Quinta, 12 Março 2020 00:39

Bancárias conquistam programa de prevenção à violência doméstica contra a mulher

Sindicato e Contraf-CUT assinam com a Fenaban aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho referente ao acordo negociado pela categoria desde março de 2019

Foi uma vitória importante digna de ser comemorada por toda a categoria no mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8 de março): o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) assinaram, nesta quarta-feira (11), um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias, que também garante o apoio àquelas mulheres que forem vítimas de qualquer forma de agressão. A proposta, reivindicada pela categoria bancária, vinha sendo negociada desde março de 2019. Já na reunião de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenaban, ocorrida em fevereiro de 2020, os bancos sinalizaram que aceitariam a criação do programa. “O Brasil tem números alarmantes de agressões praticadas diariamente contra as mulheres em suas próprias casas. As bancárias não estão imunes a este tipo de violência. Humilhadas e constrangidas muitas vezes faltam ao trabalho, e acabam sendo demitidas. Elas precisam de proteção e assistência e não de sofrer ainda mais com a perda do emprego”, explica a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso.

Políticas de apoio e prevenção

A não obrigatoriedade do cumprimento de metas no período de risco, o abono às faltas, a garantia do emprego, o atendimento psicológico e social são algumas das políticas que a categoria espera que sejam criadas pelos programas de prevenção e apoio às bancárias vítimas de violência doméstica. Pesquisas apontam que, no Brasil, mulheres vítimas de violência costumam se ausentar do trabalho, em média, por 18 dias . Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida por um homem e sobrevive. Mas, muitas delas morrem. Segundo o Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil.

Apresentações sobre o tema

Antes da assinatura do acordo, ocorreu uma série de apresentações sobre temas correlatos. A apresentadora Rita von Hunty, do Canal Tempero Drag, falou sobre Masculinidade Tóxica. Adriana Carvalho, da ONU Mulheres, tratou do tema violência contra as mulheres. Mulheres dirigentes sindicais disseram “O que esperamos dos bancos” e o diretor de Políticas de Relações Trabalhistas e Sindicais da Fenaban falou sobre “Negociação social”.

Fonte: Contraf-CUT

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