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Novo presidente da CEF, Pedro Guimarães, diz que vai privatizar a empresa de forma fatiada, começando por seguros, cartões, assets e loterias

Em entrevista a um site de notícias no dia 1º de janeiro, durante a posse de Bolsonaro, o indicado para presidir a Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, confirmou a disposição do governo Bolsonaro de privatizar o banco social. “A gente começa com quatro operações de abertura de capital: seguros, cartões, assets e loterias. São operações importantes”, afirmou no vídeo. A afirmação revela a privatização de forma fatiada.
Ele também confirmou que o banco público terá entre postos diretivos a presença de militares. “Existe uma questão de governança importante e a gente quer fazer toda análise do passado de quaisquer problemas que por ventura existam, e ter os militares com a gente faz todo sentido”, afirmou, sem explicar o que seria exatamente essa “análise do passado”, vez que o banco passou recentemente por auditoria e responde a vários canais de monitoramento.

Quarta, 02 Janeiro 2019 19:17

Medida estava nos planos de Bolsonaro

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira, as declarações de Pedro Guimarães não causam surpresa. “Membros do atual governo nunca esconderam esses planos. O próprio ministro Paulo Guedes, que tem carta branca do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o objetivo é privatizar tudo o que for possível. Ou seja, não há outro caminho que não seja a nossa resistência contra o fatiamento e a diminuição da Caixa”, alerta.
Para Ferreira não tem sentido jogar fora conquistas importantes, o que aconteceria com a privatização. “Poupança, penhor, habitação, FGTS, programas sociais inovadores, eficientes e reconhecidos no mundo inteiro. Em 157 anos de existência a Caixa consolidou o seu protagonismo no desenvolvimento econômico e social do Brasil”. Para o sindicalista “quem defende a privatização da Caixa, seja de todo o banco ou em partes, não tem o menor compromisso com o Brasil e com os brasileiros”.

Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio

Todo final de ano sempre nos convida a reflexões, e a pensar projetos para o próximo ano. Mas acredito que esse ano está diferente, diante do cenário político econômico que estamos vivendo. Não tenho dúvidas que 2019 será um ano difícil.
Vamos precisar de muita luta e resistência. Luta que sempre travamos por conquistas e manutenção de direitos. Porém, as regras mudaram, a reforma trabalhista foi aprovada, está sendo aplicada e a reforma da Previdência também está na ordem do dia para o governo eleito. Nós, trabalhadoras e trabalhadores, estamos perdendo direitos que conquistamos em anos de luta democrática e muita negociação com os bancos.
Declarações como: “O trabalhador deve escolher menos direitos ou mais emprego”, “É difícil ser empresário no Brasil com tantos direitos para o trabalhador”, provam e comprovam a falta de compromisso com a classe trabalhadora do país, nada é tão aviltante como a extinção do Ministério do Trabalho, medida onde só os patrões têm a ganhar.
Precisamos ficar muito atentos e mobilizados. Temos responsabilidades porque somos parte desse processo. Nós, bancárias e bancários, somos vistos pela sociedade como trabalhadores bem remunerados, trabalhamos em lugares confortáveis e sempre somos observados por nossa aparência e considerados “profissionais de sucesso”.
Porém a realidade não é bem essa, somos cobrados o tempo todo, metas são estabelecidas sem nenhum diálogo e a depender dos resultados somos ameaçados de perda de comissão a até demissão. O principal argumento dos bancos para o desligamento é “não performou”.
A verdade é que ganhamos abaixo do que deveríamos levando em conta que trabalhamos para o setor que mais lucra. A nossa categoria está no alvo das mudanças econômicas e tecnológicas. Mas somos, antes de mais nada, batalhadores por nossos direitos.
Observada a realidade do mercado de trabalho no Brasil, podemos considerar que estamos a frente, com direitos conquistados que muitas categorias já perderam. Vitórias como o nosso acordo coletivo em que todos os direitos fundamentais foram garantidos por dois anos em um cenário de total instabilidade. E ainda tivemos aumento real, ao contrário da grande maioria.
Nossos direitos vêm sendo arrancados por quem deveria nos proteger, afinal são pessoas eleitas por nós e para nos representar. Talvez a nossa reflexão esteja aí mesmo. Mas seguiremos firmes e de cabeça erguida. Apesar das dificuldades, acreditamos em nossa capacidade de superação, e em 2019 escreveremos mais páginas de nossa história, resistiremos e juntos lutaremos por respeito à classe trabalhadora da qual fazemos parte.
Desejo a todas e todos, saúde, perseverança, fé, garra e determinação, nada é impossível de mudar. Acreditar sempre, desistir jamais.

Quarta, 26 Dezembro 2018 18:08

Eleição do Caref do BB

A escolha do Conselheiro de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do Banco do Brasil será entre 2 e 8 de janeiro. O eleito terá a responsabilidade de defender os interesses e as propostas dos funcionários no órgão máximo de decisão do banco, lutar contra ataques como o desmonte, a privatização e a venda das subsidiárias do banco já anunciados por membros do futuro governo Bolsonaro.
A eleição acontece em dois turnos, pelo SISBB. Votam somente os funcionários da ativa. São 140 candidatos. Os dirigentes sindicais não podem concorrer. Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionãrios, falou sobre a importância do pleito: “É fundamental que os funcionários tenham seu representante no Conselho de Administração. Principalmente neste momento em que têm sido notíciada a privatização e a terceirização do BB”.

Após a confirmação de que o governo Jair Bolsonaro vai extinguir o Ministério do Trabalho, o empresariado não se deu por satisfeito e defende agora o fim da Justiça do Trabalho. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nota defendendo a única instância jurídica em que o trabalhador ainda consegue resgatar seus direitos negados pelos patrões. A CNT pediu para o presidente eleito da República avalie extinguir o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, alega que a esfera judicial responsável por julgar processos trabalhistas no País tem gerado “insegurança jurídica”, em outras palavras, garante os direitos do empregado e impede que o empregador cometa irregularidades em relação à Legislação Trabalhista. Ele defendeu que as atribuições do TST sejam repassadas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, segundo Andrade, “tem uma visão mais ampla da sociedade brasileira”. O que o empresariado chama de “visão mais ampla da sociedade” nada mais é do que uma tendência histórica do STJ de decidir muito mais de acordo com os interesses do capital do que baseado nos direitos do trabalhador.

O Sindicato conquista mais uma reintegração na categoria bancária, desta vez, Maria José da Silva Moraes voltou para o banco Santander no dia 7 de dezembro, sexta-feira, após a decisão em segunda instância da Desembargadora Gláucia Zuccari Fernandes Braga.
Há cinco anos trabalhando na instituição, Maria foi demitida no dia 3 de outubro sem justa causa pouco antes de saber da sua gravidez. O caso teve toda a assistência do Departamento Jurídico do Sindicato e foi acompanhado pelos dirigentes Ronaldo Gonzaga (Ronaldão), Fátima Guimarães, Marcos Vicente e Edelson Teixeira. Em defesa do trabalhador, o Sindicato fez valer o direito do empregado em meio as demissões sem justa causa que o Santander tem feito recentemente. Somente nesta última semana é a quarta reintegração em bancos privados, o terceiro caso com a instituição espanhola.

Maria Thereza dedicou 15 anos de trabalho ao banco, mas há um ano de sua aposentadoria foi desligada sem justa causa

Maria Thereza Leite Pinto, funcionária do Santander há 15 anos havia sido demitida pelo banco em agosto, há pouco mais de um ano da sua aposentadoria e mesmo com a estabilidade garantida pela cláusula 27ª da Convenção Coletiva da categoria. Após decisão da juíza Claudia Siqueira da Silva Lopes, da 59ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, no dia 29 de novembro, o processo de reintegração iniciado pelo Sindicato, garantiu o retorno da gerente de negócios ao seu emprego no dia 10 de dezembro, sob companhia de um oficial de justiça.
A decisão judicial confirma a violação do banco com a cláusula 27ª da Convenção Coletiva de Trabalho, na qual prejudicou a bancária que se aposentaria em outubro de 2019. Para Marco Motta, diretor do Sindicato, essa reintegração valoriza os direitos do trabalhador. “O Sindicato mostra mais uma vez sua força na fiscalização de irregularidades praticadas pelo banco e na preservação dos direitos do empregado. Todos nós trabalhamos para ter uma aposentadoria digna e justa”, afirma.

 

Os funcionários do Bradesco enfrentam uma realidade injusta em relação ao plano de saúde, cujo modelo é inferior ao oferecido no mercado. Em reunião com o banco, no último dia 11, os representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) propuseram a realização de reuniões, nas federações de bancários, para negociar a solução deste problema e no plano de saúde dental.
O banco aceitou a proposta do movimento sindical e o calendário de reuniões será definido com cada federação, a partir de fevereiro de 2019. Durante o encontro foram relatados diversos outros problemas no plano. Entre eles, a dificuldade no credenciamento de médicos e demais profissionais de saúde; a redução dos serviços e da própria rede credenciada, além da dificuldade de aprovação de exames.
“Sabemos que este será um ano muito difícil para a população brasileira, mas diante da lucratividade do banco não vemos empecilhos para que as reivindicações apresentadas sejam atendidas”, afirmou a diretora do Sindicato, Nanci Furtado. “Esperamos que o banco saiba valorizar, desta forma, os funcionários”, acrescentou. Lembrou que o Bradesco obteve, nos nove primeiros meses de 2018, lucro líquido recorrente de R$ 15,734 bilhões, um crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2017.
Bradesco: não haverá demissão
No encontro do dia 11, o movimento sindical solicitou informações detalhadas sobre a reestruturação em curso no Bradesco e que tem gerado o fechamento de agências. A ideia é garantir o emprego, através da realocação dos bancários destas unidades. O dirigente do banco garantiu que não haverá demissões em massa e que os trabalhadores serão remanejados.

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu na quinta-feira (13) com representantes do banco para tratar de vários problemas e reivindicações dos funcionários. Um dos itens debatidos foi o aumento abusivo no plano de saúde. Alguns bancários chegaram a desembolsar mais da metade do salário com o convênio. A elevação das mensalidades é resultado da mudança de operadora, feita em fevereiro de 2017. A alteração resultou também na implantação de cobrança por faixa etária para os novos admitidos, aumento abusivo na coparticipação e extensão da cobrança para todos os procedimentos, inclusive de urgência em hospital.
“Em quase dois anos, os gastos dos trabalhadores com o plano de saúde subiram em cerca de 40%. No mesmo período, os bancários tiveram reajuste em torno de 8% no salário. Muitos funcionários acabam tendo de recorrer ao SUS”, explica o diretor do Sindicato e membro da COE, Marcos Vicente.
Os trabalhadores cobraram a revisão da cobrança da coparticipação através da criação de um teto mensal; a implantação de uma forma diferenciada e menos onerosa de cobrança para os trabalhadores com doenças crônicas; transparência nos reajustes e negociação com os sindicatos e o COE antes de qualquer aumento.
Fusão de cargos
A partir de 2019, o Santander começará a implantar um processo de unificação de funções na rede de agências. Os cargos envolvidos serão os de caixas, agente comercial, coordenador de agência, gerente Pessoa Física e assessor Pessoa Física, que passarão a se chamar “gerentes de negócios e serviços”. Os representantes do banco disseram que “não haverá terceirização de funcionários” e que haverá jornadas de oito e seis horas. Os sindicalistas criticaram a proposta de mais acúmulo de funções e disseram que, na verdade, “o problema é a falta de funcionários nas agências. A COE quis saber se essa mudança resultará em desvio de função e a resposta foi de que a situação está indefinida.

Mudança de itinerário

Outro problema debatido com representantes do Santander foi o novo sistema dos itinerários de deslocamento para os bancários. O banco apresentou algumas mudanças. O trabalhador poderá rejeitar até três rotas determinadas pelo sistema. Na terceira rejeição, o setor de RH, então, deverá atuar de acordo com a necessidade do trabalhador. Enquanto a nova rota não for aprovada, o trabalhador receberá o mesmo valor no vale-transporte. Os bancários não deverão andar “mais de 750 metros” e as pessoas com deficiência não poderão caminhar “mais de 500 metros”.
Os representantes do banco também garantiram que os bancários não serão proibidos de utilizar dois modais distintos, como metrô e ônibus, por exemplo.
Em caso de problemas, os trabalhadores deverão procurar denunciar ao Sindicato.
Work Café - O Santander criou agências diferenciadas de negócios, chamada Work Café. O banco afirmou que não houve alteração na jornada dos trabalhadores. No horário fora da jornada dos bancários, após as 18h, durante a semana, e nos finais de semana, haverá nesses locais um prestador de serviço para dar informações que serão encaminhadas aos bancários. Eles não terão acesso ao sistema. Uma nova reunião foi agendada para o dia 29 de janeiro.