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O Sindicato e a Contraf-CUT conseguiram, através de ofício enviado à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), antecipar a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos empregados da Caixa Econômica Federal que já entrou na conta dos bancários nesta quinta-feira (20).

“É importante que os empregados, especialmente os mais novos, tenham a informação de que a PLR é uma conquista fruto de muita luta da categoria e negociações dos sindicatos com a entidade patronal. E esta antecipação só foi possível graças à pressão feita pelo movimento sindical”, afirma o vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti.

A direção da Caixa divulgou um lucro de R$ 21,1 bilhões em 2019, o que representa uma alta de 103% frente ao ano anterior (R$ 10,3 bilhões). Segundo o banco estatal, o lucro registrado no ano passado foi recorde.

“Infelizmente, por trás deste resultado extraordinário está a venda de ativos do banco público, processo que faz parte do fatiamento da empresa para atender ao projeto de privatização tão sonhada pelas instituições financeiras privadas e pelo ministro banqueiro Paulo Guedes”, acrescenta Matileti.

PLR Social

A PLR na Caixa é composta, além da regra básica e da parcela adicional previstas na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria (módulo Fenaban), pela PLR Social, conquista dos empregados na campanha e na greve vitoriosa de 2010. A regra básica corresponde a 90% do salário-base mais verbas fixas de natureza salarial. Além disso, soma-se também um valor fixo de R$ 2.457,29. O valor individual limita-se a R$ 13.182,18. Se o total apurado na aplicação da Regra Básica ficar abaixo de 5% do lucro líquido apurado no exercício de 2019, o valor será majorado até que se atinja esse percentual ou será pago 2,2 salários do empregado, com limite de R$ 29.000,77, o que ocorrer primeiro.
A parcela adicional é a divisão linear de 2,2% do lucro líquido apurado em 2019, dividido pelo número total de empregados elegíveis de acordo com as regras da CCT, em partes iguais, até o limite individual de R$ 4.914,59.
É bom lembrar que se trata da segunda parcela. Portanto, são descontados os valores pagos na antecipação.
A PLR Social é a distribuição linear de 4% do lucro líquido a todos os empregados. Na Caixa, é antecipado 50% do valor da PLR na primeira parcela (levando em consideração a projeção de lucro).

“A antecipação é sempre muito bem-vinda. O início do ano é sempre o mais difícil para os trabalhadores, em função das muitas contas a pagar com impostos, como IPVA e IPTU e custos de matrícula e material escolar dos filhos. É preciso valorizar o nosso Sindicato”, completa Matileti.

A criação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência é uma proposta pelo Coletivo Nacional das Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) de enfrentamento à violência contra a mulher, que é uma das principais bandeiras de luta para o Dia Internacional da Mulher.

“As mulheres vítimas de violência doméstica já estão fragilizadas com a situação vivenciada em casa, não encontra nenhum tipo de acolhimento no seu local de trabalho, aonde passa o maior tempo”, afirmou Silmara Antonia da Silva, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A dirigente sindical se formou no curso de Administração em 2019 e escolheu Política de acolhimento de mulheres em situação de violência doméstica nas instituições financeiras, como tema do seu trabalho de conclusão de curso (TCC), por já ter atendido bancárias nesta situação. Ela foi a idealizadora da reivindicação, apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em reunião da mesa de Igualdades de Oportunidade, realizada em abril do ano passado.

“A nossa expectativa é que a Fenaban possa dar continuidade nas discussões que já foram iniciadas na mesa de Igualdade de Oportunidades e tornar essa proposta uma realidade dentro dos bancos, o que será fundamental para dar a proteção e o respeito que precisam, além de manter o respeito no ambiente de trabalho”, salientou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Para Silmara, a estratégia de prevenção é mais necessária. “Um canal que possa olhar as trabalhadoras com mais atenção, pode iniciar um processo de mudança na empresa e contribuir para a redução dos números de violência e até feminicídio no país.”

A dirigente aponta que a ausência de uma política interna para lidar com o problema, vivenciado por muitas mulheres no Brasil, leva o gestor dos bancos ao imobilismo ou ao tratamento inadequado da situação. “A falta de compreensão dos fatos e de falta de orientação por parte da instituição contribui para a perpetuação de uma cultura de violência e punição da própria vítima do processo. É difícil para a mulher separar o que vivenciou da violência sofrida pelo seu companheiro, da sua relação do trabalho, o que acaba influenciando diretamente no rendimento no trabalho.”

A pesquisa de Silmara ainda sugere outras intervenções necessárias para contribuir e minimizar o sofrimento psíquico da mulher vítima de violência, como curso sobre violência doméstica para gestores e trabalhadores; liberação da funcionária sem penalidades e horários flexíveis, caso haja necessidade, devido as agressões recebidas; horários de trabalho flexíveis; alteração temporária das responsabilidades do trabalho; assistência jurídica; segurança pessoal e prioridade em estacionar próximo ao prédio e manter o sigilo.

O Comando Nacional dos Bancários está reunido na manhã desta quarta-feira (19), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, para definir o calendário de atividades e debater os assuntos a serem tratados na reunião desta tarde com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

“Além da Campanha Nacional, neste ano haverá uma série de eleições em diversos sindicatos e em entidades corporativas, como a Fenae, as Apcefs, a Cassi e a Previ. Por isso, é importante tratarmos com bastante atenção de nosso calendário de atividades”, observou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Juvandia salientou ainda que à tarde, na reunião com a Fenaban, serão apresentados alguns dos dados do 3º Censo da Diversidade Bancária. “O Censo é uma conquista da Campanha Nacional de 2018, que permite a realização de ações de combate à desigualdade, ao preconceito e à discriminação nos bancos”, ressaltou.

Ela ainda informou que os dados ainda estão sendo sintetizados e a apresentação dos dados completos será realizada em março.

Violência contra as mulheres

Na reunião desta tarde o Comando Nacional espera que a Fenaban dê uma posição com relação à proposta do Comando para que os bancos criem canais de atendimento às mulheres vítimas de violência, seja ela doméstica ou em outros ambientes, inclusive no trabalho, garantido o suporte psicológico e jurídico às bancárias vítimas de violência.

Resultado dos bancos

Durante a reunião da manhã, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou os resultados dos quatro maiores bancos do país em 2019 e informou que a Caixa Econômica Federal divulgará seu balanço na tarde desta quarta-feira (19).

“Como pudemos ver, o país vive uma crise absurda, com desemprego e baixo crescimento e os bancos continuam tendo lucros recordes. Mas, mesmo assim, continuam demitindo e reduzindo seus quadros de funcionários”, criticou a presidenta da Contraf-CUT.

50 anos da Fenae

Durante a reunião, o secretário de Finanças da Contraf-CUT e vice-presidente da Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, lançou o livro “Tijolo por tijolo”, que traz a história de 50 anos da Fenae.

“É importante deixar registrada essa história para que os empregados, a categoria e toda a sociedade saibam, por exemplo, que a organização dos empregados foi fundamental para a conquista de diversos direitos dos trabalhadores”, afirmou Takemoto. “Os bancos dizem que muitos destes direitos são benefícios que eles dão aos bancários. Muita gente acredita nisso. Mas, nenhum deles é benefício. Todo eles foram conquistados por meio da organização e da luta das organizações de representação dos empregados”, concluiu o dirigente sindical.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou um ofício, na noite desta terça-feira (18), para cobrar a continuidade das reuniões sobre o processo de reestruturação da Caixa.

O documento cita a liminar concedida a pedido da Contraf-CUT e pede transparência nos dados da reestruturação, como: gabaritos, números de empregados, funções e unidades envolvidas no processo, separados por região (com dados antes e previsão depois), número de previsão de dispensa das funções, transferências por região, etc.

Na última sexta feira (14), em juízo, a direção do banco registrou seu compromisso de garantir a manutenção das funções e os locais de 80% dos empregados da rede. “Além de cobrar esse compromisso, queremos respeito aos trabalhadores de licença e de férias, além outras situações. Queremos que a direção do banco coloque para as federações e sindicatos a situação em cada região para podermos acompanhar caso a caso”, cobrou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa).

A CEE/ Caixa lembra ainda do pedido de agendamento de reunião dia 20 de fevereiro que não teve resposta. “São inúmeras as reclamações dos empregados quanto ao processo, por isso ele deve ser acompanhado de perto se for prosseguir. Precisamos garantir os direitos dos trabalhadores, entre eles, o de no caso do descomissionamento tendo as condições de incorporação da gratificação de função que tenha seu direito garantido”, afirmou Dionísio Reis. “Nós já apresentamos todas essas questões no último encontro com a direção do banco, em 12 de fevereiro, mas até o momento não obtivemos resposta. A transparência das informações é imprescindível para principiar um processo de negociação”, completou

CA debate reestruturação

Na reunião do Conselho de Administração (CA), na última segunda-feira (17), o único item da reestruturação colocado em pauta foi a criação das superintendências nacionais, já que o processo na íntegra só passa pelo Conselho Diretor. Para a representante dos empregados no CA, Rita Serrano, redefinir estratégias faz parte da rotina que qualquer empresa, mas ela opina: “Não tenho  instrumentos para avaliar se essa reestruturação é a mais adequada para a rede, mas entendo que por ser a área mais importante,  coração  e vitrine da Caixa, que agrega quase 60% dos empregados, deveria ser feita com cautela  e discussão, para não correr riscos de  perda de processos, perda de inteligência, piora na qualidade de atendimento a clientes e usuários”, afirmou.

Ela avalia também que a restruturação proposta desconsidera que o maior banco público do Brasil deveria ter política de inclusão bancária, pois hoje em torno de 45 milhões de brasileiros não tem acesso a serviços bancários. Rita Serrano ressaltou que a expectativa é que a direção da Caixa reavalie esse processo açodado e respeite as entidades de representação e sobretudo os empregados, que ficaram inseguros e assustados com as possibilidades de mudanças, perdas de função, de local de trabalho, e da ampliação da pressão por resultados.

A reestruturação, no entendimento dela, também é um passo para o esvaziamento da empresa e sua privatização, mesmo que fontes do governo afirmem que a Caixa não será privatizada neste momento. “Na verdade a Caixa já está sendo privatizada, pois se desfez de R$ 15 bilhões em ativos, vendeu ações da Petrobras, do BB, do Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB, fez o leilão da Lotex e prepara para esse ano a privatização de operações fundamentais nas áreas de seguros, cartões e loterias. Então é evidente que Caixa está sendo privatizada e o governo só não admite isso por um motivo: a opinião pública. As pesquisas indicam que a sociedade brasileira não quer a privatização, especialmente quando se trata da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa, um banco público, tão importante e gestor de inúmeros programas sociais”, avalia.

Reconhecimento dos empregados

A Contraf-CUT aproveitou o ofício para cobrar a antecipação do pagamento da PLR. A PLR na Caixa é uma conquista recente que vem de 2003, antes disso o banco não garantia a regra básica da CCT. Além da regra básica e da parcela adicional previstas na CCT da categoria (módulo Fenaban), a PLR é composta na Caixa pela PLR Social, conquista dos empregados na campanha de 2010 e garante 4% do lucro líquido distribuído linearmente.

RH 151 para todos os empregados

É importante lembrar que a Justiça determinou que o direito à incorporação da gratificação de função prevista no RH 151 deve ser mantido a todos os empregados. A Caixa expediu documento “FAQ”, em que argumenta de que a concessão do adicional de incorporação não está mais prevista nas normas internas da Caixa. Porém, as entidades sindicais esclarecem que, recentemente, a Juíza da 13ª Vara do Trabalho de Brasília julgou procedente o pedido da Contraf-CUT e federações, em ação coletiva, para “declarar que o direito à incorporação da gratificação de função prevista no RH 151 aderiu aos contratos de trabalho de todos os empregados substituídos que se encontravam admitidos até a data de 09/11/2017, desde que preenchidos os requisitos da norma”.

Para relembrar

No final de 2017, a Caixa revogou o normativo RH 151, o que ocasionou a limitação da incorporação de gratificação de função apenas aos empregados “descomissionados” até o dia 09/11/2017, desde que a dispensa ocorresse imotivadamente e o empregado contasse com 10 anos ou mais de função.

As entidades sindicais ingressaram com a ação coletiva denunciando a revogação do RH 151, bem como reivindicou a manutenção do respectivo normativo interno em sede de liminar. A liminar foi deferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, em sede do mandado de segurança, em 2018.

Na sentença, a Juíza declarou que “o direito à incorporação da gratificação de função prevista no RH 151 aderiu aos contratos de trabalho de todos os empregados substituídos que se encontravam admitidos até a data de 09/11/2017, inclusive, desde que preenchidos os requisitos da norma”. Essa decisão beneficiará todos os empregados lotadas nas respectivas bases territoriais da Contraf-CUT e das federações autoras.

A fila de brasileiros que esperam para receber o Bolsa Família no governo de Jair Bolsonaro já chega a 3,5 milhões de pessoas, o que  representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda, de acordo com matéria de Vinícius Valfré e Adriana Fernandes, do jornal O Estado de S.Paulo.

O Nordeste registra o maior número de brasileiros em situação de miséria não atendidos pelo programa. Das 1,5 milhão de famílias que vivem nos nove estados da região e deveriam ser beneficiárias, 606.835 (39,1%) estão fora do programa. 

De acordo com dados compilados por secretários Estaduais de Assistência Social do Nordeste para um fórum realizado por eles no início de fevereiro, 100 mil famílias entraram para o Bolsa Família em janeiro, sendo apenas 3.035 delas da região mais pobre do País. O maior volume de liberações foi para o Sudeste, 45.763.

Sem acesso ao maior programa de transferência de renda do mundo, criado pelo ex-presidente Lula em 2003 que atendia 14 milhões de famílias em 2012, a população voltou a bater à porta das prefeituras em busca de comida e outros auxílios e os municípios já estão sentindo o peso em suas finanças, de acordo com a reportagem.  

O jornal, que chegou ao número de não atendidos pelo programa analisando o banco de dados do próprio governo, diz que, no final de janeiro, o Ministério da Cidadania informou por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI) que a lista de pedidos para entrar no programa de transferência de renda seria três vezes menor, de 494 mil famílias.

A reportagem conta casos como o de Surubim, município de 80 mil habitantes, a 120 quilômetros do Recife, no interior de Pernambuco, onde os pedidos de cestas básicas dobraram no segundo semestre do ano passado e a prefeita Ana Célia de Farias (PSB) precisou fazer um aditivo ao contrato para a distribuição de alimentos.

O crescimento da demanda por atendimentos na prefeitura se deve ao congelamento de novos benefícios do programa de transferência de renda do governo federal, disseram gestores do Bolsa Família de Surubim.

Já o prefeito Olivânio Remígio (PT) de Picuí, a 240 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba, disse à reportagem ter registrado um crescimento na quantidade de pedidos de moradores de baixa renda, “pessoas que perderam o emprego devido à recessão econômica e precisam do Bolsa Família”.

Ainda de acordo com a reportagem, dados do Ministério da Cidadania apontam uma queda brusca no volume de concessões do benefício a partir de maio de 2019. Naquele mês, 264.159 famílias foram incluídas na lista de beneficiários. A partir de junho, as entradas caíram para 2.542 e, até outubro, quando os dados mais recentes foram publicados no Cecad, o volume permanecia neste patamar.

Ao Estado, o ministério reconheceu a redução no número de inclusões de famílias nos últimos meses e garantiu que isso será normalizado “com a conclusão dos estudos de reformulação do Bolsa Família”. No entanto, técnicos consultados pela reportagem apontam que a redução drástica pode ter sido uma manobra para garantir o caixa necessário ao pagamento do 13º do benefício, promessa da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Na nota, a pasta pontuou, ainda, que as concessões também dependem de “estratégias de gestão da folha”.

No Brasil da Mudança, mais dados sobre o programa.

Em mais uma decisão monocrática, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, decretou a ilegalidade da greve dos petroleiros, que teve início no último dia 1º e é contra  as demissões de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), de Araucária, no Paraná.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos irão recorrer da decisão. A orientação dos sindicalistas é que os petroleiros mantenham a greve e sigam as recomendações dos sindicatos em relação às tentativas de intimidação e assédio dos gestores da Petrobras.

 

Na greve de novembro do ano passado, quando decidiu isoladamente definir como ilegal a greve dos petroleiros, Ives Gandra foi derrotado por seus pares na Seção de Dissídio Coletivo (SDC) do TST.

Na atual greve, Ives Gandra é novamente relator do processo de dissídio coletivo, e, mais uma vez, decide monocraticamente pela ilegalidade de um movimento legítimo. Para isso, utiliza como fundamento o resultado de uma medida cautelar que a Petrobras ajuizou em seu favor.

O ministro poderia ter pautado a greve dos petroleiros na sessão desta segunda (17) da SDC ou aguardar o julgamento do dissídio marcado para o dia 9 de março.  

“O mínimo que se esperava era que o ministro Ives Gandra respeitasse a decisão anterior de seus pares na SDC, o que não ocorreu”, contesta o diretor da FUP, Deyvid Bacelar.

A greve entra nesta terça-feira em seu 18º dia, com 21 mil trabalhadores mobilizados em mais de 120 unidades do Sistema Petrobras. A força desse movimento histórico está na unidade da categoria peroleira e na resistência aos desmandos da gestão Castello Branco.

Qualquer decisão sobre a greve será deliberada coletivamente em assembleias, previamente convocadas pela FUP e seus sindicatos, após deliberação das entidades e publicação de edital específico.

A greve é um direito garantido a todos os brasileiros pela Constituição de 1988, dentre eles os petroleiros. 

 Pauta de reivindicação 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também quer que a petroleira abra imediatamente um processo de negociação que cumpra de fato o que prevê o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em relação a questões como regimes de turno, jornadas de trabalho, Assistência Médica de Saúde (AMS), bem como o cumprimento das novas regras para o pagamento da PLR.

O ataque do governo de Jair Bolsonaro ao bolso do trabalhador e da trabalhadora não poupou, sequer, quem vai depender apenas do valor da aposentadoria na velhice.  A reforma da Previdência deixou os idosos mais pobres e deixa sem perspectivas de um futuro melhor os jovens que vão entrar no mercado de trabalho, já que o tempo de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aumentou e o valor do benefício foi reduzido.

A reforma acabou com a aposentadoria por tempo de contribuição e aumentou a idade mínima de acesso à aposentadoria das mulheres de 60 para 62 anos, manteve o tempo mínimo de contribuição de 15 anos, mas reduziu o valor do benefício.

Já os homens, continuam podendo se aposentar aos 65 anos, mas terão de contribuir ao INSS por 20 anos, cinco a mais do que antes da mudança das regras, para receber menos.

Por isso, é preciso calcular se vale a pena esperar mais alguns anos para receber o valor integral da aposentadoria. Dependendo da média salarial não compensa abrir mão de um dinheiro que pode ser aplicado, ou mesmo gasto com as necessidades diárias.

Faça as contas antes de pedir a aposentadoria

Uma mulher que contribuiu por 25 anos, tem uma média de R$ 3.000,00 e atingiu a idade mínima, vai receber 80% desse valor, ou seja, R$ 2.400,00 – seiscentos reais a menos por mês. Para receber o valor integral terá de contribuir por mais 10 anos, até atingir os 35 anos.

Se calcularmos que ao longo de um ano ela receberá 13 salários, incluído o 13º, o valor recebido será de R$ 31.200,00. Esperar 10 anos significa “perder” R$ 312.000,00, no mínimo, já que o valor pode oscilar um pouco para cima com os reajustes concedidos todo ano.

Se essa mesma mulher ainda assim quiser esperar a aposentadoria integral, ela receberia R$ 600,00 a mais todo mês. Em um ano, receberá R$ 39.000,00.  No entanto, ela deixou de receber os R$ 312 mil ao longo de 10 anos. Para recuperar esse dinheiro, ela levaria 40 anos.

Aposentadoria integral é para poucos

Esperar pela aposentadoria integral depois da reforma de Bolsonaro só vale a pena para quem começou a contribuir ainda jovem. Antes, a mulher que contribuía por 30 anos e tinha 60 anos de idade se aposentava com o valor integral. Os homens tinham de contribuir por 35 anos e ter 65 anos de idade.

Agora, o homem precisa ter 40 anos de contribuição e 65 anos de idade e a mulher 35 anos de contribuição e 62 anos de idade para ter direito a aposentadoria integral.

Com a reforma, um homem que começou a trabalhar com carteira assinada aos 20 anos quando atingir a idade mínima (65) terá 45 anos de contribuição. Neste caso, receberá uma média até acima dos 100% porque a reforma prevê 2% a mais no valor do benefício para quem ultrapassar o tempo mínimo de contribuição.

Neste exemplo, claro, o trabalhador não pode ter ficado desempregado não deixado de contribuir ao INSS um mês sequer. Se conseguir essa façanha, receberá 110%.

A advogada, especialista em Direito Previdenciário, Camila Cândido, do escritório LBS, alerta, no entanto, que cada caso é um caso. Se a pessoa que continua contribuindo tem a possibilidade de pagar ao INSS um valor maior do que no início da sua carreira, a média pode aumentar.

“É preciso fazer um planejamento previdenciário porque as variações salariais entre o começo da carreira, o meio e o fim são muito altas. É preciso fazer as contas para saber se vale a pena continuar contribuindo ou se aposentar e aplicar o dinheiro”, pondera a advogada.

Antes e depois da reforma

Antes da reforma, um trabalhador e uma trabalhadora, da iniciativa privada, que contribuiu para o INSS poderia se aposentar por idade ou por tempo de contribuição.

Se aposentavam  por idade os homens com 15 anos de contribuição e 65 anos de idade e mulheres com o mesmo tempo de contribuição aos 60 de idade. Eles recebiam 80% da média dos melhores salários de contribuições, a partir de julho de 1994. Os 20% menores salários eram descartados, com isso, o valor da aposentadoria era maior.

Hoje, o homem para se aposentar precisa ter 20 anos de tempo mínimo de contribuição e 65 anos de idade. Já para as mulheres continuam contribuindo por 15 anos, mas só se aposentarão aos  62 anos de idade.

O cálculo do valor do benefício também mudou. Hoje a média é de 60% de todos os salários, a partir de julho de 1994, mais 2% ao ano do que ultrapassar o período mínimo de 15 anos para as mulheres e 20 para os homens.

Tempo de contribuição

Era possível também se aposentar por tempo de contribuição, de 30 anos para as mulheres e 35 para os homens, sem exigência de idade mínima. Um homem que começou a trabalhar aos 21 anos, poderia se aposentar aos 56.

O cálculo do valor a ser recebido era feito em cima do chamado “fator previdenciário”. Essa fórmula matemática levava em conta o tempo de contribuição até o momento da aposentadoria, a idade do trabalhador na hora da aposentadoria e a expectativa de anos que ele ainda tinha de vida, além da alíquota, fixada em 0,31. Quanto mais jovem a pessoa parasse de trabalhar, menor seria o valor.

As novas regras derrubaram o fator previdenciário, mas ninguém mais se aposenta apenas com tempo de contribuição, como era antes. Um homem que começou a trabalhar com 21 anos, hoje só se aposenta aos 65.

Regras para aposentadoria integral

Para receber a aposentadoria integral era preciso ter 60 anos de idade e 30 de contribuição (mulheres) e 65 anos de idade e 35 de contribuição (homens).

 

 

Quarta, 19 Fevereiro 2020 09:55

Doação de Sangue

Fátima José da Silva Correia, mãe de uma bancária do Santander precisa de doação de sangue de qualquer tipo. Quem desejar doar deve comparecer ao Instituto Nacional de Cardiologia, na Rua das Laranjeiras, 374, Laranjeiras, de segunda à sexta-feira, das 8h às 16h. 

Um ato dos empregados da Petrobras, paralisou, na tarde desta terça-feira (18/2), toda a Avenida República do Chile, no Centro do Rio de Janeiro, mostrando a força da greve da categoria que completou 18 dias. O protesto, chamado de Marcha Nacional em Defesa do Emprego, da Petrobras e do Brasil, em frente ao Edifício Sede da empresa (Edise) contou com a participação de petroleiros de refinarias, plataformas e unidades administrativas de todo o país, além de parlamentares e representantes de diversas empresas públicas, entre elas Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Dataprev, Serpro, Casa da Moeda, Eletrobras, Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e de setores importantes do serviço público, como saúde, previdência e educação, além de estudantes, movimento dos trabalhadores sem-terra, dos trabalhadores sem teto, do movimento dos atingidos por barragens e das centrais sindicais, CUT, CTB, Intersindical e CSP- Conlutas.

O vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Paulo Matileti destacou a importância da união das categorias de trabalhadores diante dos ataques do governo aos direitos sociais e ao emprego e para enfrentar o risco de privatização do patrimônio público. 

"Nós bancários estamos aqui em solidariedade a esta greve legítima dos petroleiros. O governo quer extinguir a produção nacional de fertilizantes nitrogenados para favorecer as importações destes produtos vindos dos EUA e para atender a sanha do capital estrangeiro, demitindo trabalhadores no Paraná e comprometendo a produção nacional. Precisamos fortalecer cada vez mais a unidade na defesa de nossos recursos naturais, das empresas e bancos públicos e da soberania de nosso país", afirma Matileti, que criticou ainda a decisão do TST contra o direito de greve, garantido pela Constituição Federal. Apesar desta decisão desfavorável na Justiça, a greve nacional dos petroleiros obteve nesta terça-feira (18) a sua primeira vitória judicial. O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) decidiu pela suspensão de mais demissões feitas pela Petrobras na Fábrica de Fertilizantes do Estado (Fafen-PR). A revogação de todas as dispensas é uma das principais reivindicações da categoria. Mas o movimento é também uma resposta dos trabalhadores ao projeto do ministro da Economia Paulo Guedes de privatizar a maior estatal brasileira. 

Maior greve desde 1995

A greve é a maior da categoria desde 1995. A empresa pública vem sendo atacada pelo governo Bolsonaro, com o sucateamento das unidades, déficit de funcionários e pela venda fatiada. A gigante BR-Distribuidora já foi entregue ao setor privado. O fechamento da Fafen e as demissões fazem parte do desmonte que tem como objetivo enxugar custos para facilitar a venda.

O diretor da Federação Única dos Petroleiros, Simão Zanaide também criticou a contradição do TST na decisão contra  a greve. O ministro Yves Gandra Martins julgou ilegal o movimento grevista na última segunda-feira, alegando ser político por ser contra o fechamento da fábrica de fertilizantes e as demissões dos empregados. 

"No TST foi assinado entre a FUP, sindicatos e a Petrobras um acordo em que a empresa se compromete a não demitir em massa. Agora que a diretoria da Petrobras descumpre o acordo, o TST julga a greve ilegal. O que está em jogo é a lisura do TST", denunciou o dirigente. Simão lembrou que com o fechamento da Fafen, o Brasil deixará de fabricar os insumos utilizados na fabricação de fertilizantes, uma ameaça à agricultura nacional. “Hoje eles fecham e demitem no Paraná. Se não reagirmos, amanhã vão querer demitir em toda a Petrobras para depois entrega-la às multinacionais”, alertou. Ironizou os que dizem que tudo no Brasil acontece somente após o Carnaval. “Este ano, para o desespero de Bolsonaro, será um ano em que as greves começam antes do Carnaval”, frisou.

 18 de março: greves nacionais

O diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo, condenou Yves Gandra por julgar a greve ilegal. “Gandra é eleitor de Jair Bolsonaro, fez campanha, ajudou a formular as propostas de reforma da Previdência e de uma nova reforma trabalhista e do Judiciário. Logo, tinha que se considerar impedido eticamente de tomar uma decisão que envolve diretamente o governo. Mas seria esperar muito ele tomar uma decisão destas”, afirmou o dirigente bancário, lembrando que a greve é legal justa. “A Constituição Federal garante o direito de greve. Os petroleiros estão lutando pelo cumprimento do acordo coletivo e, ao mesmo tempo, contra as demissões e o desmonte da Petrobras, caminho que deve ser seguido por todos os trabalhadores de empresas públicas”, afirmou.

Milton Martins, da Comissão de Empregados da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), disse que o processo de desmonte para posterior privatização é o mesmo para todas as estatais e que a resposta tem que ser a unificação contra este projeto entreguista. “O próximo passo é a participação de todos nos protestos nacionais do dia 8 de março, Dia da Mulher, e nas greves e protestos em todo o país no dia 18 de março. Será um Dia Nacional em Defesa do Serviço Público, das Estatais e Contra a Privatização. Os trabalhadores da área da Educação federal, do estados e municípios já decidiram entrar em greve neste dia”, afirmou.