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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
A pesquisadora Jackeline Aparecida Romio, doutora em Demografia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), disse que há três tipos de feminicídio: sexual ((resultado de violência sexual), doméstico (resultado de violência doméstica) e reprodutivo (mortes de mulheres causadas pelo aborto). A afirmação foi feita no último dia 7 de novembro, em um debate na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo a pesquisadora, os dados significam que as mulheres negras e indígenas não estão sendo atingidas pelas políticas universais e precisam de políticas públicas específicas. Nos últimos dez anos, os assassinatos de mulheres brancas caíram 8%, enquanto entre as negras aumentaram 15,4%.
A Lei aprovada pelo Congresso em 2015 (13.104) alterou o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) para qualificar o feminicídio como um crime contra a mulher tendo como razão simplesmente a sua condição do sexo feminino.
A especialista acrescenta que em muitos casos há mutilação de corpos, o que demonstraria o ódio contra a mulher.
Racismo institucional
Os participantes do encontro pediram uma investigação para saber porque em relação à mortalidade materna no Brasil, mulheres negras morrem mais do que as brancas. Especialistas consideram que há um racismo institucional, ou seja, o tempo dedicado e melhores condições de atendimento nas instituições de saúde brasileiras às mulheres negras é inferior ao às brancas. “Por que mulher
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no último ano, 4.606 mulheres foram assassinadas, sendo que apenas 621 casos foram notificados como feminicídio.
A pesquisadora destaca a alta taxa de mortalidade entre mulheres de 15 a 49 anos. Como se vê, o feminicídio no país tem cor e classe social.