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O Sindicato dos Bancários do Rio, em função da necessidade de medidas preventivas ao novo coronavírus, cancelou a assembleia que estava prevista para esta segunda-feira,16 de março, no auditório da entidade.

“Temos uma grande responsabilidade diante de uma pandemia que assola o mundo inteiro e jamais vamos colocar em risco a saúde e a vida dos bancários e bancárias, por isso decidimos cancelar a assembleia”, explica a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso.

A Executiva Nacional da CUT divulgou na sexta-feira (13) comunicado orientando suas entidades sindicais a não realizarem manifestações com aglomerações de pessoas, cancelando os atos públicos do dia 18. A decisão foi tomada também em função da pandemia da novo coronavírus (COVID-19).

Entretanto, estão mantidas as greves gerais de categorias de trabalhadores.

A Central e seus sindicatos filiados reivindicam medidas urgentes de geração de emprego e renda e a suspensão da votação de projetos que prejudicam a classe trabalhadora como a Medida Provisória (MP) 905, do Contrato Verde e Amarelo, que retiram direitos dos trabalhadores.

O Sindicato realizou na sexta-feira, 13 de março, uma confraternização em homenagem ao mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8/3). Foi oferecido no auditório da entidade, uma deliciosa feijoada que para as bancárias sindicalizadas foi inteiramente gratuita. Os convidados e convidadas pagaram R$20 e R$15 (bancários sindicalizados).

A presidenta Adriana Nalesso recebeu os convidados com alegria.

“As mulheres bancárias merecem esta homenagem, pois não é fácil a dupla jornada, ainda mais quando se trata de trabalhar em banco, onde é grande a pressão por metas e cada vez maior a sobrecarga de trabalho. E todos nós sabemos que as mulheres ganham, em média, menos do que os homens em funções similares e mesmo quando temos maior escolaridade e nos bancos não é diferente”, disse.

O Sindicato realizou na sexta-feira, 13 de março, uma confraternização em homenagem ao mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8/3). Foi oferecido no auditório da entidade, uma deliciosa feijoada que para as bancárias sindicalizadas foi inteiramente gratuita. Os convidados e convidadas pagaram R$20 e R$15 (bancários sindicalizados).

A presidenta Adriana Nalesso recebeu os convidados com alegria.

“As mulheres bancárias merecem esta homenagem, pois não é fácil a dupla jornada, ainda mais quando se trata de trabalhar em banco, onde é grande a pressão por metas e cada vez maior a sobrecarga de trabalho. E todos nós sabemos que as mulheres ganham, em média, menos do que os homens em funções similares e mesmo quando temos maior escolaridade e nos bancos não é diferente”, disse.

A pressão dos sindicatos garantiu avanços importantes no Plano Dental dos funcionários do Bradesco, que com razão, reclamavam que o plano é inferior ao oferecido no mercado. Os representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) apresentou aos representantes do banco os principais dilemas apontados pelos bancários: problemas como a dificuldade do retorno profissional quanto ao credenciamento; redução dos serviços e da rede credenciada, dificuldade de aprovação de alguns exames e site desatualizado
“Estas melhorias no plano dental são importantes, mas com um banco que lucra tanto há espaço para avançar ainda mais, como incluir procedimentos importantes para a saúde bucal como implantes”, avalia a diretora do Sindicato do Rio, Nanci Furtado.

Os avanços - Entre as melhorias estão o aumento da tabela de reembolso para duas vezes; a redução da coparticipação de 50% para 30% nos procedimentos de prótese cobertos pelo plano contratado e a cobertura de documentação ortodôntica (com participação de 30%).

Plano de saúde

Nanci criticou o plano de saúde dos empregados do Bradesco.

“Cada dia o banco vem com uma novidade negativa, retirando benefícios, como é o caso dos acompanhantes em caso de internação, limitados nos casos de pacientes idosos e crianças. Outro problema é a restrita rede credenciadas em especialidades essenciais, como psiquiatria, já que, em função do assédio é grande o número de bancários com depressão, insônia e síndrome do pânico”, ressalta.

O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) assinaram, nesta quarta-feira (11), um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria que dá as diretrizes para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias, que também garante o apoio àquelas que forem vítimas.

Por reivindicação da categoria bancária, a proposta vinha sendo negociada desde março de 2019. Na reunião de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenaban, ocorrida em fevereiro de 2020, os bancos aceitaram a criação do programa.

Dados do relatório extraído do Sistema de Acompanhamento do Informações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2018 foram registrados 820 cláusulas que tratam o tema “violência contra a mulher”.

“Diariamente vemos os noticiários sobre a violência praticada contra as mulheres em suas próprias casas. As bancárias não estão imunes a este tipo de violência. Precisam faltar ao trabalho, perdem produtividade e muitas acabam sendo demitidas. Isso é punir quem é vítima!”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Esperamos que, com este acordo, no setor bancário não haja mais a punição às vítimas e as bancárias sejam acolhidas. E também que, nós, juntamente com os bancos, possamos criar políticas de trabalho que levem em conta a situação vivida por elas”, completou.

 

Pesquisas apontam que, no Brasil, mulheres vítimas de violência costumam se ausentar do trabalho, em média, por 18 dias . “A ausência de uma política interna para lidar com o problema da violência doméstica vivenciado por muitas mulheres no Brasil leva alguns gestores ao imobilismo ou ao tratamento inadequado da situação. Por isso, intervenções institucionais são necessárias para contribuir e minimizar o sofrimento psíquico da mulher vítima de violência”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.

A não obrigatoriedade do cumprimento de metas no período de risco, o abono às faltas, a garantia do emprego, atendimento psicológico e social são algumas das políticas que os trabalhadores e trabalhadoras esperam que sejam criadas pelos programas de prevenção e apoio às bancárias vítimas de violência doméstica.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida por um homem e sobrevive. Mas, muitas delas morrem. Segundo o Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil.

Papel dos sindicatos

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, destacou a necessidade e a importância de que os sindicatos também se integrem e contribuam para o sucesso do programa. “Do nosso lado também temos que buscar formação para mudarmos uma cultura que faz parte da sociedade na qual estamos incluídos”, disse. “Precisamos ter a capacidade de mostrar às bancárias que elas podem confiar neste programa e na garantia de que será mantido sigilo de todas as informações”, completou.

Evento

Antes da assinatura do acordo, ocorreu uma série de apresentações sobre temas correlatos. A apresentadora Rita von Hunty, do Canal Tempero Drag, falou sobre Masculinidade Tóxica. Adriana Carvalho, da ONU Mulheres, tratou do tema violência contra as mulheres. Mulheres dirigentes sindicais disseram “O que esperamos dos bancos” e o diretor de Políticas de Relações Trabalhistas e Sindicais da Fenaban falou sobre “Negociação social”.

Quinta, 12 Março 2020 15:48

Votação da MP 905 é adiada novamente

votação da Medida Provisória (MP) nº 905, o Programa Verde e Amarelo, na comissão mista do Congresso Nacional foi adiada novamente. Desta vez, para a próxima terça-feira (17).

“Essa MP 905 é mais uma das várias tentativas do governo Bolsonaro para acabar de vez com os direitos da classe trabalhadora que restaram após a famigerada reforma trabalhista que ele também apoiou quando era deputado. Entre outros absurdos, ela libera o trabalho bancários aos sábados”, afirmou Jeferson Meira, o Jefão, secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que acompanhou a votação.

Desde o início dos trabalhos, os parlamentares precisaram de suspender os debates diversas vezes em busca de consentimento. Por volta de 12h, quando parecia firmada uma negociação, a mesa diretora do plenário do Senado expediu uma ordem suspendendo todas as comissões, menos a Mista de orçamento (CMO).

Os deputados voltaram a discutir se haveria, regimentalmente, validade ou não da continuidade dos trabalhos sob a determinação e, sem uma resposta, o presidente do colegiado, o Senador Sérgio Petecão (PSD-AC) determinou mais uma vez a suspensão dos trabalhos e, em seguida, a suspensão da sessão até às 14h. Na sessão corrida, deputados e senadores votaram a exclusão dos destaques, exceto cindo, e o senador Paulo Paim (PT-RS) e o deputado Bira do pindaré (PSB-MA) leram seus votos em separado.

Paulo Paim sugeriu uma série de mudanças. Dentre elas, que o programa fosse financiado pela União, e não pela Previdência, para não retirar o benefício de outros trabalhadores, que haja liberação aos domingos e feriados e, também, que ficasse garantida a eficácia da fiscalização. Já Bira destacou que o projeto era complexo, misturava assuntos, retirava direitos trabalhistas, teve 1.930 emendas apresentadas, “o que demonstra a insatisfação da oposição e, até mesmo, de governistas”, e chamou o programa de pouco eficiente.

Outras suspenções

Depois do segundo dia de debates tumultuados, a votação foi suspensa. Na terça-feira (10), a sessão desta terça atrasou por discordâncias no andamento do debate. A ala governista queria votação imediata, enquanto a oposição defendia prosseguimento das discussões, por causa de mudanças no relatório original, apresentado em 19 de fevereiro. As falas foram abertas por volta de 15h30, com o compromisso de votação nesta quarta. Paralelamente, representantes das centrais sindicais se reuniram com parlamentares para tentar barrar a medida.

Na semana passada, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e as demais centrais sindicais já haviam conseguido barrar a votação.

Uma antiga reivindicação dos funcionários do Bradesco foi atendida nesta quinta-feira (12), quando o banco enviou um comunicado às agências para informar melhorias no Plano dental.

A reivindicação foi reapresentada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco em reunião realizada no final de dezembro de 2018. Os representantes dos trabalhadores reivindicaram um calendário de reunião nas federações, com objetivo de solucionar os problemas com o Plano de Saúde e Dental. Eles destacaram que os funcionários têm plano inferior ao que é oferecido no mercado. Foi relatado problemas como a dificuldade do retorno profissional quanto ao credenciamento; redução dos serviços e da rede credenciada, a dificuldade de aprovação de alguns exames e o site desatualizado.

Na reunião seguinte, em março de 2019, o banco apresentou um calendário para reunião nas Federações, para conhecer as reivindicações de cada base.

Nestes encontros, realizados na sequência – como Rio de Janeiro e Santa Catarina, discutiu-se melhorias no plano odontológico e no Plano de saúde, com foco em resolver os problemas em cada município que compõe as bases das federações, onde o atendimento é precário.

“Reconhecemos que houve melhorias. Porém, ainda há muita coisa que precisa ser alterada, o que continuaremos pautando em nossas reuniões. Cobraremos também um retorno das soluções para cada federação”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco.

Entre as melhorias estão o aumento da tabela de reembolso para 2X; a redução da coparticipação de 50% para 30% nos procedimentos de prótese cobertos pelo plano contratado e a cobertura de documentação ortodôntica (com participação de 30%).

Foi uma vitória importante digna de ser comemorada por toda a categoria no mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8 de março): o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) assinaram, nesta quarta-feira (11), um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias, que também garante o apoio àquelas mulheres que forem vítimas de qualquer forma de agressão. A proposta, reivindicada pela categoria bancária, vinha sendo negociada desde março de 2019. Já na reunião de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenaban, ocorrida em fevereiro de 2020, os bancos sinalizaram que aceitariam a criação do programa. “O Brasil tem números alarmantes de agressões praticadas diariamente contra as mulheres em suas próprias casas. As bancárias não estão imunes a este tipo de violência. Humilhadas e constrangidas muitas vezes faltam ao trabalho, e acabam sendo demitidas. Elas precisam de proteção e assistência e não de sofrer ainda mais com a perda do emprego”, explica a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso.

Políticas de apoio e prevenção

A não obrigatoriedade do cumprimento de metas no período de risco, o abono às faltas, a garantia do emprego, o atendimento psicológico e social são algumas das políticas que a categoria espera que sejam criadas pelos programas de prevenção e apoio às bancárias vítimas de violência doméstica. Pesquisas apontam que, no Brasil, mulheres vítimas de violência costumam se ausentar do trabalho, em média, por 18 dias . Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida por um homem e sobrevive. Mas, muitas delas morrem. Segundo o Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil.

Apresentações sobre o tema

Antes da assinatura do acordo, ocorreu uma série de apresentações sobre temas correlatos. A apresentadora Rita von Hunty, do Canal Tempero Drag, falou sobre Masculinidade Tóxica. Adriana Carvalho, da ONU Mulheres, tratou do tema violência contra as mulheres. Mulheres dirigentes sindicais disseram “O que esperamos dos bancos” e o diretor de Políticas de Relações Trabalhistas e Sindicais da Fenaban falou sobre “Negociação social”.

Fonte: Contraf-CUT

A pressão dos sindicatos e da Contraf-CUT resultou em avanço nas negociações com a direção do Grupo Alfa. Os representantes da empresa reconheceram, em reunião realizada na terça-feira (10), que a mudança no programa de remuneração variável (RV), implementada em outubro de 2019, não foi uma “decisão feliz”. No encontro, os sindicalistas cobraram o estorno dos descontos na RV realizados desde novembro do ano passado; suspensão de qualquer desconto mensal da RV na PLR da CCT até junho deste ano; e negociação de Programa Próprio de Remuneração com a entidade, contemplando todos os trabalhadores do grupo.
Os sindicalistas querem também o acesso aos locais de trabalho. O Grupo Alfa se comprometeu a responder todas as reivindicações até a sexta-feira (13).
“Os funcionários do Alfa precisam se sindicalizar e compreender que só há vitória com luta coletiva. Na avaliação do movimento sindical houve avanço na negociação pois a instituição financeira reconheceu que a mudança a mudança no programa de remuneração variável não foi uma decisão acertada”, disse o diretor dos Bancários do Rio Sérgio Menezes.

Os sindicalistas entendem que a RV e a PLR são verbas de naturezas distintas e que, portanto, não pode haver qualquer tipo de desconto ou compensação entre elas.

“Esperamos que o Grupo Alfa atenda a todas as reivindicações dos trabalhadores, bancários e financiários que são os responsáveis pelos lucros da empresa”, acrescenta Sérgio.

 

A comissão mista do Congresso Nacional que analisa a Medida Provisória (MP) nº 905, do Programa Verde e Amarelo, deve votar nesta quarta-feira (11) o relatório do deputado Christino Áureo (PP-RJ), que alterou pontos do texto original, mas manteve os prejuízos aos trabalhadores.

A CUT e demais centrais sindicais, que conseguiram barrar a votação na comissão na semana passada, estão mobilizadas e devem lotar o Congresso Nacional nesta quarta para impedir novamente a votação desta MP que flexibiliza contratos de trabalho, libera o trabalho aos domingos, sem adicional, e cria um imposto para os desempregados, entre outras medidas nefastas.

A medida, apresentada com o argumento de que é preciso estimular a geração de empregos para jovens de 18 a 29 anos, por meio da Carteira Verde e Amarela, na verdade aprofunda os efeitos negativos da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), em vigor desde novembro de 2017. Esses jovens seriam contratados com salários limitados, por no máximo dois anos e receberiam um percentual menor do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço quando demitidos sem justa causa.

A expectativa era que o projeto fosse votado na terça-feira (10). Mas, depois de muita discussão, a comissão mista que analisa o contrato de trabalho “verde e amarelo” apenas discutiu o teor do relatório apresentado pelo deputado Christino Aureo (PP-RJ).

A sessão desta terça atrasou por discordâncias no andamento do debate. A ala governista queria votação imediata, enquanto a oposição defendia prosseguimento das discussões, por causa de mudanças no relatório original, apresentado em 19 de fevereiro. As falas foram abertas por volta de 15h30, com o compromisso de votação na retomada, nesta quarta, a partir das 10h. Paralelamente, representantes das centrais sindicais se reuniram com parlamentares para tentar barrar a medida.

Os defensores da MP 905 falaram em “modernização” e na necessidade de adequar a legislação às mudanças do mercado de trabalho. O mesmo discurso adotado durante as discussões sobre a “reforma” trabalhista, aprovada em 2017, implementada sob o argumento de que isso aumentaria a oferta de emprego no país.

Avião sem piloto

Para o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), a medida provisória representa “o mais duro ataque aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras promovido por esse governo”. Governo que ele considera “cruel” na questão social e “covarde no trato de todas as questões que dizem interesse ao grande capital”.

Pimenta usou imagens como “avião sem piloto” e “navio sem capitão” para comentar o momento político. “A economia mundial está derretendo e eu vi uma imagem do presidente da República no estúdio do Romero Britto brincando de pintor”, ironizou.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também fez referência às “reformas” trabalhista e previdenciária, que já retiraram direitos sociais, situação que segundo ele piora com a MP. “Isso é um tratamento sanguinário, um genocídio praticado pelo Estado.”

“Arrebentar de verde e amarelo”

Líder da Minoria na Câmara, Alice Portugal (PCdoB-BA) disse reconhecer o esforço do relator “em reduzir algum dano” na proposta, mas acrescentou que isso ainda era insuficiente. “Ela (MP) vem arrebentar de verde e amarelo o que resta de direitos dos trabalhadores brasileiros”, afirmou.

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que nenhum destaque melhoraria o texto do governo. Ele propôs ao relator um “amplo entendimento” para criar uma proposta alternativa e adiantou que apresentará amanhã um voto em separado. Segundo ele, a MP, além de “reduzir direitos do que mais precisam, não vai gerar emprego”. Paim lembrou que já se falava em aumento dos postos de trabalho com a reforma de 2017: “Onde estão os milhões de empregos? Aumentou a informalidade”.

O também senador Paulo Rocha (PT-PA) salientou que a proposta mexe com “conquistas e direitos que foram frutos de lutas e negociações”, citando alguns casos. “A jornada de trabalho dos bancários foi uma conquista negociada”. Além disso, acrescentou, a medida governista enfraquece a fiscalização e reduz o poder de negociação dos sindicatos.

Desmonte dos direitos trabalhistas

Em nota técnica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), afirma que a situação dos jovens no mercado de trabalho precisa de medidas que incluam “oportunidades de trabalho seguro e decente, e boas condições para a formação profissional”. Esse não é o caso da MP.

Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT, afirma que a MP 905 é ”o desmonte de todos os direitos conquistados pela classe trabalhadora durante cem anos”. O dirigente ainda diz que a carteira verde e amarela é a legalização do trabalho escravo.

“É um verdadeiro crime de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes”, diz Sérgio.

O presidente da CUT ainda reforça que o Brasil, ao invés de ataques aos direitos, precisa de empregos de qualidade e bem remunerados para aquecerem a economia fazer o país crescer.

Confira os dez piores itens da MP 905:

  1. 1 – Imposto para desempregados
    Para financiar os contratos verde e amarelo, que isentam os empresários de vários impostos, o governo propôs cobrar 7,5% sobre o seguro-desemprego. O relator alterou este item e propôs que a cobrança seja opcional e reduziu a alíquota para 5%. Se optar por pagar, os desempregados poderão contabilizar este período na aposentadoria.

    2 – Bolsa Patrão
    Ao mesmo tempo que trabalhadores serão taxados no seguro-desemprego e terão redução no FGTS, patrões deixarão de pagar 34% em impostos. Ficarão isentos de contribuir para o INSS, não precisarão pagar salário educação, tampouco contribuir para o Sistema S (Sesi, Senai, Senac, Senar, Senat, Sescoop e Sebrae) e para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

    3 – Ataque ao FGTS do trabalhador
    A medida trata o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como tributo e não como renumeração. O percentual de FGTS destinado ao trabalhador da carteira verde e amarela será de 2% – o dos trabalhadores de carteira azul é de 8%. A multa na rescisão de contrato também será reduzida de 40% para 20%.  No fim das contas, a MP 905 vai reduzir ainda mais o ganho dos trabalhadores verde e amarelo que já terão salário limitado a no máximo um salário mínimo e meio (R$ 1.558,50).

    Cálculos do Dieese mostram que, em comparação com contratados pela carteira azul, a rescisão seria de aproximadamente R$ 3.000,00 a menos para os contratados pela carteira verde amarela.

    4 – ‘Fim’ do fim de semana
    A MP ataca o convívio social e familiar de todos os trabalhadores ao determinar que sábados, domingos e feriados sejam dias normais de trabalho, sem pagamento de adicionais, o que também significa reduzir os ganhos do trabalhador. O domingo deixa de ser o dia semanal de descanso remunerado e as folgas só precisarão cair em um domingo a cada sete semanas.  A MP também altera a Lei 605/1949 e libera as empresas de autorização prévia para jornadas aos domingos e feriados.

    5 – PLR
    O programa Verde Amarelo também regulamenta as condições de prêmios, retirando a participação dos sindicatos da definição das regras de pagamento da Participação dos Lucros e Resultados (PLR), que será condicionada ao desempenho do trabalhador.

    6 – Negociado sobre o legislado
    O que já havia acontecido na reforma Trabalhista agora é ampliado. O princípio do negociado sobre o legislado vai se sobrepor sobre súmulas trabalhistas e decisões judiciais, ou seja, vai estar acima até mesmo da interpretação das leis trabalhistas e da Justiça do Trabalho. A única exceção é que o negociado sobre o legislado não vai valer para as regras da contratação pela carteira verde e amarela.

    7 – Risco de vida aos jovens trabalhadores
    A carteira verde-amarela permite a contratação para trabalhos perigosos, ou seja, para funções que eles não estão aptos ou qualificados a desempenharem, o que aumenta os riscos de acidentes de trabalho e coloca a vida desses trabalhadores em risco. Além disso, a MP também diminui o pagamento de adicional de periculosidade de 30% para 5%, já que a regra permite a contratação de um seguro privado. Os trabalhadores terão direito ao adicional de periculosidade apenas se a exposição ao risco atingir mais de 50% da jornada.
    De acordo com a análise do Dieese, a medida vai desestimular as empresas a investirem em postos de trabalho mais seguros para não arcar com custo adicional de periculosidade.

    8 – Jovens mais velhos
    Além de permitir que 25% do total de trabalhadores da empresa sejam contratados por meio da carteira verde e amarela, o relator propôs que MP permita que trabalhadores acima de 55 anos, que estejam desempregados há mais de 12 meses, possam ser contratados pelo programa, com as mesmas regras de supressão de direitos.

    9 – Reincidência
    A MP permitirá às empresas a contratação consecutiva pela modalidade da carteira verde e amarela desde que o contrato anterior não tenha ultrapassado seis meses de duração. Dessa forma, uma empresa pode contratar um trabalhador, demiti-lo antes de seis meses e contratar novamente pelo programa. Ou seja, quem ganha mais e tem direitos, corre o risco de ser demitido e substituído por um trabalhador com contrato verde e amarelo.

    10 – Vista grossa
    A medida provisória protege as empresas na medida em que determina que uma multa ou atuação não pode ser aplicada em uma primeira visita. Se um fiscal se deparar com uma situação em que a empresa não cumpre regras e normas de segurança, ele poderá aplicar apenas uma notificação. A autuação só pode ser feita em uma segunda visita que deve ocorrer, no mínimo, 90 dias depois da primeira. Nesse intervalo de tempo, a empresa continua funcionando, ainda sem atender às exigências de segurança e trabalhadores ficam em situação de risco.

Pressão

A votação da MP 905 na Comissão Mista, no dia 4 de março, foi adiada após pressão da CUT e centrais sindicais. Mas ela poderá ser votada e aprovada já nesta terça-feira, dia 10. As entidades representativas dos trabalhadores estarão no Congresso, novamente, para tentar barrar a tramitação da medida.