, iniciou-se uma série de negociações para encontrar um prédio alternativo. Nestas rodadas, o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti, representou os empregados. O desfecho foi a escolha de um prédio no Passeio, novo, confortável e bem localizado, com transporte, vários restaurantes e cafés próximos.
A solenidade de início da transferência dos departamentos do Barrosão para o Passeio aconteceu no último dia 29. Dela, participaram além de Matileti, o presidente da Caixa, Nelson de Souza, e o vice-presidente, Marcelo Prata, além de superintendentes e gerentes regionais. “Hoje estamos concretizando a vitória da luta dos empregados e do Sindicato contra a decisão unilateral do banco de nos colocar em um local perigoso e inadequado. Mas a luta não acabou”, advertiu Matileti. E acrescentou: “A partir de agora vamos fiscalizar toda a mudança dos departamentos. Não vamos permitir nenhum ataque aos direitos dos empregados. As denúncias de assédio e qualquer tentativa de retirar funções, entre outros ataques, devem ser encaminhadas à vice-presidência (2103-4105) e à Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato (2103-4122/4123)”.

Em assembleia nesta quinta-feira (29/11), foi aprovada a previsão do Orçamento do Sindicato para 2019. Além da previsão, foram aprovadas outras propostas, entre as principais estão: a realização de uma campanha permanente de sindicalização com premiações, tanto para o novo sindicalizado, quanto para o colega que filiar; convocação de uma assembleia na segunda quinzena de março para debater e aprovar uma reforma no estatuto do Sindicato que permita novas fontes de receita para a entidade; tornar a sede campestre autossustentável; e uma redução de 20% nas despesas com pessoal e administrativas em relação à proposta original publicada na edição 6085 do Jornal Bancário (edição que circula de 29/11 a 3/12).
Para a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, a aprovação do Orçamento de 2019, assim como as demais medidas aprovadas, fortalecem a entidade para os desafios a serem enfrentados no próximo ano. Segundo o Tesoureiro do Sindicato, José Ferreira, a reforma trabalhista e o futuro governo Bolsonaro impõem a necessidade de estarmos preparados para a resistência e a organização das lutas que virão. “A aprovação do Orçamento prepara o Sindicato para estas lutas”, afirmou.

Aluízio Palhano foi presidente do Sindicato e militante da Vanguarda Popular Revolucionária, morto covardemente em maio de 1971 após ser torturado por militares, com a participação do então major Carlos Brilhante Ulstra
O Grupo de Trabalho do Cemitério do Perus (SP) divulgou nesta segunda-feira (3) a identificação da ossada de Aluízio Palhano Pedreira Ferreira, bancário e ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro e militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) que fazia oposição à ditadura e estava desaparecido desde 21 de maio de 1971, quando foi sequestrado, torturado e morto pelo regime militar.
A identificação foi confirmada no dia 27 de novembro, porém o anúncio foi realizado durante o I Encontro Nacional de Familiares promovido pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, que durará até a terça-feira (4).
Ditadura escondia corpos
O cemitério clandestino de Perus, recentemente renomeado como Colina dos Mártires, fica localizado na zona norte de São Paulo. No local existe uma vala utilizada para enterrar corpos não identificados, mas que serviu durante os anos da ditadura para esconder corpos de militantes de esquerda que lutavam contra o regime da época, sendo descoberta em 1990 depois de dez anos de investigação, com mais de mil ossadas de vítimas da repressão.
Aluízio Palhano é a quinta identificação desde o descobrimento dos restos mortais há quase três décadas e o segundo nome divulgado desde a retomada dos trabalhos de investigação de análise das ossadas, em 2014, quando todo o material foi enviado para um laboratório especializado na Bósnia. De acordo com o Grupo de Trabalho de Perús, existem ainda mais quarenta possíveis identificações de desaparecidos políticos. Já foram descobertos nesta investigação e identificados os corpos de Denis Casemiro e Frederico Eduardo Mayr, em 1991; Flavio Carvalho Molina, em 2005; Dimas Antônio Casemiro em fevereiro deste ano; e, agora, Aluízio Palhano.
Assassinos anistiados
Para Rogério Sottili, diretor do Instituto Vladimir Herzog, a vala clandestina de Perus é mais um capítulo terrível da nossa história para ser investigado e os responsáveis, punidos. Mas para isso é fundamental a revisão da Lei da Anistia. “Crimes de tortura são crimes políticos e o Brasil assinou um tratado internacional onde se compromete a seguir todas as determinações deste pacto internacional de direitos civis e políticos. Isso significa que quem cometeu tortura e quem matou não pode ser contemplado pela lei da Anistia. E o Supremo Tribunal Federal, com o parecer do ministro Eros Grau, fez uma interpretação diferente, a de que estes eram crimes anistiáveis. “Nós queremos a reinterpretação da Lei da Anistia, não precisa mudar a lei, nós não queremos a revisão porque a lei que está aí hoje ela é suficiente para gente abrir os processos e fazer justiça”, destacou Rogério Sottili.
Foram mais de 10 anos de investigação para a descoberta da vala clandestina no final da década de 1980, que hoje abriga este monumento. A abertura da vala só aconteceu na gestão da prefeita Luiza Erundina, no dia 4 de setembro de 1990, graças a pressão da Comissão dos Familiares dos Desaparecidos Políticos. Havia 1049 sacos com ossadas não identificadas.
Confira em nosso site e na próxima edição do Jornal Bancário, mais detalhes sobre a vida de Aluízio Palhano.