Quinta, 19 Março 2020 22:10
PÂNICO DOBRADO

Em plena pandemia de coronavírus, gestores da Caixa cobram metas e aumentam o assédio moral

O assédio moral e pressão por metas elevam os casos de doenças do trabalho. Na Caixa, nem com a crise do coronavírus os superintendentes abrem mão de práticas desumanas O assédio moral e pressão por metas elevam os casos de doenças do trabalho. Na Caixa, nem com a crise do coronavírus os superintendentes abrem mão de práticas desumanas

O Sindicato tem recebido inúmeras denúncias de que, mesmo com a crise gerada no mundo pela pandemia do novo coronavírus, alguns superintendentes da Caixa Econômica Federal continuam pressionando os empregados a atingirem as metas e que a prática de assédio moral tem aumentando no banco.

“Estes superintendentes demonstram desumanidade ao estarem mais preocupados em puxar o saco do governo Bolsonaro do que com a saúde e a vida dos funcionários”, critica o diretor do Sindicato, Carlos Arthur Newlands, o Boné.

Os relatos dos bancários

Segundo os relatos dos empregados, os titulares das Superintendências Executivas de Varejo da Tijuca e Bonsucesso são os exemplos mais gritantes destas práticas cruéis, ainda mais num momento em que todos os brasileiros estão apavorados com o avanço rápido do Covid-19 no país.  

“No meio desse caos na economia estamos sendo cobrados demais, inclusive, para bater metas absurdas de investimentos, como os fundos de renda variável que estão tendo quedas históricas em função da crise. Os superintendentes dizem friamente para que a gente dê o nosso jeito de convencer os clientes a aplicar", desabafa um funcionário da Caixa, que prefere não se identificar.

Outro bancário revelou o drama dos empregados, agravado pelo desmonte da empresa: “Essa reestruturação é uma zona. Um monte de gente sem senha e eles cobrando. Só hoje encontrei dois colegas chorando no banheiro", explica.

"Filhos pequenos em casa, gente que mora com os pais idosos, com marido no grupo de risco e são expostos aqui física e psicologicamente, sem piedade", reclama uma bancária.

 Postura irresponsável

 O Diretor do Sindicato e funcionário da Caixa Carlos Arthur "Boné" criticou duramente a postura do banco e desse tipo de gestor.  

"É uma postura irresponsável da empresa e desses trogloditas engravatados. A Caixa tinha que nacionalmente suspender a reestruturação e toda cobrança de metas até o fim da pandemia, e aqui no Rio, onde o número de casos é crescente e já tivemos mortes, os bancos tinham que fechar todas as agências e depois de algum tempo, quando a situação de risco for reduzida, só funcionar em contingência pra atendimento social", afirma o dirigente sindical.

 

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