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Os empregados da Caixa realizam nesta quarta-feira (5) mobilização em todo o país para denunciar o ataque aos direitos dos trabalhadores e o desmonte do banco. A orientação da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) é para que seja realizado o retardamento da abertura de agências. Uma carta direcionada aos empregados será distribuída nas unidades pelos sindicatos e federações para chamar atenção sobre os pontos negativos da reestruturação, anunciada no dia 22 de fevereiro, e os ataques ao papel social do banco.

Denominada esquenta do dia 13 – quando ocorrerá um Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação – a mobilização deve ser intensificada também nas redes sociais com twitaço a partir das 11h do dia 5 de fevereiro, usando as hashtags #SomosMuitasCaixas, #ACaixaéTodaSua e #EsquentaparaoDia13.

“É importante que o maior número de empregados participe dessas mobilizações para debater o processo e encontrar formas de barrar essas mudanças que certamente estão impactando negativamente os trabalhadores, que serão afetados por mais uma reestruturação do banco”, convocou Dionísio Reis, coordenador da CEE/ Caixa.

O Bradesco informou nesta quarta-feira (5) que teve lucro R$ 25,887 bilhões em 2019, um aumento de 20% em relação aos R$ 21,564 bilhões apurados no exercício de 2018. Só no quatro trimestre do ano o valor chegou a R$ 6,645 bilhões, uma alta de 14% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) está preparando os destaques do balanço. Em breve publicaremos a matéria completa.

No primeiro ato das centrais sindicais em 2020, em defesa do emprego e da indústria, dirigentes atacaram o governo e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pelo apoio explícito a Jair Bolsonaro, que participaria de almoço na entidade nesta segunda-feira (3). “Tenho muito respeito por muitos diretores da Fiesp. Mas faz tempo que a Fiesp não é um sindicato patronal, é um aparelho político”, criticou o presidente da CUT, Sérgio Nobre, quase ao final do ato convocado para a Avenida Paulista. As centrais divulgaram um documento com propostas para a produção industrial (confira ao final do texto) e apontando para a atual “desimportância” do setor.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, participou do ato e afirmou que a categoria bancária é contrária a política econômica destrutiva de Bolsonaro, que afeta a indústria. “Temos que protestar. Não é um problema só dos metalúrgicos, dos químicos ou dos bancários. É de toda a sociedade. Só chamando atenção a população, cobrando mudança é que vamos fazer o Brasil retomar o crescimento, com geração de empregos de qualidade”, disse.

Também participaram da atividade CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT, além da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Iniciada por volta de 9h30 e encerrado pouco antes do meio-dia, a manifestação começou com uma concentração sob o vão livre do Masp, com chuva forte. O trânsito só foi interrompido às 11h, quando sindicalistas e estudantes fizeram rápida caminhada até as proximidades da Fiesp. A Polícia Militar não permitiu a aproximação, e os manifestantes ficaram a 150 metros da entidade, do outro lado da Avenida Paulista, na esquina com a rua Itapeva, com três quarteirões bloqueados.

A agenda presidencial informava que Bolsonaro chegaria às 12h45, depois de atividades no Colégio Militar, para um almoço  com centenas de empresários. O coordenador do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Hélio Rodrigues, lembrou que o presidente da Fiesp, vindo da área têxtil – presidiu a associação brasileira do setor, a Abit, antes de se eleger, em 2004 – é um “sem-indústria”. “O Paulo Skaf não sabe o que é indústria, porque ele não tem indústria, ele não representa as indústrias.”

Destruição nacional

Sindicalistas fizeram menção ao fato de que o apoio explícito a Bolsonaro, cuja política não tem favorecido a atividade industrial, já causa reações contrárias na própria entidade comandada por Skaf. Para o secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, parte dos empresários comete “suicídio” ao apoiar uma “política de destruição nacional”.

Segundo Sérgio Nobre, o ato de hoje representou “repúdio à presença de Bolsonaro neste estado, que é o que mais sofre com o desemprego”. “Não há governo mais anti-trabalhador, mais entreguista do que ele. Se o Brasil tivesse um presidente à altura classe trabalhadora, a Ford não teria fechado”, acrescentou, lembrando do fim das atividades da montadora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no ano passado. “Bolsonaro e Paulo Guedes (ministro da Economia) são os exterminadores do presente e do futuro.”

O presidente da Força, Miguel Torres, também criticou Skaf, que em artigo recente afirmou que o governo colocou o país no rumo certo. “Treze milhões de desempregados, subempregados, perda de direitos, terceirização, isso não é o caminho certo. A prometida retomada da economia fica cada vez mais para trás”, afirmou.

Tsunami

Penúltimo a discursar, o presidente da UNE, Iago Montalvão, centrou as críticas ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, por sua “incompetência no gerenciamento” da pasta. “Vamos começar a derrota do Bolsonaro derrubando esse ministro”, disse Iago, destacando os vários problemas no recente Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Sem educação e ciência, não há desenvolvimento, não há indústria forte e não há emprego. O que estão fazendo com a educação neste país não tem precedentes na história.” Segundo ele, março terá atividades em defesa do setor, como no ano passado – uma manifestação já está marcada para o dia 18. “O tsunami vai voltar”, avisou.

Antes disso, no próximo dia 14, centrais e sindicatos farão protestos em agências da Previdência Social. Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, o INSS não precisa de “militarização”, mas de concurso público e reestruturação,  “para que o servidor não seja submetido a condições desumanas”. Ele também discursou pela unidade do setor progressista: “Que a esquerda possa fazer a lição de casa”.

O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, disse que o governo levou o “caos” ao INSS e ao ensino. “Precisamos defender investimento público, que é o que de fato gera emprego no nosso país”, afirmou. Dirigente da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, lembrou da greve dos petroleiros, “defendendo a soberania nacional”.

Leia o documento das centrais

Ações para uma indústria capaz de alicerçar o desenvolvimento brasileiro

É cada vez mais difícil esconder a magnitude da crise da indústria brasileira, como ela se apresenta nos últimos anos. Os indicadores dessa situação, que já ultrapassou o estágio alarmante, estão em todas as partes. E nem mesmo aqueles cujo dever de ofício é lançar sinais positivos para os atores econômicos conseguem cumprir esse objetivo com um mínimo de efetividade, quando se dispõem a isso.

Incorporado na gigantesca máquina do Ministério da Economia, a Indústria deixou de ter voz autônoma e submergiu entre temas que se tornaram prioridades excludentes de quaisquer outras. Os sinais de que a economia pouco crescerá acumulam-se e as entidades que respondem por previsões macroeconômicas ajustam os números, semana após semana. E os números da indústria contribuem decisivamente para essa revisão.

Os sinais de alarme vêm de todos os lugares, mas ficam muito evidentes em episódios de grande alcance. A indústria extrativa, que parecia relativamente imune à crise tanto na mineração quanto na extração de petróleo, sofre agora o impacto dos acidentes de Mariana e Brumadinho, por um lado, como das novas políticas para a exploração, produção, refino e comercialização de óleo e gás.

Na cadeia petroquímica, a venda da Braskem anuncia-se como mais um episódio de empobrecimento do sistema empresarial brasileiro e a conversão de uma grande empresa em uma filial de grupo controlado remotamente. Esse empobrecimento está patente na venda da Embraer, um projeto de desenvolvimento tecnológico que o Brasil iniciou nos anos 1930, convertido em indústria nos anos 1970 e com grande vigor empresarial após sua privatização nos anos 1990.

O anúncio pela Ford do fechamento de sua fábrica em São Bernardo do Campo é um episódio que acrescenta cores dramáticas ao processo de enfraquecimento da indústria brasileira. Como sabemos, cada um desses episódios propaga-se por suas respectivas cadeias de fornecimento e produção, com efeitos negativos multiplicados e amplificados.

O enfraquecimento da indústria brasileira ganhou intensidade e velocidade nos últimos 4 anos, e deve agravar-se pela desimportância que recebe dos atuais formuladores e implementadores de política econômica. Mesmo contando com a iniciativa dos governos refletida em políticas setoriais sucessivas (a exemplo da PITCE, PDP, PBM e BMP – planos bons, mas restritos), a indústria não foi capaz de reverter a sua perda de participação no produto interno brasileiro e a sua queda de relevância entre as maiores economias industriais do planeta.

Diferentemente das correntes de pensamento econômico clássico e conservador, que veem nisso um fenômeno “natural” e compensado por nossas vantagens competitivas nos setores baseados na exploração de recursos naturais (casos da mineração e agropecuária), entendemos que nenhum projeto de desenvolvimento poderá ser inclusivo e difusor de bem estar para a população brasileira se não estiver lastreado na presença vigorosa de um setor industrial que seja grande, dinâmico e transformador.

E nessa perspectiva, é possível afirmar que a indústria brasileira deva ser capaz de cumprir três funções sistêmicas e cruciais para um projeto estratégico de desenvolvimento nacional e regional.

A primeira função da indústria é gerar progresso tecnológico para todos os demais setores da economia. A agricultura desenvolve-se com máquinas, equipamentos, insumos, sementes, sistemas logísticos e outros elementos que se originam na indústria e na sua capacidade de concretizar soluções mais avançadas em cada novo ciclo de produção.

O que vale para a agricultura vale com igual razão para a pecuária (com o desenvolvimento de novas vacinas, por exemplo), para a extrativa vegetal (com equipamentos florestais), para a extrativa mineral (a exemplo das inovações introduzidas pela Vale no Complexo Eliezer Batista, em Canaã dos Carajás), para a extração de petróleo (com base na indústria naval), para a construção civil, para a saúde, para a mobilidade urbana, para soluções ambientais, como filtros para hidrocarbonetos, despoluição das águas e reciclagem e engenharia reversa; para todas as atividades econômicas em que a indústria entrega máquinas, equipamentos e insumos mais produtivos como base para o funcionamento melhorado de toda a economia nacional, com produtividade e renda crescentes.

A segunda função da indústria é propiciar as condições para uma inserção cada vez mais soberana do Brasil no cenário internacional. A especialização a que o Brasil vem sendo forçado não é de vantagens naturais, mas ancorada em produtos e processos produtivos cuja estrutura de competição internacional acirrada deprime os preços e amplia os riscos derivados da oscilação de mercados.

O agronegócio brasileiro também se nutre de mistificações, para além dos subsídios. A sua contribuição direta ao PIB é de apenas 6% e suas exportações não estão entre as maiores do mundo. A sua expansão recente esteve baseada em subsídios fiscais e creditícios, somados a sucessivas renegociações de dívidas.

O grande agronegócio concentra-se em poucas lavouras, mas é incapaz de satisfazer as necessidades básicas da mesa dos brasileiros: importamos arroz e trigo, dois dos grãos alimentares mais importantes do mundo, e somos grandes produtores apenas de milho (8% da produção mundial) e de soja, destinada sobretudo à alimentação animal.

Uma inserção mais altiva do Brasil no mundo exige uma pauta de exportações mais diversificada, menos dependente de commodities básicas e não vinculadas à inaceitável degradação do ambiente e à recorrente violência que demarca a vida
da população no meio rural e nas florestas. Um setor industrial pujante, dinâmico e transformador é um elemento indispensável para essa inserção mais soberana.

A terceira função primordial de um sistema industrial dinâmico é oferecer oportunidades de ocupação e emprego a um número cada vez maior de brasileiros, de todas as regiões, associadas à realização pessoal e ligando de forma indissociável as perspectivas de desenvolvimento nacional e profissional como projeto de país.

Como resultado, a indústria brasileira será cada vez mais inteligente e seus trabalhadores, nas empresas industriais existentes e naquelas que deverão surgir ao longo do tempo, criarão oportunidades para processos de alto desempenho, para a fabricação de produtos inovadores, que satisfaçam as demandas dos brasileiros e propiciem uma integração internacional consistente com a nação soberana que queremos e devemos construir.

A construção de um novo tecido industrial que cumpra estas três funções só poderá ser feita ao longo do tempo, por meio de ações estruturadas que envolvam diferentes organismos de governo em sintonia com entidades sindicais e empresariais também orientadas ao desenvolvimento do país e de suas diferentes regiões.

Essa é uma obra de longo prazo, mas existe desde já um conjunto de ações que podem ser colocadas em marcha com os instrumentos e recursos existentes, por meio de iniciativas de desenvolvimento local formuladas e implementadas no âmbito dos poderes executivos e legislativos nos Estados, municípios, ou das micro e mesorregiões que estruturam o território brasileiro.

O Brasil deve constituir o seu Plano Indústria, somando as forças do Estado brasileiro com o setor privado e os trabalhadores em uma grande agenda que reposicione o País na economia global.

Rede Brasil Atual

Empresários sem escrúpulos estão aproveitando o fim da obrigatoriedade da  homologação da rescisão do contrato de trabalho nos sindicatos das categorias para dar golpes nos trabalhadores e nas trabalhadoras. Alguns estão fazendo os trabalhadores assinarem a rescisão sem receber as verbas trabalhistas.

O golpe é simples. Dias depois de demitido, o trabalhador é chamado para ‘assinar a rescisão’. Quando chega no departamento pessoal é informado que tem de assinar para sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e dar entrada no seguro-desemprego e que a empresa irá depositar as verbas rescisórias nos próximos dias, mas não depositam, denunciou o advogado Sérgio Batalha ao jornal O Dia, do Rio de Janeiro.

Segundo ele, “quando o empregado entra com o processo na Justiça do Trabalho [para receber], ela [a empresa] alega que pagou as verbas rescisórias ‘em espécie’, ou seja, em dinheiro”.

Este golpe é possível porque a reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer, aprovada pelo Congresso Nacional, acabou com a exigência que consta em artigo 477 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que estabelecia que o pedido de demissão ou o recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho firmado pelo trabalhador com mais de um ano de carteira assinada só seria válido quando feito com a assistência do sindicato da categoria. O papel do sindicato, garantido na CLT, era checar se os valores estavam corretos, se a empresa tinha alguma pendência com o trabalhador ou trabalhadora, pedir documentos comprovando os depósitos na conta individual do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o pagamento das verbas rescisórias.

Desde que a Lei nº 13.467/17 entrou em vigor, em novembro de 2017, a CUT vem orientando as trabalhadoras e os trabalhadores que se sentirem prejudicados ou tiverem dúvidas em relação as contas e ao fim do contrato de trabalho a procurarem seus sindicatos para buscar auxílio jurídico especializado.

A lei de Temer não é motivo para o trabalhador não procurar o sindicato quando se sentir prejudicado ou tiver dúvidas, afirma o secretário de Relações do Trabalho da CUT, Ari Aloraldo do Nascimento. “O sindicato existe para defender seus direitos. Recorra ao seu sindicato para tirar dúvidas, pedir ajuda ou lhe orientar sobre como fazer nessas horas. Uma coisa é certa: não assine a homologação sem receber. Jamais faça isso”, alerta.

Na entrevista ao O Dia, o advogado Sérgio Batalha foi na mesma linha de raciocínio e alertou: “O trabalhador não deve assinar o Termo de Rescisão do contrato de trabalho sem ter recebido as verbas nele discriminadas, pois o termo tem a natureza jurídica de um recibo de quitação. Ou seja, se o valor líquido das verbas rescisórias discriminadas for de R$ 5 mil, por exemplo, quando o trabalhador assina o termo dá um recibo de R$ 5 mil ao empregador”.

E para não cair no golpe de assinar e não receber a rescisão para acelerar o recebimento do FGTS e da entrada no seguro-desemprego, a solução é fazer uma ressalva no próprio termo de rescisão, esclarecendo que não recebeu as verbas nele discriminadas, orienta o advogado.

Na avaliação do secretário de Relações do Trabalho da CUT, Ari Aloraldo do Nascimento, a nova lei trabalhista tirou direitos dos trabalhadores, beneficiou empresários e ainda abriu essa estrada para patrões sem escrúpulo deixarem até de pagar as verbas rescisórias tirando o papel legal dos sindicatos de acompanhar as homologações.

“É por isso que tanto Temer quanto o atual governo de Jair Bolsonaro atuam para enfraquecer os sindicatos que trabalham para impedir golpes como esse e garantir este e todos os outros direitos da classe trabalhadora”.

O trabalhador não pode se deixar enganar e tem de saber que pode contar com o seu sindicato para ajudá-lo nessa e em todas as lutas que precisar enfrentar, independentemente das medidas tomadas por esses governos pró-empresariado, reforça Ari.

O prazo limite que a empresa tem para pagar as indenizações previstas em contrato é de até dez dias. O mesmo período máximo vale para o envio dos documentos que comprovam o fim do vínculo com a empresa aos órgãos competentes. Os documentos são Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS (GRRF) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Banco do Brasil anunciou, nesta segunda-feira (3), uma série de medidas que vai alterar a forma de remuneração na instituição. O banco alega que potencializará os ganhos dos funcionários, com foco no reconhecimento a partir de seus desempenhos.

“Se fosse verdade que todos os funcionários sairiam ganhando, seria a primeira vez na história que uma empresa que quer reduzir custos com o pessoal buscaria promover tal redução aumentando a remuneração de seus funcionários”, ironizou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Basta analisar as medidas da atual gestão para vermos que essa não é a verdade. O que a medida quer promover, na verdade, é a redução dos salários dos funcionários. Pelas falas do presidente do Banco do Brasil, a impressão que se tem é que os únicos que terão aumentos serão os altos executivos do banco, que são cargos de confiança nomeados pelo governo e foram indicados pelo mercado financeiro”, afirmou o representante dos bancários do Banco do Brasil.

O presidente do BB, Rubem Novaes, disse no final de janeiro, durante evento promovido pelo banco Credit Suisse, em São Paulo, que os bancos públicos têm dificuldade de reter talentos.

Desde a semana passada, a mídia vem anunciando que o Banco do Brasil tinha a intenção de aumentar a remuneração de executivos de Brasília, que já têm altos salários, ocupam cargos de confiança, foram indicados pelo marcado e nomeados pelo governo, para impedir a debandada de profissionais. “Mas, qual debandada? Os que saíram foram exatamente os altos executivos, como vice-presidentes e diretores. Então a ideia é valorizar estes poucos em detrimento a todo o resto dos funcionários? Eles querem valorizar os funcionários diminuindo seus salários?”, observou Fukunaga.

“Mais uma vez, o banco anunciou as mudanças ao mercado e em comunicado direto aos funcionários, desconsiderando o acordo de que as mudanças devem ser debatidas primeiro com a representação dos trabalhadores. Esta prática do banco gera apreensão entre os funcionários, que recebem os comunicados e ficam sem o respaldo da representação dos trabalhadores para explicar as mudanças. Ao invés de ajudar, o banco prejudica a gestão de pessoal”, disse a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na mesa de negociações com o BB, Fernanda Lopes.

Para Fukunaga, as medidas criam um plano de cargos e salários paralelo, que reduz salários de funcionários de carreira, para se criar novos cargos executivos como os especialistas. “Será que precisamos mais dos poucos que ganham muito? Preferem cortar salários dos que trabalham muito e ganham pouco? O banco diz que quer olhar o mercado, mas parece ver apenas os altos executivos dos bancos privados, que ganham milhões?

No texto de anúncio, o diretor de Gestão da Cultura e de Pessoas do BB, Avelar Matias, diz que o “Programa Performa: Desempenho e Reconhecimento é resultado de um longo estudo e que utilizou pesquisas de mercado no segmento bancário para rever os atuais modelos de remuneração, premiação e avaliação utilizados no BB, considerando para isso a necessidade de incentivar o melhor desempenho e a busca de resultados”.

“Isso é uma falácia. Querem transformar o que é público em privado. Mas, em nenhum momento dizem que o desempenho do Banco do Brasil é melhor do que os dos bancos privados”, criticou o representante dos trabalhadores.

Programa de Desempenho Gratificado

Todos os funcionários do Banco do Brasil podem ser atingidos pelas medidas do Programa de Desempenho Gratificado (PDG) já a partir do segundo semestre de 2020.

O banco diz que o valor de investimento no PDG vai aumentar 120% e que o percentual de premiados em cada grupamento passa dos atuais 30% da rede de negócios para 40% do total de funcionários. “O que não põem às claras é que o Valor de Referência (VR) da gratificação de todas as funções será reduzido. Todos funcionários com gratificação de função terão suas remunerações reduzidas e precisarão futuramente disputar cargos com gratificações menores. Os que não conseguirem função ficarão sem nada e os que conseguirem terão redução das remunerações. Todos que quiserem ganhar um pouco mais terão que se sobrecarregar ainda mais, ganhando pouco”, explicou Fukunaga, lembrando que a folha de pagamentos do banco é de R$ 12 bilhões e o PDG de apenas R$ 200 milhões.

O regulamento do PDG será definido ao longo deste primeiro semestre. Para os novos participantes, serão considerados pré-requisitos, indicadores, metodologias de aferição de desempenho, de grupamento, de classificação e de premiação. “O movimento sindical denunciou as regras nada claras para esta remuneração variável, mas o banco se recusa a negociar esse programa”, disse o coordenador da CEBB.

“Se for preciso, estamos preparados para a luta. Não vamos abrir mão direitos adquiridos, como a gratificação de função e de outras conquistas que venham a ser ameaçadas. Vamos manter nossa unidade e resistir na defender os trabalhadores”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Redução de salários

A redução de salários pode ser confirmada no comunicado feito pelo banco, no trecho que afirma que foram revisadas as remunerações fixas de todas as funções de confiança e gratificadas, ajustando os valores que foram identificados como acima da média do mercado – a maior parte dos casos – e aumentou os que se mostraram defasados, como é o caso dos gerentes de relacionamento PAA, Private Sofisticado e Upper middle / Hunter Upper Middle.

A medida faz parte de uma reforma administrativa realizada pelo governo federal em retaliação aos trabalhadores concursados de várias estatais.

Gestão de Desempenho de Pessoas

Além dos parâmetros e métricas já definidas na Gestão de Desempenho de Pessoas, o banco implementará outras ações para a gestão do desempenho dos funcionários pelos gestores e ainda traz como suposta inovação as análises e tratamentos posteriores aos conceitos atribuídos. Segundo o banco o objetivo é minimizar a adoção de critérios distintos entre os diferentes avaliadores.

A maioria das medidas passa a valer já neste primeiro semestre, como a mudança no Plano de Desenvolvimento de Competências (PDC), que agora é direcionado somente aos funcionários que apresentaram necessidade de aprimoramento no semestre anterior. A partir de março, o PDC ficará disponível na UniBB (Mapa de Carreira), sem necessidade de ciência do gestor.

A GDP passará a sinalizar os subordinados que apresentaram lacuna de desempenho aos gestores de equipe, considerando os conceitos recebidos de seus avaliadores. Esse grupo deverá ter registro de Acordo de Desenvolvimento específico e anotação relativa ao resultado do acompanhamento realizado. “Sempre cobramos uma mesa do banco a respeito disso. na campanha anterior, o banco queria tirar do acordo coletivo de trabalho (ACT) as três formas de avaliação da GDP”, lembrou Fukunaga.

Terça, 04 Fevereiro 2020 16:37

Dieese terá novo diretor técnico

O Dieese terá novo diretor técnico a partir desta terça-feira (4): o cientista social Fausto Augusto Junior, 45 anos, assume o cargo no lugar do sociólogo Clemente Ganz Lúcio, que permaneceu na função durante 16 de seus mais de 35 anos no instituto. Clemente foi o segundo diretor técnico mais longevo do Dieese. Ficou menos tempo apenas que o economista Walter Barelli (22 anos), que morreu em julho do ano passado.

Segundo Clemente, a mudança “será fundamental para o Dieese percorrer esse período de graves adversidades. “Nos últimos três anos reestruturamos o Departamento para dotá-lo de capacidade para enfrentar os enormes desafios que já passamos e os que virão”, afirmou, em mensagem por rede social. “Continuarei refletindo sobre o futuro do trabalho, do sindicalismo e das políticas públicas para o desenvolvimento. E principalmente, continuarei lutando para promovermos transformações sociais no sentido da justiça, da igualdade e solidariedade.”

Paulistano, Fausto formou-se em Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo. Antes de ser sociólogo, foi eletrotécnico, trabalhando em empresas como Eletropaulo e TVA. Também trabalhou como professor na rede estadual, até chegar, em 1996, ao Dieese, que teve apenas seis diretores técnicos até hoje: José Albertino Rodrigues (1956-1962, 1965-1966), Lenina Pomeranz (1962-195), Heloísa Helena de Souza Martins (1966 a 1968), Walter Barelli (1968-1990), Sérgio Mendonça (1990-2003) e Clemente, de 2003 até agora.

A organização do Dieese inclui uma direção técnica e uma direção sindical. O primeiro presidente da entidade foi Salvador Romano Losacco, do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Em período mais recente, representantes da CUT e da Força Sindical passaram a revezar-se no comando. O atual presidente é Bernardino Jesus de Brito, do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Força), que nesta terça será substituído por Maria Aparecida Faria (CUT).

O instituto foi criado por sindicalistas desconfiados dos índices oficiais de inflação. Aos poucos, as atividades do Dieese foram se diversificando. Apenas em 2018, último dado disponível, o departamento prestou 1.470 atendimentos ao movimentos sindical, com temas os mais variados, como negociação coletiva, políticas públicas, emprego e renda, “reforma” trabalhista e indicadores macroeconômicos. Foram realizados 708 estudos para subsidiar campanhas salariais ou analisar particularidades das categorias profissionais.

Entre as pesquisas feitas regularmente, estão as que calculam o valor da cesta básica e o salário mínimo necessário, além da inflação no município de São Paulo (ICV). No ano passado, deixou de ser feita a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), que desde 1985 era feita em parceria com a Fundação Seade. Em depoimento para o próprio instituto, o novo diretor técnico destacou o papel do Dieese ao oferecer informações do ponto de vista do trabalhador, fazendo o contraponto a um conhecimento que é produzido pelo lado empresarial.

Três agências bancárias de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, foram atacadas com explosivos na madrugada desta terça-feira (4) de fevereiro. Os alvos foram uma agência do Banco do Brasil, uma agência do Bradesco e uma agência da Caixa.

Equipes da Polícia Militar foram acionados para a ocorrência. No local, os policiais encontraram um caminhão incendiado e pregos nas pistas, colocados pela quadrilha para furar pneus e dificultar a chegada da PM.

Ainda segundo a corporação, ninguém foi preso ou ficou ferido. Os bandidos não conseguiram levar dinheiro das agências bancárias.

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve presente nos locais atingidos para conversar com funcionários das agências, saber se todos estão em condições de trabalhar e verificar se as agências teriam condições de abrir após os ocorridos.

Fonte: Seeb/Baixada Fluminense

votação para a escolha do Conselho de Usuários do Saúde Caixa começou na segunda-feira (3) e segue até sexta-feira (7). Para a secretária de Cultura da Contraf-CUT, Fabiana Uehara Proscholdt, a participação nesse processo eleitoral é especialmente importante.

“Vivemos num momento de ataques sistemáticos ao modelo de autogestão do nosso plano de saúde e de ameaças aos nossos direitos e conquistas. Temos que defender, por exemplo, a manutenção da forma de custeio nos moldes atuais e a garantia do Saúde Caixa para todos.”

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apoia a Chapa 1: Movimento pela Saúde, que, além da própria Fabiana, é composta por Marilde Perin Zarpellon (Aposentada), Marcia Boiczuk Lacerda Krambeck (Aposentada), Zuleida Martins Rosa (Aposentada), Edmar Martins André (Em atividade), Ana Lucia Fontes de Farias Brito Soares (Aposentada), Francisco Carlos Pugliesi (Em atividade), Adeir José da Silva (Aposentado), Marcio Rogério Troya (Em atividade), Claudio José Teixeira Cerqueira (Em atividade).

“A Chapa 1 congrega o maior número de forças do movimento sindical e entidades associativas da Caixa que militam na defesa da Caixa e da Saúde dos empregados”, explicou Fabiana.

Conselho de Usuários

O Conselho de Usuários foi criado em 2003 como forma de ampliar a transparência e possibilitar o acompanhamento da gestão financeira e administrativa do plano de saúde dos empregados da Caixa.

O fórum possui caráter consultivo e é composto de forma paritária por cinco membros titulares eleitos pelos participantes e por cinco indicados pela Caixa, além de seus respectivos suplentes. “Por isso, é importante elegermos pessoas comprometidas com os interesses dos empregados”, alertou a dirigente da Contraf-CUT. O mandato é de 36 meses.

A criação e composição paritária do conselho foi uma conquista da luta coletiva dos empregados da Caixa, por meio de suas entidades associativas e sindicais.

De acordo com norma prevista em estatuto, as reuniões do Conselho de Usuários acontecem a cada três meses, com duração de sete horas.

No último final de semana, empregados da Petrobras iniciaram uma greve por tempo indeterminado. Na segunda-feira (3/2), os trabalhadores da Casa da Moeda também cruzaram os braços em protesto contra a retomada do programa de demissões da empresa. Na Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) uma greve começou em 31 de janeiro em resposta às informações sobre a privatização e a redução de 15% da força de trabalho, ainda esse mês. O governo federal pretende demitir 494 funcionários de imediato. Os grevistas querem que os trabalhadores desligados sejam remanejados para o INSS, que passa por uma crise no atendimento.

Movimento crescente

Na avaliação de especialistas e de sindicalistas, as paralisações podem ser ampliadas em outras instituições do setor público. O movimento dos petroleiros avança para mais de 30 unidades nesta terça-feira (4/2) e grevistas da Petrobras se dirigiram para a paralisação dos funcionários da Dataprev, em solidariedade ao movimento. Segundo especialistas, o quadro pode se agravar nos próximos meses.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já na segunda, 3, a adesão chegou a 15 mil profissionais, em 10 estados. No Rio, diretores da FUP ocupam uma sala do edifício-sede da Petrobras. Os petroleiros querem a suspensão do programa de demissões de mil funcionários de uma refinaria no Paraná, programada para o próximo dia 14.

Na Casa da Moeda, funcionários fizeram greve de advertência de 24 horas e paralisaram a produção de passaportes. Eles protestam contra a proposta de privatização da empresa e discordam de mudanças feitas pela direção em alguns benefícios.

Os rumos da greve dos trabalhadores da Dataprev podem ser decididos na tarde desta terça (4), em Brasília. Uma audiência foi marcada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) porque a direção da empresa entrou com um pedido de ‘tutela antecipada’, ação para solicitar judicialmente o fim da paralisação.

“A unidade e a mobilização destes trabalhadores começam a ganhar a solidariedade da sociedade e é o início de uma organização nacional para impedir as privatizações de setores estratégicos. O ministro e banqueiro Paulo Guedes quer entregar o patrimônio público e os recursos naturais nas mãos de setores privados do grande capital nacional e estrangeiro. A categoria bancária se solidariza com estes companheiros e companheiras”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.