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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
No painel sobre a reforma da Previdência, último debate realizado no sábado (3/8), segundo dia da 21ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece em São Paulo, o ex-ministro da Previdência do governo Dilma, Carlos Gabas, disse que a proposta do governo Bolsonaro, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, é na verdade, um ajuste fiscal na conta do trabalhador para os bancos venderem mais planos de previdência privada.
“Este projeto do ministro Paulo Guedes não ataca privilégios, mas reduz direitos, especialmente dos mais pobres. Cerca de 90% do que será economizado pelo governo será retirado de quem ganha até dois salários mínimos. Se o governo quisesse economizar dinheiro público ele revogaria a Lei 13.586/2017, sancionada pelo então presidente Temer, que criou isenção tributaria para as petrolíferas estrangeiras, para os tubarões do petróleo que exploram o Pré-Sal brasileiro”, disse Gabas.
Modelo fracassado
O ex-ministro lembrou que os mais prejudicados pela mudança nas regras das aposentadorias são os brasileiros que ganham até R$1.400.
“No poder judiciário, no Ministério Público Federal têm salários de R$ 250 mil reais por mês. Junto com a reforma trabalhista, esta reforma previdenciária vai quebrar a Previdência Pública e acabar com a proteção social”, acrescenta. Lembrou ainda que, dos 30 países que adotaram o modelo privado proposto por Paulo Guedes, 18 já voltaram ao sistema público e solidário.
“O modelo privado não garante a proteção social, mas leva à concentração de renda e ao empobrecimento do povo. No Chile, modelo que este governo quer reproduzir, mais da metade da população não consegue se aposentar e 80% ganha menos que um salário mínimo”, critica.