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Os bancos não param de elevar os seus lucros no Brasil, mesmo diante de uma profunda recessão econômica que o país enfrenta desde 2014 e que foi aprofundada pelas políticas econômicas dos governos Temer e Bolsonaro.

O Itaú, maior instituição financeira privada do país, teve em 2019, o maior lucro da história do sistema financeiro nacional: R$26,58 bilhões, uma alta de 6,4% em relação a 2018. O Bradesco teve um crescimento ainda maior no período, chegando a 20%, faturando R$25,9 bi. O Santander continua fazendo do Brasil a sua mina de ouro: lucrou no ano passado R$14,5 bi, uma alta de 17,4%.

O desempenho representa 28% do faturamento global do grupo espanhol.

Apesar de tanto dinheiro o setor continua fechando agências físicas e demitindo trabalhadores. Itaú, Bradesco e Santander fecharam juntos, 430 mil agências em todo o país, demitindo quase 7 mil trabalhadores.

“Num país que está com a economia combalida, com indústrias fechando, comércio falindo, mais de 12 milhões de desempregados, metade dos trabalhadores na informalidade, trabalhando em média 12 horas por dia e ganhando R$413 por mês, os bancos continuam batendo recordes nos lucros. É um escândalo. O setor financeiro não produz nada, só acumula capital e ainda demite em massa”, critica o diretor do Sindicato e Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar. 

Juros extorsivos

O sindicalista critica também os juros, os maiores do mundo no cartão de crédito. “Como pode no Brasil os bancos cobrarem 400% ao ano no cartão de crédito, enquanto na Europa e EUA as instituições financeiras, aplicam de 2% a 8% e há países, como o Japão, que aplicam juros negativos para fazer a economia girar e superar a crise internacional”, afirma.

Bancos ganham, o Brasil perde

Ao contrário dos bancos, o setor produtivo amarga com a crise: a produção industrial caiu em 12 de 15 estados, em 2019, avaliados pela Pesquisa Industrial Mensal - Regional (PIM Regional). Na média nacional, a produção industrial recuou 0,7% no período. O varejo teve uma retração de 0,1% em dezembro, na comparação com novembro do ano passado, apesar das vendas do comércio terem crescido 1,8% no acumulado de 2019.

“As reformas trabalhista e Previdenciária e o arrocho salarial tornaram o trabalho no Brasil ainda mais precário e reduziram a renda média. O trabalhador não compra, a loja não vende, a indústria não produz. Está na cara que esta política liberal só torna ainda pior a vida dos brasileiros. Não é possível que as classes dominantes do Brasil continuem com uma visão escravocrata atrasada, mesquinha e não tenham um pingo de sensibilidade e compromisso social”, conclui Almir.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) irá reproduzir, daqui a pouco, em sua página a transmissão via Facebook Live, feitas pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), sobre as dúvidas dos empregados com relação à reestruturação do banco e as mudanças de função e lotação.

primeira transmissão aconteceu durante o primeiro intervalo da mesa de negociação entre a Comissão e a direção da Caixa, às 11h. A coordenação e representantes da CEE/Caixa esclareceram os pontos que estão gerando as dúvidas dos empregados.

A segunda transmissão acontecerá ao fim da reunião.

Envie suas perguntas para a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa responder junto à direção do banco: https://www.fenae.org.br/portal/fenae-portal/noticias/cee-caixa.htm

Atualizado às 11h23.

 

Nesta quarta-feira (12/2), os funcionários do Banco do Brasil farão um Dia Nacional de Luta Contra a Reestruturação, com paralisações e atos em todo o país. Em todos os estados foram realizadas plenárias para organizar o protesto. A do Rio de Janeiro aconteceu nesta terça-feira (11/2), às 19 horas, no auditório da CUT do Rio de Janeiro.

Foi unânime a avaliação dos funcionários presentes ao encontro carioca que a reestruturação, implantada através do Performa, está sendo feita para achatar a remuneração, através da redução do valor da função e do descomissionamento. E que esta reestuturação é um passo na preparação da privatização do BB, enxugando a folha de salários para facilitar a entrega aos bancos privados nacionais ou estrangeiros, decisão que o presidente do banco já tornou pública e que é uma política do governo também para outras empresas do setor público.

A consequência será a substituição dos comissionados antigos por novos, com menores valores de função, o chamado turn over. E que é preciso lutar contra a reestuturação também para resistir à privatização que, além de acabar com um banco voltado para o desenvolvimento do país, vai ter como consequência a demissão em massa. O assessor jurídico do Sindicato, Márcio Cordero, esteve presente tirando dúvidas sobre o Performa e levantando a possibilidade de medidas jurídicas que poderão ser tomadas em defesa dos direitos que estão sendo ameaçados.

Fortalecer a reistência

Rita Mota, diretora do Sindicato e da Comissão de Empresa dos Funcionários, lembrou que o BB já fez reestuturações na década de 1990, baixando salários, mas que esta é ainda mais profunda. “Se passar vem aí a privatização da qual estas mudanças são a preparação, o que exigirá uma resposta coletiva, já que o Performa vai atingir a todos a médio prazo e depois o banco deverá ser entregue a grupos privados e o presidente do BB já declarou isto”, afirmou.

E também o início de uma luta coletiva que tem que crescer para frear tanto o arrocho dos salários, quanto a própria privatização. Outra posição comum na plenária foi a de que a reestuturação é uma política de governo aplicada a outras empresas públicas como a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, a Casa da Moeda, os Correios a Dataprev e o Serpro, entre outras. E que, por isto mesmo, é preciso unificar a luta dos empregados de todas elas.

Terça, 11 Fevereiro 2020 16:28

Itaú lucra R$ 28,363 bilhões em 2019

O Banco Itaú obteve um lucro líquido recorrente de R$ 28,363 bilhões em 2019, com crescimento de 10,2% em relação ao ano de 2018, segundo os destaques do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o banco, o crescimento da margem financeira com clientes, devido ao aumento das carteiras com pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas foram os principais destaques positivos. O retorno recorrente sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) cresceu 1,8 p.p. em doze meses, ficando em 23,7%.

Jair Alves, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (COE) do Itaú, acredita que, com este lucro, o banco tem total condição de manter o nível de emprego, apostar mais nos funcionários, com cursos de capacitação e treinamentos para o desenvolvimento profissional. “A comissão irá cobrar do banco uma distribuição melhor dos programas de remuneração banco, como o Agir e Prad. Precisamos ampliar os públicos destes programas e discutir o pagamento proporcional do principal programa do banco, que é o Agir, pago no varejo (agencias). Com esse lucros, o Itaú pode alavancar o valor do PCR que é pago a todos os funcionários também.”

Mesmo com este bom desempenho, a holding fechou 5.110 postos de trabalho no ano, com 81.691 empregados no país ao final de 2019. No 2º trimestre, o banco lançou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) ao qual, segundo comunicado, atingiu 3,5 mil adesões, gerando uma despesa não recorrente de R$ 2,4 bilhões. Além do PDV, de acordo com o relatório do banco, a redução do quadro de colaboradores no Brasil deve-se, também, ao encerramento de agências físicas. Em doze meses, foram fechadas 372 agências físicas e foi aberta apenas uma agência digital, totalizando 3.158 e 196, respectivamente.

A Carteira de Crédito do banco apresentou crescimento de 10,9% em doze meses e 2,6% no trimestre, atingindo R$ 706,7 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 13,5% em relação a dezembro de 2018, chegando a R$ 239,0 bilhões, com destaque para veículos (+19,3%), crédito pessoal (+18,2%) e cartão de crédito (+17,4%). As operações com pessoas jurídicas (PJ) no país somaram R$ 190,4 bilhões, com alta de 11,9% em doze meses. Veículos (+112,7%), Financiamento à importação/exportação (20,4%) e Capital de Giro (+15,7%) foram os destaques no segmento. A carteira de crédito para a América Latina apresentou pequena alta de 1,1% no período, totalizando R$ 153,7 bilhões. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, subiu 0,1 p.p., ficando em 3,0%. Por sua vez, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 64,8%, totalizando R$ 23,9 bilhões.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 5,6% em doze meses, totalizando R$ 40,6 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, subiram 12,6%, somando, aproximadamente, R$ 27 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 150,48% no período.

A direção da Caixa estipulou, unilateralmente, um prazo para que os empregados interessados nas mudanças de função e lotação, relacionadas a reestruturação do banco, se manifestem até o dia 12 de fevereiro, às 19h. A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) orienta os trabalhadores que aguardem e busquem retirar todas as dúvidas até que se encerre a mesa de negociação da Comissão com a direção do banco, marcada para quarta-feira (12), às 9h, para fazerem a manifestação. Aqueles que já optaram pela mudança, é possível cancelar a decisão e aguardar as respostas aos questionamentos.

Segundo afirmou o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis, os trabalhadores devem ter calma ao tomar a decisão e reforçou que a ordem de manifestação não é um critério definitivo para a mudança. “A Caixa estipulou o prazo para os trabalhadores antes da reunião que teremos nesta quarta-feira, isto mostra que ela não tem intenção em negociar. Então, orientamos os trabalhadores que aguardem antes de tomarem a decisão e tirem todas as dúvidas. Na reunião com a direção, vamos buscar esclarecer todos os pontos que estão gerando as dúvidas dos empregados”, ressaltou.

Por pressão da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), solicitando explicações e o cumprimento da cláusula 48 do Acordo Coletivo de Trabalho sobre o processo de reestruturação que exige negociação prévia, a reunião com a Caixa foi agendada pela direção da instituição.

Os empregados que ainda estão com dúvidas com relação à reestruturação e as manifestações de mudanças de função e lotação podem enviar as perguntas para a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa responder junto à direção do banco.

Terça, 11 Fevereiro 2020 16:25

O Banco do Brasil é fundamental para o país

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, não esconde seu desejo de ver o banco privatizado. Para ele, o Banco do Brasil é desnecessário. Diz que a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suprem as necessidades de fomento do crescimento econômico e social do país.

“O que ele não diz é que a Caixa também está sob ataque e passa por uma reestruturação semelhante à que ocorre no BB. Também não diz que no BNDES há escassez de recursos e o banco vive sob constante ataque. Mudaram sua política de atuação para tonar desinteressante a busca por fomentos do banco”, criticou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Fukunaga explica que é a tal da reforma administrativa, com a qual o governo quer reestruturar todas as empresas públicas, estabelecer novas regras para contratação, demissão e planos de carreiras. Além de limitar os “gastos” com a saúde dos funcionários, entre outros.

Também querem mudar a política de remuneração dos funcionários, com redução de salários e implantação de sistema de bônus por desempenho.

“O resultado desta política, aplicada em todos os bancos públicos, são as quedas das carteiras de crédito e as baixas taxas de investimento pelo Estado”, explicou o coordenador da CEBB, acrescentando que os bancos regionais e estaduais, como o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia e o Banco do Pará enfrentam a mesma situação.

Por que o BB é fundamental

Mas, para Fukunaga, a população e grande parte das empresas brasileiras precisam dos bancos e das empresas públicas de uma forma geral. “O Banco do Brasil é o responsável por aproximadamente 70% do crédito rural no país. Isso significa que o banco financia o agronegócio, que é quem ajuda a manter o equilíbrio da balança comercial brasileira. Mas, mais importante ainda, é quem financia a produção dos alimentos que chegam à mesa de todos os brasileiros. Sem o BB e a política de incentivo rural dado pelo banco, os alimentos vão ficar ainda mais caros”, afirmou.

“É por isso que lutamos contra a privatização do BB e também contra a política de Estado mínimo, em implantação pelo atual governo. Convocamos todos os funcionários do banco a se mobilizar e participar das atividades contra a venda do BB e toda essa política do governo”, concluiu o coordenador da CEBB.

Para além dos bancos

Mas, a política aplicada pelo governo nos bancos públicos não se restringe ao sistema financeiro. Petrobras, Eletrobras, Correios… todas as empresas públicas vivem a mesma situação.

“Quando o Rubem Novaes fala que o Banco do Brasil é desnecessário, pois já existem outros bancos para suprir a demanda por bancos públicos, precisamos analisar todo o contexto e ver que aqueles que ele diz que suprem as necessidades, também estão sob ataque e que, na verdade, isso faz parte da política de desmonte do Estado, para desobrigá-lo de oferecer serviços públicos para a população, que paga altos impostos justamente para ter esses serviços”, explicou o coordenador da CEBB.

O Banco do Brasil anunciou, no início de fevereiro, uma série de medidas que vai alterar a forma de remuneração na instituição. “O banco alega que potencializará os ganhos dos funcionários, com foco no reconhecimento a partir de seus desempenhos. Analisamos os principais pontos para mostrar que a verdade é bem diferente”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Redução da gratificação

Atualmente, é muito pequeno o número de funcionários que não têm gratificação de função. Desta forma, a redução de remuneração fixa vai atingir a grande maioria dos funcionários.

Redução da PLR

Além de reduzir o valor de referência (VR) da gratificação que o funcionário recebe mensalmente, o banco também reduz o valor da PLR paga aos funcionários, uma vez que esta leva em conta o VR. Assim, além de terem perda de remuneração mês a mês, os funcionários perderão também na PLR. Não podemos esquecer, ainda, que também há perda no valor do FGTS, 13º…, como já explicado mais acima.

Mudanças só valem para novos

O banco tenta amenizar os prejuízos que serão causados aos funcionários. Sabemos que o banco, vira e mexe, resolve fazer uma reestruturação obrigando as pessoas a irem para cargos e extinguindo outros. Isso faz com que todos os funcionários fiquem sujeitos a essas mudanças. Aliás, faz parte das mudanças atuais a extinção de cargos e a criação de outros.

Equiparar desempenho ao do mercado

O banco esconde que seu desempenho é melhor do que o dos bancos privados, como mostram os índices de eficiência dos bancos do Banco Central. No gráfico de eficiência fica claro que a liderança do BB é histórica. Também no aspecto tecnológico, o banco se equipara ao mercado e não precisa se “adequar” para competir com os bancos privados.

Bônus aumentará remuneração

Bônus é uma verba remuneratória que não se incorpora ao salário e não conta para o cálculo de FGTS, férias, 13º. O funcionário é iludido de que está ganhando mais com o bônus, mas, na ponta do lápis, ele perde. Além disso, é um “benefício” que o banco decide unilateralmente. Pode dar, ou tirar quando quiser e para quem quiser.

Meritocracia

As metas também são definidas unilateralmente pelo banco. Poucos funcionários conseguem cumpri-las, ainda mais que, com as mudanças, para fazer jus ao bônus, o funcionário precisará cumprir 120% da meta. O que o banco quer é pagar um adicional para executivos indicados pelo governo.

Retenção de talentos

O presidente do BB, Rubem Novaes, que quer privatizar o banco a qualquer custo, alega que o Banco do Brasil tem dificuldade de reter talentos. A verdade é que ele quer aumentar os salários de executivos de Brasília, nomeados pelo governo. Foram indicados pelo mercado ocupam cargos de confiança. Dos funcionários concursados, a proposta é reduzir os salários. A perda de remuneração pode chegar a 15%.

Os empregados da Caixa Econômica Federal estarão mobilizados em todo o Brasil, na próxima quinta-feira (13), em defesa da Caixa 100% pública. O Dia Nacional de Luta tem como objetivo reforçar a campanha #ACAIXAÉTODASUA e denunciar os ataques que os trabalhadores estão sofrendo diante da reestruturação prevista pela gestão da instituição. Para reforçar o ato, as entidades representativas orientam os empregados a usarem preto no dia da mobilização e realizarem reuniões com os colegas e conversas com a população para apresentar os riscos que a Caixa corre com as vendas de áreas estratégicas do banco.

Para isso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), por demanda da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE), disponibilizaram duas publicações que mostram dados de investimentos da Caixa e as principais conquistas dos empregados do banco. As cartilhas #ACAIXAÉTODASUA e Lutas e Conquistas estão disponíveis na seção publicações e na área de download do site da Contraf-CUT.

Os números da Caixa estão presentes na publicação #ACAIXAÉTODASUA. A cartilha mostra como os investimentos da Caixa, com o seu papel social, impactam diretamente no desenvolvimento de um Brasil mais justo e digno para todos. O banco é responsável por 70% dos financiamentos habitacionais, por cerca de R$ 120 milhões de pagamentos do Bolsa Família e por transferir R$ 4,5 milhões aos programas sociais nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.

A publicação Lutas e Conquistas conta a história das mobilizações dos empregados da Caixa por melhores condições trabalho e por um banco público e social. A cartilha apresenta fatos importantes conquistados pela categoria, como a Greve Histórica de 1985, pela jornada de seis horas e direito à sindicalização, a campanha nacional em defesa da reintegração dos demitidos de 1991, e as Campanhas Nacionais em Defesa da Caixa.

Carta aos parlamentares

A Contraf-CUT também disponibilizou em sua área de download uma carta aberta aos parlamentares, que deve ser entregue aos vereadores, deputados estaduais e federais mostrando a importância da Caixa para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Este tipo de ação dá muito resultado. Nesta segunda-feira (10), por exemplo, a deputada federal Erika Kokay (PT/DF) manifestou em nota o apoio à luta dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal contra a reestruturação que a direção do banco está implementando unilateralmente, causando prejuízos à categoria e comprometendo o papel social da empresa. “Temos ciência de que todos os ataques que a instituição vem sofrendo visam um único objetivo: abrir caminho para a privatização”, ressaltou a parlamentar, que é empregada da Caixa.

Já na semana passada, o deputado federal Bohn Gass (PT-RS) parabenizou as entidades representativas dos empregados e os sindicatos dos bancários de todo o país que realizaram mobilização para denunciar o processo de privatização. “E como é que eles fazem este desmonte? Eles tiram as partes boas da Caixa, venda de ações, cartões. Enfim, toda a parte que pode dar rentabilidade para a Caixa poder fazer sua parte social – que é tão importante para o povo trabalhador, como habitação e fundo de garantia –, e estão entregando a parte boa para os bancos. Porque o Paulo Guedes tem interesse nos banqueiros e não no Brasil. Estou aqui para dizer mobilizem-se contra essa política do Guedes.” O deputado Zé Carlos (PT-MA) também dedicou sua fala para denunciar o desmonte que está em curso da Caixa Econômica Federal, com o nome de reestruturação. “Peço apoio aos parlamentares desta Casa para que não deixemos uma empresa sólida, com milhares e milhares de sonhos realizados pelo Brasil, em vários segmentos do programa do governo, ser destruída por este governo. O governo Bolsonaro mente quando diz que a Caixa não vai ser privatizada. Na realidade, ela já está sendo privatizada. Portanto, temos que pedir isso. A Caixa não é do governo, a Caixa é do povo brasileiro.“

Nesta sexta-feira (14), as agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em todo o país serão palco de protestos contra o sucateamento tanto do Instituto como dos demais serviços públicos, promovido pelo governo de Jair Bolsonaro. Os atos estão marcados para acontecer a partir das 9h da manhã nas agências centrais de vários estados brasileiros e em cidades do interior.

ato principal será realizado na capital paulista, a partir das 9h, com concentração na agência da Rua Cel. Xavier de Toledo, 280, no centro de São Paulo. De lá, a manifestação segue em caminhada até a Superintendência do INSS, no Viaduto Santa Ifigênia.

Os sindicalistas vão distribuir panfletos mostrando que o que está acontecendo é consequência da falta de investimentos e má gestão do governo Bolsonaro e alertar que a população precisa exigir que os problemas do INSS sejam resolvidos. Essa luta é de todos os brasileiros.

“Queremos que o governo contrate pessoas, realize concursos públicos, acerte o quadro de pessoal, respeite o povo brasileiro e acabe com as filas”, diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre lembrando que Bolsonaro acabou com os concursos públicos, não repôs servidores que se aposentaram ou morreram e é ruim de gestão.

Entre 2016, ano do golpe de Estado, e 2019, o quadro de servidores caiu de 33 mil para 23 mil. Além disso, denunciam os servidores, a gestão atual decidiu colocar funcionários que atendiam o público na retaguarda em trabalhos internos e todo atendimento que era feito no balcão passou a ser feito por meio do INSS Digital.

O resultado é que o INSS está sobrecarregado, com alta demanda de pedidos de concessão de benefícios, como aposentadoria e auxílio-doença, e a falta funcionários piora o problema. Atualmente são mais de dois milhões de brasileiros aguardando análise dos pedidos.

O sistema entrou em colapso. Filas enormes, tanto virtuais quanto nas agências, o povo sofrendo com a precariedade dos serviços e trabalhadores sobrecarregados, adoecendo. É a trágica situação do INSS atualmente
- Sérgio Nobre


O presidente da CUT Nacional alerta ainda que a situação do INSS é um exemplo do que vai acontecer em outras áreas, como saúde e educação, por isso é importante conscientizar o povo brasileiro e os servidores que o caos no instituto pode ocorrer em outros setores porque este governo quer vender tudo para iniciativa privada, até as aposentadorias e outros benefícios previdenciários. Mas, antes de privatizar, eles desmontam.

“Bolsonaro e Guedes têm aversão a tudo o que é público e querem transformar tudo em privado. Essa é a visão ultraliberal deles que traz graves consequências para o povo. Se todos os serviços forem privatizados, como fica o povo, que não tem nem emprego nem renda para pagar por esses serviços?”, questiona Sérgio Nobre

“As pessoas têm direito ao serviço público. No INSS, não é só pela aposentadoria. É porque elas têm problemas de saúde, sentem dores, estão afastadas do trabalho e não pode receber durante o tratamento”, completa o presidente da CUT.

Mas, para tentar sanar os problemas do INSS, causados também pelo fechamento de agências e a falta de investimentos nos equipamentos, o governo ao invés de apresentar soluções efetivas como contratar mais trabalhadores entre os milhões de desempregados e realizar concursos públicos, chama militares da reserva para cobrir a falta de funcionários. Esses militares, já aposentados, não estão qualificados para desempenhar as funções do Instituto.

Más intenções

O sucateamento do INSS é um exemplo do que pode acontecer em outras áreas do serviço público que são essenciais à população, em especial às pessoas mais carentes. Investimentos em saúde e educação já foram cortados pelo governo. Segundo dados do Tesouro Nacional, somente no primeiro ano de mandato, Bolsonaro cortou 4,3% dos gastos com saúde e 16% dos gastos com educação.

Enquanto isso, a área da defesa teve um aumento de 22,1% de aumento nos investimentos.

“O INSS já foi desmontado. Agora fazem a mesma coisa na educação e na saúde. O que Bolsonaro e Paulo Guedes [ministro da Economia] querem, na verdade, é fazer uma reforma administrativa para cortar salários e demitir funcionários públicos”, alerta Sérgio Nobre.

O dirigente ainda reforça que o povo continuará precisando e procurando escolas, hospitais públicos e outros serviços, e com a falta de servidores, a exemplo do INSS, o caos será instaurado nos outros setores.

Só resistência e luta podem mudar esse cenário

Carmen Foro, Secretária-Geral da CUT Nacional, afirma que “é a resistência da classe trabalhadora o único caminho para barrar o desmonte do Estado pelo governo de Bolsonaro”.

Ela reforça a importância de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil participarem dos atos e, junto com a CUT e demais entidades lutarem pelos direitos dos brasileiros de ter acesso aos benefícios previdenciários nos prazos determinados pela lei.

 “Somos os mais prejudicados por esse verdadeiro ataque ao INSS. Imagine uma gestante que dá a luz ao seu filho e não consegue receber, há meses, o seguro maternidade. Isso está acontecendo em todo país e é um absurdo”, protesta Carmen.