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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) está mobilizando os profissionais que fazem a cobertura do Planalto e do Congresso Nacional para um protesto na Esplanada dos Ministérios em defesa do jornalismo e da democracia e em repúdio aos ataques  feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ato está marcado para o dia 18 de março.

Na manifestação, os jornalistas pretendem repetir o ato histórico feito por fotógrafos que cobriam o Palácio do Planalto (onde despacha o presidente da República) em 1984. Em protesto contra o tratamento dispensado pelo presidente da época, general João Figueiredo, cruzaram os braços e abaixaram as câmeras, dando origem à imagem histórica destacada acima.

"Os ataques do Bolsonaro contra a imprensa infelizmente nos fazem recordar muito a esse momento da ditadura militar em que tinha um enorme desrespeito e censura com os jornalistas e a imprensa. É necessário relembrar esse momento, não só o que acontecia, mas também a resposta dos jornalistas à isso", esclareceu Juliana César Nunes, diretora do Sindicato.

Juliana explica que o sindicato e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que endossa o protesto, atendem a uma reclamação dos profissionais da área, que são frequentemente alvos de ofensas e de ironias de Jair Bolsonaro ao exercerem o ofício. Segundo ela, "a categoria está muito indignada com o desrespeito que vem ocorrendo". A data escolhida tem como objetivo coincidir com o dia escolhido por vários movimentos de oposição para se manifestar "em defesa dos serviços públicos, da educação e dos direitos".

Ataques sistemáticos

A diretora explica que os ataques à imprensa não são casos isolados e sim sistemáticos e que o ocorrido na última quarta-feira (4), em que um humorista fantasiado de presidente da república distribuiu bananas e debochou de jornalistas na saída do Palácio Alvorada foi a "gota d'água". "É um acúmulo de algo que já estava muito engasgado e latente na categoria. Acredito que tenha sido a gota d'água", pontuou.

Os ataques a jornalistas e a veículos de imprensa cresceram 54,07% no primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), aponta levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O número passou de 135 em 2018 para 208 no ano passado. A maioria deles (116) partiu da própria presidência. Em dezembro do ano passado,por exemplo, Bolsonaro disse a um repórter que ele teria uma "cara de homossexual terrível".

Mais uma péssima notícia para os brasileiros que dependem de políticas públicas em áreas como saúde, educação e previdência e também para os desempregados que procuram recolocação no mercado de trabalho e sonhavam em passar em um concurso público para ter um emprego estável.

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quarta-feira (4) que reduziu o número de servidores públicos federais da ativa em 31 mil. É o menor contingente dos últimos 20 anos. Este número engloba tanto os estatutários, que possuem estabilidade, como os contratados pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Para a equipe econômica liderada pelo ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, essa redução, é um indicador que confirma a "consolidação fiscal". Ele ignora o fato de que quem paga por este “ajuste” é a população que necessita de um serviço público acessível e de qualidade e nem pensa nos milhões de desempregados. 

A crítica é de Pedro Armengol, diretor da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef). De acordo com ele, a política econômica ultra liberal de Guedes privilegia a rentabilidade do mercado financeiro em detrimento da população, que vê a segurança pública, a saúde e a educação e outros setores essenciais, serem sucateados.

“Os impostos arrecadados pelo Estado são para pagar os juros da dívida pública. Em 2016, após o golpe que derrubou a ex-presidenta Dilma [Rousseff], 40% da arrecadação da União eram para pagar juros ao mercado financeiro, hoje o percentual está em quase 50% e continuam aumentando gradativamente”,  afirma Armengol, que também é diretor executivo da CUT.

Para ele, o governo Bolsonaro divulga falsas narrativas para manipular a opinião pública contra os servidores, como a que diz que a máquina está inchada de servidores.

“O Brasil ocupa o 26º lugar no mundo no número de servidores públicos em relação à sua população. Dos trabalhadores em geral somos apenas 12% do total para atender uma população de mais de 200 milhões de habitantes. A Dinamarca tem 35% de seus trabalhadores no serviço público, o Canadá 20% e Portugal 18%”, diz.

Mas este sucateamento da máquina pública, segundo Armengol, teve início com a aprovação da Emenda Constitucional nº 95, a do Teto dos Gastos Públicos, durante o governo golpista de Michel Temer (MDB-SP).

“Com a limitação de investimentos do Estado, o serviço público ficou emperrado e precarizado,  já que a única garantia na peça orçamentária do governo é a rentabilidade do mercado financeiro, em detrimento de qualquer política que favoreça a população”, ressalta o dirigente.

O governo Bolsonaro  quer privatizar tudo, garantir um mínimo de atendimento à população e extinguir o serviço público do Estado
- Pedro Armengol

Colapso no INSS

O caos no atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde 1,3 milhão de pessoas estão nas filas de espera aguardando para receber a aposentadoria ou algum benefício a que têm direito, é apenas um exemplo de sucateamento e do desmonte do tecido social do Estado, que prejudica enormemente a população, especialmente os mais vulneráveis.

Em comparação ao ano de 2015, quando a população recebia do INSS respostas aos seus pedidos em até 45 dias, há uma enorme distância do que vem ocorrendo hoje. Em apenas cinco anos, logo após o golpe, o atendimento entrou em colapso.

A secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores do INSS (Sinssp), Vilma Ramos, afirma que a política neoliberal do ministro Paulo Guedes é a responsável pelo caos que vem acontecendo no INSS. E este caos, segundo ela, vai se estender para todos os órgãos do governo.

A incompetência na gestão, o ajuste fiscal, a ausência de concursos públicos levou ao colapso o INSS e vai levar todo o serviço público no mesmo caminho
- Vilma Ramos

Para ela, o governo Bolsonaro está tirando o direito do contribuinte que já pagou pela sua aposentadoria e seus benefícios. Vilma afirma ainda que o país também está sem servidores suficientes para atender a população, em outras áreas, mas o caos no INSS é mais perceptível porque atinge muito claramente o bolso da população, sua subsistência.

“Quando eu deixo de dar o direito que as pessoas têm, isso se chama confisco”, afirma Vilma.

A dirigente entende que houve uma queda no número de servidores em função da substituição da mão-de-obra por tecnologia e informática, mas, segundo ela,  isto não justifica o sucateamento da máquina pública.

“Bolsonaro só fala que o servidor público dá despesa, mas estamos há quatro anos sem reajuste salarial, a nossa alíquota de contribuição à Previdência subiu de 11 % para 14% e somos a única categoria que continua pagando o INSS após a aposentadoria. Em resumo, o governo diminui nossos salários, aumenta a carga de trabalho, não investe em equipamentos e infraestrutura, causando ainda mais sofrimento para a população”, diz Vilma.

Ela cita como exemplo, o próprio INSS que perdeu 12 mil servidores, a partir de 2017 e outros 6 mil devem se aposentar e sair do órgão ainda este ano. E, se não bastasse o caos atual do órgão, o governo Bolsonaro quer fechar 500 agências em todo o país, precarizando ainda mais o atendimento à população.

“Hoje não tem atendimento presencial à população porque o governo não quer fazer concurso público. O governo pensa que todo mundo sabe usar o aplicativo Meu INSS”, se esquecendo que tem gente que vai de barco, na Amazônia, até uma agência do INSS e não sabe o que é um APP de celular e muito menos o que é fazer um upload”, crítica.

A importância de concursos para a empresa pública

Uma das empresas públicas que vem sofrendo com a falta de concursos para preenchimento de vagas é a Eletrobras, responsável por 1/3 da geração e de quase metade da distribuição de energia do país, que está na mira da privatização do governo Bolsonaro.

Hoje, o Sistema Eletrobras tem 12.400 trabalhadores e trabalhadoras concursados, com contratados por CLT, mas já chegou a ter 24 mil, há 10 anos - época em que os concursos para a empresa foram suspensos. Ainda assim, a Eletrobras aumentou sua capacidade de geração e transmissão de energia.

O que à primeira vista pode parecer uma boa medida, já que a população não sentiu até agora os efeitos da diminuição no número de trabalhadores da empresa, na verdade, é um risco à segurança de todos.

O engenheiro eletricista da Eletronorte, do grupo Eletrobras, e dirigente do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), Íkaro Chaves, explica as conseqüências negativas da redução de trabalhadores nas operações de distribuição e transmissão de energia.

“A população hoje não está sendo afetada porque a gente “faz das tripas coração”, para o sistema funcionar. Mas, em algum momento algo vai dar errado porque o nosso  pessoal trabalha na manutenção e as máquinas são  suscetíveis a falhas, assim como os trabalhadores que vêm sofrendo com o excesso de trabalho”, conta Íkaro.

Segundo ele, já há aumento de sinistros como incêndios em transformadores e o risco de apagões de energia é real.

“Temos alertado que a alta rotatividade, por causa das demissões, pode provocar uma imensa tragédia como ocorreu em Brumadinho e Mariana (MG), onde ocorreram os rompimentos de barreiras da empresa Vale, [privatizada no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP)] “, afirma o engenheiro.

De acordo com ele, a Vale está sendo acusada de homicídio doloso pela morte de centenas de pessoas porque o engenheiro da empresa fez um laudo contrário aos interesses da direção, apontando que a represa poderia romper e, por isso foi demitido.

A comparação entre a Eletrobras, pública, e a Vale, privatizada, se sustenta na medida em que de um lado a empresa pública não pode demitir um funcionário, concursado, que faça um laudo contrário aos interesses da direção, enquanto uma empresa privatizada tem esse poder.

“Imagine que um engenheiro concursado faça um laudo demonstrando que a Usina de Tucuruí, por exemplo, que tem milhares de vezes mais água que a represa de Brumadinho, pode se romper, e a empresa queira esconder. Ela não vai conseguir isso porque o engenheiro está seguro que não será demitido ao optar pela preservação de dezenas de milhares de vidas”, explica o diretor do STIU-DF.

Das 6 empresas públicas de energia, 4 estão entre as 10 melhores do país  

Quando se fala do setor elétrico não é verdade que o setor privado seja sempre melhor que o estatal. Num cenário de 53 empresas de distribuição do país, onde apenas 6 são estatais, 4 delas estão entre as top 10, já entre as piores estão a CELG, por exemplo, privatizada.

A melhor empresa de distribuição de energia elétrica do Brasil, eleita pelos consumidores em premiação organizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) foi a CELESC, estatal de Santa Catarina, seguida pela COPEL, estatal do Paraná. A CEE, estatal do Rio Grande do Sul ficou na sexta posição e a CEB, estatal de Brasília, foi eleita a sétima melhor do país e a melhor da região Centro Oeste.

Nessa quarta-feira 4, o IBGE anunciou o crescimento do PIB em 2019: 1,1%. Em meados do ano passado, os mercados e seus economistas sonharam com um resultado mais auspicioso em 2019. Diziam os otimistas que a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária injetariam ânimo nos espíritos animais dos empresários e dos consumidores.

 As previsões da XP Investimentos no início do governo Bolsonaro eram bastante otimistas: “A reforma da previdência é considerada fundamental para o Brasil ajustar as contas públicas e retomar o crescimento. Se o governo Bolsonaro conseguir aprovar uma reforma nos moldes daquela proposta por Temer, o PIB (Produto Interno Bruto) pode crescer entre 2,5% e 3,5% a partir de 2019, com a inflação dentro da meta, a taxa de juros estável entre 8% e 9% e o câmbio entre R$ 3, 70 e R$ 3,80. No pior dos mundos, sem reforma, a inflação pode acelerar consideravelmente e o dólar subir para R$ 5”, disse a corretora, em comunicado. Agraciados com a queda dos juros, com a ligeira recuperação do crédito e com as bondades do FGTS, o consumo e o investimento privados iniciariam a escalada para um crescimento entre 2,5% e 3,5%.

Lembro os caros leitores que escrevi, na terça-feira 3 de dezembro de 2019, que o Brasil havia amanhecido bafejado pelas manchetes otimistas (esperançosas) da chamada grande imprensa. Registrei em minha coluna na CartaCapital que os espíritos foram aquecidos pelo avanço de 0,6% do PIB no 3º trimestre sobre o trimestre anterior, considerados os ajustes sazonais. O resultado superou os 0,4% antecipados pelos mercados.

Na ocasião, o relatório do Instituto de Desenvolvimento Industrial (IEDI) jogou algumas gotas de água na fervura: “Frente ao mesmo período do ano anterior, o PIB cresceu 1,2% no 3º trimestre de 2019 e acumulou 1% de variação positiva nos três primeiros trimestres do ano. Isso, contudo, não deixou de implicar alguma desaceleração, já que o desempenho de 2018 até o 3º trimestre havia sido de +1,3%. Neste ritmo, continuamos com muito chão pela frente para que o PIB volte a níveis anteriores à crise 2015-2016.”

 

 

 

A nota do IBGE dessa quarta-feira 4 assinala que “o setor de serviços cresceu 1,3%, puxado por atividades de informação e comunicação (4,1%), atividades imobiliárias (2,3%), comércio (1,8%), outras atividades de serviços (1,3%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,0%) e transporte, armazenagem e correio (0,2%). A atividade de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%) se manteve estagnada no ano.”

E acrescenta: “Na indústria, a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 1,9% em relação a 2018, puxada pelo crescimento de 1,6% na construção. Já o destaque negativo ocorreu em indústrias extrativas, com queda de 1,1% no ano. Indústrias de transformação ficaram estáveis em, 0,1%. A indústria teve um comportamento diferente em relação a 2018, puxada pelo crescimento na construção, após cinco anos de desempenho negativo. Já a indústria de transformação, que havia crescido mais em 2018, ficou estagnada em 2019.”

Sob a ótica da demanda (assim falam os economistas), o consumo das famílias e o investimento das empresas deram contribuição positiva. No caso do consumo, certamente contribuíram a liberação do FGTS e as reduções da taxa de juro, acompanhadas da moderada expansão do crédito.

Desconfio que a malemolência da indústria de transformação encontre uma de suas razões no desempenho do investimento. O investimento vem capengando desde 2015, mas em 2018 ensaiou uma ligeira recuperação, ainda sem forças para escapar das amarras que o mantém em torno de 15% do PIB. A nota do IBGE informa que a taxa de investimento no ano de 2019 foi de 15,4% do PIB, ligeiramente acima do observado no ano anterior (15,2%). Isso contrasta com a média do período que antecedeu a depressão de 2015-2016. Média que, diga-se, pode ser considerada baixa para um país que pretende alcançar taxas de crescimento mais elevadas.

O medíocre desempenho da taxa de investimento parece repercutir a queda, nos últimos 25 anos, da participação da indústria de transformação no PIB. Esse setor abriga o potencial de avanço tecnológico e de sua difusão, cruciais para os ganhos de produtividade e diferenciação da estrutura produtiva.

 

Não por acaso, em meados de 2019, as previsões mais realistas já apontavam para um crescimento da economia brasileira em 2019 entre 1% e 1,2%. Nada diferente da expansão observada desde 2017, à saída da depressão. Aqui, é recomendável suspeitar que o colapso de 2015-2016 e a retomada pífia dos anos seguintes tem a ver com políticas que insistem em consertar a lataria, a despeito dos sinais apontarem para um grave desarranjo no motor da economia.

VARIAÇÃO DO PIB – 2009/2018

Não espanta que a indústria manufatureira prossiga em seu calvário, golpeada por concepções que orientaram as políticas econômicas encharcadas de neoliberalismo. Foi devastador o “desmanche” da estrutura produtiva criada ao longo das cinco décadas inauguradas nos anos 30 do século XX. Depois de liderar, até meados dos anos 70, a “perseguição” industrial entre os países ditos periféricos, com forte atração de investimento direto estrangeiro na manufatura, o Brasil caiu para a Série B do torneio global das economias “emergentes”.

A participação da indústria no PIB caiu de 35,8% em 1984 para 15,3% em 2011. Hoje, não passa de 13%. O leitor poderá comparar o índice brasileiro com dados para 2010 da ONU para países como China (43,1%), Coreia (30,4%) ou mesmo Alemanha (20,8%). A derrocada da indústria brasileira é comparável à trajetória dos Estados Unidos, o país desenvolvido que mais se desindustrializou na esteira da chamada globalização. Lá a indústria pesa 13,4% no PIB.

Essa queda é natural quando decorre dos ganhos de produtividade obtidos ou difundidos pelo crescimento da indústria, como ocorreu em países de industrialização madura. Mas não foi isso que se observou no Brasil. No momento em que ocorria uma revolução tecnológica e a intensa redistribuição da capacidade produtiva manufatureira entre o centro e os emergentes, alterando o esquema tradicional centro-periferia, o Brasil foi empurrado para uma inserção desastrada que culminou na desvalorização do Real em 1999.

As políticas inspiradas no consenso neoliberal desataram a valorização da taxa de câmbio real (nesse caso, na contramão do Consenso de Washington), a privatização das empresas produtoras de insumos e serviços fundamentais e promoveram uma elevação da carga tributária, onerando sobretudo a indústria, o investimento e as exportações. As privatizações tinham como propósito de curto prazo aumentar a receita do governo. Na verdade, a receita fiscal foi tragada pela carga de juros, irmã siamesa do câmbio real valorizado. A suposta eficiência dos serviços privatizados escorreu pelo ralo do aumento real de tarifas.

O Brasil encerrou os anos 90 com uma regressão da estrutura industrial, ou seja, não acompanhou o avanço e a diferenciação setorial da indústria manufatureira global e, ademais, perdeu competitividade e elos nas cadeias que conservou. Contrariamente ao afirmado pela vulgata neoliberal a respeito da globalização, o movimento de relocalização manufatureira foi determinado por duas forças complementares e, não raro, conflitantes: o movimento competitivo da grande empresa transnacional para ocupar espaços demográficos de mão de obra abundante e as políticas nacionais dos Estados soberanos nas áreas receptoras.

 

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que compete a Justiça Comum (federal ou estadual) processar e julgar as demandas ajuizadas por candidatos e empregados públicos na fase pré-contratual, relativas a critérios para a seleção e a admissão de pessoal nos quadros de empresas públicas. A matéria foi discutida no Recurso Extraordinário (RE) 960429, com repercussão geral reconhecida, e a solução será aplicada em mais de 1.500 casos semelhantes sobrestados em outras instâncias, dentre eles as ações individuais e coletivas que tratam do concurso de 2014 da Caixa Econômica Federal.

No caso dos autos, um candidato aprovado no cargo de técnico em mecânica de nível médio na Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio Grande do Norte (Caern) teve sua classificação alterada após revisão das notas do concurso público. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (TJ-RN), que o manteve no cargo. No recurso ao STF, a empresa sustentava que a competência para resolver a controvérsia seria da Justiça do Trabalho.

No julgamento, a maioria dos ministros concordaram com a tese jurídica proposta pelo relator, ministro Gilmar Mendes, segundo a qual “compete à Justiça Comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de contratação de pessoal e eventual nulidade do certame do concurso em face da administração pública direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoal”.

Os ministros Rosa Weber e Marco Aurélio discordaram. Para eles, a tese pode gerar dúvidas, ao ampliar a competência da Justiça Comum para além da fase tipicamente administrativa do processo de seleção, relacionada com requisitos formais e materiais do concurso público em si.  Para a Ministra Rosa Weber e o Ministro Marco Aurélio, a aprovação do candidato no concurso faz nascer a expectativa da contratação — ou o “contrato promessa” —, cujas lides seriam da competência da Justiça do Trabalho.  Citaram como exemplos os casos de preterição na posse, configurada pela contratação de terceirizados para o mesmo cargo do concursado aprovado.

Para o advogado Ricardo Carneiro, da LBS Advogados, que participou do julgamento representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), não se pode afirmar, de pronto, que a Justiça do Trabalho tenha sido tida como incompetente para o julgamento de toda e qualquer demanda relacionada com a seleção e contratação de empregados públicos.  A dúvida ressaltada pelos ministros dissidentes é de grande relevância e, certamente, será objeto de aclaramento pelo Tribunal, no julgamento de embargos de declaração, que serão futuramente opostos pelas partes.

Cabe agora aguardar a publicação do acórdão que trará os fundamentos adotados. A assessoria jurídica entende que até o trânsito em julgado da decisão, quando não mais caberá qualquer recurso, este julgamento não deverá afetar os processos em curso, apesar de suspensos na fase em que se encontram.

 

3 de março de 2020
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Os usuários da Cassi elegerão, de 16 a 27 de março, o novo diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, e os membros do Conselho Fiscal e Deliberativo.

Nessas eleições haverá uma novidade: os associados irão votar em separado, em uma escolherão diretor e Conselho Deliberativo e em outra, o Conselho Fiscal. Seis chapas concorrem no processo eleitoral da Caixa de Assistência.

O Sindicato apoia a Chapa 4 Viver Cassi (que tem o diretor de Imprensa do Sindicato Rafael Zanon como candidato ao Conselho Deliberativo) e a Chapa 33 Viver Cassi (para o Conselho Fiscal).

Funcionários da ativa votam pelo Sisbb. Aposentados votam pelos terminais de autoatendimento, pelo site da Cassi ou aplicativo.

Confira as principais propostas da Chapa Viver Cassi:

Reduzir os percentuais de coparticipação

Retornar aos percentuais de coparticipação dos associados em consultas e exames para os valores cobrados antes de 2018.

Mais medicamentos pelo menor custo

Ampliar o programa de fornecimento de medicamentos de uso contínuo a preços subsidiados (PAF). No último ano, a lista de medicamentos foi reduzida drasticamente pela Cassi e a medida precisa ser revista.

Acompanhamento constante

Pacientes com um quadro de instabilidade, e que estiverem sendo atendidos em clínicas e hospitais credenciados, serão acompanhados pela equipe técnica da Cassi até que o quadro de saúde se estabilize.

Atenção especial: Pacientes crônicos e oncológicos

Estabelecer uma política de acompanhamento permanente de pacientes com doenças crônicas e/ou oncológicas.

Saúde Ocupacional

Fortalecer o Programa de Saúde Ocupacional (PCMSO) e melhorar a atenção à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.

Estratégia Saúde da Família

Ampliar os usuários vinculados à ESF que utilizem as CliniCassi. Estudos da OMS mostram que os investimentos na atenção primária reduzem internações gerando qualidade de vida às pessoas e economia para as entidades de saúde.

Realinhar os contratos com os prestadores de serviços

Defendemos que os contratos de pagamento por cada procedimento sejam substituídos pelos que remunerem por tipo de procedimento, serviços, diagnósticos e performance a preço fechado. O mercado de saúde já adota contratos desse tipo, que melhoram a qualidade do atendimento e compartilham os riscos com o prestador.

Combater desperdícios e fraudes de prestadores

Estabelecer auditorias permanentes nas contas dos hospitais para impedir cobranças indevidas. Avaliação constante do desempenho dos prestadores de serviços para garantir a qualidade do atendimento, identificar cobranças indevidas e evitar desperdícios.

Rede referenciada

Criar redes referenciadas de prestadores onde a instalação CliniCassi for inviável. A rede referenciada será orientada para a atenção integral à saúde.

Central Clínica 24 horas (Online)

Constituir equipes de médicos e enfermeiros para orientar, com atendimento online 24h, os associados em caso de emergência.

Modernização do Portal Cassi

Modernizar o portal Cassi criando a opção para o agendamento de consultas e exames via internet.

Agilizar respostas

Criar uma equipe de assessoria aos associados para resolver dúvidas, encaminhamentos e autorizações para procedimentos, com o envio de mensagem de confirmação para o celular do conveniado. E, ainda, criar novas formas de contato com os usuários da Cassi, via WhatsApp e redes sociais.

Rede credenciada nas cidades do interior

A Cassi precisa alcançar diferentes regiões de pequeno e médio porte. Para superar esse déficit, a proposta é montar CliniCassi regionais ou direcionar negociadores da Cassi para garantir o atendimento a todos os associados. Negociar parcerias com grandes redes privadas de convênio médico, onde existe déficit de atendimento.

Verticalização

Negociar parcerias para construir hospitais e clínicas próprias, melhorando as despesas e o atendimento.

Veja quem são os candidatos pela Chapa Viver Cassi:

Os candidatos à Diretoria e ao Conselho Deliberativo – Chapa 4

O candidatos da Chapa Viver Cassi ao Conselho Fiscal:

 

Para saber mais, confira a publicação da Chapa:

Você também fica sabendo mais sobre as propostas e sobre o que pensam os candidatos da Chapa Viver Cassi no site vivercassi.com.br.

Da Redação

O recurso que discute se é da Justiça Comum ou da Justiça Trabalhista a competência para processar e julgar demandas ajuizadas por candidato a emprego público e por empregado público na fase pré-contratual relativas a critérios de seleção e admissão de pessoal nos quadros de empresas públicas continua nesta quinta-feira (5). O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar o processo na quarta-feira (4). O tema é objeto do Recurso Extraordinário (RE) 960429. Este julgamento impactará o andamento das ações individuais e coletivas da Caixa Econômica Federal, que tenham sido suspensas, principalmente aquelas que tratam do concurso de 2014, para a contratação de empregados para o banco.

O Ministro Gilmar Mendes, relator do processo, na leitura do relatório de seu voto, apontou para o entendimento de ser a Justiça Comum, seja estadual ou federal, competente para o julgamento dessas demandas. O julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta (5).

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), aceitas como amicus curiae (amigos da corte) no processo, já foram ouvidas. Também se manifestaram representantes da Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), da Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras), da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil S/A (BB).

Os representantes da Fenae, Contraf-CUT, Anamatra e ANTP defenderam a preservação da jurisprudência já consolidada no âmbito do Supremo Tribunal Federal, no sentido de a competência ser da Justiça do Trabalho, à luz do art. 114, I, da Constituição Federal. O recurso tem repercussão geral reconhecida e a decisão será aplicada em mais de 1.500 casos semelhantes sobrestados em todo o país.

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Tendo como alvo central dirigentes da entidade, o Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia (Sindibancários) promoveu em Porto Seguro o seminário “Mídias Digitais para Sindicatos e Associações”, com o objetivo de aprimorar o conhecimento da categoria na área .

O evento foi ministrado por Denis Soares, especialista no setor de mídia digital e ex-dirigente sindical ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e teve ainda a participação de sindicalistas de outros segmentos de municípios como Teixeira de Freitas, Eunápolis, Itamaraju, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa e Porto Seguro.

Na pauta do seminário, conhecimentos na área de métricas, estatísticas, pesquisa e captura de informações, confecção e administração de páginas nas redes sociais. De acordo com Denis, a mídia digital faz parte do dia a dia da população, “mas é preciso um bom conhecimento para o seu manuseio”.

Foi abordado no encontro a importância que as mídias digitais representam para a classe sindical e entidades ligadas a movimentos sociais. De acordo com o palestrante, embora o Brasil seja um dos maiores usuários de redes sociais, “o movimento sindical ainda não ocupa muito espaço na mídia digital”.

Denis Soares comentou também sobre o avanço da internet no mundo atual, citando o WhatsApp como a principal ferramenta de interação das redes. No entanto, ele questionou a influência das fake news nesse aplicativo.

Fonte: Sindibancários

Entraram em vigor no último domingo, 1º de março, as novas alíquotas de contribuição à Previdência Social, aprovadas na reforma da Previdência do governo Bolsonaro, no ano passado. O que muita gente não percebeu que os novos descontos não são uma simples elevação do que o brasileiro paga ao INSS, mas um verdadeiro confisco que reduz os salários. O trabalhador, que pagava até 11% para a Previdência Social, passará a pagar até 14%. Isto significa que os brasileiros vão perder até 3% do valor de seus salários. As contribuições vão de 7,5% a 14%. Antes vigoravam os valores de 8% a 11%.

Servidores até 22% de desconto – Já para os servidores federais que ainda podem se aposentar com benefício acima do teto do INSS (hoje em R$ 6.101,06), as alíquotas podem ser ainda maiores e chegar a 22%.

“O que Paulo Guedes está fazendo é um confisco de salários. Na matemática do ministro banqueiro o povo paga mais para receber menos na hora de se aposentar, isto se conseguir a aposentadoria, pois as novas regras da reforma da Previdência do governo Bolsonaro exigem pelo menos 40 anos de contribuição para o trabalhador receber o valor integral”, critica a diretora do Sindicato Vera Luíza. Com as novas regras para a aposentadoria, os trabalhadores regidos pela CLT perdem até 40% do valor médio dos benefícios que irão receber, em relação ao modelo que vigorava antes da reforma.

É arrocho na veia.  

 

 

SIMULAÇÃO

Desconto do INSS: quanto você pode perder (setor privado)

           

                                  Desconto anterior        Desconto atual           Perda salarial

    Salário de R$6.500           11%                              14%                      3% (R$195)

    Salário de R$5.272*          11%                              14%                      3% (R$158,16)

    Salário de R$3.135           11%                               14%                      3% (R$94,05)

    Salário de R$3.134.40        9%                               12%                      3% (R$94)

    Salário de R$2.955**          9%                               12%                      3% (R$88,65)

 

*Piso salarial de um caixa de banco.

**Piso de ingresso no banco.

           

A Comissão de Organização dos Empregados do banco Santander se reuniu na manhã desta terça-feira (3) para debater sobre a minuta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos empregados do banco. Os trabalhadores se reúnem com o banco para apresentar e começar o debate sobre as reivindicações nesta tarde.

“Nossas reivindicações partem da manutenção dos direitos previstos no ACT em vigência e buscam a inserção de cláusulas novas, principalmente no sentido de garantia de emprego e do apoio à formação”, explicou o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia. “O banco tem totais condições de atender todas as reivindicações”, completou o dirigente.

O banco Santander obteve, no Brasil, um Lucro Líquido Gerencial de R$ 14,550 bilhões em 2019, crescimento de 17,4%, em relação a 2018, e de 0,6% no trimestre, segundo análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no balanço apresentado pelo banco, com uma rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) de 21,3%, com alta de 1,4 pontos percentuais em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 28% do lucro global, que foi de € 8,252 bilhões (com crescimento de 3% em um ano).

Entre as novas cláusulas, os representantes dos trabalhadores buscam a inserção de uma cláusula que trata sobre o apoio às bancárias vítimas de violência.

“Em negociação com o Comando Nacional dos Bancários, o banco aceitou criar uma central de atendimento às mulheres vítimas de violência. Nossa reivindicação vai neste sentido”, explicou o dirigente da Contraf-CUT.

No mesmo dia que anunciou um lucro de R$ 18,162 bilhões em 2019, o Banco do Brasil anunciou que a parcela da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) referente ao segundo semestre de 2019 será paga aos funcionários no dia 5 de março.

O Banco do Brasil tem uma regra específica para pagamento da PLR. O valor é soma do módulo Fenaban e do módulo BB. Pelo módulo Fenaban, o funcionário recebe 45% do salário paradigma definido no acordo, acrescido de parcela fixa a ser definida pelo banco, para cada semestre.

O módulo BB é formado por uma parcela constituída pela divisão entre os funcionários de 4% do lucro líquido verificado no semestre, mais uma parcela que varia conforme cumprimento do Acordo de Trabalho (ATB) ou Conexão.

PLR em risco

Os ganhos dos funcionários com a PLR podem ser reduzidos a partir deste semestre por causa do processo de reestruturação do banco. “A PLR é baseada no valor de referência (VR) da gratificação paga aos funcionários. As mudanças anunciadas pelo banco reduzem o VR e, com isso, a PLR também pode ser reduzida”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “O banco cada vez mais quer empurrar os valores a serem pagos de PLR para a remuneração variável. Isso é prejudicial ao trabalhador, que fica à mercê da decisão exclusiva do banco. Por isso, defendemos a manutenção da PLR coo remuneração fixa”, completou.

O Banco do Brasil anunciou, no início de fevereiro, uma série de medidas que vai alterar a forma de remuneração na instituição. “Analisamos os principais pontos da proposta e vimos que apenas os altos executivos que ocupam cargos indicados pelo governo podem ser beneficiados pelas medidas. Os demais vão ter perdas”, concluiu o coordenador da CEBB.