Sábado, 21 Março 2020 21:48

Nem o coronavírus faz bancos suspenderem demissões e pressão por metas

Santander e Itaú demitem em plena crise humanitária. Sindicato tem reunião com governo estadual na segunda (23) para debater fechamento das agências
Vinícius de Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT critica a ganância dos banqueiros, que nem numa crise humanitária de pandemia deixam de praticar pressão e assédio moral e contiam cobrando metas dos funcionários Vinícius de Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT critica a ganância dos banqueiros, que nem numa crise humanitária de pandemia deixam de praticar pressão e assédio moral e contiam cobrando metas dos funcionários

Por Carlos Vasconcellos

A ganância dos banqueiros para acumular lucros não tem limites. Nem mesmo uma das maiores crises humanitárias da história como a pandemia do coronavírus é capaz de sensibilizar o baronato do sistema financeiro. Além de não atenderem à solicitação do Sindicato de fechar as agências, colocando em risco bancários, clientes e usuários, os bancos continuam pressionando seus funcionários a cumprirem metas e há até casos de demissões de trabalhadores em plena crise.

Na avaliação de Vinícius de Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT, os bancos têm todas as condições para garantir o trabalho em casa dos funcionários, pois é o setor que mais lucrou nas últimas décadas e que nada justifica a cobrança de metas, que já é uma prática condenável mesmo antes da pandemia. Na avaliação dos sindicalistas o Decreto 10.282/2020 da Presidência da República, publicado na sexta-feira, 20, assegura o fechamento das agências bancárias ao definir que as atividades nestas unidades não fazem parte dos serviços essenciais.

“É inacreditável. Os bancos continuam a praticar pressão psicológica e assédio moral sobre seus funcionários. O bancário tem que se virar para vender investimentos e produtos quando todo mundo sabe que a crise global derrubou as bolsas de valores no mundo inteiro. Os banqueiros precisam entender que estamos diante de uma depressão econômica global. É hora de pensar na vida, não em acumular mais dinheiro”, destaca.

Demissões de funcionários

Os bancos continuam demitindo bancários, mesmo no momento em que o trabalhador mais precisa de seu emprego.

“O Itaú e o Santander demitiram funcionários essa semana, no Rio, em plena crise do coronavírus. Não vamos aceitar calados a esta desumanidade”, disse, indignada, a diretora de Imprensa do Sindicato, Vera Luiza.

O Sindicato dos Bancários do Rio enviou ofício ao governador do Rio Wilson Witzel e ao prefeito Marcelo Crivella pedindo o fechamento das agências para garantir a segurança e a vida dos bancários e da população. O Governo estadual marcou uma reunião com o Sindicato na segunda-feira, 23, às 17h30, para tratar do tema. Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura ainda não havia dado resposta.

 

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