Imprensa

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Bancárias e bancários,

Sabemos que o momento que estamos vivendo é de muita tensão, angústia e medo. Nós, do Sindicato, estamos igualmente preocupados, apreensivos e temerosos quanto as nossas vidas e de nossas famílias. Ressaltamos que em momento algum nos omitimos, desde o começo desta crise que afeta o mundo inteiro. Temos nos esforçado ao máximo lutando pela vida, pela saúde e pelos direitos de todos os bancários e bancárias, trabalhadores terceirizados e também dos clientes e usuários.

Continuamos a tomar uma série de ações efetivas neste sentido. Cobramos da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e de todas as diretorias das instituições financeiras medidas efetivas de proteção à vida dos funcionários, a começar por decisões direcionadas àqueles que estão nos grupos de risco, como os trabalhadores com mais de 60 anos, grávidas e doentes crônicos. Defendemos ainda uma política de funcionamento reduzido nas agências para diminuir drasticamente a circulação e aglomeração de pessoas. Divulgamos através de cartazes e percorremos com carro de som toda a cidade para denunciar a insensibilidade dos banqueiros diante de uma situação tão grave.

Temos feito um trabalho diário de comunicação, inclusive nos finais de semana, para manter a categoria bem informada, através de nosso site e redes sociais, divulgando as informações, medidas e ações necessárias para enfrentar esta pandemia e proteger os bancários. Pedimos todas as providências necessárias, inclusive o fechamento de agências, ao governador e ao prefeito do Rio de Janeiro e procuramos o apoio de deputados estaduais e federais. 

Mesmo diante do risco iminente que ameaça a todos, cuidamos de manter aberto o Sindicato para atender a categoria, não deixando a instituição fechar diante da gravidade da situação. Para isso, seguimos todas as normas e precauções sanitárias, mesmo cientes do risco inevitável a que os dirigentes sindicais acabam expostos, pois continuamos a percorrer as agências para detectar e acompanhar os problemas, buscando sempre as soluções.

Sabemos que por maior que sejam os nossos esforços ainda não será o suficiente diante de uma crise humanitária global de tamanha envergadura. Aflitos com a situação, alguns bancários e bancárias continuam cobrando de nós ações ainda mais efetivas. Temos buscado e vamos continuar a fazer isso. Nesta segunda-feira, dia 23 de março, temos uma reunião marcada com o governador Wilson Witzel e outra com a Fenaban, para cobrarmos nossas reivindicações. Lembramos que estas reuniões de emergência com o poder público estadual e municipal e com os bancos são frutos da solicitação do Sindicato.

Consideramos que, dada a gravidade do momento a Fenaban, de forma acordada com os sindicatos, precisa atender de imediato às reivindicações da categoria, inclusive o fechamento das agências e a criação de uma proposta de   atendimento somente aos casos especiais, de extrema necessidade, para pessoas que de fato precisem do serviços bancários e que seja num modelo que não resulte em aglomerações, garantindo a segurança dos empregados e daqueles que, excepcionalmente, necessitem utilizar o sistema financeiro.

Reafirmamos que temos feito tudo o que está ao nosso alcance, com esforços redobrados. Continuaremos a assumir todas as nossas responsabilidades enquanto entidade sindical. Toda esta incansável dedicação ainda vai ser insuficiente para enfrentarmos esta situação que governos e sociedades no mundo inteiro ainda não conseguiram solucionar definitivamente. Estamos diante de um drama humanitário que nunca na história havíamos enfrentado.

Continuaremos, dia a dia, nos esforçando e lutando para proteger a vida, a saúde e os direitos de todos os bancários e bancárias, inclusive, os trabalhadores terceirizados e estendendo nossas ações aos clientes, usuários e a toda a população.

O Sindicato está junto com você e o Brasil na luta contra o coronavírus e em defesa da vida, da saúde, do emprego e dos direitos da categoria e de todo o povo brasileiro.

Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

Atendendo a uma reivindicação dos bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) confirmou para esta segunda-feira, 23, às 11 horas, uma reunião através de videoconferência para debater a situação do trabalho dos bancários diante da crise do coronavírus. O Comando Nacional dos Bancários quer garantir a saúde e a vida dos funcionários, terceirizados, clientes e usuários.

Ofício ao BB e à Caixa

O anúncio atrapalhado de medidas e a inércia do governo Bolsonaro gerou aumento da demanda de clientes e agências superlotadas. E, parte da população, ainda não entendeu que é necessário ficar em casa para se proteger da pandemia.

O Comando Nacional dos Bancários enviou na sexta-feira (20) um ofício ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal pedindo providências para acabar com as aglomerações de clientes nas agências.
De 17 à 20 de março, após o anúncio feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de medidas de crédito a pessoa física e jurídica, bem como de pagamento de R$ 200,00 aos trabalhadores informais e autônomos, houve uma corrida à muitas agências do BB e da Caixa.
“É preciso tomar medidas para proteger os mais pobres, os autônomos e pequenas empresas, mas com competência, planejamento e responsabilidade. O anúncio feito de forma irresponsável, sem medir as consequências, gerou um caos nas unidades do BB e da Caixa", disse a presidenta do Sindicato do Rio Adriana Nalesso. 

Risco de contágio

O Comando Nacional dos Bancários pediu às direções das duas maiores instituições públicas do sistema financeiro nacional que seja limitado o atendimento nas agências apenas para casos de extrema necessidade.
No ofício enviado aos presidentes do BB e da Caixa, a Contraf-CUT, em nome do Comando Nacional dos Bancários, observa que a Organização Mundial da Saúde reconhece a situação gerada pelo novo coronavírus (COVID-19), como pandemia e que o Ministério da Saúde do Brasil admitiu que já há contaminação comunitária da doença. O documento chama a atenção ainda para o grande aumento de usuários que procuram as agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal devido às medidas anunciadas pelo governo, que impactam a rotina de trabalho nestes bancos e solicita que sejam emitidos comunicados por parte destas instituições, em conjunto com o Governo Federal, no sentido de esclarecer o público em geral que as medidas anunciadas ainda não estão em vigor e que ir às agências por ora é inútil e ameaça a segurança de todos. Solicita também que sejam suspensos os atendimentos nas agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal até a normalização e regulamentação da concessão das medidas citadas, limitando o atendimento presencial às situações emergenciais.
Por fim, o ofício pede ainda que seja debatido com a categoria a operacionalização das medidas junto às agências para garantir a segurança tanto dos usuários quanto dos trabalhadores bancários, objetivando reduzir ao máximo o risco de contágio.

A Contraf-CUT também já informou ao Ministério da Saúde sobre as condições de risco no atendimento em algumas agências do Banco do Brasil e em especial da Caixa Econômica Federal em decorrência do anúncio feito pelo governo federal.

Por Carlos Vasconcellos

A ganância dos banqueiros para acumular lucros não tem limites. Nem mesmo uma das maiores crises humanitárias da história como a pandemia do coronavírus é capaz de sensibilizar o baronato do sistema financeiro. Além de não atenderem à solicitação do Sindicato de fechar as agências, colocando em risco bancários, clientes e usuários, os bancos continuam pressionando seus funcionários a cumprirem metas e há até casos de demissões de trabalhadores em plena crise.

Na avaliação de Vinícius de Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT, os bancos têm todas as condições para garantir o trabalho em casa dos funcionários, pois é o setor que mais lucrou nas últimas décadas e que nada justifica a cobrança de metas, que já é uma prática condenável mesmo antes da pandemia. Na avaliação dos sindicalistas o Decreto 10.282/2020 da Presidência da República, publicado na sexta-feira, 20, assegura o fechamento das agências bancárias ao definir que as atividades nestas unidades não fazem parte dos serviços essenciais.

“É inacreditável. Os bancos continuam a praticar pressão psicológica e assédio moral sobre seus funcionários. O bancário tem que se virar para vender investimentos e produtos quando todo mundo sabe que a crise global derrubou as bolsas de valores no mundo inteiro. Os banqueiros precisam entender que estamos diante de uma depressão econômica global. É hora de pensar na vida, não em acumular mais dinheiro”, destaca.

Demissões de funcionários

Os bancos continuam demitindo bancários, mesmo no momento em que o trabalhador mais precisa de seu emprego.

“O Itaú e o Santander demitiram funcionários essa semana, no Rio, em plena crise do coronavírus. Não vamos aceitar calados a esta desumanidade”, disse, indignada, a diretora de Imprensa do Sindicato, Vera Luiza.

O Sindicato dos Bancários do Rio enviou ofício ao governador do Rio Wilson Witzel e ao prefeito Marcelo Crivella pedindo o fechamento das agências para garantir a segurança e a vida dos bancários e da população. O Governo estadual marcou uma reunião com o Sindicato na segunda-feira, 23, às 17h30, para tratar do tema. Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura ainda não havia dado resposta.

 

Por Carlos Vasconcellos

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro recebeu a resposta do Governo do Estado ao ofício que pede o fechamento das agências bancárias em função da crise do coronavírus, marcando uma reunião para debater a reivindicação nesta segunda-feira, 23 de março, às 17h30, no Palácio Guanabara. O ofício entregue ao Prefeito do Rio Marcelo Crivella, na sexta-feira, 20, com o mesmo teor, ainda não teve resposta. No documento, a entidade lembra que “em função do agravamento da situação de saúde no Estado devido à pandemia do Convid-19 o Sindicato solicita que a Prefeitura do Rio determine o imediato fechamento das agências bancárias” e que “todos os bancos apresentem obrigatoriamente medidas que visem proteger a vida dos bancários e bancárias e dos clientes, regulando o atendimento e a circulação de pessoas nas unidades”. No ofício, a entidade lembra ainda que “já há casos confirmados do coronavírus em bancos” e que os estudos mostram que “as agências são locais de grande proliferação do vírus” em função da aglomeração de pessoas.

Sindicato faz a sua parte

O movimento sindical tem feito a sua parte na luta contra a pandemia do coronavírus, mas ainda não teve uma resposta satisfatória, nem dos bancos e muito menos dos poderes públicos, em relação aos riscos a que estão expostos a categoria e os usuários dos serviços bancários.

“Esperamos nesta reunião com o governo estadual que prevaleça o bom senso de fechar as agências. É preciso compreender a gravidade da situação e determinar fechamento imediato das unidades bancárias”, disse a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso. A sindicalista lembra ainda que o movimento sindical cobra dos bancos a garantia dos empregos especialmente neste momento de crise e a suspensão da cobrança de metas.

“É uma questão humanitária. A vida das pessoas é que está em jogo. Os bancos já acumularam bilhões de reais lucrando nestes últimos anos. É hora dos bancos tomarem medidas para proteger a categoria, preservando os empregos e compreendendo que não há como pressionar o bancário a vender produtos e investimentos. A metas sempre foram abusivas o que nós repudiamos cotidianamente, mas num momento em que as aplicações estão sendo derrubadas pela recessão no mundo inteiro é preciso suspender definitivamente as metas”, acrescenta Nalesso.

Apoio parlamentar

O Governador Wilson Witzel se reuniu na sexta (20) com a Bancada Federal do Rio de Janeiro. Os deputados federais da base do Rio de Janeiro, Paulo Ramos (PDT), Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT) participaram do encontro e apresentaram cópia do ofício que foi enviado ao governo do estado pedindo o fechamento das unidades bancárias. Os três parlamentares falaram da urgente necessidade de o governador determinar o fechamento das agências ante a gravidade da situação. O apoio dos deputados certamente influenciou a decisão do governo de receber os dirigentes sindicais.

“A ajuda destes parlamentares teve um peso importante e vem em boa hora. A vida vale mais que tudo e o importante agora é garantir a segurança dos bancários e bancárias e de toda a população", disse Adriana, que reafirmou ser fundamental também a manutenção dos empregos da categoria e a suspensão da cobrança de metas neste período de crise sem precedentes.

Por Carlos Vasconcellos

O Sindicato foi informado pelo Mercantil do Brasil de que serão tomadas novas medidas em relação ao combate ao novo coronavírus.

Após intensas cobranças do Sindicato, da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro RJ/ES e dos funcionários em todo o país, o BMB afirmou que divulgará um comunicado interno para todos os trabalhadores. A decisão, segundo o banco, foi tomada após reuniões entre os membros do comitê de gestão de crise instituído pela empresa.

Funcionários apreensivos

Como ocorre em toda a categoria, milhares de funcionárias e funcionários estão apreensivos, pois o banco ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre como vai ficar o atendimento ao público-alvo do Mercantil, que são os aposentados e pensionistas do INSS. Muitos deles compõem o grupo de risco do novo coronavírus.

“Nos primeiros dias úteis de cada mês é intenso o fluxo desses clientes nas agências para saque e acesso aos benefícios previdenciários, o que poderá acarretar grande risco para os trabalhadores e também para os usuários dos serviços bancários”, alerta a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Marlene Miranda.

Cobrança de medidas

O movimento sindical cobrou do Mercantil do Brasil a adoção de medidas que já estão sendo aplicadas em outros bancos, como o trabalho em casa para os grupos de risco: gestantes, funcionários acima de 60 anos, portadores de doenças crônicas, como diabetes, cardíacos, hipertensos, asmáticos e portadores de outras doenças pulmonares, além de pessoas com câncer, devem trabalhar prioritariamente em isolamento em seus próprios lares. Ainda que o trabalho de algum bancário deste grupo não possa ser efetuado em home office, ele deverá ser liberado para ficar em casa, à disposição do banco. Também devem ser dispensados menores aprendizes e estagiários.

O Sindicato defende também outras medidas urgentes, como reforçar a limpeza e a higiene em todos os locais de trabalho, conforme orientação do Ministério da Saúde, e orientar os funcionários; cancelar eventos, treinamentos e reuniões que tenham aglomerações e viagens; adotar quarentena para bancários que voltarem de viagens ao exterior e antecipar a campanha de vacinação da gripe para 15 de abril.

“A prioridade neste momento é garantir a saúde e a vida dos bancários e bancárias e da população. Somente com a antecipação de medidas drásticas seremos capazes de enfrentar esta real ameaça, que a pandemia do Covid-19, que afeta não somente a saúde física, mas também a psíquica e emocional dos trabalhadores e cliente”, disse Marlene. A sindicalista disse ainda que é preciso tomar medidas mais afirmativas em relação às agências, departamentos e matriz, onde há mais concentração e fluxo de pessoas e lembrou que o Sindicato está fazendo a sua parte.

“O Sindicato já pediu ao governador Wilson Witzel o fechamento das agências no Estado do Rio. Como ainda não obtivemos resposta, enviamos ofício também para a Prefeitura fazendo a mesma solicitação para proteger a categoria e toda a população. É essencial também garantir os empregos da categoria neste momento de crise e suspender a cobrança de metas. A vida vale muito mais do que os lucros e os bancos precisam compreender isso tomando as decisões necessárias”, conclui Marlene.

Banco Central emitiu uma circular nesta quinta-feira (19) atendendo duas reivindicações apresentadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em ofício enviado na quarta-feira (18). A Contraf-CUT cobrou a padronização das medidas adotadas pelos bancos para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e clientes em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), além de maior agilidade na implantação das medidas necessárias, como o contingenciamento de acesso às agências e redução do horário de atendimento.

A Circular 3.991 do Banco Central determina aos bancos que “assegurada a prestação dos serviços essenciais à população, as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil DEVEM ajustar o horário de atendimento ao público de suas dependências enquanto perdurar, no País, a situação de risco à saúde pública decorrente do novo Coronavírus (Covid-19), dispensada a antecedência de comunicação de alteração, de que trata o art. 4º da Resolução nº 2.932, de 28 de fevereiro de 2002”.

A circula do Bacen diz ainda que “os bancos múltiplos com carteira comercial, os bancos comerciais e as caixas econômicas estão dispensados do cumprimento, em suas agências, do horário obrigatório e ininterrupto de que trata o art. 1º, § 1º, inciso I, da Resolução nº 2.932, de 2002”, que é no mínimo de 5 horas.

E que as instituições bancárias “devem afixar aviso em local visível em suas dependências, bem como comunicar os clientes, pelos demais canais de atendimento disponíveis, sobre o horário de atendimento e caso venham a instituir limitação de quantidade de clientes e usuários ou outras condições especiais de acesso às suas dependências, destinadas a evitar aglomeração de pessoas”.

“O Banco Central determina a redução do horário, mas mantém uma liberalidade com relação ao contingenciamento. O controle de acesso é fundamental para garantir a segurança e a saúde dos bancários e dos clientes. Esperamos que os bancos atendam essa reivindicação”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Mas, estamos enviando ofício ao Ministério da Saúde solicitando que os bancos sejam obrigados a fazer o controle de acesso para resguardar a saúde dos trabalhadores, dos clientes e usuários e evitar a propagação ainda maior da doença”, completou.

Juvandia ressaltou que, o contingenciamento, é apenas para que seja garantido o atendimento às pessoas que não têm o cartão para saque em unidades de autoatendimento, os aposentados que não tenham outra alternativa para sacar os benefícios da Previdência, que não possuem conta corrente, trabalhadores que tenham que sacar o FGTS, ou desempregados que tenham que sacar o seguro-desemprego, entre outros.

“A limitação precisa priorizar o atendimento a esse público para que eles tenham como manter sua subsistência”, explicou a presidenta da Contraf-CUT, acrescentando que o trabalho nos departamentos, que não envolvam o atendimento bancário, a situação é diferente e deve ser liberado o máximo possível de pessoas para realizar trabalho home office ou férias.

Para piorar a situação, o ministro da Economia anunciou de forma irresponsável uma medida de concessão de auxílio aos autônomos e informais. Fazer tal anúncio sem que haja regras definidas para os procedimentos a serem realizados e sem a definição exata do público que será beneficiado e sem preparar a estrutura de atendimento é, no mínimo, uma irresponsabilidade, pois isso aumentou a demanda nas agências da CAIXA, sem necessidade, completou a presidenta da Contraf-CUT.

Nesta quinta-feira, houve uma correria às agências de bancos públicos, principalmente da Caixa Econômica Federal. As pessoas queriam sacar o benefício, mas isso acabou gerando aglomeração e aumentando ainda mais o risco a que os trabalhadores estão expostos.

Juvandia criticou ainda a proposta anunciada pelo governo por achar a medida insuficiente tanto pelas ações a serem realizadas, quanto pelo público a ser atendido. “As centrais sindicais elaboraram e apresentaram ao Congresso uma proposta que vai garantir a subsistência das pessoas que estão, ou ficarão desempregadas por causa da epidemia”, disse a presidenta da Contraf-CUT, se referindo à proposta entregue pelas centrais sindicais ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), na última terça-feira (17).

Fique informado

Acompanhe na página específica do site da Contraf-CUT a atualização das notícias sobre coronavírus que estejam relacionadas ao setor financeiro.

O Sindicato tem recebido inúmeras denúncias de que, mesmo com a crise gerada no mundo pela pandemia do novo coronavírus, alguns superintendentes da Caixa Econômica Federal continuam pressionando os empregados a atingirem as metas e que a prática de assédio moral tem aumentando no banco.

“Estes superintendentes demonstram desumanidade ao estarem mais preocupados em puxar o saco do governo Bolsonaro do que com a saúde e a vida dos funcionários”, critica o diretor do Sindicato, Carlos Arthur Newlands, o Boné.

Os relatos dos bancários

Segundo os relatos dos empregados, os titulares das Superintendências Executivas de Varejo da Tijuca e Bonsucesso são os exemplos mais gritantes destas práticas cruéis, ainda mais num momento em que todos os brasileiros estão apavorados com o avanço rápido do Covid-19 no país.  

“No meio desse caos na economia estamos sendo cobrados demais, inclusive, para bater metas absurdas de investimentos, como os fundos de renda variável que estão tendo quedas históricas em função da crise. Os superintendentes dizem friamente para que a gente dê o nosso jeito de convencer os clientes a aplicar", desabafa um funcionário da Caixa, que prefere não se identificar.

Outro bancário revelou o drama dos empregados, agravado pelo desmonte da empresa: “Essa reestruturação é uma zona. Um monte de gente sem senha e eles cobrando. Só hoje encontrei dois colegas chorando no banheiro", explica.

"Filhos pequenos em casa, gente que mora com os pais idosos, com marido no grupo de risco e são expostos aqui física e psicologicamente, sem piedade", reclama uma bancária.

 Postura irresponsável

 O Diretor do Sindicato e funcionário da Caixa Carlos Arthur "Boné" criticou duramente a postura do banco e desse tipo de gestor.  

"É uma postura irresponsável da empresa e desses trogloditas engravatados. A Caixa tinha que nacionalmente suspender a reestruturação e toda cobrança de metas até o fim da pandemia, e aqui no Rio, onde o número de casos é crescente e já tivemos mortes, os bancos tinham que fechar todas as agências e depois de algum tempo, quando a situação de risco for reduzida, só funcionar em contingência pra atendimento social", afirma o dirigente sindical.

 

Por Carlos Vasconcellos

Após as revindicações do Sindicato, o Santander começou a tomar medidas d e prevenção à rápida expansão da pandemia do novo coronavírus. O banco decidiu fechar por 15 dias as agências bancárias chamadas de “workcafés” pela instituição. A medida valerá, a partir de terça-feira, dia 24 de março , para os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, com férias coletivas para os funcionários.

A preocupação do Sindicato é em relação à cobrança de metas, que continuará a ser feita com os funcionários que vão trabalhar em casa. No documento, o Santander destaca que “a performance, intensidade e entrega das equipes em home office continua ocupando um papel crucial para que não percamos de vista o atendimento ao nosso cliente e o resultado”.

“A prioridade neste momento é proteger a saúde e da vida dos bancários e de toda a população. Mas estamos atentos também quanto à garantia dos empregos da categoria e aos abusos em relação à pressão psicológica para o cumprimento de metas. Não é possível que nem numa situação tão grave como esta pandemia que os bancos continuem a pensar somente em acumular mais dinheiro”, alerta a diretora do Departamento Jurídico do Sindicato do Rio, Cleyde Magno.

O banco espanhol promete também reduzir a intensidade do trabalho nas áreas administrativas e centrais de atendimento para evitar aglomerações e realizar rodízios em outros municípios.

Por Carlos Vasconcellos

No mundo inteiro, os governos tomam medidas urgentes para tentar minimizar a possível depressão do capitalismo global, causado pela pandemia do novo coronavírus. O governo brasileiro toma decisões na contramão das ações necessárias para proteger a economia do país. Seguindo a lógica de Bolsonaro, que antes da pandemia declarou, ainda na campanha eleitoral, que o povo teria de escolher entre emprego e direitos, o ministro Paulo Guedes incluiu, em Medida Provisória, a permissão para que empresas possam reduzir até pela metade o salário de seus funcionários e também a jornada de trabalho.

E o mais grave: o acordo será realizado individualmente entre patrão e empregado, sem negociação com entidades sindicais e até acima das leis trabalhistas vigentes.

A economia não gira

A justificativa do governo é a de que a MP é necessária por causa da crise do novo coronavírus e que esta seria uma forma para “combater o desemprego”. Mas com redução de renda dos brasileiros, a roda do capitalismo não voltará a girar: o povo não consome, o comércio não vende e a indústria não produz, agravando a recessão e gerando ainda mais falências de empresas, o que contribui para o aumento o desemprego.

O trabalho precário eleva o número de empregados doentes e licenciados, reduzindo a tão exaltada “produtividade” pelos mercados e elevando os gastos do INSS, além de colapsar o Sistema Público de Saúde (SUS)

Consumo das famílias

Economistas, mesmo alguns liberais, são unânimes em afirmar que o consumo das famílias é o principal vetor para enfrentar as crises. As mudanças duras do governo brasileiro, que contrariam essa máxima, são tomadas no momento em que o trabalhador mais precisa de massa salarial para gastos com saúde e medicamentos, alimentação saudável e uma possível necessidade de estocar alimentos. A redução do poder de compra das famílias é uma decisão suicida para a economia do país diante de uma previsível depressão econômica global sem precedentes na história da humanidade.

Perda de direitos

O chamado Programa Verde e Amarelo (MP 905), na verdade mais um desmonte dos direitos trabalhistas. Pelo projeto, com a justificativa de estimular a criação de empregos para jovens, o governo reduzirá drasticamente verbas de periculosidade – que eleva a exposição dos trabalhadores ao ambiente insalubre – além da redução da multa do FGTS paga ao empregado demitido, que cairá de 10% para 2% e outras mudanças prejudiciais à qualidade de vida e de trabalho dos brasileiros. 

O programa (MP nº 905, de 2019), apresentado pelo governo como um pacote de estímulo ao emprego para jovens (18 a 29 anos) e que teve um destaque parlamentar que inclui ainda os idosos acima de 55 anos, representa “um novo desmonte dos direitos trabalhistas”. Na avaliação do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-econômicos), as medidas não terão eficiência para o combate ao desemprego e tornarão as condições de trabalho ainda mais precárias, além de reduzir os ganhos dos trabalhadores.

O mundo faz o oposto

Enquanto o governo Bolsonaro se aproveita da crise mundial para acelerar reformas e projetos que retiram direitos e reduzem o poder de compra dos trabalhadores, as nações desenvolvidas executam literalmente o oposto para proteger o consumo das famílias a fim de tentar salvar a economia de seus países ante a depressão econômica que se avizinha.

EUA e Europa vão bancar para o trabalhador ficar em casa. O presidente dos EUA Donald Trump vai pagar mil dólares por mês (R$5 mil) para cidadãos americanos com o objetivo de aliviar as consequências da crise do coronavírus em seu país. Empresas com até 500 funcionários terão apoio do governo para decretar férias remuneradas para seus funcionários e trabalhadores e os autônomos terão isenções fiscais.

O Reino Unido vai estender o pagamento aos cidadãos que necessitarem ficar em quarentena. O governo vai garantir os custos do afastamento do empregado. A França decretou quarenta de suspendeu o pagamento de impostos, como luz, água e gás e Portugal vai pagar parte dos salários de quem tem filhos menores de 12 anos e precisar ficar em casa para cuidar de suas crianças. Autônomos vão receber uma ajuda de 438,81 euros (cerca de R$2.407).

E os juros, Paulo Guedes?

No Brasil, o ministro Paulo Guedes anunciou míseros R$200 mensais para trabalhadores autônomos. Já os juros praticados pelos bancos no Brasil, que na Europa tombam e chegam a ser negativos e nos EUA quase zero, continuam superando a barreira de 300% a 400% ao ano. O país assiste estarrecido ao silêncio sórdido dos banqueiros e seu cartel do sistema financeiro e do governo federal quando o assunto é praticar o padrão dos juros internacionais para proteger o consumo em dias tão difíceis. Redução por aqui só mesmo da Selic, os juros básicos, que contribuem para a redução da dívida pública de União, estados e municípios, mas não repercutem diretamente na vida dos brasileiros.