Quinta, 02 Abril 2020 20:07

Bolsonaro deu R$1,2 trilhão aos bancos mas reduz salários dos trabalhadores

MP do governo permite que empresas cortem até 70% dos salários dos empregados
A política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes é generosa com os banqueiros e grandes empresários e cruel com os trabalhadores brasileiros e a população mais pobre A política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes é generosa com os banqueiros e grandes empresários e cruel com os trabalhadores brasileiros e a população mais pobre Evaristo Sá/AFP

Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio

O governo Bolsonaro agiu rápido para liberar para os bancos, o setor que mais ganha dinheiro no Brasil, uma generosa ajuda de R$1,2 trilhão, através do Banco Central para “fazer caixa” e “dar mais liquidez às instituições fjnanceiras. Já em relação à ajuda emergencial para trabalhadores em situação mais vulnerável e os micro empreendedores individuais, o Ministro da Economia Paulo Guedes queria limitar o auxílio em R$200 por mês. Deputados e senadores agiram com rapidez e rejeitaram a proposta, aprovando um auxílio emergencial que varia de R$600 a R$1.200 por família. Se no caso da benesse aos banqueiros o governo agiu rápido, no caso do socorro a quem mais precisa o dinheiro demora a sair e Guedes culpa a burocracia do Estado, que no caso do sistema financeiro não atrapalhou o auxílio trilionário.                          

Perda para o trabalhador

Ao mesmo tempo em que concede uma dinheirama para os banqueiros, sem exigir nenhum compromisso social, o governo baixou a Medida Provisória 936, que durante o estado de calamidade pública em razão da pandemia da covid-19 permite que o empregador poderá "acordar com o empregado" a redução proporcional da jornada de trabalho e salário, por até 90 dias, sendo preservado o valor do salário-hora de trabalho. Poderão ser feitas reduções de 25%, 50% ou 70% dos salários.

Na contramão do mundo

Bolsonaro e Guedes insistem em levar o país numa direção que vai na contramão do mundo. Em vez de socorrer trabalhadores e a população mais pobres com pesados investimentos, o governo brasileiro prefere jogar o ônus da crise econômica global causada pelo coronavírus sobre os ombros do povo e garantir o setor mais rico do país que não necessita de nenhum centavo para resistir a mais dura depressão econômica. Afinal, os bancos bateram recorde de lucros pelo menos nas últimas quatro décadas, mesmo com a recessão que quebrou indústrias e fechou milhares de lojas comerciais.

Além de perversas, as medidas do Palácio do Planalto são um tiro no pé para a economia brasileira, que já em 2019, antes da pandemia, já havia ido para o buraco, com o menor crescimento dos últimos três anos.

“O governo ainda não admite a tese predominante nos países desenvolvidos que a mais importante ação para salvar a economia, especialmente em tempos de depressão é o consumo das famílias, fundamento básico aceito por qualquer estudante médio de economia, mesmo os que compactuam com as escolas mais liberais. Só o ministro Paulo Guedes e a burguesia nacional não percebem isso ou fazem vista grossa para esta realidade”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção.

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