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Defesa da Caixa 100% Pública, contratação de mais empregados e o fim do assédio moral, do GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas) e do descomissionamento arbitrário foram as principais resoluções aprovadas pelos empregados da Caixa Econômica Federal, no 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef).
A unidade e a resistência foram apontadas como estratégias fundamentais para enfrentar a atual conjuntura do país, de ataques ao patrimônio público e aos direitos dos trabalhadores. As deliberações foram aprovadas pelos delegados e delegadas que participaram do Conecef, realizado em São Paulo, na quinta e sexta-feira (1 e 2 de agosto).
Todos contra o retrocesso - Com o slogan “Todos contra o retrocesso”, a categoria aprovou também a defesa do Saúde Caixa e da Funcef, contratação de mais empregados, melhores condições de trabalho e da defesa da Previdência Social, dentre outras reivindicações.
Os participantes do Congresso criticaram o projeto do governo Bolsonaro de enfraquecer e diminuir a atuação do banco público a fim de entregar à iniciativa privada setores como cartões, loterias e gestão do FGTS. O processo de desmonte passa também pelas inúmeras retiradas de direitos dos empregados, com resoluções do governo que impactam nos planos de saúde de autogestão das empresas estatais como o Saúde Caixa. Destacam-se ainda medidas como a redução de trabalhadores nas unidades, gerando sobrecarga de trabalho e adoecimento.
Os delegados e delegadas aprovaram também as seguintes moções: em defesa da Caixa 100% Pública, do FGTS e do Brasil; em repúdio à perseguição do Governo aos estados do Nordeste; em defesa da liberdade do ex-presidente Lula e do líder sindical argentino Daniel Ruiz; de apoio ao aposentado do banco e ex-presidente da Fenae, Pedro Eugenio Leite, processado judicialmente pelo atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Resistência - O vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Paulo Matileti, destacou a importância da mobilização dos empregados da Caixa na campanha nacional da categoria deste ano.
“Nosso maior desafio é combater o desmonte da Caixa. Está claro que o projeto deste governo é privatizar bancos e empresas públicas para extinguir o estado social e atender aos interesses do mercado privado e à ganância dos banqueiros. Não há outro caminho que não seja a unidade para resistirmos ao maior ataque da história à soberania nacional, aos direitos dos trabalhadores e ao estado democrático de direito”,
O Conecef deste ano contou com a participação com 272 delegados.

A 21ª Conferência Nacional da categoria, realizada em São Paulo, não apenas fez as críticas necessárias ao momento do país. Buscou também apontar caminhos para os brasileiros superarem a crise e retomar um projeto de desenvolvimento, geração de empregos e renda, com respeito a diversidade.
Os bancários estão diante de grandes desafios: participar das mobilizações em defesa da aposentadoria e contra a reforma da Previdência; garantir direitos históricos e reafirmar a relevância da Convenção Coletiva de Trabalho; derrotar a Medida Provisória 881, que tenta impor o trabalho nos finais de semana e feriados aos bancários e extinguir as CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) e enfrentar os ataques do governo à organização de luta coletiva, além dos riscos das novas tecnologias ao emprego e a própria existência da categoria.
Defender a democracia também é uma das principais bandeiras de todos os trabalhadores. O “Lula Livre” não é apenas um slogan partidário como muitos imaginam, mas sim uma reivindicação de todos que defendem o estado democrático de direito e às instituições.
Uma unanimidade foi demonstrada nesta Conferência: somente a mobilização dos trabalhadores e de toda a sociedade poderá fazer com que os brasileiros e o Brasil virem este jogo.
“Estamos num contexto em que só com uma ativia participação dos bancários e de todos os trabalhadores nas ruas, nos locais de trabalho, nas redes sociais, seremos capazes de superar esta crise econômica, política e moral”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.

Segunda, 05 Agosto 2019 18:52

Agora é com você bancari@!

A 21ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou, no último domingo, 4 de agosto, as resoluções da campanha nacional da categoria, que está em plena sintonia com a agenda de mobilização de todos os trabalhadores em defesa do emprego, direitos e aposentadoria. Além de lutar pela preservação de conquistas históricas, os bancários vão fortalecer a campanha em defesa dos bancos e empresas públicas em contraponto ao projeto de privatizações do ministro da Economia e banqueiro, Paulo Guedes. Novos caminhos e propostas para o Brasil retomar o desenvolvimento econômico e a geração de renda e empregos também foram apontados como bandeiras prioritárias.
Em três dias de eventos, 2,3 e 4 de agosto, mais de 600 delegados sindicais (395 homens e 209 mulheres) aprovaram ainda a vitoriosa estratégia de mesa única de negociação, em defesa da Convenção Coletiva de Trabalho e dos acordos nacionais, reafirmando a importância da unidade da categoria.
Participação dos bancários
Após a aprovação das prioridades e estratégias de mobilização da campanha nacional na Conferência Nacional, agora é a vez de cada bancário e bancária participar dessa luta, pois não há saída da crise do país sem a ativa participação do povo brasileiro.

Calendário Nacional: a luta é de todos


• 6/8 Contra a reforma da Previdência
• 13/8 Em defesa da Educação
• Audiências Públicas em defesa dos bancos públicos
• Mobilizações contra a MP 881que impõe trabalho nos finais de semana e feriados e acaba com as Cipas

Banco do Brasil:

• 9/8 - Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação
• 20/8 - Dia de Luta em defesa da Cassi
Setembro:
• Plenária em locais de trabalho e Encontro Nacional em defesa da Cassi
• Abaixo-assinado contra a cobrança de 1/24 avos e aumento da Cassi

Caixa Econômica Federal:

• Campanha contra o fechamento de agências
• Campanha em defesa dos bancos públicos e do FGTS
• Campanha Nacional de defesa do Saúde Caixa para todos
• Pressionar parlamentares pela aprovação do PDC 956/2008 que susta a resolução 23 da GCPAR
• 14/8 - Atos pelo Saúde Caixa
• 4/9 - Atividades contra a reestruturação e em defesa do Saúde Caixa
• 7/10 - Atos de luta pela moradia

O Sindicato preparou uma série de programações para comemorar o Dia do Bancário (28 de agosto). Durante todo o mês de agosto, uma vez por semana haverá atividades culturais gratuitas para a categoria. O primeiro evento é a apresentação da peça “K relato de uma busca”, espetáculo do Grupo Militantes em Cena.
A apresentação será na sexta-feira, 9 de agosto, 19h, no auditório do Sindicato. O endereço é Av. Pres. Vargas, 502, 21º andar, Centro.
Drama pessoal na ditadura
“K. relato de uma busca” é uma adaptação feita Jitman Vibranovski do livro homônimo de Bernardo Kucinski. Relata a saga de um pai que busca saber o paradeiro de sua filha desaparecida, Ana Rosa Kucinski, professora de química da USP, que como muitos brasileiros foi presa, torturada e assassinada, só porque lutava pelo restabelecimento da democracia no país, no período da Ditadura Militar (1964/1985).
Bernardo Kucinski, irmão de Ana Rosa, professor aposentado de jornalismo da USP, jornalista e assessor da Presidência da República de 2002 a 2005, recebeu o Prêmio Vladimir Herzog, por relevantes serviços prestados à democracia, à paz e à justiça.
Debate atual
O grupo que apresentará a peça se propõe, por meio do teatro, promover o debate de ideias e combater o analfabetismo político. Homenageia na peça aqueles que tombaram na luta contra o arbítrio e em defesa da liberdade e da justiça social. A reflexão sobre o arbítrio é um ema atual, como o caso de vários jornalistas censurados e demitidos por expressar opiniões contra o governo, como foi o caso de Paulo Henrique Amorim, demitido pela TV Record por pressão de Bolsonaro, o que segundo familiares do âncora, o levou ao enfarto por Amorim não ter suportado a pressão da demissão. Paulo Henrique fazia críticas pesadas ao governo em seu site Conversa Afiada.
A equipe de atores do grupo é composta pelos seguintes artistas:
Alexandre Lambert, Anita Golubi, Betina Viany, Cláudia Versiani, Crispim Vanderley, Dani Kircher, Fátima Wanderley, Gabriel Hipólito, Ivo Fernandes, Jitman Vibranovski (Papel título e Direção), Júlia Drummond, Lúcia Farias, Marcia Curi, Marcia Galdino, Nedira Campos, Nicolai Nunes, Paulo Sandins, Verônica Reis e Waleska Areas.

O Sindicato, através da Secretaria de Formação, realizará no dia 20 de agosto às 18h30 um workshop exclusivo para os bancários e bancárias, interessados em Certificações CEA (Certificação de Especialista de Investimentos ANBIMA certifica profissionais que assessoram os gerentes de contas de investidores pessoas físicas em investimentos, com poder para indicar produtos de investimento. Além de habilitar assessores de investimentos, torna o profissional um investidor qualificado) e CFP (Certified Financial Planner que é destinado a profissionais que atuam em atividades relacionadas em planejamento financeiro pessoal, private banking e gerentes de relacionamento que auxiliam os clientes de alta renda).
Neste workshop serão debatidos os temas principais do exame de Certificação, além de esclarecer dúvidas quanto a obtenção e atuação no mercado de trabalho. Inscrições: 2103-4138 Secretaria de Formação.

Mesmo tendo sérias consequências para o meio ambiente do estado do Rio de Janeiro, a Justiça Federal suspendeu decisão liminar que impedia a assinatura de contrato para a construção do Autódromo de Deodoro, na zona oeste. O local é uma das últimas áreas de Mata Atlântica na cidade. A construção vem sendo defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo governador Wilson Witzel e pelo prefeito Marcelo Crivella.
A decisão liminar foi tomada em 19 de julho pelo juiz Adriano de Oliveira França da 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro. O magistrado questionou a inexistência de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) para a obra. O juiz listou impactos da construção para o meio ambiente como “supressão de flora, desequilíbrio do ecossistema, possibilidade de processos erosivos, comprometimento da fertilização de solo e outros fatores”. A supressão da liminar foi requerida pela Procuradoria Geral do Município (PGM) do Rio.
Sindicato debate impactos
Para discutir o assunto e ampliar a luta de diversos setores da sociedade contra a obra, a Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato fará um debate com ambientalistas, parlamentares e professores universitários, no dia 8 de agosto, às 18 h em seu auditório (Av. Pres. Vargas, 502, 21º andar). Entre os palestrantes já confirmados estão o professor Haroldo Lima, botânico e pesquisador do Jardim Botânico; Beto Mesquita, engenheiro florestal e doutor em florestas e ambiente; e Gustavo Pedro, fotógrafo e ornitólogo; e o vereador Renato Cinco (PSOL).

A 21ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou, neste domingo (4), as resoluções que vão nortear o movimento sindical bancários no próximo período. Os textos são resultados dos debates acumulado nas conferências estaduais e regionais e durante os três dias de evento, que reuniu mais de 600 delegados sindicais, 395 homens e 209 mulheres, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

“A 21ª Conferência Nacional dos Bancários foi muito boa, com delegados e delegadas de quase todo o país, tanto das capitais como do interior, e tirou resoluções importantes em defesa da soberania nacional, em defesa do Brasil, em defesa do emprego, contra as privatizações das empresas públicas, que são estratégicas para que o país cresça e gere empregos. Também tirou um calendário de lutas, que é importante que todos os bancários e bancárias do Brasil se engajem”, declarou Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. 

“Também aprovamos a defesa da mesa única, da CCT e dos acordos coletivos nacionais, reafirmando a importância da unidade nacional da categoria”, completou a presidenta da Contraf-CUT.

As resoluções versam sobre as mobilizações contra a Reforma da Previdência e contra a MP 881, que libera o trabalho aos sábados e domingos e feriados; em defesa da unidade da categoria bancária e da mesa única de negociação, em defesa da saúde, da soberania nacional, em da liberdade de imprensa e apoio ao jornalista Glenn Greenwald, pela apuração dos mandantes da morte de Marielle Franco, em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, que é um preso político e não teve julgamento justo; e a definição do calendário de lutas.

Moções

As moções aprovadas tratavam da defesa da Amazônia e um modelo de desenvolvimento com Justiça Ambiental, contra a Polícia de São Paulo e o governador do Estado João Dória, pela derrota das políticas do governo Bolsonaro, que são prejudiciais ao povo brasileiro; pela soberania nacional, em repúdio a tortura e seus defensores, contra o uso de agrotóxico e em defesa da vida, em defesa da democracia, contra a prisão de Preta Ferreira e os outros cinco militantes do movimento de moradia, pela cota mínima de mulheres, com inclusão de pelo mens 30% quando forem definidas as liberações de dirigentes dos seus locais de trabalho para a atuação sindical, e pela liberdade imediata do companheiro Daniel Ruiz.

Calendário

Os delegados e delegadas da 21ª Conferência Nacional dos Bancários aprovaram a participação nas atividades do calendário de luta das centrais sindicais, como as manifestações contra a reforma da Previdência (6/8) e em defesa da Educação (13/8).

Banco do Brasil
9/8 – Dia Nacional de Luta contra a reestruturação
22/8 – Dia de Luta pela Cassi
Setembro – Plenária e atividades em locais de trabalho em defesa da Cassi
Encontro Nacional sobre a Cassi
Abaixo-assinado contra a cobrança de 1/24 avos acumulado e aumento da coparticipação na Cassi

Caixa
Campanha Nacional de defesa do Saúde Caixa para todos
Conversar com os parlamentares defendendo a aprovação do PDC 956/2008 da deputada Érica Kokay, que susta a resolução 23 da CGPAR
14/8 – Atos pelo Saúde Caixa
4/9 – Atividades contra a reestruturação e em defesa do Saúde Caixa
Campanha contra o fechamento de unidades envolvendo a população das agências afetadas
Audiência Pública em todos os estados e municípios em defesa dos bancos públicos 
7/10 – Apoiar a luta pela moradia
Aproveitar o público que está indo às agências da Caixa para sacar o FGTS e fazer campanhas em defesa dos bancos públicos e do FGTS

A mesa de debates sobre as novas tecnologias no mundo do trabalho e suas consequências sobre os trabalhadores e a organização sindical, encerrou os painéis da 21ª Conferência Nacional dos Bancários, no domingo, dia 4 de agosto, em São Paulo.

O economista da Unicamp (Univwersidade Estadual de Campinas) Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, falou sobre uma narrativa dominante na mídia que tenta passar a ideia de que o grave impasse da redução de empregos e das desigualdades sociais seria “o resultado de um fenômeno natural e irreversível das novas tecnologias” e não fruto do modelo neoliberal do capitalismo.

“As novas tecnologias teriam extinguido 65% dos postos de trabalho e como ninguém é contra o avanço tecnológico, prevalecem os argumentos para não responsabilizarem o verdadeiro causador do crescimento do desemprego e da desigualdade, que são as políticas neoliberais do modelo capitalista, que favorecem a financeirização da riqueza”, avalia Pochmann. O economista e professor alerta que até instituições importantes, como a OIT (Organização Internacional do Trabalho) tem hoje uma aceitação dessa narrativa dominante de que, para o trabalhador, não resta outra alternativa que não seja uma maior qualificação profissional para sobreviver às mudanças do mercado de trabalho e ocupar as poucos postos de trabalho disponíveis, eliminando a reflexão sobre a possibilidade mudança do modelo econômico.

O Mercado como mediador

Para o especialista, o capitalismo inaugurou um intermediador que fez com que o trabalho não fosse mais um meio de subsistência humana, mas passa a estar a mercê dos interesses econômicos e movimentações do mercado. Considera ainda que o avanço tecnológico tem servido para reduzir o número de empresas na competição do mercado, eliminado um álibi tão decantado pelos liberais, que é a competição, criando oligopólios e monopólios privados.

Saídas para o emprego

Porchmann lembrou que a primeira revolução industrial transferiu o centro econômico do mundo de países orientais, como China e Índia, para a Inglaterra, que se tornou o centro da produção e distribuição comercial no mundo. As grandes guerras mundiais, que estabeleceram a derrota alemã, mudaram a centralidade econômica para os EUA. A partir deste período, surge como saída para os impasses políticos do capitalismo, o que garantiu o pleno emprego nos países mais desenvolvidos.

Citou como exemplo desta política do bem estar social e da presença forte do estado na economia, os países nórdicos, onde, em alguns casos, 50% da ocupação depende do emprego público, o que revela a importância do investimento público na economia destas nações ainda hoje.

“Uma das saídas para o impasse da redução de postos de trabalho em função das novas tecnológicas é a redução da jornada de trabalho. O salto tecnológico fez com que a pessoa trabalhe mais, de forma mais intensiva e extensiva, fora do local especifico do trabalho. O trabalhador está sendo mais explorado”, disse, citando como exemplo da redução do tempo trabalhado, a Alemanha, que reduziu a jornada para 24 horas para gerar mais empregos. Defendeu ainda que os jovens ingressem no mercado de trabalho mais tarde, a partir dos 24 anos.

“Os filhos dos ricos  só ingressam no mercado de trabalho após concluir a graduação e a pós-graduação. É uma competição desigual. O pobre começa a trabalhar muito cedo e com menor qualificação”, disse, Citou como exemplo um jovem da periferia que trabalha 8 horas diárias e passa mais 4 horas estudando e comparou a jornada deste segmento da sociedade com a do século IXX, que permitia o trabalho infantil e a jornada era, em meda, de 16 horas.

Organização sindical

O professor da Unicamp destacou ainda a importância de novas formas de organização dos trabalhadores. “Os sindicatos não podem olhar mais apenas para o trabalho material, na indústria, construção civil, bancos. Cerca de 4/5 dos trabalhadores estão no setor terciário que não gera nada palpável. Não há mais como ter uma visão parcial do indivíduo, onde os sindicatos representam apenas o empregado em seu local de trabalho”, acrescentou.

“Hoje o movimento social precisa ser repensado diante das mudanças do mundo do trabalho e do capitalismo, propondo uma nova forma de organização sindical que dialogue com todos os trabalhadores”, disse lembrando que igrejas pentecostais reúnem semanalmente 80 milhões de pessoas toda a semana, referindo-se a um fenômeno que teve papel fundamental nas eleições presidenciais de 2018 e lembrando que os movimentos sociais organizados já não conseguem ter o mesmo poder de mobilização.

Riscos da MP 881

O advogado José Eymard Loguercio, da LBS advogados, disse que os trabalhadores precisam se organizar para combater a ofensiva contra a organização sindical que o governo federal prepara para o segundo semestre. “Os principais objetivos são levar toda lógica da relação do trabalho para a relação individual, criar novas formas de contratos de trabalho e liberar a organização produtiva”, explica.

Disse ainda que a Medida Provisória 881//2019, chamada de “MP da Liberade Econômica”, direciona o direito para a lógica econômica de mercado”. Entre as medidas da proposta está o trabalho aos finais de semana para várias categorias, inclusive os bancários, sem necessidade de contratação coletiva e o fim da obrigatoriedade das CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) nas empresas.

De acordo com ele, as mudanças têm a ver com as novas formas do capital se organizar. “Assim como já foi feita na ditadura militar, eles vendem a mudança como forma de modernizar as relações trabalhistas. O que se avizinha é a troca da unicidade por uma pluralidade sindical. Nós defendemos a liberdade sindical, mas isto não significa a ausência de regulamentação, pelo contrário, é uma série garantias para organização sindical, como a liberdade de auto regular-se”, acrescenta Loguércio.

Importância da unidade

Lembrou de a importância dos sindicalistas conhecerem estas questões de ataques à organização de luta coletiva.

“Os países que passaram por mudanças como a nossa, fizeram isso em períodos democráticos, em que foi possível negociar práticas sindicais. Em nossa atual conjuntura vamos ter mais dificuldade, o que exige de todos nós mais conhecimento da matéria, para disputar esse espaço de negociação”, alerta. Segundo o advogado, os próximos meses vão exigir muita unidade das centrais sindicais.

“A organização será fundamental para pensar na autonomia das entidades sindicais e enfrentar essa ideia neoliberal de que o sindicato serve para atrapalhar. Nós temos uma enorme tarefa, neste momento, que será encarar um segundo semestre focado na defesa com ataques do governo, que tem Investimentos como objetivo a desconstrução do movimento sindical”, conclui.

Investimentos em tecnologia

Dados apresentados pela economista Vivian Machado, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ao realizar uma exposição sobre “A Indústria 4.0 nos bancos”, mostram que os bancos investiram R$ 97,7 bilhões em tecnologia desde 2014. “Só o governo investe mais em tecnologia do que os bancos. Tanto no Brasil quanto no mundo”, destacou a economista.
De acordo com pesquisa realizada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as tecnologias que mais receberam investimentos em 2019 foram o BIG Data / Analitics (80%) e inteligência artificial (73%). “As tecnologias de análise de dados e de atendimento aos clientes sem a intermediação humana são as prioridades de investimentos pelos bancos na área de tecnologia”, disse a economista.
Ela mostrou o crescimento do volume de transações bancárias realizadas por meio tecnológico. As transações por celulares de pagamento de conta, por exemplo, cresceram 80%. Os dados apontam que, no total, 40% das transações são realizadas por celular e 20% pela internet. Apenas 5% das transações são realizadas nas agências. “E as transações por meio tecnológico vem crescendo ano a ano. São transações sem qualquer intermediação humana. E os clientes pagam cada vez mais caro por serviços que eles mesmos realizam”, completou Vivian.

 

 

O 3º Censo da Diversidade Bancária foi apresentado na manhã deste domingo (4/8), último dia da 21ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada na quadra do Sindicato, em São Paulo. Um dos temas abordados e que mais preocupam os trabalhadores brasileiros foi a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, aprovada em primeiro turno na Câmara de Deputados.

Segundo o Censo, 74% dos bancários são contra a proposta que mudam as regras para a aposentadoria e ameaça extinguir o sistema de repartição da Previdência Social, criando um novo modelo de previdência privada, similar ao sistema chileno. Já 58% acredita que a mudança de cálculo para se aposentar e o aumento do tempo de contribuição prejudicam principalmente os mais pobres e as mulheres e 53% entendem que o projeto do governo vai reduzir a média do valor dos benefícios.

Aumento da desigualdade

Quase que a totalidade dos entrevistados, 88%, discorda da redução dos valores das aposentadorias e acredita que estas medidas vão aumentar a desigualdade no Brasil.

Em relação à opção defendida por partidos de oposição de que seria melhor taxar os lucros e dividendos, grandes heranças e fortunas do que retirar dos trabalhadores direitos da aposentadoria, 58% concordam com esta tese. Um número ainda considerável, 23% dos bancários, ainda acredita ser necessária a reforma da Previdência.

Como reagir

A pesquisa deixa claro que a maioria esmagadora da categoria já entendeu que a reforma da Previdência é ruim para o trabalhador.  Mas como os bancários pretendem reagir para barrar a reforma? Metade dos entrevistados pretende conversar com colegas de trabalho, amigos e familiares para ajudar na mobilização da sociedade a fim de pressionar os parlamentares e barrar o projeto no Congresso Nacional.  Já 52% consideram que a reforma só retira direitos dos trabalhadores e não onera os mais ricos. Um dado que chama a atenção é que a categoria ainda não compreendeu que a proposta do governo não só interessa, mas também é financiada pelos bancos, que têm feito forte lobby no parlamento por sua aprovação. Apenas 38% dos bancários acredita que o projeto vai beneficiar os bancos.

Saúde e bancos públicos

Outro tema abordado no Censo foi a questão da saúde relacionada ao adoecimento da categoria pelo aumento de assédio moral e pressão por metas elevadas: 38% dos empregados disseram usar algum tipo de medicação em função de doença ocupacional.

A categoria também está antenada com os riscos que representam as privatizações para o país: 52% dos entrevistados defendem os bancos públicos.

 

No painel sobre a reforma da Previdência, último debate realizado no sábado (3/8), segundo dia da 21ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece em São Paulo, o ex-ministro da Previdência do governo Dilma, Carlos Gabas, disse que a proposta do governo Bolsonaro, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, é na verdade, um ajuste fiscal na conta do trabalhador para os bancos venderem mais planos de previdência privada.

“Este projeto do ministro Paulo Guedes não ataca privilégios, mas reduz  direitos, especialmente dos mais pobres. Cerca de 90% do que será economizado pelo governo será retirado de quem ganha até dois salários mínimos. Se o governo quisesse economizar dinheiro público ele revogaria a Lei 13.586/2017, sancionada pelo então presidente Temer, que criou isenção tributaria para as petrolíferas estrangeiras, para os tubarões do petróleo que exploram o Pré-Sal brasileiro”, disse Gabas.

Modelo fracassado

O ex-ministro lembrou que os mais prejudicados pela mudança nas regras das aposentadorias são os brasileiros que ganham até R$1.400.

“No poder judiciário, no Ministério Público Federal têm salários de R$ 250 mil reais por mês. Junto com a reforma trabalhista, esta reforma previdenciária vai quebrar a Previdência Pública e acabar com a proteção social”, acrescenta. Lembrou ainda que, dos 30 países que adotaram o modelo privado proposto por Paulo Guedes, 18 já voltaram ao sistema público e solidário.

“O modelo privado não garante a proteção social, mas leva à concentração de renda e ao empobrecimento do povo. No Chile, modelo que este governo quer reproduzir, mais da metade da população não consegue se aposentar e 80% ganha menos que um salário mínimo”, critica.