Terça, 04 Fevereiro 2020 14:22

Petrobras, Casa da Moeda e Dataprev: greves ganham força e encurralam o governo

Paralisações e protestos de funcionários ganham força em órgãos públicos e empresas estatais e podem atingir mais setores
Rumos da greve na Dataprev podem ser decididos na tarde desta terça-feira: a direção da empresa pediu tutela antecipada e foi marcada uma audiência do MPT, em Brasília Rumos da greve na Dataprev podem ser decididos na tarde desta terça-feira: a direção da empresa pediu tutela antecipada e foi marcada uma audiência do MPT, em Brasília

No último final de semana, empregados da Petrobras iniciaram uma greve por tempo indeterminado. Na segunda-feira (3/2), os trabalhadores da Casa da Moeda também cruzaram os braços em protesto contra a retomada do programa de demissões da empresa. Na Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) uma greve começou em 31 de janeiro em resposta às informações sobre a privatização e a redução de 15% da força de trabalho, ainda esse mês. O governo federal pretende demitir 494 funcionários de imediato. Os grevistas querem que os trabalhadores desligados sejam remanejados para o INSS, que passa por uma crise no atendimento.

Movimento crescente

Na avaliação de especialistas e de sindicalistas, as paralisações podem ser ampliadas em outras instituições do setor público. O movimento dos petroleiros avança para mais de 30 unidades nesta terça-feira (4/2) e grevistas da Petrobras se dirigiram para a paralisação dos funcionários da Dataprev, em solidariedade ao movimento. Segundo especialistas, o quadro pode se agravar nos próximos meses.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já na segunda, 3, a adesão chegou a 15 mil profissionais, em 10 estados. No Rio, diretores da FUP ocupam uma sala do edifício-sede da Petrobras. Os petroleiros querem a suspensão do programa de demissões de mil funcionários de uma refinaria no Paraná, programada para o próximo dia 14.

Na Casa da Moeda, funcionários fizeram greve de advertência de 24 horas e paralisaram a produção de passaportes. Eles protestam contra a proposta de privatização da empresa e discordam de mudanças feitas pela direção em alguns benefícios.

Os rumos da greve dos trabalhadores da Dataprev podem ser decididos na tarde desta terça (4), em Brasília. Uma audiência foi marcada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) porque a direção da empresa entrou com um pedido de ‘tutela antecipada’, ação para solicitar judicialmente o fim da paralisação.

“A unidade e a mobilização destes trabalhadores começam a ganhar a solidariedade da sociedade e é o início de uma organização nacional para impedir as privatizações de setores estratégicos. O ministro e banqueiro Paulo Guedes quer entregar o patrimônio público e os recursos naturais nas mãos de setores privados do grande capital nacional e estrangeiro. A categoria bancária se solidariza com estes companheiros e companheiras”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.

 

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