Imprensa

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Terça, 11 Junho 2019 21:34

Sexta-feira (14) é greve geral

Contra a Reforma da Previdência e em defesa da democracia

Os bancários do Rio aprovaram, por unanimidade, na terça-feira, 11 de junho, em assembleia realizada no auditório do Sindicato, a adesão de toda a categoria à greve geral dos trabalhadores nesta sexta-feira, dia 14. A paralisação é em protesto contra a Reforma da Previdência, os cortes na educação e as políticas antissocias e antipopulares do governo Bolsonaro que atacam os direitos do povo e aprofundam a recessão econômica do país. O Brasil vai parar também em defesa da democracia e do estado democrático de direito.
“Esta Reforma da Previdência é o fim da aposentadoria. O governo quer aprovar o modelo de capitalização privada, individual, em que somente o trabalhador contribui. No Chile este sistema fez com que 80% dos aposentados recebam menos do que um salário mínimo, resultando no maior índice de suicídios de idosos do mundo”, disse a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. A sindicalista lembrou que um dos fundos de pensão do Chile é ligado ao banco BTG Pactual, criado pelo hoje ministro da economia Paulo Guedes e convocou todos os bancários e bancárias a participarem da greve.
“O momento é de deixarmos nossas divergências para mais adiante e garantir agora a unidade de todos os trabalhadores para derrotar esta agenda ultraliberal contra os direitos do povo brasileiro e a soberania de nossos país”, completa. A assembleia expressou a unidade dos trabalhadores e contou com a participação das principais centrais sindicais do país: CUT, CSP-Conlutas, CTB e Intersindical. No final do dia, após a greve, na sexta-feira, haverá uma passeata da Candelária à Central do Brasil, com concentração às 15 horas.

Terça, 11 Junho 2019 21:26

Porque participar da greve geral

A discussão agora não é mais direita, esquerda ou centro. Esse ou aquele candidato. A discussão agora é a iminente perda dos direitos que os trabalhadores conquistaram durante anos.
Estamos prestes a perder o direito constitucional à aposentadoria. O regime atual da Previdência é tripartite, ou seja, contribuem os trabalhadores, os empregadores e o governo. A contribuição do governo não tem sido repassada e os impostos cobrados como o COFINS e CSLL estão sendo utilizados para pagamento da dívida pública. Além disso, não há cobrança dos devedores da Previdência, entre eles, os grandes bancos e corporações.
No sistema de capitalização, apresentado na proposta da reforma, somente o trabalhador contribuirá. Isso é um absurdo se considerarmos o mercado de trabalho brasileiro. Como contribuir por 40 anos e conseguir se manter empregado até os 65 anos? Ainda temos muita discriminação no mercado de trabalho, e uma delas, é justamente a idade, quando uma pessoa acima dos 40 anos já é considerada, muitas vezes, velha.
Temos exemplos pelo mundo de países que implantaram o modelo de Previdência que o governo quer aprovar. Podemos citar o Chile, onde o índice de suicídios aumentou muito entre os idosos, que sem perspectivas de trabalho, tiram a própria vida. Outros países que também instituíram este modelo de Previdência estão tentando se desfazer dele. O caminho de volta é muito mais difícil.
Precisamos reagir a isso enquanto há tempo. As manifestações e a greve geral no dia 14 de junho são as ferramentas que, nós trabalhadores, temos para mostrar as nossas insatisfações e pressionar os parlamentares para não aprovarem esse projeto que vai dificultar ainda mais o nosso futuro.
Nos, trabalhadores, definitivamente não somos o problema do país, mas sim, a solução. Produzimos, consumimos, pagamos impostos, fazemos a roda girar. É preciso refletir o porquê dos militares, parlamentares e judiciário não terem sido incluídos nessa proposta.
Vamos dizer não a isso tudo. Vamos à greve geral!
Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio

Advogados e juristas admitem que o vazamento das gravações das conversas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol podem resultar na anulação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O teor do diálogo é considerado por especialistas como um dos maiores escândalos envolvendo o Poder Judiciário brasileiro. As conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil no último domingo (9/6), revelam comportamentos antiéticos e a quebra do princípio da imparcialidade do direito, abrindo caminho para questionamentos das decisões judiciais proferidas pelo grupo, inclusive as que levaram à condenação de Lula.  
“Estamos vendo uma instrumentalização do poder jurisdicional com alguns membros do Ministério Público Federal. Isso fere o Estado democrático de direito", afirmou o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em entrevista ao jornal O Estado de Minas.

Interesse político
 
Para o ex-ministro da Justiça e advogado Eugênio Aragão, as conversas confirmam as suspeitas de que Moro, o procurador Deltan Dallagnol e outros membros da força-tarefa sempre atuaram movidos por interesses políticos e que os membros da Lava-Jato agiram movidos apenas por seus sentimentos de repulsa em relação a Lula e ao PT.

Fraude processual

Na opinião de Aragão o diálogo “qualifica claramente um crime de prevaricação, que é proferir um ato de ofício para atender seu sentimento pessoal. E neste caso é ilícito porque há claramente a tentativa de criar uma fraude processual". Para o jurista, os atos processuais são todos anuláveis e no caso do ex-presidente Lula, ficou muito claro que houve abuso de poder por parte de Sérgio Moro e isso pode ser cuidado dentro de um habeas corpus, que, aliás, já está no Supremo Tribunal Federal questionando a parcialidade do Moro.   
Na opinião do advogado criminalista Thiago Turbay, do escritório Boaventura Turbay Advogados, os desvios na conduta dos integrantes da Lava-Jato mancharam a credibilidade da operação. "A imparcialidade do juiz foi violada, o que implica obstruir a ampla defesa e o contraditório. As decisões são nulas”, disse.


Banco anuncia o fim do que chamava atividade “voluntária” aos sábados, após cinco finais de semana. Suspensão inclui a agência Santa Cruz, no Rio

O projeto do Santander em realizar trabalhos aos sábados não terá continuidade. Em comunicado formalizado na quinta-feira (6), o banco confirmou para nove agências o fim das atividades de orientação financeira em várias unidades. O suposto trabalho “voluntário” tinha sido programado para acontecer em 29 agências. O comunicado menciona nove agências onde ela será descontinuada, inclusive a de Santa Cruz, no Rio (as demais são, Duque de Caxias, Niterói/RJ, Guarulhos, Largo 13 de Maio e São José dos Campos/SP, Emiliano/PR, Cabula/BA e Osvaldo Aranha/RS).
Não tem nada de voluntário
Sob forte pressão dos sindicatos, os protestos ganharam força nas redes sociais e levaram o banco espanhol a encerrar o trabalho aos sábados, que de “voluntário” não tinha nada.
Sindicatos em todo o país realizaram protestos e paralisações, denunciando a intenção do banco, que queria atrair clientes para seus produtos e serviços, desrespeitando a jornada de segunda à sexta-feira da categoria e não oferecendo nenhuma garantia trabalhista ou contrapartida para os trabalhadores. Sem a proteção dos direitos previstos na CLT e na Convenção Coletiva de Trabalho, os bancários ficaram expostos a riscos, pois como tratou as atividades como “voluntárias”, o banco não assumiria quaisquer responsabilidades em relação aos acidentes de trabalho. No Rio, o Sindicato protestou durante os cinco sábados seguidos contra o trabalho dos funcionários em um shopping onde funciona a agência de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade.  
“Além de não ser voluntária, a atividade imposta aos bancários nos finais de semana não era, na verdade, uma orientação financeira. Ficou clara a intenção da instituição de atrair clientes para vender mais e aumentar os lucros”, explica a diretora do Sindicato, Maria de Fátima.
Explorando brasileiros
O Santander é um dos bancos que mais elevam tarifas anualmente, além de fazer parte de um cartel no sistema financeiro nacional que pratica os maiores juros do mundo. O Sindicato denunciou a prática e divulgou essas informações para bancários e populares que passavam nas imediações.
Uma reportagem do Jornal do Brasil aponta que o banco cobra 20% a mais nos empréstimos para os brasileiros do que para seus patrícios, os espanhóis, país de origem da instituição. Ao todo, o percentual pode chegar a 1.761% de aumento nos serviços prestados pelo Santander.
 “Foi uma vitória de todos os bancários. Hoje é o Santander, amanhã poderia ser outra instituição financeira. Este recuo mostra que a mobilização da categoria junto ao Sindicato é o caminho para garantir vitórias e garantir direitos”, afirma o diretor do Sindicato, Marcos Vicente.

Participação de todos os funcionários do Banco do Brasil na greve geral do dia 14 contra a reforma da Previdência e na luta para barrar a privatização do BB. Estas foram as duas principais decisões aprovadas por unanimidade neste sábado (8/6) no Encontro Interestadual dos Funcionários do banco, no auditório da CUT/RJ.
Também foi aprovada proposta de considerar prioritária a mobilização contra o assédio moral do BB sobre os funcionários, em função das metas. A defesa da Cassi e da Previ também mereceram destaque. Todas as proposições serão encaminhadas ao 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil a ser realizado nos dias 1º e 2 de agosto, em São Paulo. O encontro elegeu uma chapa única. A unidade é essencial devido ao cenário de ataques graves aos direitos dos trabalhadores, por parte do governo Jair Bolsonaro.
Os participantes do encontro frisaram que a reforma da Previdência vai reduzir os valores das aposentadorias e pensões, aumentar o tempo de contribuição, estabelecer idade mínima acabando com isso, na prática, com o direito à aposentadoria. Vai privatizar a Previdência pública através da criação do sistema de capitalização a ser administrado pelos bancos, através da contribuição apenas dos trabalhadores e não mais dos empregadores (bancos, demais empresas e governos).
A proposta do ministro Paulo Guedes vai manter o privilégio de militares, juízes e parlamentares e aumentar a miséria dos trabalhadores. E não vai gerar mais emprego, como promete Bolsonaro, repetindo a mentira da reforma trabalhista de Michel Temer.
Privatização
Em relação à privatização iminente do BB, foi frisado que muitos funcionários estão iludidos e que é preciso serem conscientizados e se mobilizarem para a luta contra a venda do banco. E que em caso de privatização, haverá demissão em massa. Primeiramente, porque os bancos não vão manter duas estruturas administrativas e nem os direitos que os funcionários dos bancos públicos têm a mais que os do setor privado. Para os participantes do encontro é preciso trazer todos os colegas do BB para essa luta, rompendo com as ilusões corporativas e individualistas.

Não adianta os empregados da Caixa continuarem com as negociações pontuais dos itens específicos com a direção do banco se não houver uma forte mobilização dos bancários contra o processo de privatização da empresa. A afirmação foi feita pela representante eleita do Conselho de Administração da instituição, Rita Serrano, durante o Encontro Estadual dos Empregados da Caixa, neste sábado (8), no auditório do Sindicato do Rio.
“Para defender a Funcef e o Saúde Caixa é preciso garantir primeiro a existência da Caixa enquanto banco público. Se o banco for privatizado acaba tudo, não adianta manter apenas as negociações pontuais”, disse Rita.
Destacou que os bancos privados querem comprar a parte mais rentável das empresas públicas e descartar os investimentos sociais e criticou o fatiamento da Caixa como parte do processo de privatização. Rita Serrano disse ainda que o cenário para os empregados no atual governo é de extremo autoritarismo. “O grau de pressão e de decisões autoritárias é violento no banco. Não dá para esperar nada de bom na atual conjuntura”, acrescentou ao se referir às transferências de trabalhadores feita de forma unilateral pela empresa para pressionar os bancários a aderirem ao PDV (Plano de Demissão Voluntária) do banco. Alertou ainda sobre o grande número de empregados que estão sendo demitidos por justa causa.
“Está muito claro que o esvaziamento e a descapitalização da empresa têm por objetivo a privatização da Caixa”, destaca.
Fabiana Uehara, coordenadora do GT Saúde da Caixa e secretária de Cultura da Contraf-CUT disse que é preciso incluir os novos empregados com os mesmos direitos dos antigos para garantir a sustentabilidade do Saúde Caixa e cobrar da direção do banco os balanços que comprovem a afirmação da empresa em relação ao déficit no plano de saúde dos empregados.
Mobilização é a saída - Apesar do contexto adverso para os trabalhadores, Rita apontou uma saída: a mobilização. “Nossa história de organização não é de derrotas, mas de vitórias. Se não fosse a nossa luta não teríamos resistido ao projeto privatista dos governos Collor e FHC. Nos últimos anos conseguimos, durante três anos consecutivos, impedir que a Caixa se tornasse uma empresa S/A”, relembra. As deliberações aprovadas serão levadas ao próximo Concef, que será realizado nos dias 1 e 2 de agosto.

As políticas econômicas recessivas (pró-cíclicas) praticadas nos últimos anos no Brasil são uma das estratégias utilizadas pelos mercados para pressionar o governo a realizar reformas, como privatizações e reforma da Previdência, sob o argumento de que são necessárias para retomar o crescimento econômico. A afirmação foi feita pelo técnico do Dieese-RJ, Fernando Amorim, na análise da conjuntura econômica, que abriu os debates dos Encontros Estaduais dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, no auditório do Sindicato.  Amorim rebateu o discurso liberal dizendo que não há a relação direta entre a reforma da Previdência e a retomada do desenvolvimento. Na verdade, outros impasses da economia explicam muito melhor a recessão, como os altos juros e a ausência de valores agregados na exportação, o que repercute negativamente na balança comercial.
 Cartel dos bancos e juros
Outro aspecto fundamental que impede o país de sair da crise, segundo Fernando Amorim, são as altas taxas de juros. O Brasil possui hoje a segunda maior taxa Selic (juros básicos) do mundo, atrás apenas de Madagascar. Os bancos praticam as maiores taxas de juros do mundo: 322% no cheque especial e até 430% no rotativo do cartão de crédito. O técnico do Dieese criticou ainda a redução da oferta do crédito nos bancos públicos a partir do governo Temer.
O economista do Dieese rebateu  a retórica privatista do mercado. Em relação ao emprego, mostrou um dado preocupante, além da elevação dos índices de desemprego: o crescimento do subemprego e da informalidade: cerca de 26% dos brasileiros trabalham por conta própria, contra 36% que estão no mercado formal privado de trabalho e 12% no setor público.
“A formalização do mercado de trabalho aumenta a receita dos governos e o crescimento da informalidade, ao contrário, eleva o impasse do déficit público”, afirma.
Lembrou que as expectativas quanto ao desemprenho da economia são preocupantes. Para este ano, já há avaliações de menos de 1% de crescimento do PIB ou mesmo de estagnação.

A gravação das conversas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol divulgadas pelo site The Intercept Brasil no último domingo (9/6), caíram como uma bomba, colocando em cheque o processo que levou à prisão o ex-presidente Lula. Juristas revelam comportamentos antiéticos e a quebra do princípio da imparcialidade do direito e defendem a anulação do processo da Lava-Jato que condenou Lula. Mais informações em nosso site: www.bancariosrio.org.br.

Os Encontros Estaduais dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, realizados no último sábado, dia 8, no Rio, definiram como prioridade, a unidade como estratégia de luta da categoria contra o projeto de privatizações dos bancos públicos e a reforma da Previdência anunciadas pelo ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes. A necessidade dos bancários se unirem às demais categorias de trabalhadores para garantir uma forte greve geral nesta sexta-feira, dia 14, também foi uma das principais deliberações dos dois encontros.