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Em meio à pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes queriam pagar R$ 200 mensais para trabalhadores autônomos e informais como renda mínima durante a quarentena. Os partidos da oposição bem que tentaram um valor melhor, R$1050, mas um acordo na Câmara dos Deputados fechou o auxílio em R$ 600, podendo chegar a R$1.200 por família. Pode parecer que a ajuda vai custar muito dinheiro para a União, mas para entender como o auxílio aos setores mais vulneráveis é ainda irrisório, num cálculo estimado de 24 milhões de beneficiados, o gasto com esta "renda mínima" custaria para os cofres públicos um total de R$ 14,4 bilhões por mês. Já para os bancos, o setor que mais ganha dinheiro no Brasil há pelo menos quatro décadas, o governo concedeu a gorda quantia de R$1,2 trilhão e sem nenhuma contrapartida social, com o objetivo de “dar mais liquidez” e “fazer caixa” para as instituições financeiras, como disse o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ex-executivo do Banco Bozano Simonsen.

Com este valor destinado à instituições financeiras como Itaú, Bradesco e Santander, seria possível estender a dita "renda mínima" para dois bilhões de pessoas (quase dez vezes a população do Brasil), se à dividíssemos por este ínfimo valor de R$ 600 por pessoa.

Mesmo diante da maior calamidade global desde a segunda guerra mundial, a pandemia do coronavírus, o governo brasileiro mostra claramente de que lado está: do mais poderoso e rico setor da economia do país, o cartel dos bancos.  O povo e as pequenas e micros empresas que fiquem com as sobras, que além de serem irrisórias, demoram a sair. O ministro da Economia Paulo Guedes alega problemas “com a burocracia do estado” para explicar a lentidão na hora de liberar os recursos para quem mais precisa, o que não existe quando o assunto é conceder dinheiro público para os banqueiros.

Fonte: Esquerda Diário

Historicamente na vanguarda da classe trabalhadora brasileira, os bancários não poderiam agir diferente durante o enfretamento da pandemia coronavírus (Covid 19). Mesmo sendo um serviço fundamental para a população, mais de 230 mil bancários estão trabalhando de casa, em sistema de home office. Isto representa 51% da categoria.

“Isto é fruto da estratégia da Comando Nacional dos Bancários, que abriu negociação logo no início da crise e manteve um canal de diálogo permanente, para avançar nas medidas na mesma relação que a doença avança”, afirmou Vinicius Assumpção Silva, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “O comitê de crise, que está funcionando desde o dia 16 de março é uma vitória da categoria, pois permite solucionar diversos casos específicos dos bancos”

Dicas para home office

Alguns recursos podem ajudar os trabalhadores a adaptar-se rapidamente a essa nova realidade:

  1. Ache um lugar confortável: Nem todos terão o espaço adequado para trabalhar de casa, mas em uma emergência é necessário improvisar. Uma mesa de altura adequada, uma cadeira em que se sinta confortável. Faça desse local seu escritório. E, se mora com a família, peça que respeitem esse local como seu escritório nos próximos dias.
  2. Faça acordos com familiares: Informe a eles seus horários de trabalho e suas pausas, explique a delicada situação que estamos vivendo e peça respeito ao seu escritório temporário. Se você faz pausas para um cafezinho na empresa, faça o mesmo em casa, mas volte logo à rotina de trabalho para não se distrair em conversas ou problemas familiares que possam tirar seu foco. Se você tem crianças em casa, melhor escolher um cômodo reservado para trabalhar – não se espante se elas não entenderem a situação.
  3. Teste seus recursos de tecnologia: Verifique se o laptop da empresa está devidamente configurado, sua conexão à internet e se recursos como VPN, chats, e-mails estão funcionando com excelência. Se tiver problemas contate logo o help desk de sua empresa.
  4. Mantenha sua rotina diária de trabalho: cumpra seus horários de sempre.
  5. Faça coisas de sua rotina anterior: Tanta notícia ruim, o caos lá fora, isso pode gerar em você um estado de tristeza e até desencadear quadros. O que é possível fazer da rotina que você tinha? Ouvir as músicas de que você gosta quando estava indo para o trabalho? Estudar inglês na hora do almoço? Olhar as redes sociais no fim da tarde? Não deixe que a rotina de trabalho emende com a rotina familiar. Continue fazendo o máximo de coisas possível que te deem prazer.
  6. Faça novas coisas: Se queria começar um curso on-line, agora talvez com a economia de tempo no trânsito você tenha finalmente espaço na agenda.
  7. Siga todas as instruções de saúde e segurança, pois seu desafio agora é um pouco mais complicado – manter você e os outros seguros e saudáveis e continuar fazendo com que a empresa funcione da melhor maneira possível, porque afinal, as empresas são as pessoas.

Na terça-feira (31/3), o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou aos noticiários após declarar, em entrevista à Folha de S.Paulo, que “a ciência médica é tão ou mais imprecisa que a ciência econômica”.

A frase foi dita em resposta à pergunta se a resistência do presidente da República, Jair Bolsonaro, às determinações do Ministério da Saúde e a fatos científicos no tratamento do coronavírus comprometeria a credibilidade do Brasil no cenário mundial.

Novaes vem se posicionamento contra o chamado lockdown (termo inglês para aplicação de um protocolo de emergência que impede que as pessoas saiam de suas áreas). No Brasil, alguns governadores e prefeitos estão tomando medidas de isolamento, entre cidades e estados, para conter a propagação da COVID-19.

O médico e professor Marcelo Urbano Ferreira, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, disse que ficou “estarrecido” com a declaração de Novaes.

“Ele faz um comentário genérico sobre ciências médicas, como se isso fosse algo homogêneo”, pontuou. “O que está em jogo, no caso da COVID-19, é com que velocidade surgirão novos casos, a ponto de, eventualmente, produzir um colapso no serviço de saúde, principalmente, na assistência médica mais complexa, que exige UTIs, ventiladores mecânicos e uma série de medicamentos e de infraestrutura que não são triviais, não são medidas rápidas de serem implementadas e não estão disponíveis em grande quantidade no país”, explicou.

Ferreira destacou que existem muitos trabalhos de modelagem matemática prevendo com que velocidade, em diferentes cenários de intervenção, a epidemia pelo coronavírus vai atingir um ponto em que os países não terão mais condições de cuidar dos seus doentes. Esse, aliás, é o atual drama na Itália e Espanha. Os dois países demoraram na imposição do lockdown. Na semana passada, em apenas um dia, a Itália registrou mais de 1.700 mortos e a Espanha 838.

“O que sabemos, até agora, é que, claramente, se não forem tomadas medidas bastante restritivas, daqui a menos de um mês, simplesmente não haverá condições de prestar uma assistência médica, minimamente aceitável, para nossos doentes aqui no Brasil”, alertou.

“Um grande colapso do sistema de saúde com prejuízos de vidas, além do custo inaceitável que tem do ponto de vista social e humanitário, tem um impacto econômico assustador no país”, arrematou o médico. Completando: “Quando a gente pensa na quantidade de profissionais da área de saúde que está sendo infectada e, eventualmente, um número não pequeno, em casos graves, começando a perder vidas, isso é uma perda de capital humano impressionante. Vamos lembrar que o Brasil é um país onde ainda temos dificuldades de acesso à educação e formação profissional”.

O economista Caio Momesso, formado pela Unicamp e mestre em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP, também considerou as declarações de Rubem Novaes desastrosas, especialmente uma vazada, na semana passada, de um grupo no WhatsApp, onde o presidente do BB afirmou que a vida não tem “valor infinito”.

“É muito preocupante ver algumas autoridades, num momento em que mais precisamos da liderança delas, colocar uma falsa dicotomia entre economia e coronavírus”, observou.

“Nos últimos dias, várias pessoas estão se mobilizando, inclusive na economia, de diferentes matrizes de pensamento, conseguindo convergir para fazer propostas aos governadores. Essa convergência só é possível se a gente tem um chão ético mínimo para dialogar, algo que já é presente no campo da ciência”, destacou.

“Não fazer nada [contra o aumento de casos no Brasil] não evitará que a economia entre em colapso. O vírus é um fator externo, com impactos econômicos no mundo inteiro”, destacou. “[A fala mais recente], do presidente do Banco do Brasil, segue o mesmo discurso da dicotomia usada por Bolsonaro na guerra contra governadores e prefeitos”, completa.

Momesso avalia que, mais adiante, por causa desse tensionamento político, o governo federal poderá culpa outras lideranças políticas pela crise econômica. Sobre como mitigar os efeitos da crise financeira causada pelo coronavírus, o economista ressalta que existem propostas sendo discutidas em várias frentes.

“Um avanço é a renda básica aprovada no Congresso. É importante pensar, principalmente, nas pessoas e empresas mais vulneráveis, que não têm recurso de caixa. Outras propostas são a suspensão de cobranças, aplicação de juros só de rolagem, para que as dívidas não aumentem. Nesse sentido, a atuação dos bancos públicos é fundamental. Também precisamos pensar em maneiras de garantir a segurança alimentar. Por exemplo, como lidar com a logística de distribuição de alimentos, aos mais vulneráveis, no momento em que boa parte precisa se manter isolada?”, pontuou.

O debate sobre a criação da renda básica partiu da proposta apresentada pelas Centrais Sindicais ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que propuseram uma renda mínima de meio salário mínimo por pessoa, e articularam com setores empresariais e partidos políticos. O governo queria que o auxílio fosse de apenas R$ 200. Somente por causa da pressão da Central Única dos Trabalhadores (CUT), das demais centrais sindicais e de parlamentares de esquerda, o valor foi aumentado para R$ 600,00, podendo chegar a R$ 1.200,00 por família.

Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), destacou o papel das centrais sindicais, que apresentaram uma proposta de renda básica para o presidente da Câmara dos Deputados e articularam com setores empresariais e partidos políticos. “É isso que muitos países estão fazendo, garantindo renda e mandando o povo ficar em casa para controlar o contágio, enquanto buscam soluções para o atendimento da rede de saúde, testam remédios, desenvolvem vacinas”, disse.

Texto: Lilian Milena, com edições da Contraf-CUT

A Medida Provisória (MP) 936, que possibilita a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução das jornadas e salários em função da crise decorrente da pandemia de coronavírus, pode ser votada ainda nesta sexta-feira (3) pelo Congresso Nacional. As centrais sindicais se reuniram remotamente nesta quinta-feira (2) e criticaram a MP 936. Os dirigentes também reprovaram as iniciativas adotadas até agora pelo Executivo federal, que privilegiaria o sistema financeiro.

“A resposta do governo, ante à pandemia e a redução da atividade econômica, é tímida, indigesta e extremamente insignificante frente ao montante de recursos disponibilizados para o setor financeiro”, afirmam as centrais em nota.

Inconstitucionalidade

Para as entidades, os acordos entre trabalhadores e empregadores não podem ser individuais. Os sindicalistas informaram que, ainda hoje, vão sistematizar propostas a serem levadas ao Congresso e apresentadas como emendas.

“Ressaltamos que a Constituição brasileira garante o acordo coletivo justamente porque no acordo individual o trabalhador sempre sai prejudicado”, afirmam ainda, orientando os empregados a procurar seus sindicatos.

Qualquer medida deve respeitar o artigo 7º da Constituição, que só permite redução salarial por meio de acordo coletivo, e a participação das entidades sindicais em todas as negociações. Além disso, os salários devem ser mantidos integralmente, “de forma a manter o poder de compra e fomentar uma retomada econômica”. As centrais propõem ainda 180 dias de estabilidade, prorrogação do seguro-desemprego e isenção de tarifas.

Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) também publicaram nota pública criticando a possibilidade de efetuar redução de salário e jornada e suspensão de contrato por meio de acordo individual.

A MP prevê que, durante o estado de calamidade pública em razão da pandemia da covid-19, o empregador poderá acordar com o empregado a redução proporcional da jornada de trabalho e salário, por até 90 dias, sendo preservado o valor do salário-hora de trabalho. Poderão ser feitas reduções de 25%, 50% ou 70%.

O empregado que tiver sua jornada e salário reduzidos terá direito ao Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, custeado com os recursos do seguro-desemprego. O valor a ser recebido pelo governo vai depender do salário do trabalhador e da porcentagem da redução. Por exemplo, se o salário bruto do trabalhador é R$ 1500 por mês, e houver redução de 50% no salário e jornada, o salário passa a ser de R$ 750 mensais. É sobre esta base de cálculo que o valor do benefício emergencial será calculado.

Outra possibilidade trazida pela medida provisória é a suspensão temporária do contrato de trabalho, que poderá durar até 60 dias – podendo ser fracionada em dois períodos de 30 dias. Nesta hipótese, a empresa deverá manter os benefícios que o empregado já recebe, e companhias que tiveram receita bruta anual de R$ 4,8 milhões ou mais no ano passado deverão pagar 30% do “salário”, que na verdade será um auxílio sem caráter salarial, sobre o qual não incidem contribuições. Neste caso, a União paga 70%. No caso de empresa com receita inferior, a União pagará 100%.

Tanto a redução salarial e de jornada quanto a suspensão do contrato poderão ser feitas mediante acordo individual formal para quem ganha até R$ 3.135,00 ou para quem ganha mais de R$ 12.102,00. Para os trabalhadores cujos salários estiverem entre esses valores, o acordo coletivo é obrigatório.

Para o advogado trabalhista Mauro Menezes, sócio do Mauro Menezes & Advogados, a MP afronta a Constituição. “A Constituição, no artigo 7º, não admite alteração que reduza salário ou jornada sem que haja uma negociação coletiva sindical, ou seja, o sindicato tem que participar. Toda experiência das relações de trabalho demonstra que não havendo possibilidade de intervenção da entidade sindical, a renúncia a direitos é algo que não deve ser feita individualmente. A Constituição não permite, nem mesmo nas situações de crise, que haja reduções de salários sem que isso seja produto de uma negociação coletiva”, opina.

Valorização dos sindicatos

Segundo o Dieese, os parlamentares devem reduzir ao máximo as perdas nos rendimentos dos trabalhadores formais, além de garantir estabilidade com a participação dos sindicatos.

Segundo o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, trabalhadores com salários acima do teto do seguro-desemprego, que é de R$ 1.813,03, sofrerão “perdas substanciais”. Os funcionários também poderão ter jornadas reduzidas entre 25%, 50% e 70%, que receberão parcela proporcional do seguro, também registrando perdas que podem chegar a até 30%. “De fato, vai haver redução. Para quem ganha menos, a redução é menor. Para quem ganha mais, a redução é maior. O Congresso precisa diminuir ao máximo essa diminuição da renda real dos trabalhadores. O ideal seria que o governo suportasse a folha de pagamento, para manter o máximo de renda real”, afirmou Fausto.

Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio

As agências bancárias do Município do Rio de Janeiro vão ter que voltar a atender presencialmente pessoas acima de 60 anos. A ação liminar acatada pelo juiz João Luiz Lima, da 14ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio, destacou que embora seja o grupo com maior risco de óbito em caso de contaminação pela covid-19, "são também os idosos que mais necessitam de atendimento presencial em bancos, por não estarem habituados aos modelos virtuais e que alguns sequer têm computadores em casa e recebem seus salários, fundamentais no período de isolamento, direto na boca do caixa".

O pedido foi feito pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção ao Idoso da Capital do Ministério Público e pelo Núcleo Especial de Atendimento à Pessoa Idosa (NEAPI), da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

Os autores da ação ressaltam que as instituições estão cientes de que o vírus é especialmente perigoso aos idosos e reconhecem que medidas de isolamento são imprescindíveis e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas destacam que não se pode ignorar que “as pessoas idosas são as mais dependentes do atendimento presencial bancário por, em sua grande maioria, não acompanharem as inovações tecnológicas que permitam o acesso virtual ao serviço bancário”.

Posição do Sindicato

O Sindicato dos Bancários do Rio defende o atendimento exclusivo em casos de extrema necessidade, como aos idosos, desde que seja feito através de agendamentos para evitar as aglomerações e o fechamento das agências bancárias nos demais casos, garantindo o funcionamento de caixas eletrônicos e meios digitais.

“As aglomerações estão ocorrendo e os bancos ainda não tomaram medidas suficientes para garantir a proteção dos bancários, clientes e usuários, especialmente os idosos, que estão entre os grupos de maior vulnerabilidade”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso.

O Sindicato defende ainda a garantia dos empregos e o fim da cobrança de metas durante o período em que for necessário o isolamento social para combater o crescimento do número de infectados pelo Covid-19.

Após cobrança do movimento sindical, o Mercantil autorizou, por meio de disponibilização de verba financeira específica, que as agências e unidades de atendimento comprem máscaras no comércio local para seus funcionários e funcionárias. Os equipamentos de proteção contra o coronavírus serão disponibilizados de forma gratuita a todos os trabalhadores do banco que atendem diretamente ao público.

O anúncio da nova medida veio após o movimento sindical reforçar a cobrança em defesa da saúde de bancários e clientes. A reivindicação também foi amparada em novo protocolo do Ministério da Saúde que recomenda o uso de máscaras não apenas por profissionais da saúde, mas também para quem precisa de reforço de barreira por conta da atividade profissional.

O Mercantil também anunciou que possui um pequeno estoque emergencial de máscaras e que, na medida do possível, enviará os equipamentos àquelas unidades que apresentarem dificuldade de comprar os equipamentos localmente.

Os sindicatos já vinham solicitando, há algum tempo, que o banco disponibilizasse as máscaras para os funcionários das agências, que trabalham diretamente no atendimento de um grande volume de clientes. As unidades do Mercantil têm grande fluxo de aposentados e beneficiários do INSS, principalmente nos cinco primeiros e cinco últimos dias úteis de cada mês.

Vale lembrar que o movimento também conquistou o contingenciamento de clientes para evitar aglomerações nas unidades. No Mercantil, cada agência só pode atender dez clientes simultaneamente, o que reduz o risco de contágio do coronavírus.

Para Marco Aurélio Alves, diretor do Sindicato e coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil, os trabalhadores devem permanecer em luta e se precavendo da pandemia. “O movimento sindical permanece junto aos trabalhadores, nesse delicado momento, e continuaremos cobrando do Mercantil e dos demais bancos e instituições financeiras a adoção de medidas que visem a garantia de saúde dos funcionários que atuam na linha de frente nas agências e postos de serviço”, afirmou.

O funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato, Vanderci Antônio da Silva, ressaltou que é importante os funcionários denunciarem aos sindicatos qualquer descumprimento das medidas conquistadas. “As garantias e prevenções contra o coronavírus, como a disponibilização gratuita de máscaras e o atendimento contingencial, devem ser seguidas à risca pelo banco. Qualquer tentativa contrária nesse sentido deve ser informada aos sindicatos para que possamos confrontar e exigir reparações imediatas”, explicou.

 Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio

O governo Bolsonaro agiu rápido para liberar para os bancos, o setor que mais ganha dinheiro no Brasil, uma generosa ajuda de R$1,2 trilhão, através do Banco Central para “fazer caixa” e “dar mais liquidez às instituições fjnanceiras. Já em relação à ajuda emergencial para trabalhadores em situação mais vulnerável e os micro empreendedores individuais, o Ministro da Economia Paulo Guedes queria limitar o auxílio em R$200 por mês. Deputados e senadores agiram com rapidez e rejeitaram a proposta, aprovando um auxílio emergencial que varia de R$600 a R$1.200 por família. Se no caso da benesse aos banqueiros o governo agiu rápido, no caso do socorro a quem mais precisa o dinheiro demora a sair e Guedes culpa a burocracia do Estado, que no caso do sistema financeiro não atrapalhou o auxílio trilionário.                          

Perda para o trabalhador

Ao mesmo tempo em que concede uma dinheirama para os banqueiros, sem exigir nenhum compromisso social, o governo baixou a Medida Provisória 936, que durante o estado de calamidade pública em razão da pandemia da covid-19 permite que o empregador poderá "acordar com o empregado" a redução proporcional da jornada de trabalho e salário, por até 90 dias, sendo preservado o valor do salário-hora de trabalho. Poderão ser feitas reduções de 25%, 50% ou 70% dos salários.

Na contramão do mundo

Bolsonaro e Guedes insistem em levar o país numa direção que vai na contramão do mundo. Em vez de socorrer trabalhadores e a população mais pobres com pesados investimentos, o governo brasileiro prefere jogar o ônus da crise econômica global causada pelo coronavírus sobre os ombros do povo e garantir o setor mais rico do país que não necessita de nenhum centavo para resistir a mais dura depressão econômica. Afinal, os bancos bateram recorde de lucros pelo menos nas últimas quatro décadas, mesmo com a recessão que quebrou indústrias e fechou milhares de lojas comerciais.

Além de perversas, as medidas do Palácio do Planalto são um tiro no pé para a economia brasileira, que já em 2019, antes da pandemia, já havia ido para o buraco, com o menor crescimento dos últimos três anos.

“O governo ainda não admite a tese predominante nos países desenvolvidos que a mais importante ação para salvar a economia, especialmente em tempos de depressão é o consumo das famílias, fundamento básico aceito por qualquer estudante médio de economia, mesmo os que compactuam com as escolas mais liberais. Só o ministro Paulo Guedes e a burguesia nacional não percebem isso ou fazem vista grossa para esta realidade”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção.

 Fonte: Contraf-CUT

O Senado aprovou na segunda-feira, 30 de março, a criação de uma renda básica emergencial para proteger trabalhadoras e trabalhadores informais dos impactos econômicos resultante das medidas necessárias para conter a disseminação da pandemia do coronavírus. A proposta já foi assinada por Bolsonaro. O governo federal queria pagar R$200, mas os deputados rejeitaram o valor rebaixado. Oposição defendia R$1.050, mas um acordo com as demais bancadas fechou a ajuda no valor de R$ 600 a R$ 1.200 por família.

Têm direito ao auxílio emergencial: microempreendedores individuais, contribuintes individuais e trabalhadores informais inscritos no Cadastro Único até 20 de março. Os demais terão que fazer autodeclaração em uma plataforma digital.

Quem tem direito?

  • Todos que trabalham sem carteira assinada, inclusive os trabalhadores domésticos; empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ – os chamados de microempreendedores individuais; e trabalhador familiar auxilia; e, desempregados com mais de 18 anos que se enquadrem nos critérios do CadÚnico (Cadastro Único), que é o registro de pessoas de baixa renda que recebem benefícios sociais, como o Bolsa Família;
  • Funcionários públicos não terão direito ao auxílio, mesmo que em contrato temporário;Também não receberão o auxílio pessoas que recebem algum outro benefício, como Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego, aposentadoria ou pensão;
  • Quem recebe Bolsa Família poderá escolher entre continuar com o valor pago pelo programa ou optar pelo auxílio de R$ 600 (não será permitido acumular os dois).

MEI pode receber o benefício?

  • Os Microeempreendedores Individuais (MEIs) têm direito ao auxílio emergencial, desde que cumpram os requisitos do auxílio;
  • Tem MEIs que estão no CadÚnico;
  • O MEI que não estiver no CadÚnico poderá fazer a inscrição por meio do site que será criado pelo governo.

Quem não poderá receber o auxílio?

  • Famílias com renda mensal total superior a três salários mínimos (R$ 3.135) família com renda per capita (por membro da família) maior que meio salário mínimo (R$ 522,50) quem teve rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018;
  • A renda média da família será verificada por meio do CadÚnico para os inscritos no sistema;
  • Os não inscritos no CadÚnico terão de fazer uma autodeclaração por meio de uma plataforma digital;
  • De acordo com a nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese), há informações de que o governo planeja disponibilizar um aplicativo que permita o cadastramento, a fim de evitar aglomerações.

Quanto será pago?

  • Cada trabalhador ou trabalhadora informal que tiver direito, de acordo com as regras estabelecidas, deve receber R$ 600 por mês;
  • Cada família pode acumular no máximo dois benefícios (R$ 1.200,00);
  • Se a mulher trabalhadora sustentar o lar sozinha terá direito a R$ 1.200,00.

Por quanto tempo o benefício será pago?

O auxílio será pago durante três meses ou enquanto durarem as medidas de isolamento social contra a disseminação da COVID-19. Prevendo isso, os deputados colocaram no projeto um item que prevê a possibilidade de o governo prorrogar o benefício por mais três meses.

Como será feito o pagamento?

De acordo com o Dieese, a operacionalização e o pagamento do benefício será de responsabilidade de instituições financeiras públicas, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que deverão abrir automaticamente contas em favor dos beneficiários, com isenção de tarifas de manutenção e direito a uma transferência bancária grátis por mês.

O que é o Cadastro Único?

  • O Cadastro Único é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza;
  • Essas informações são utilizadas pelo Governo Federal, estados e municípios para implementação de políticas públicas, como o Bolsa família, a Tarifa Social de Energia Elétrica e o BPC.

Quem deve estar inscrito no Cadastro Único?

  • Devem estar cadastradas as famílias de baixa renda:
  • Que ganham até meio salário mínimo por pessoa (R$ 522,50 em 2020); ou
  • Que ganham até três salários mínimos de renda mensal total (R$ 3.135,00).
  • O texto aprovado no Senado estabelece o CadÚnico como exigência para solicitar o auxílio, mas a ideia é que ele seja usado para facilitar a liberação benefício.

Quando o auxílio começa a ser pago?

Ainda não tem data marcada. O texto aprovado pelo Congresso precisa ser sancionado pelo presidente e o governo federal ainda terá de regulamentar como o benefício será concedido;

Quando o governo anunciou que o benefício seria de R$ 200, o Ministério da Economia havia divulgado que quem está no Cadastro Único e cumpre os critérios já estaria inscrito para receber e não precisaria fazer nada.

 

Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio

Com o objetivo de dar um fôlego financeiro aos empregados, em virtude da pandemia de coronavírus (Covid19), os bancos estão anunciando a antecipação do 13º salário, a pedido dos sindicatos. Agora foi a vez do Bradesco, que anunciou na quinta-feira (2) que o dinheiro da primeira parcela do 13º estará na conta dos bancários no dia 29 de abril. A verba estava prevista para ser paga no dia 28 de maio. A segunda parcela será paga somente no final do ano.
“É muito importante a antecipação deste dinheiro. Vivemos um momento atípico com a pandemia que pode gerar gastos extras. Esperamos que o Bradesco atenda também outras revindicações da categoria, como a garantia dos empregos, suspendendo as demissões e também a cobrança de metas, afirma o diretor do Sindicato do Rio, Sérgio Menezes.

 



O acordo coletivo é fundamental para superar a crise
As centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB), reunidas hoje em São Paulo, por meio de videoconferência, consideraram insuficientes as medidas do governo na MP 936. A resposta do governo, ante à pandemia e a redução da atividade econômica, é tímida, indigesta e extremamente insignificante frente ao montante de recursos disponibilizados para o setor financeiro.
Para atender aos interesses dos trabalhadores e também dos empregadores a MP 936 deve contemplar:
1) Respeito à Constituição (Art. 7º - que impede a redução salarial, salvo acordo coletivo) e inclusão dos sindicatos em todas negociações que ocorreram durante a vigência do estado de calamidade pública estabelecida devido ao Covid-19, sobretudo, levando em consideração a importância e a experiência das entidades sindicais. Não aceitamos a intenção de se estabelecer contratos individuais. Os sindicatos devem estar cientes e ter participação efetiva em todas as negociações;
2) A manutenção de 100 % dos valores dos salários, de forma a manter o poder de compra e fomentar uma retomada econômica;
3) A estabilidade de 180 dias para todos os trabalhadores, como forma de garantir emprego e renda;
4) Prorrogação do seguro desemprego e isenção de tarifas para os trabalhadores mais afetados pela crise.
As entidades sindicais irão ainda nesta quinta-feira (2) sistematizar propostas que serão levadas aos parlamentares e apresentadas como Emendas no Congresso Nacional.
Ressaltamos que a Constituição Brasileira garante o acordo coletivo justamente porque no acordo individual o trabalhador sempre sai prejudicado.
Desde já, orientamos a todos trabalhadores a não aceitarem acordos individuais e a procurarem seus sindicatos.

CUT – Central Única dos Trabalhadores
FS – Força Sindical
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores
UGT – União Geral dos Trabalhadores
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

São Paulo, 2 de abril de 2020.