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O desaparecimento, tortura e morte de inúmeros brasileiros no período da ditadura militar são atos da maior gravidade. Foram repelidos nacional e internacionalmente, constituindo uma das páginas mais vergonhosas da nossa história. 

Além da postura incompatível com o exercício do cargo de chefe de Estado, o presidente da República vem a público dizer que supõe ter conhecimento de fatos criminosos ocorridos, o que está por merecer esclarecimentos ao Ministério Público Federal que não pode, em nome do estado de direito, ignorar tal pronunciamento. 

São evidentes os ataques desferidos pelo presidente contra a advocacia, bem como suas tentativas de enfraquecer a atuação firme da OAB diante do frequente desrespeito da ordem constitucional. 

Ainda que o presidente da República insista em alimentar a violência e ignorar os princípios republicanos de observância dos direitos da pessoa humana, desdenhando das atrocidades cometidas por conta da política fascista de segurança nacional perpetrada na ditadura militar, é inaceitável a agressão de índole pessoal ao presidente da OAB. 

A perda do pai em circunstâncias até hoje obscuras – mas que o presidente da República diz conhecer – deveria ser objeto de manifestação de respeito ao ser humano, ao cidadão Felipe Santa Cruz. 

Não só a advocacia, mas toda a sociedade brasileira que tanto lutou pelo restabelecimento da democracia, não pode ficar apática aos acontecimentos recentes. Não é mais um discurso retórico. É a mesma postura de total desprezo aos direitos da pessoa humana.

O IAB não só hipoteca total solidariedade ao cidadão, ao advogado e líder da advocacia, como reafirma que mexer com Felipe Santa Cruz é mexer com a OAB; e mexer com a OAB é mexer com todos os advogados e advogadas brasileiros.

O Brasil possui mais da metade de sua população (55%) formada por negros e pardos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a diversidade de raças e etnias presentes no país, a intolerância, o racismo, a xenofobia e a discriminação ainda predominam na sociedade. 

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mostram que os negros ainda são inferiorizados. Em 2017, foi registrada uma forte desigualdade na renda média do trabalho: R$ 1.570 para negros, R$ 1.606 para pardos e R$ 2.814 para brancos.

Já no 3º trimestre de 2018, a pesquisa mostrou número de desemprego mais alto entre pardos (13,8%) e pretos (14,6%) do que brancos (11,9%). 

No setor bancário os números também são preocupantes. De acordo com o relatório dos cinco maiores bancos do país, apenas cerca de 20% dos trabalhadores são negros e não participam de cargos de diretoria, exercendo apenas funções de produção. 

De acordo com o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, a população negra ainda enfrenta o racismo e o machismo no mercado de trabalho. “As mulheres e homens negros estão, em sua maioria, nos serviços de limpeza, segurança, serviço de copa, construção civil. Mulheres negras, em especial, estão em ocupações com menor proteção social, sem carteira assinada. Elas têm mais dificuldade de ocupar postos formais, mais qualificados e que paguem melhor. No entanto, a inclusão delas no mercado de trabalho ainda é um desafio. Reflexo do passado escravocrata e do racismo estrutural”, afirmou. 

O deputado federal, Vicente Paulo da Silva, também conhecido como Vicentinho, afirmou que os bancos deviam ser exemplos de igualdade de oportunidades.  “Os bancos têm que colocar os trabalhadores em condição de igualdade. Não se deve medir a sua competência e desenvoltura devido a sua cor da pele ou sexo. 

Essa situação é realmente muito difícil e requer dos sindicatos e movimentos sociais muita luta e enfrentamento contra os empresários para que se assegure a igualdade”, afirmou. 

Para combater a discriminação racial no Brasil e, especificamente, nos locais de trabalho é preciso ir além das comissões que são instauradas entre sindicatos e empresas. “Precisamos ocupar o espaço público. No governo Lula e Dilma tivemos políticas de igualdade racial, cotas, lei maria da penha, sistemas como o Estatuto da Igualdade Racial. É necessário que todos nós nos envolvamos nessa luta e garantir o Estado Democrático de Direito, que é fundamental, e estabelecer o que diz a Constituição: garantir direitos de igualdade para todos. Essa luta começa no local de trabalho”, disse Vicentinho.

Negros e Pardos são maioria das mortes registradas no ano

Dados do Mapa da Violência de 2018, estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostram que o racismo mata cada vez mais pessoas no Brasil. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram de indivíduos negros. A piora da desigualdade de letalidade racial no Brasil é constante. Em dez anos (2007 a 2017) a taxa de mortes de negros cresceu 33,1% comparada a de não negros de 3,3%. 

Para Almir Aguiar, o fim das “Políticas Afirmativas” enterram as possibilidades de ações de equidade na sociedade. “O pacote anticrime do Ministro Sérgio Moro tem este espírito, que ganha coro na classe média, assustada com a violência, o da solução reducionista do “bandido bom, é bandido morto”, disse.

Campanha de Valorização da Diversidade

Com o objetivo de analisar as políticas de inclusão dos bancos e promover a igualdade de oportunidades no setor bancário. Acontece entre agosto a outubro o 3º Censo da Diversidade. 
Neste ano, o censo vai além da coleta de dados. Também será realizada a Campanha de Valorização da Diversidade. A proposta é fruto das mesas de negociações com a Fenaban, que visa sensibilizar a categoria e formar agentes da diversidade nas agências e departamentos bancários.

 Nenhum outro setor da economia fatura tanto dinheiro e, ao mesmo tempo, demite tantos trabalhadores como o sistema financeiro. Os bancos eliminaram 2.057 postos de trabalho (17. 279 demitidos contra 15.222 admitidos) entre janeiro e junho deste ano. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Em junho, todavia, foram abertas 40 vagas (3.052 admitidos ante 3.012 demitidos).

Crise só para o povo

O Brasil vive uma das mais profundas recessões da história de sua economia. Mas para os banqueiros não tem crise. No ano passado, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, um crescimento de 16,2% em relação a 2017. As maiores instituições financeiras do país que foram um verdadeiro cartel, respondem por 90% dos empregos bancários no país. No primeiro semestre deste ano, Bradesco e Santander tiveram, respectivamente, lucros líquidos de R$ 12,7 bilhões (aumento de 23,7% em relação ao mesmo período de 2018) e R$ 7,120 bilhões (crescimento de 21% em doze meses).

 Prioridades da campanha

 Uma das prioridades da campanha nacional dos bancários este ano é a defesa do emprego da categoria, que tem sido drasticamente reduzido em função da alta rotatividade do setor (demitir bancários que ganham mais para contratar funcionários por salários mais baixos afim de elevar ainda mais os lucros das empresas); a extinção das agências físicas e de caixas humanos e o aumento das unidades digitais. Em junho, o salário médio dos demitidos equivalia a R$ 7.278, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.781. Isso significa que os novos funcionários foram contratados ganhando 66% do salário dos que foram demitidos.

O achatamento salarial no setor também foi verificado no período de janeiro a junho. Enquanto o salário médio dos demitidos era de R$ 7.010, a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.673, o equivalente a 67% da média salarial dos primeiros. 

Mas não é só a redução do número de postos de trabalho que é uma das maiores preocupações da categoria. A qualidade do emprego e das condições de saúde e de trabalho estão ameaçadas por projetos do governo Bolsonaro, que resultarão em uma precarização ainda maior do trabalho. A Medida Provisória 881/2019 (chamada de MP da Liberdade Econômica), aprovada pela Comissão Mista do Congresso Nacional, prevê que bancários, assim como diversas outras categorias, passem a trabalhar sábados, domingos e feriados e as empregadas não sejam mais obrigadas a instituir as CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes).

“A campanha nacional deste ano é uma das mais relevantes da história. Apesar de estarmos cobertos pela garantia da Convenção Coletiva de Trabalho, em função do acordo de dois anos, projetos do governo Bolsonaro que atacam direitos conquistados pelos trabalhadores e as transformações do mundo do trabalho para o empresariado acumular ainda mais capital colocam em risco a própria existência de nossa categoria”, disse a presidente do Sindicato do Rio.

A Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada nos dias 2,3 e 4 de agosto, definirá as estratégias de organização de luta para o enfrentamento de novos e antigos desafios.

 Desigualdade de gênero

 A desigualdade de gêneros continua aumentando no setor, ao longo deste ano. Em junho, as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 3.866, 69% do salário dos homens admitidos (R$ 5.574). As demitidas ganhavam R$ 6.472 em média, 81% do salário médio dos dispensados (R$ 8.022).

No período de janeiro a junho, as bancárias admitidas ganhavam em média R$ 3.967, 75% da média dos homens admitidos (R$ 5.279). As demitidas ganhavam R$ 5.848 em média, 72% do que recebiam na média os dispensados (R$ 8.118).

 

 

O comunicado interno do presidente do banco espanhol Santander, no Brasil, Sérgio Rial, sobre a festa anual da empresa, que será realizada em São Paulo, deixou nas entrelinhas uma triste realidade que não é digna de comemoração, mas sim de indignação: a extinção de postos de trabalho no banco. No texto, o executivo Sérgio Rial, ao dizer que serão mais de 30 mil funcionários participando da celebração realizada sempre que a empresa atinge metas, que o banco tem demitido em massa, visto que, em comunicado similar no ano de 2017, o número de empregados somava 45 mil. 

Medo de perder o emprego

Sérgio Rial parece ser o principal defensor da extinção de empregos de um dos setores que mais demite trabalhador, o financeiro. Ele anunciou à imprensa, em maio deste ano, que os caixas humanos estão com os dias contados, assim como agências físicas. 
“Sabemos que atenção dos funcionários está voltada para detalhes da festa, mas a realidade para quem trabalha no banco é dura. Além de pressão por metas e assédio moral, o bancário vive o drama de saber se continuará ou não em seu emprego”, explica a diretora da Fetraf-RJ/ES (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Luiza Maria Mendes. 

Acúmulo de funções

Luiza lembra ainda que os lucros do banco aumentam em função dom esforço de seus funcionários, mas também com a redução de postos de trabalho e a criação da nova função na empresa, o Gerente de Negócios e Serviços, que acumula funções e tornou-se um “faz tudo” no banco. O Santander lucrou R$ 3,6 bilhões, uma alta de 21% no segundo trimestre. 

Trabalho em finais de semana

O Sistema financeiro é um dos principais incentivadores e financiadores da Medida Provisória 881, aprovada na Comissão Mista do Congresso Nacional, a chamada “MP da Liberdade Econômica”. O projeto permite que várias categorias passem a trabalhar em finais de semana e feriados, inclusive os bancários. A medida desobriga também as empresas de instituírem as CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes). Sérgio Rial tem se colocado como o mais radical defensor da ampliação da jornada dos bancários. Em junho, o Sindicato conseguiu, após muita pressão e mobilização dos bancários, o fim dos trabalhos aos sábados na agência S anta Cruz, Zona Oeste do Rio, uma das unidades cobaias da proposta dos banqueiros. 

Preocupação com segurança

Outra preocupação dos sindicatos é com o novo perfil das unidades do Santander, que passam a se parecer cada vez mais com lojas, com direito a cafés e lanchonetes, do que com banco. 
“As novas agências não possuem porta giratória, reduziram o número de seguranças e qualquer um entra no banco, ameaçando a segurança de funcionários e clientes”, avalia Luiza.  

A autorização para a retirada de até R$ 500 do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é mais uma armadilha preparada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) para ficar com o saldo do fundo no momento da demissão, quando mais o trabalhador precisa dos recursos para a sua sobrevivência. A possibilidade de movimentação nas contas está prevista na Medida Provisória (MP) 889, assinada porr Bolsonaro.

Enviada para análise no Congresso, as novas regras já têm liberação prevista para setembro deste ano, quando todos os trabalhadores poderão sacar de imediato até R$ 500 de suas contas ativas ou inativas do fundo. A modalidade permanece válida até abril de 2020.

Entenda o golpe

A armadilha está num outro mecanismo criado, intitulado Saque Aniversário, que disponibilizará retiradas anuais no mês de nascimento do trabalhador. A proposta é que os recursos sejam resgatados dentro de um limite previsto de 50% do saldo disponível limitados a R$ 500. Acima disso, o saque terá percentuais menores.

A nova modalidade será opcional. No caso do trabalhador fazer a escolha pelo Saque Aniversário, terá que abrir mão de toda a quantia do saldo do FGTS que poderia sacar no ato da demissão sem justa causa.

Gera mais desemprego

A medida foi tomada sob o argumento de ser um incentivo ao consumo, num momento em que a economia sofre com uma recessão crescente, como consequência da contração provocada pela política econômica do próprio governo. Segundo Guedes, com os saques serão injetados R$ 40 bilhões na economia até 2010.

Mas o economista Adhemar Mineiro, adverte que a medida pode ter efeito contrário devido à grave recessão ampliada pela política econômica e ao alto nível de endividamento do brasileiro. “Com esta situação os R$ 40 bilhões não servirão para reverter a estagnação da economia e o desemprego em torno de 13%. E mais: os saques serão realizados para pagar dívidas, beneficiando apenas os bancos, em vez de fomentar o consumo de bens. Logo, não fará a economia crescer. Pior ainda, ao retirar bilhões do fundo financiador da casa própria e das obras de saneamento, pode provocar sérias dificuldades no setor da construção civil, o que mais emprega no país, gerando mais contração econômica e desemprego”, afirmou.

Guedes quer transferir FGTS para bancos privados

Como vem fazendo com a Previdência Social, a saúde e a educação públicas, setores voltados para a população e o desenvolvimento do país, o governo Bolsonaro agora investe contra o FGTS. O fundo garante a sobrevivência do trabalhador demitido, seja através do saque quando da rescisão, seja da garantia do seguro-desemprego.

Sempre em benefício dos bancos – ele já foi banqueiro, um dos fundadores do BTG Pactual – Guedes criou o Departamento do FGTS. O órgão é subordinado ao Ministério da Economia. Seu objetivo a curto prazo, é retirar da Caixa Econômica Federal e entregar aos bancos privados, a gestão do fundo que tem mais de R$ 500 bilhões.

Nas mãos da estatal, o dinheiro é usado para financiar aquisição da casa própria pelo trabalhador, e em programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, e financiamento a pequenos e médios negócios a juros mais baixos. Nas mãos dos bancos privados vão ser usados para lhes garantir lucros maiores do que os que já tem.

De quebra, a divisão do FGTS, vai esvaziar a Caixa, um banco voltado para o social. Este esvaziamento serve para preparar a privatização da estatal, o que Guedes quer fazer com todas as demais empresas públicas.

 

 

Depois de sete meses sem nenhuma medida para aquecer a economia e gerar empregos e renda, o presidente mais mal avaliado pelos brasileiros, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou nesta quarta-feira (24) que vai liberar - de setembro deste ano a abril do ano que vem - parcela dos saques das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Ao anunciar que vai permitir saques de até R$ 40 bilhões de contas do FGTS até 2020, medida paliativa que não resolve o problema da economia, nem do desemprego, Bolsonaro disse que os trabalhadores e trabalhadoras vão usar o dinheiro para consumir, o que ajudaria a aquecer a economia. "Estamos devolvendo aos trabalhadores o direito de consumir. Todos serão contemplados com a medida", afirmou.

Ao contrário do que diz Bolsonaro, a medida não vai aquecer a economia nem resolver, de fato, o problema dos quase 29 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados ou subutilizados, analisa sindicalista.

“Esse montante de recursos não é suficiente para aquecer a economia no estágio em que está hoje, mesmo que o trabalhador pudesse usar o dinheiro para consumir”, avalia Claudio da Silva Gomes, o Claudinho, presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores da Indústria da Construção e Madeira da CUT (Conticom).

Segundo Claudinho, que representa a CUT no Conselho Curador do FGTS, quem tem R$ 500 ou R$ 1.000 na conta vinculada, 80% dos trabalhadores, vai conseguir no máximo um pequeno alívio, como pagar parte das contas em atraso.

Nem total da dívida vai dar para pagar

De acordo com pesquisa feita pela CNDL e pelo SPC, a dívida média chegou a R$ 3.239,48 em maio. E o número de brasileiros inadimplentes, que não consegue sequer pagar contas de água e luz e estão com o CPF negativado, bateu novo recorde e chegou a 63,2 milhões em abril, o que representa 40,4% da população adulta do país, de acordo com a Serasa.

Além disso, acrescenta o economista da Alexandre Ferraz, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é importante ressaltar que os trabalhadores formais com carteira assinada que recebem o FGTS contam com esses recursos como uma poupança a ser sacada na hora da aposentadoria, do desemprego ou da compra da casa própria.

“Sacar a poupança para pagar gastos correntes é o que ninguém quer, o trabalhador quer emprego e renda para pagar suas contas em dia. O alívio temporário custa caro ao trabalhador que, na situação atual, deverá se endividar novamente”.

A medida tem também um item bastante prejudicial para a classe trabalhadora, como em todas as propostas que o governo fez até agora: o trabalhador pode perder o direito de sacar tudo que tiver na conta quando for demitido sem justa causa, caso opte pelo saque antecipado no mês de aniversário, que será conhecido também como saque infeliz, diz Alexandre Ferraz.

Para Claudio Gomes, essa medida é bem preocupante, em especial no momento de altas taxas de desemprego e economia patinando em que vivemos atualmente.

“Vivemos uma época de insegurança, alta rotatividade, incerteza total de que permaneceremos no emprego no dia seguinte. Neste cenário, optar pelo saque-aniversário será uma decisão temerária que pode comprometer uma reserva para o período de desemprego”, alerta Claudinho.

Entenda como funciona a medida:

1 – De setembro/2019 a abril/2020

O governo vai liberar saques de até R$ 500 do FGTS entre setembro deste ano e março de 2020. Todos os trabalhadores terão direito a esse valor.

Se o trabalhador tiver mais de uma conta, uma ativa e outra inativa, do emprego anterior onde pediu demissão, por exemplo, pode sacar R$ 500 de uma e R$ 500 de outra.

Quem tiver quatro contas, poderá sacar até o teto de R$ 500 de cada uma delas e assim sacar R$ 2.000. E assim por diante.

2 – Saque-aniversário

Em abril do ano que vem o governo vai liberar o saque-aniversário, liberando valores maiores de resgate, dependendo de quanto o trabalhador ou a trabalhadora tem depositado.

Cotistas com saldo menor poderão retirar percentuais maiores das contas todos os anos. O governo criou sete faixas, com percentuais de 50% para saques de valores de até R$ 500, a 5%, para quem tem mais de R$ 20 mil na conta.

- O trabalhador pode aderir ou não à medida. Será opcional.

- O trabalhador pode, por exemplo, optar por sacar o dinheiro que tem em sua conta no FGST apenas se for demitido sem justa causa.

- É importante saber que o trabalhador que se arrepender de ter aderido ao saque-aniversário poderá voltar atrás, mas terá de cumprir um prazo de carência de dois anos para conseguir retornar ao sistema de rescisão.

3 - Cilada

O trabalhador que optar pelos saques-aniversário poderá fazer saques anuais na sua conta em datas próximas do mês do seu aniversário, MAS não poderá sacar todo o saldo caso seja demitido sem justa causa.

Quem optar pelos saques-aniversário, terá direito apenas a multa de 40% paga pela empresa sobre o saldo depositado na conta.

4 – O que continua valendo

A medida do governo não mexe nas outras formas de saque existentes hoje. Continuam valendo as regras atuais de liberação do FGTS para compra do primeiro imóvel e doenças graves.

5 – Como sacar

Se o trabalhador ou trabalhadora tiver poupança na Caixa, o saque será depositado automaticamente em sua conta. Não precisam nem ir à agência.

Quem não quiser sacar o dinheiro tem de avisar a Caixa.

Se o trabalhador não tiver conta na Caixa terá de seguir um cronograma que vai ser divulgado pelo banco.

Quem tem Cartão Cidadão pode sacar diretamente no caixa automático.

Valores menores de R$ 100 poderão ser sacados em casas lotéricas. Para isso, é preciso apresentar carteira de identidade e CPF.

Lucro do fundo

Além da liberação de saques anuais, o governo também vai liberar 100% do lucro do FGTS para os trabalhadores.

Desde 2017, 50% do resultado obtido pelo FGTS é repassado às contas do trabalhador. Em 2018,cada trabalhador recebeu R$ 17,20 para cada R$ 1.000 acumulados em sua conta. Em média, os trabalhadores receberam R$ 38 por conta.

A medida da distribuição dos lucros foi aprovada no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), mas herdada do governo de Dilma Rousseff (PT). Na época, a fórmula foi vista como um meio de aumentar a rentabilidade das contas, beneficiando o trabalhador “cotista” do FGTS, sem prejudicar sua função social.

Isso porque o FGTS não precisava alterar as taxas dos empréstimos habitacionais e ainda reservavam outros 50% do lucro para operar a política de descontos nos financiamentos para população de baixa renda, sendo ela cotista ou não do fundo.

“ Todo o mercado sabe que foi esta política que permitiu o enorme sucesso do programa Minha Casa Minha Vida que atendeu milhares de famílias por todo o Brasil e gerou milhões de empregos”, diz Alexandre Ferraz.

Segundo ele, com a distribuição de 100% dos lucros proporcionalmente ao volume de recursos que cada trabalhador tem no fundo ganham os trabalhadores de alta renda e perdem os demais brasileiros, cotistas ou não do fundo.

“Dificilmente o Programa Minha Casa Minha Vida com seu enorme alcance para população de baixa renda ficará em pé sem esses recursos. O que vamos ver é uma redução substancial do financiamento habitacional para baixa renda”, critica o economista.

O Banco Bradesco lucrou R$ 12,7 bilhões no 1º semestre de 2019, um crescimento de 23,7%, em relação ao mesmo período de 2018 e de 3,6% comparado ao trimestre anterior. O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 20,6%, com aumento de 2,1 p.p. em doze meses. Segundo o Banco, esse aumento deve-se a maior margem financeira com clientes, as maiores receitas de prestação de serviços e ao resultado das operações de seguros, previdência e capitalização”.

De acordo com os destaques do Dieese, a holding encerrou o 1º semestre de 2019 com 99.198 empregados, com aumento de 1.515 postos de trabalho em doze meses. No período, foram fechadas 119 agências e 13 postos de atendimento (PA).

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 5,5% em doze meses, totalizando R$ 13,1 bilhões. As despesas de pessoal também cresceram no período (10,2%) atingindo R$ 10,3 bilhões. Segundo o banco, o crescimento da despesa de pessoal “está relacionado aos efeitos do acordo coletivo de 2018/2019 (reajuste de 5%), à evolução do quadro de funcionários, alocados, principalmente, nas áreas de negócios, a concessão de um programa de remuneração variável nas redes de agência e a alta da provisão para processos trabalhistas”.

Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 126,8%. A Carteira de Crédito do banco apresentou crescimento de 8,7% em doze meses e 2,2% no trimestre, atingindo R$ 560,5 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 14,8% em relação a junho de 2018, chegando a R$ 209,9 bilhões. Os destaques para PF foram o crédito Pessoal (+29,2%), o crédito consignado (+23,0%), CDC/LEASING veículos (+17,4%) e o financiamento imobiliário (+15,9%). Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 350,7 bilhões, com crescimento de 5,4% em doze meses.  O segmento de grandes empresas cresceu 4,9%, enquanto a carteira de Micro, Pequenas e Médias Empresas cresceu 6,5%.  O Índice de Inadimplência superior a 90 dias reduziu-se em 0,7 p.p em doze meses, ficando em 3,2%. Apesar dessa queda, as despesas com devedores duvidosos (PDD) cresceram 18,3%, totalizando R$ 10,6 no 1º semestre.

Desde 1992, o dia 25 de julho se transformou em um marco internacional de luta e de resistência da mulher negra. A data foi criada no primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na cidade de Santo Domingos, na República Dominicana. Com o objetivo de dar visibilidade às lutas das mulheres negras contra o racismo, o sexismo e a discriminação de classe, mulheres de todo o Brasil, celebram a data para fortalecer a resistência contra retrocessos e violência de gênero.  

A Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, neste ano terá como tema: “Sem violência. Sem racismo. Sem discriminação. Sem fome. Com dignidade, educação, trabalho, aposentadoria e saúde.”    

Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Costa de Aguiar, os temas abordados relacionam com a atual conjuntura política e social que os brasileiros estão vivenciando. “A postura fascista desse governo tem aumentado a crise social. O Brasil voltou a figurar no mapa da fome, cortes de gastos nas universidades, perseguição aos reitores, desemprego chegando ao patamar de 14 milhões de desempregados, 5 milhões de desalentados e mais de 30 milhões de pessoas na informalidade. Esses números assustam”, ressaltou Almir.  

Segundo o secretário, diante dos números alarmantes, é preciso lutar contra todos os retrocessos em nosso país, entre eles está a Reforma da Previdência, que também causará enormes prejuízos aos cidadãos brasileiros. “A aposentadoria deixa de ser um sonho, e a luta será pela sobrevivência, pois sem emprego, saúde, salário digno e a dificuldade para se aposentar, tudo fica ainda mais difícil”, explicou.  

“Na atual conjuntura, é importante resistir para criarmos as condições necessárias para que o atual presidente não se reeleja, e assim, lutar para resgatar as políticas afirmativas e sociais que tiraram mais de 40 milhões de pessoas da extrema pobreza e inserir cada vez mais negros e negras nas universidades e com mais empregos”, disse Almir. 

Para ele este dia 25 de julho é uma data marcante. “O povo negro está lutando com mais força contra essa política discriminatória, em especial as mulheres negras, que lutam contra o preconceito, por direitos iguais e contra a violência. Chega de feminicídio, chega de discriminação, por esse motivo, todos e todas devemos lutar por uma sociedade mais justa”, concluiu.

Brasil

No Brasil, quando analisados fatores como, por exemplo, taxa de homicídios, inclusão no mercado de trabalho, disparidade salarial, condições de trabalho e desemprego, as mulheres negras encontram-se em uma das posições mais vulneráveis da nossa sociedade. De acordo com o estudo Atlas da Violência 2018, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a taxa de homicídios de mulheres negras ficou em 5,3 a cada 100 mil habitantes. Entre mulheres não negras, esse índice cai para 3,1 a cada 100 mil habitantes, uma diferença de 71%. 

Outros dados do Ipea revelam que mulheres negras estão 50% mais suscetíveis ao desemprego do que outros grupos. Segundo o Instituto, enquanto o desemprego entre mulheres negras subiu 80% em relação ao período anterior à crise econômica, entre homens brancos o aumento foi de 4,6 pontos percentuais – entre homens negros, houve crescimento de 7 pontos percentuais. 

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 39,8% de mulheres negras compõem o grupo submetido a condições precárias de trabalho – homens negros abrangem 31,6%; mulheres brancas, 26,9%; e homens brancos, 20,6% do total.

Nos bancos 

O fato de ser uma mulher negra também coloca as trabalhadoras do setor bancário em posição de desvantagem frente aos demais trabalhadores e trabalhadoras. Analisando a média salarial, uma bancária negra ganha em média 26% menos do que um bancário branco.  

Mesmo com mais anos de escolaridade, representando praticamente metade da categoria bancária (48,3%) e sendo a maioria no Sudeste (51,9%), as mulheres enfrentam maiores barreiras para ascender na carreira no setor financeiro. 

Novo Censo da Diversidade

Com o objetivo de traçar um perfil da categoria bancária e fazer com que os agentes da diversidade promovam reflexões e debates capazes de transformar o quadro de desigualdade de gênero e racial no setor bancário e na sociedade, está sendo realizado o Censo da Diversidade Bancária, uma conquista dos bancários na Campanha Nacional de 2018.  

A proposta foi apresentada pelos trabalhadores à Fenaban (federação dos bancos) na mesa de igualdade de oportunidades e já começou a ser implementada com a finalidade de embasar políticas de inclusão, de combate à discriminação e de promoção da igualdade de oportunidades no setor bancário. 

Lançada no site da Febraban na segunda-feira 15, e disponível também no site da Contraf, a campanha se prolongará até outubro, quando também se encerrará a fase de questionário do Censo, que iniciará no final de agosto. Os dados serão tabulados e analisados entre novembro e janeiro, e os resultados serão divulgados em fevereiro de 2020. O censo deste ano vai além da coleta de dados: também será realizada uma campanha de sensibilização da categoria para o tema, que inclui a formação de agentes da diversidade nas agências e departamentos.

O ritmo acelerado de liberação de agrotóxicos no governo de Jair Bolsonaro (PSL), que só este ano liberou a fabricação, a venda e o uso de 262 pesticidas,  parece ter alertado os brasileiros sobre os riscos que essas substâncias venenosas representam para a saúde.

Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha entre os dias 4 e 5 de julho, divulgada nesta quarta-feira (24), revela que 78% dos brasileiros acham que o consumo de alimentos com agrotóxicos prejudica a saúde.  Outros 72% acreditam que os alimentos produzidos no Brasil têm mais agrotóxicos do que deveriam.

​As mulheres (81%) estão mais preocupadas que os homens (75%). E o percentual de mulheres (74%) que acha que há um excesso de agrotóxicos nos alimentos também supera o dos homens (70%).

De acordo com a pesquisa, quanto maior o grau de escolaridade, maior a  crença de que os defensivos agrícolas são inseguros ou são usados em quantidades maiores do que se deveria. Já no recorte por renda, 79% dos que ganham até dois salários mínimos dizem que agrotóxicos são muito inseguros. Entre os que ganham mais de 10 salários, a taxa cai para 67%.

Nas capitais e grandes cidades, brasileiros desconfiam mais do veneno

Nas capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes, 74% acreditam que alimentos têm mais agrotóxicos do que deveriam. O índice cai para 69% nas cidades com menos de 50 mil habitantes.

O Banrisul ignorou o acordo coletivo firmado com a categoria bancária e suspendeu os auxílios alimentação e refeição para os funcionários fora do Rio Grande do Sul. Unidades bancárias fora do estado gaúcho, como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro sofriam com a falta de restaurantes e supermercados conveniados. Para não ficar sem o direito fundamental à alimentação, os bancários forçaram para que o banco pagasse os auxílios em espécie, em função da negativa da própria empresa de oferecer os tíquetes alegando dificuldade em firmar convênios fora de seu estado de origem.  

O banco alega que a decisão de suspender o pagamento dos tíquetes em dinheiro foi tomada em função de uma multa tomada pela empresa pela Receita Federal por infringir a Lei 6.321/1976, que remete ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), não retendo seu imposto. O último pagamento em espécie será feito em agosto, mas a direção da empresa admite que poderá haver prorrogação em alguns casos. 

 

Não é benesse, é direito

 

Os sindicalistas lembram que “o pagamento dos tíquetes em espécie não é uma benesse do Banrisul, mas um acordo coletivo, por isso, o banco não pode suspender, de forma unilateral, os pagamentos que garantem a alimentação dos funcionários”.  Cobraram o pagamento em dinheiro para que os bancários não ficassem sem se alimentar e relataram aos representantes do banco as dificuldades diante do alto custo das refeições, a escassez de restaurantes e supermercados conveniados e a dificuldade de convencer estabelecimentos comerciais a firmarem convênio com a operadora de tíquetes do banco devido as altas taxas cobradas, além da falta de máquinas que aceitem os cartões.

O banco justifica a suspensão do pagamento dos tíquetes em dinheiro como “um problema momentâneo, que esta solução foi emergencial e a empresa deverá retomar a forma usual creditando em tíquetes, conforme previsto em lei”. Informou que os gerentes já estão instruídos a buscar convênios, inclusive, se for o caso, a custo zero.

Os sindicalistas cobraram da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) uma solução. O auxílio refeição e alimentação estão previstos nas cláusulas 14 e 15 da Convenção Coletiva de Trabalho, que preveem que o auxílio será revertido em tíquete “ou outro meio que facilite o acesso” a este direito, “quando os cartões não forem aceitos normalmente pelos estabelecimentos comerciais do município”.

O banco já descartou a possibilidade de convênio com outra bandeira. A preocupação dos bancários é garantir uma solução imediata pois é, de fato, um absurdo, uma instituição que lucrou R$320 milhões no primeiro trimestre de 2019, com um crescimento de 31,1% em relação ao mesmo período do ano passado, não conseguir solucionar um problema que qualquer pequena empresa é capaz de tratar como um procedimento comum, que é o de garantir a alimentação de seus empregados.

Nesta quinta-feira, 25 de agosto, será realizada uma reunião entre os gestores do banco para tratar do problema.