Quarta, 26 Dezembro 2018 18:09

Apesar das dificuldades, acreditamos em nossa capacidade de superação

Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio

Todo final de ano sempre nos convida a reflexões, e a pensar projetos para o próximo ano. Mas acredito que esse ano está diferente, diante do cenário político econômico que estamos vivendo. Não tenho dúvidas que 2019 será um ano difícil.
Vamos precisar de muita luta e resistência. Luta que sempre travamos por conquistas e manutenção de direitos. Porém, as regras mudaram, a reforma trabalhista foi aprovada, está sendo aplicada e a reforma da Previdência também está na ordem do dia para o governo eleito. Nós, trabalhadoras e trabalhadores, estamos perdendo direitos que conquistamos em anos de luta democrática e muita negociação com os bancos.
Declarações como: “O trabalhador deve escolher menos direitos ou mais emprego”, “É difícil ser empresário no Brasil com tantos direitos para o trabalhador”, provam e comprovam a falta de compromisso com a classe trabalhadora do país, nada é tão aviltante como a extinção do Ministério do Trabalho, medida onde só os patrões têm a ganhar.
Precisamos ficar muito atentos e mobilizados. Temos responsabilidades porque somos parte desse processo. Nós, bancárias e bancários, somos vistos pela sociedade como trabalhadores bem remunerados, trabalhamos em lugares confortáveis e sempre somos observados por nossa aparência e considerados “profissionais de sucesso”.
Porém a realidade não é bem essa, somos cobrados o tempo todo, metas são estabelecidas sem nenhum diálogo e a depender dos resultados somos ameaçados de perda de comissão a até demissão. O principal argumento dos bancos para o desligamento é “não performou”.
A verdade é que ganhamos abaixo do que deveríamos levando em conta que trabalhamos para o setor que mais lucra. A nossa categoria está no alvo das mudanças econômicas e tecnológicas. Mas somos, antes de mais nada, batalhadores por nossos direitos.
Observada a realidade do mercado de trabalho no Brasil, podemos considerar que estamos a frente, com direitos conquistados que muitas categorias já perderam. Vitórias como o nosso acordo coletivo em que todos os direitos fundamentais foram garantidos por dois anos em um cenário de total instabilidade. E ainda tivemos aumento real, ao contrário da grande maioria.
Nossos direitos vêm sendo arrancados por quem deveria nos proteger, afinal são pessoas eleitas por nós e para nos representar. Talvez a nossa reflexão esteja aí mesmo. Mas seguiremos firmes e de cabeça erguida. Apesar das dificuldades, acreditamos em nossa capacidade de superação, e em 2019 escreveremos mais páginas de nossa história, resistiremos e juntos lutaremos por respeito à classe trabalhadora da qual fazemos parte.
Desejo a todas e todos, saúde, perseverança, fé, garra e determinação, nada é impossível de mudar. Acreditar sempre, desistir jamais.

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