Quarta, 12 Fevereiro 2020 17:07

Itaú, Bradesco e Santander elevam lucros mas fecham 430 mil agências e demitem quase 7 mil

Bradesco, Itaú e Santander: lucros não param de crescer enquanto que a recessão revela nas ruas das cidades brasileiras o desemprego e a miséria, que crescem a olhos nus Bradesco, Itaú e Santander: lucros não param de crescer enquanto que a recessão revela nas ruas das cidades brasileiras o desemprego e a miséria, que crescem a olhos nus

Os bancos não param de elevar os seus lucros no Brasil, mesmo diante de uma profunda recessão econômica que o país enfrenta desde 2014 e que foi aprofundada pelas políticas econômicas dos governos Temer e Bolsonaro.

O Itaú, maior instituição financeira privada do país, teve em 2019, o maior lucro da história do sistema financeiro nacional: R$26,58 bilhões, uma alta de 6,4% em relação a 2018. O Bradesco teve um crescimento ainda maior no período, chegando a 20%, faturando R$25,9 bi. O Santander continua fazendo do Brasil a sua mina de ouro: lucrou no ano passado R$14,5 bi, uma alta de 17,4%.

O desempenho representa 28% do faturamento global do grupo espanhol.

Apesar de tanto dinheiro o setor continua fechando agências físicas e demitindo trabalhadores. Itaú, Bradesco e Santander fecharam juntos, 430 mil agências em todo o país, demitindo quase 7 mil trabalhadores.

“Num país que está com a economia combalida, com indústrias fechando, comércio falindo, mais de 12 milhões de desempregados, metade dos trabalhadores na informalidade, trabalhando em média 12 horas por dia e ganhando R$413 por mês, os bancos continuam batendo recordes nos lucros. É um escândalo. O setor financeiro não produz nada, só acumula capital e ainda demite em massa”, critica o diretor do Sindicato e Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar. 

Juros extorsivos

O sindicalista critica também os juros, os maiores do mundo no cartão de crédito. “Como pode no Brasil os bancos cobrarem 400% ao ano no cartão de crédito, enquanto na Europa e EUA as instituições financeiras, aplicam de 2% a 8% e há países, como o Japão, que aplicam juros negativos para fazer a economia girar e superar a crise internacional”, afirma.

Bancos ganham, o Brasil perde

Ao contrário dos bancos, o setor produtivo amarga com a crise: a produção industrial caiu em 12 de 15 estados, em 2019, avaliados pela Pesquisa Industrial Mensal - Regional (PIM Regional). Na média nacional, a produção industrial recuou 0,7% no período. O varejo teve uma retração de 0,1% em dezembro, na comparação com novembro do ano passado, apesar das vendas do comércio terem crescido 1,8% no acumulado de 2019.

“As reformas trabalhista e Previdenciária e o arrocho salarial tornaram o trabalho no Brasil ainda mais precário e reduziram a renda média. O trabalhador não compra, a loja não vende, a indústria não produz. Está na cara que esta política liberal só torna ainda pior a vida dos brasileiros. Não é possível que as classes dominantes do Brasil continuem com uma visão escravocrata atrasada, mesquinha e não tenham um pingo de sensibilidade e compromisso social”, conclui Almir.

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