EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Faleceu neste domingo (6/3), aos 62 anos, vítima de infecção pulmonar, o companheiro José Granje Filho, ex-funcionário do Banerj, ativista sindical e militante das causas sociais do país.
Granje esteve presente nas grandes greves da categoria na década de 80, com destaque para sua participação nas lutas do Banerj, até a privatização do banco do estado.
Granje dedicou-se também as lutas em defesa da cultura, tão atacada pelo governo Bolsonaro.
O velório será realizado ainda hoje(7/3), de 14 às 16:30 hs, no Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju.
O Sindicato se solidariza com familiares, amigos e companheiros de militância.
Companheiro Granje, presente!
Manifestação contra aprovação do Pacote da Destruição, um conjunto de projetos de lei que vai legalizar o crime ambiental, será em frente ao Congresso Nacional
Centenas de organizações e movimentos, entre eles a CUT, que defendem o clima, a natureza e os direitos humanos, divulgaram, nesta sexta-feira (4), manifesto convocando os brasileiros e brasileiras para uma manifestação na próxima quarta-feira, dia 9 de março, a partir das 15h, em frente ao Congresso Nacional, pela terra, pela vida e em defesa do meio ambiente.
Participam do ato artistas como Caetano Veloso, Crioulo, Emicida, Nando Reis, Lázaro Ramos, Letícia Sabatella, Malu Mader, Maria Gadu e Alessandra Negrini, além de personalidades como Paola Carossela e Bela Gil, entre outros convidados, além de representantes de movimentos sindicais, sociais e populares.
“Exigimos que os projetos de lei que afetam negativamente o ambiente, o clima e os direitos humanos não sejam aprovados”, diz trecho da convocatória, que alerta: “O Parlamento se prepara para votar nos próximos dias o Pacote da Destruição, um conjunto de projetos de lei que irão legalizar o crime ambiental e transformar a devastação e o esbulho do patrimônio público em direito adquirido”.
De acordo com o texto, entre os vários desastres que poderão ser aprovados estão a anistia permanente ao roubo de terras públicas, o fim do licenciamento ambiental, a liberação irrestrita de agrotóxicos e a oficialização do saque às terras indígenas.
“O 'Combo da Morte' virá para agravar ainda mais o cotidiano da classe trabalhadora e comprometer o seu futuro”, alerta o secretário de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio.
“Lutar contra a aprovação destes projetos do Bolsonaro é resistir pelas nossas vidas e do planeta”, afirma o dirigente.
Leia a íntegra da convocatória
Ato em defesa da Terra e contra o pacote da destruição
A democracia, os direitos humanos, o meio ambiente e a saúde da população brasileira, entre diversas outras agendas, estão sob ataque incessante desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República. Hoje o Brasil é um país mais pobre, mais violento e mais desigual, cujo governo atenta contra a vida dos cidadãos e contra o patrimônio socioambiental do país.
Todos os indicadores são de trágico retrocesso: desmatamento, emissões de gases de efeito estufa, perda da sociobiodiversidade, grilagem de terra, degradação de áreas protegidas, invasões a territórios indígenas e quilombolas, envenenamento dos alimentos, violência e criminalização contra populações tradicionais e camponesas, especialmente mulheres e negros.
A Amazônia e outros biomas nacionais estão sendo destruídos. Tudo isso decorre dos atos e dos discursos de Bolsonaro e de seus apoiadores. Mas esse quadro pode não apenas piorar, como se eternizar, caso o Congresso Nacional resolva se aliar definitivamente ao presidente em sua cruzada contra o país e o planeta.
O Parlamento se prepara para votar nos próximos dias o Pacote da Destruição, um conjunto de projetos de lei que irão legalizar o crime ambiental e transformar a devastação e o esbulho do patrimônio público em direito adquirido. Entre os vários desastres que poderão ser aprovados estão a anistia permanente ao roubo de terras públicas, o fim do licenciamento ambiental, a liberação irrestrita de agrotóxicos e a oficialização do saque às terras indígenas. Veja a descrição detalhada dos projetos aqui.
Cada um desses projetos retira dos brasileiros um pedaço de seu futuro. Para premiar um punhado de criminosos, eles condenam os ecossistemas, os assentamentos rurais, os indígenas e os quilombolas. Ampliam o abismo da desigualdade. Mergulham nossa economia no atraso e no descrédito externo e tornam o Brasil um risco climático global.
É diante deste cenário de crise e urgência que os movimentos abaixoassinados e dezenas de artistas brasileiros convocam uma ampla manifestação no dia 9 de março de 2022, a partir das 15h, em frente ao Congresso Nacional, pela Terra, pela vida e em defesa do meio ambiente.
Exigimos que os projetos de lei que afetam negativamente o ambiente, o clima e os direitos humanos não sejam aprovados. Os parlamentares, e em especial o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devem garantir que nenhuma proposta seja colocada em votação até que esteja alinhada com o que diz a ciência, com as demandas e necessidades das populações tradicionais e do campo e à luz da emergência climática que vivemos.
Assinam o manifesto (lista provisória, em processo de coleta de adesões)
342 AMAZÔNIA
350.org
AAB- ARTICULAÇÃO ANTINUCLEAR BRASILEIRA
AMIGOS DA TERRA – AMAZÔNIA BRASILEIRA
ANPG (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADUANDOS
APIB (ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL)
APREMAVI
ASSOCIAÇÃO ALTERNATIVA TERRAZUL
AÇÃO DA CIDADANIA
CAMPANHA PERMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA
CASA GALILEIA
CIMI (CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO)
CIUPOA - CENTRO DE INTELIGÊNCIA URBANA DE PORTO ALEGRE
CLIMAINFO
CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas)
COALIZÃO EVANGÉLICOS PELO CLIMA
COALIZÃO NEGRA POR DIREITOS
CONAQ (COORDENAÇÃO NACIONAL DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS)
CTI
CUT (CENTAL ÚNICA DOS TRABALHADORES)
FASE - SOLIDARIEDADE E EDUCAÇÃO
FBOMS - FÓRUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO
FRENTE NACIONAL ANTI-RACISTA
FRIDAYS FOR FUTURE BRASIL
FUNDAÇÃO VERDE HERBERT DANIEL
GAMBÁ – GRUPO AMBIENTALISTA DA BAHIA
GREENPEACE BRASIL
IDEC - INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
IDS - INSTITUTO DEMOCRACIA E SUSTENTABILIDADE
IEB - INSTITUTO DE ESTUDOS BRASILEIROS
IEMA - INSTITUTO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS
IEPÉ - INSTITUTO DE PESQUISA E FORMAÇÃO INDÍGENA
IMAFLORA
INSTITUTO ECOLOGICA PALMAS
INSTITUTO LINHA D’ÁGUA
INSTITUTO TALANOA
ISA - INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL
ISPN - INSTITUTO SOCIEDADE, POPULAÇÃO E NATUREZA
JOVENS PELO CLIMA BRASÍLIA
LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE
MARCHA MUNDIAL POR JUSTIÇA CLIMÁTICA/ MARCHA MUNDIAL DO CLIMA
MÍDIA NINJA
MPA - MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES
MST (MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TERRA)
MTST (MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TETO)
NOSSAS
OBSERVATÓRIO DO CLIMA
PROJETO SAÚDE E ALEGRIA
RCA – REDE DE COOPERAÇÃO AMAZÔNICA
REDE GTA (GRUPO DE TRABALHO AMAZÔNICO)
RMA - REDE DE ONGS DA MATA ATLANTICA
SOS MATA ATLÂNTICA
SOS PANTANAL
SPVS
UBES (UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS)
UJS (UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA)
UNE (UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES)
UNEAFRO BRASIL
VIA CAMPESINA
WWF
Fonte: CUT BRASIL
Movimentos de mulheres priorizam o combate à violência. Procuradora do MPT fala sobre alguns dos motivos que explicam aumento dos números de casos nos últimos anos.
Pauta prioritária dos movimentos feministas, o fim da violência contra a mulher, que envolve tanto a questão de gênero como a violência doméstica, será bandeira principal das manifestações programadas para o 8 de Março - Dia Internacional da Mulher – deste ano. O evento volta a ser realizado presencialmente nas ruas de várias cidades, depois de dois anos de pandemia (Veja abaixo locais onde atos estão confirmados)
Concluída no final de 2021, uma pesquisa de opinião realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com Observatório da Violência Contra a Mulher, mostrou que 86% das mulheres brasileiras perceberam um aumento da violência contra elas no ano passado. O número é 4% maior que em 2020.
Ainda de acordo com a pesquisa, que ouviu três mil pessoas entre 14 de outubro e 5 de novembro de 2021, cerca de 68% das pessoas entrevistadas conhecem alguma vítima e 27% declararam já ter sofrido este tipo de violência.
A pesquisa é uma entre as muitas realizadas durante o período de pandemia que comprovam o aumento da violência tendo com uma das causas os efeitos do isolamento social e da crise sanitária. “A experiência mostra que em crises econômicas, sociais e sanitárias as mulheres são vítimas de violência de gênero e de violência doméstica”, afirma a procuradora regional do Trabalho (MPT), Adriane Reis de Araújo.
Durante o período mais crítico da pandemia, ela diz, houve um encolhimento significativo do mercado de trabalho e tinham mais mulheres desempregadas do que trabalhando. E a dependência econômica da mulher é um fator que contribui para o aumento dos casos, explica a procuradora.
Outro fator apontado por Adriana, que também é coordenadora nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades (Coordigualdade) do MPT, é que houve uma dificuldade no início da pandemia em denunciar os casos e as vozes das mulheres foram, de certa forma, silenciadas.
“Quando um homem percebe que a mulher não tem para onde correr, não tem como denunciar e se proteger, ele abusa ainda mais da violência contra ela”, acrescenta a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista. Segundo ela, a opressão machista se dá principalmente desta forma.
“E na pandemia, com o isolamento, as mulheres ficaram sem emprego e presas dentro de casa com seus agressores, isso aconteceu muito”, diz Juneia.
A pesquisa do DataSenado mostrou que ao menos 18% das mulheres agredidas convivem com o agressor e para 75% o medo leva a mulher a não denunciar. Este cenário foi potencializado com a pandemia.
Adriana Reis de Araújo, explica que “houve o fechamento das estruturas da rede de proteção, mas depois, veio a reabertura desses canais, a denúncia on-line, além do próprio MPT, e isso possibilitou o aumento da proteção e contribuiu para reduzir a subnotificação”.
Paralelamente, uma forma de reação é quando, ao perceber que não são as únicas vítimas, que há outras mulheres na mesma situação, elas se unem e buscam ajuda. “É um quadro que decorre do momento econômico social e sanitário, mas também do acesso à possiblidade de denúncia, remota inclusive, e do empoderamento das mulheres por meio de grupos que orientam a denuncia”, afirma a procuradora do MPT.
O 8 de março deste ano reforça a luta das mulheres contra a violência em todos os espaços - em casa, nas ruas, no trabalho, no ambiente virtual, enfim em todos os setores da sociedade. E quando se amplia essa área onde a mulher é diariamente oprimida, de diversas formas, seja física, psicológica, econômica, patrimonial, entre outras, não se pode deixar de levar em consideração que o Brasil é um país cuja sociedade é patriarcal.
É isso o que mostra a pesquisa do DataSenado. Para 71% das mulheres, o Brasil é um país machista. Junéia Batista reforça que essa característica é responsável pela violência contra a mulher e afirma que desde o golpe de 2016, contra a presidenta Dilma Rousseff, com especial destaque ao período do governo Bolsonaro, as consequências do machismo se agravaram.
“Jair Bolsonaro é o centro desse problema. Sua conduta misógina e violenta faz com seus apoiadores e outros homens se sintam legitimados em achar que ser machista é correto, sentem que é natural e bonito provar masculinidade e virilidade destratando, violentando e agredindo as mulheres. E isso, não vamos permitir”, diz a dirigente, alertando que este ano, nas eleições, unidasm as mulheres podem banir do mapa Bolsonaro e seus seguidores.
Precisa ficar claro que não podemos admitir nunca mais nas nossas vidas eleger um neonazista, um fascista como Bolsonaro. Por isso, é importante que este ano pensemos bem na hora do voto. Temos que varrer do mapa o machismo, a homofobia e o racismo praticados pelo governo Bolsonaro
A procuradora regional do Trabalho Adriana Reis de Araújo complementa dizendo que a eliminação da violência contra a mulher se dá por meio de políticas públicas específicas na perspectiva de gênero e passam pela reformulação dos conceitos machistas da sociedade.
A eliminação da violência caminha por meio da educação. A definição de papeis sociais rígidos para homens e mulheres na sociedade contribui para a formação da mentalidade que fundamenta a violência de gênero e a violência doméstica
Ela afirma que é preciso rever esses papéis e incentivar que os homens participem do trabalho de cuidados dentro de casa, da divisão de tarefas. Mas também é importante aumentar a rede de proteção a elas e ampliar o alcance das informações pela sociedade sobre que é – e como é – a violência contra a mulher e sobre os canais de denúncia.
“No MPT, nós incentivamos as empresas a adotarem ações afirmativas para que as mulheres tenham igualdade de oportunidades e salarial. Isso reduz a situação de empobrecimento e não apenas distribui melhor a riqueza como também dá maior visibilidade à mulher na carreira” diz Adriana explicando que esses fatores contribuem para modificar a compreensão da divisão social dos papéis de homens e mulheres e possibilita alcançar uma igualdade melhor
Os atos do 8 de março deste ano cujo lema é “Pela vida das mulheres, contra a fome, o desemprego e a carestia – Bolsonaro Nunca Mais!”, segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, serão emblemáticos. “ Os maiores que faremos”, diz Junéia.
Manifestações já estão marcadas em várias cidades. Veja a relação:
Alagoas
Na capital Maceió, as mulheres realizam ato Público no Centro da cidade com panfletagem, panelaço; batucadas, faixas, cartazes e alegorias. Concentração será às 8h na Praça dos Martírios de onde elas sairão em caminhada em direção à Praça Deodoro.
Bahia
Em Salvador, terá caminhada do Campo Grande a Praça da Piedade às 14h. Também está prevista a distribuição de marmitas em frente a Câmara municipal de Salvador (horário a definir), simbolizando a fome.
Ceará
Em Fortaleza, a concentração será a partir das 14h, com feira feminista solidária, na Praça do Ferreira com cortejo pelo centro com paradas temáticas: Fora Bolsonaro, contra o machismo, contra o racismo, contra a fome. A manifestação será finalizada com ato político cultural na praça do Ferreira e homenagem à Elza Soares.
Distrito Federal
Em Brasília a concentração para o ato será às 17h, no Museu da República. De lá, as militantes seguirão em marcha pela Esplanada dos Ministérios até a Alameda das Bandeiras.
Espírito Santo
Em Vitória, capital do estado haverá um ato presencial unificado, com concentração a partir das 14h em frente à Costa Pereira no centro da cidade.
Goiás
Em Goiânia, capital do estado, a concentração será a partir das 9h na Catedral Metropolitana com encerramento na Praça do Trabalhador.
Mato Grosso do Sul
Campo Grande: ato às 8h na Av Afonso Pena esquina com 14 de Julho.
Minas Gerais
Belo Horizonte, Minas Gerais - Ato unificado na Praça da Liberdade às 16 horas.
Pará
Em Belém terá concentração às 17h na praça da República. Depois haverá caminhada até São Brás.
Em Marabá será um ato de rua com intervenção nos sinais sobre feminicídio, violência obstétrica e violência doméstica da Praça São Francisco até a Câmara Municipal, em horário a ser definido.
Paraíba
João Pessoa: caminhada a partir das 7h com concentração na Praça Edivaldo e encerramento na Praça Getúlio Vargas
Paraná
Em Curitiba a concentração será na Praça Santos Andrade às 16h30 - com apresentação cultural de todos os coletivos, movimentos, blocos (esquenta para a marcha)
Às 18h30 será a saída da marcha da Santos Andrade, João Negrão, Marechais, XV e Boca Maldita.
Em Londrina: a concentração será às 17h30 no Calçadão da cidade.
Em Apucarana no dia 8, a partir das 15 horas haverá a Feira empreendedora com atrações culturais na Praça Rui Barbosa e às 18h a Marcha das Mulheres
Além dessas cidades, serão realizadas atividades em Toledo, Foz do Iguaçu, Cascavel, São José dos Pinhais, em horários e locais a serem confirmados.
Pernambuco
Recife: ato no Parque 13 de Maio ás 15h
Piauí
Teresina: ato na Praça rio branco, às 9h
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a atividade será a partir das 12 h no Largo Glenio Peres com uma grande tenda. No final da tarde haverá uma marcha com concentração na esquina Democrática.
Rio de Janeiro
Atividade presencial com concentração na Candelária e saída em caminhada em direção a Cinelândia, em horário a ser definido
São Paulo
Ato a partir das 16h com concentração na Avenida Paulista, em frente ao Masp e após caminhada até a praça Roosevelt, na região central.
Na capital paulista as mulheres da CUT se concentração no Espaço Cultural Lélia Abramo (rua Carlos Sampaio, 305), às 14h
Santa Catarina
Florianópolis, no dia 8 de março será feita uma marcha, com concentração às 12h no Ticen.
13h - início de panfletagem e agitação
18h - concentração para marcha
Antes, porém, deverá ser realizado um Cine Debate no dia 28/2 e uma feira feminista no dia 5/3 (sábado)
No domingo (6) das 13h às 20hserá realizada a Exposição "Eu Asa Sou Ares" em mulheragem à Elza Soares, no Armazém Coletivo Elza Soares (Rod. Gilson da Costa Xavier, 1384 - Sambaqui)
Chapecó - Mobilização na Praça Central, das 9h às 13h, com atividades culturais, música e ato político
Joinville - Ato na Praça da Bandeira, às 18h
Lages - Atividades das 9h às 17h, na Associação de Moradores e Amigos do Bairro Popular, com feirinha, distribuição de materiais educativos, ponto de arrecadação de absorventes, rodas de conversa, palestras e atividades culturais.
Rio do Sul - Panfletagem com material da CUT sobre a pauta do dia das mulheres, de manhã e à tarde, e panfletagem virtual com material da CONFETAM.
São Miguel do Oeste - Ato na Praça Municipal Walnir Bottaro Daniel, às 9h.
Ações em outras datas em Santa Catarina
Blumenau - 11/3 (sexta-feira) – Ato público pela vida das mulheres, Bolsonaro Nunca Mais | 18h30, no Parque Ramiro Ruediger
Caçador - 12/3 (sábado) – Distribuição de materiais informativos e apresentações culturais | 9h, no Largo Caçanjurê
Rio do Sul - 3/3 (quinta-feira) – Fala na Câmara de Vereadores – Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – Sindicato faz parte com uma cadeira;
- Participação em encontros promovidos pelos SUAS – rodas de conversas sobre a mulher de hoje;
- 7/3 (segunda-feira) – Fala da " Associação Cultural Anastácia da Raça Negra" na Tribuna da Câmara de Vereadores de Rio do Sul.
- O Fórum das Entidades realizará uma ação que já aconteceu em anos anterior chamado “Sapatos falantes” – em que sapatos com mensagens são distribuídos na cidade na madrugada do dia 08 e encontrados pela comunidade ao saírem ao trabalho.
Nos demais estados, os atos ainda estão sendo organizados e havendo uma definição os locais e horários serão atualizados pelo Portal CUT Nacional.
Fonte: CUT BRASIL
Após cobrança de funcionários, Banco do Brasil começa avançar em medidas definida no acordo de 2020, que assegura ajuda de custo, fornecimento pelo banco de equipamentos e cadeira adequada, manutenção de VR e VA nos termos da CCT e controle de jornada, entre outros pontos.
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu com a direção do banco no final da tarde de quinta-feira (3) para a implementação do regime de trabalho em home office, cujas premissas estão contempladas em acordo específico aprovado pelos funcionários no final de 2020.
“O banco se comprometeu com os funcionários e seus representantes a negociar a implementação dos pontos do acordo aprovado. Um ano e dois meses depois, nada havia acontecido. Nesse tempo todo, cobramos a abertura dessas negociações específicas diversas vezes. Com o retorno ao trabalho presencial de muitos funcionários, intensificamos estas e outras reivindicações”, explicou o coordenador da CEBB, João Fukunaga, ao lembrar que, na semana passada, os trabalhadores do BB conquistaram o retorno ao home office aos funcionários do grupo de risco e àqueles com mais de 60 anos.
O acordo que regulamenta o teletrabalho no banco, após o fim da pandemia, garante ajuda de custo para quem atue em mais de 50% dos dias úteis na modalidade de teletrabalho, fornecimento e manutenção pelo banco de equipamentos e cadeira adequada, VR e VA nos termos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), controle de jornada e desconexão, entre outros pontos.
Uma nova reunião para continuar as negociações para a implementação foi agendada para a próxima semana.
Definição de trabalho remoto
Toda e qualquer prestação de serviços realizada remotamente, de forma preponderante ou não, fora das dependências do banco ou em local diferente daquele de lotação do funcionário, com a utilização de tecnologias da informação e comunicação.
Modalidades do trabalho
O trabalho remoto no BB poderá ocorrer:
a) Na residência do funcionário, o qual se denomina home office;
b) Em outras dependências do banco, empresas parceiras ou em coworkings (espaços colaborativos) internos, o qual se denomina on office.
Excepcionalmente, há a possibilidade da realização do trabalho remoto fora da praça de lotação, por interesse do funcionário, sendo necessária a autorização do comitê da unidade gestora.
Equipamentos para o Trabalho Remoto
a) Equipamento eletrônico corporativo (desktop ou notebook);
b) Acessórios (mouse, teclado, headset);
c) Cadeira ergonômica.
Ajuda de custo
a) R$ 80,00/mês para funcionários que atuem em mais de 50% dos dias úteis do mês e tenham aderido ao trabalho remoto, na modalidade home office.
Facultatividade: A adesão ao teletrabalho deve ser facultativa ao funcionário;
Controle de jornada: O banco implantará um sistema de controle da jornada, para evitar que haja excesso de trabalho e “pedidos” fora do expediente;
Desconexão: Serão dadas instruções e orientações para desconexão em horários fora do expediente;
Manutenção dos equipamentos: será de responsabilidade do banco;
Preocupação com a saúde: Além de oferecer equipamentos ergonômicos, o banco se compromete a manter cuidados especiais com a saúde dos funcionários que exercerem suas atividades em home office;
Violência doméstica: Conforme estabelecido na CCT da categoria, o banco criará uma Central de Atendimentos para as bancárias vítimas de violência doméstica;
Auxílio refeição e alimentação e vale transporte: Serão mantidos os direitos aos vales refeição e alimentação e ao vale-transporte;
Acompanhamento pelo sindicato: Os sindicatos terão acesso aos funcionários que exercerem seus trabalhos fora das dependências do banco.
Fonte: CONTRAF
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Após conseguir, na mesa de negociação, um avanço para assegurar a saúde dos funcionários do Banco do Brasil que sofrem com alguma comorbidade e dos mais frágeis, do ponto de vista médico,os sindicatos querem debater o papel da Cassi no fortalecimento da Estratégia Saúde da Família, o que é considerado fundamental, especialmente para os pacientes do grupo de risco. O debate tornou-se fundamental após os trabalhadores terem conquistado o retorno ao home office no BB.
"Desde o ano passado, representantes dos funcionários do BB no movimento sindical e entidades associativas vem denunciando mudanças estruturais na Cassi que tem prejudicado os associados, como a terceirização da Telemedicina", explica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Henrique.
Empresa novata
O banco entregou o setor para a empresa norte-americana Iron, instalada no Brasil desde 2020. O contrato com a Cassi foi o primeiro firmado pela empresa estrangeira no Brasil.
O movimento sindical estranhou o fato de que uma empresa tão novata no mercado brasileiro tenha sido logo contratada pelo maior plano de saúde de autogestão do país, a Cassi.
Para os sindicatos, "a terceirização tende a aumentar os custos da Cassi e reduzir a qualidade dos serviços aos associados".
Os bancários reclamam, e com razão, que a cada novo contato com o Teleatendimento da Cassi, ao invés de ser direcionado à Estratégia Saúde da Família (ESF), ligado às CliniCassi, o associado é encaminhado para um médico diferente do mercado.
Modelo exemplar
A ESF é um modelo adotado pelos sistemas de saúde mais modernos do mundo em que o paciente é acompanhado, durante toda a sua trajetória, por uma equipe multidisciplinar, aumentando as chances de diagnósticos e tratamentos corretos e, consequentemente, reduzindo os custos nos sistemas de saúde. Quando a Telemedicina indica um médico diferente, o tratamento do associado é prejudicado e os custos da Cassi aumentam.
Rede credenciada
O movimento sindical tem ainda feito reivindicações quanto ao Programa de Assistência Farmacêutica (PAF), que teve sua lista de medicamentos abonáveis reduzida em 1.818 produtos, desde 2019. Outra preocupação é o desmonte da rede credenciada, diminuída em cerca de 5.400 prestadores de serviços desde 2016.
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Os cinco maiores bancos do país (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) fecharam 2021 com lucro líquido acumulado de R$ 174,9 bilhões em dois anos.
"Mesmo ganhando tanto dinheiro, em plena crise econômica e sanitária que quebra indústrias e estabelecimentos comerciais, os bancos demitem bancários em massa e exploram a população com os maiores juros do planeta, superados agora somente pela Rússia em função das sanções da guerra na Ucrânia", destaca o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira.
Somente quatro dos principais bancos do país - Banco do Brasil (BB), Bradesco, Itaú e Santander - registraram R$ 90,5 bilhões de lucro líquido em 2021, aumento de 34,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, acumulando em dois anos de pandemia, R$ 157,6 bilhões de lucro.
Somados à Caixa Econômica Federal (CEF), que divulgou em seu balanço no final de fevereiro um lucro de R$ 17,3 bilhões - crescimento de 31,1% na comparação com 2020 -, os lucros desses cinco bancos somam R$ 174,9 bilhões.
Fechamento de agências
O setor fechou mais de 12 mil vagas em dois anos, extinguindo um número cada vez maior de agências físicas, o que além de eliminar postos de trabalho, torna o atendimento aos clientes ainda mais precários e eleva a sobrecarga de trabalho de funcionários, fazendo explodir as doenças ocupacionais na categoria. Somente em 2020 foram 3.180 agências bancárias fechadas.
Riscos de privatização
"Os bancos públicos também continuam faturando muito dinheiro, por isso o sistema financeiro e o ministro da Economia Paulo Guedes estão doidos para entregar está gorda fatia do mercado para os interesses privados, como foi a entrega de ativos do Banco do Brasil para o BTG Pactual, instituição criada pelo próprio Guedes", disse José Henrique, diretor do Sindicato.
O BB teve um lucro líquido recorde de R$ 21 bilhões, um crescimento anual de 51,4%.
O Sindicato lembra que Itaú, Bradesco e Santander só querem a parte lucrativa dos bancos públicos, mas nenhum compromisso com o papel social que somente as instituições públicas desempenham.
"Se dependesse dos bancos privados nem com a tragédia da pandemia da Covid-19 o sistema financeiro teria socorrido a população com vulnerabilidade. Graças ao empenho dos empregados da Caixa foi possível distribuir o auxílio emergencial para os mais necessitados", lembra José Ferreira.
Explosão dos juros
Para pessoa física a taxa de juros está em 28,66% ao ano, chegando a 349,62% na linha de crédito do cartão de crédito rotativo. Com a crise econômica agravada pela política econômica do governo Bolsonaro, os trabalhadores recorrem cada vez mais aí cartão de crédito para abastecer o carro e fazer compras, elevando o endividamento da população. O uso dos cartões em 2021, foi o maior nos últimos 10 anos resultando no endividamento das famílias, que alcançou 50,41% de todos os seus rendimentos e comprometimento da renda de 27,87% com o Sistema Financeiro. Em um ano, o percentual de famílias com dívidas em atraso cresceu 10 pontos percentuais. O cartão de crédito é o principal vilão do endividamento dos brasileirosn(87,1% das dívidas pessoais no país).
O pior é que o modelo econômico rentista no Brasil faz com que o Banco Central, dirigido por banqueiros, eleva ainda mais os juros básicos (Selic) para conter a inflação, aumento ainda mais os juros da dívida pública e mantendo um ciclo vicioso que paralisa o setor produtivo, deixando o Brasil proibido de crescer.
Os funcionários do Santander receberam na sexta-feira, 25 de fevereiro, a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o Programa Próprio de Resultados do Santander (PPRS) e o Programa Próprio Específico (PPE).
"A direção do banco da a entender que a PPRS é uma concessão da empresa, uma benovolência para com os bancários. Tanto a PLR, a PPRS, que este ano foi de R$ 3.107,16, é fruto da luta dos sindicatos e da categoria, garantido estás conquistas no Acordo Coletivo de Trabalho, bem como a pressão que fazemos para os bancos anteciparem o pagamento da verba", afirma o diretor do Sindicato Marcos Vicente, membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Os sindicalistas criticam que, ao invés de discriminar o que é o valor da PPRS e o que é o valor da PPE, o Santander junta os valores na mesma rubrica, numa tentativa de apagar a luta sindical que resultou na PPRS paga para todos e negociada com os sindicatos. Com isso, o Santander passa para o bancário a impressão de que aquele valor somado, da PPRS e PPE, é fruto apenas do resultado individual do trabalhador ao bater metas. Quando na verdade é um resultado coletivo, negociado com o movimento sindical e que tem como único critério para definição do valor a ser pago o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) do banco.
Para todos
Graças a mobilização dos sindicatos, bancários que tiveram nota 2 e perderam a elegibilidade de receber a variável, recebem o valor da PPRS a título de Programa Próprio. Apesar disso, alguns gestores ‘vendem’ esse valor como uma benesse do banco, o que não é verdade.
"Estas conquistas são fruto de negociação coletiva e da luta histórica dos bancários", explica Vicente.
Valor da PPRS
Neste ano, conforme Acordo Coletivo de Trabalho, como a ROE do Santander foi maior que 13% e menor que 23%, todos os bancários receberam R$ 3.107,16. Caso a ROE tivesse sido menor ou igual a 13%, o valor da PPRS seria de R$ 2.570,07. Se a ROE fosse superior a 23%, o valor seria de R$ 3,231.45.
O SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS E FINANCIÁRIOS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, com CNPJ sob o nº 33.094.269/0001-33, situado na Av. Presidente Vargas 502/ 16º, 17º, 20º, 21º e 22º, andares Centro, Rio de Janeiro, por seu Presidente abaixo assinado, nos termos de seu Estatuto, convoca todos os empregados bancários, associados ou não, que prestam serviços no Conglomerado Original (Banco Original S/A e Banco Original do Agronegocio S/A), na base territorial deste sindicato, para participarem da assembleia extraordinária específica que se realizará de forma remota/virtual durante o período das 08:00 horas até às 18:00 do dia 25 de Fevereiro de 2022, na forma disposta no site www.bancariosrio.org.br, (página oficial do Sindicato na Internet), onde estarão disponíveis todas as informações necessárias para a deliberação acerca da negociação e assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho para pagamento da Participação nos Resultados do Conglomerado Original (PRO) referente ao exercício de 2021, a ser celebrado com o Conglomerado Original (Banco Original S/A e Banco Original do Agronegócio S/A).
Rio de Janeiro, 22 de Fevereiro de 2022.
José Ferreira Pinto
Presidente
Segundo levantamento do TST, entre 2019 e 2021, foram registrados 3.049 processos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral
A necessidade do home office, da manutenção do distanciamento social e de diversas medidas para evitar a disseminação da Covid-19 levou a uma nova relação de trabalho, muitas vezes não respeitada por empresas e chefias.
No primeiro semestre do ano passado, os relatos de assédio moral e sexual registraram a marca de 31 mil denúncias, em 347 empresas. O índice representa quase o triplo dos anos de 2019 e 2020, que, considerando os 12 meses do ano, atingiram as marcas de 12.349 e 12.529 casos respectivamente. O levantamento é da Consultoria de gestão de riscos e compliance ICTS Protiviti , que recebe denúncias em empresas.
Esse crescimento no número de denúncias também foi sentido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Ministério Público de Trabalho de São Paulo (MPT-SP). Segundo o TST, entre 2019 e 2021, foram contabilizados 3.049 processos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral nas Varas de Trabalho pelo País.
Ainda segundo o TST, nos anos de 2018, 2019 e 2020, houve uma ligeira queda explicada pela reforma Trabalhista e a pandemia.
Chama a atenção, segundo a ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do TST, em entrevista ao Estadão, o fato de que esses tipos de processos haviam caído em 2018, um ano após a reforma Trabalhista de Michel Temer (MDB-SP). Para a ministra, como a reforma determinava que nos casos de perdas dos processos trabalhistas o autor da ação deveria arcar com as custas, houve uma queda naquele ano.
Nos dois primeiros anos da pandemia – 2019 e 2020 -, as chefias das empresas pressionaram mais os trabalhadores por produtividade, mas com o uso de gravações e celulares que facilitam a obtenção de provas digitais aumentou o nível de judicialização dos casos, que para a ministra podem ainda estar subnotificados.
Assédio moral também aumenta em SP
A capital paulista, e as cidades Guarulhos, Barueri, região do ABC, Baixada Santista e Mogi das Cruzes juntas foram responsáveis por um aumento de 51,4% nas denúncias. Foram 554 queixas registradas em 2021, contra 366 em 2020. Em todo o estado de São Paulo, houve um crescimento de 28,9% nos registros por assédio moral. De 896 passou para 1155.
As denúncias mais comuns, segundo o MPT-SP, são as cobranças de metas inatingíveis, a recusa em deixar o trabalhador em home office, práticas antissindicais, ameaças de demissão, são formas de assédio moral que levam ao constrangimento e humilhação do trabalhador.
"Muitas vezes essa pressão exacerbada sobre o trabalhador é confundida com disciplina. E não se confundem as duas situações. A gente tem situações de violência quando essa prática atinge níveis inaceitáveis e geram danos ao trabalhador - patrimoniais, físicos, psicológicos - e repercutem de uma maneira muito negativa no ambiente de trabalho, aumentando a rotatividade e o adoecimento de todo o grupo", disse ao G1, a coordenadora nacional de promoção da igualdade e de oportunidades do MPT, Adriane Reis de Araújo.
MPT-RS dá prazo de 90 dias para Caixa fazer campanha contra assédio no banco
As denúncias de assédio sexual e moral na Caixa Econômica Federal (CEF) levaram o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPT-RS) a protocolar uma recomendação para que em 90 dias, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, elabore uma campanha publicitária interna para conscientizar contra o assédio sexual que vem ocorrendo no banco.
A instituição foi condenada a pagar uma indenização de R$ 1,2 milhão por danos morais em decorrência da prática de assédio moral e sexual nos departamentos do banco na Serra Gaúcha, em 2019.
Esta não foi a primeira vez que denúncias de assédio chegam ao público. No ano passado, o presidente da CEF, Pedro Guimarães apareceu em um evento com funcionários fazendo flexões.
À época a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminhou um ofício à Caixa notificando-a do descumprimento da cláusula que impede o ranking de empregados e do assédio moral praticado contra os presentes, que foram obrigados a fazerem flexões de braço durante um evento nacional, realizado de 14 a 15 de dezembro, em Atibaia, São Paulo.
“Durante o ‘Nação Caixa’ foram realizadas práticas que expuseram os empregados a situações constrangedoras, que se transformaram em vexame nacional e até internacional quando vídeos que comprovam a prática ‘viralizaram’ pelas redes sociais e foram noticiados por diversos veículos de imprensa escrita e televisiva”, observou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
O ofício da Contraf-CUT observou ainda que a seleção dos empregados participantes levou em conta critérios proibidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária.
“De acordo com a própria Caixa, a escolha dos(as) empregados(as) para participação no evento considerou ‘critério meritocráticos’, supostamente reconhecendo trabalhadores que se destacaram em 2021. Tal prática é uma forma de ranking, que é proibida na Convenção Coletiva do Trabalho”, diz o ofício.
Com informações da Contraf-CUT
Preços do gás de cozinha, energia e alimentos pressionam a inflação sentida no bolso das famílias mais pobres
O ano de 2022 não começou bem para as famílias de baixa renda que viram o poder de compra diminuir ainda mais com a alta de preços de produtos básicos como gás de cozinha, energia e alimentos, no caso deste último, embora os preços estejam mais estáveis, não baixaram. Em janeiro deste ano, inflação foi a maior em seis anos.
Para as famílias de renda muito baixa, a inflação em janeiro deste ano (0,63%), é o triplo em relação ao mesmo mês de 2021, que foi de 0,21%. Já nos últimos 12 meses, a inflação para essa faixa de rendimento e também para as famílias de renda média-baixa ficou 1% acima do custo de vida em relação a quem tem renda mais elevada.
Nestes 12 meses, o custo de vida dos mais pobres chegou a 10,5%; os de renda média-baixa a 10,8%. Já no caso das famílias de classe alta, a inflação ficou em um dígito: 9,6%, segundo o indicador “Inflação por faixa de renda”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O IPEA considera renda alta, famílias que somam rendimento de mais de R$ 16.509,66 por mês; média-baixa, de R$ 2.702,88 a R$ 4.506,47; e muito baixa, as familias que somam rendimentos de menos de R$ 1.650,50.
Por que os pobres sentem mais a inflação
Os pobres sentem mais a inflação porque produtos básicos não podem ser substituídos, como são os casos da energia, da água e do gás de cozinha, que mais pressionaram os preços para esse estrato social, explica a técnica da subseção da CUT Nacional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adriana Marcolino.
Em 12 meses, as tarifas de energia aumentaram 27% e o botijão de gás de 13 quilos, 31%, diz a técnica, que lembra que os consumidores não podem trocar os fornecedores de produtos como energia e água e, portanto, as dicas para economizar tratam sempre de usar menos, fechar a torneira ou apagar a luz, por exemplo.
“Ninguém pode trocar a empresa que fornece energia e a água da sua casa, nem deve substituir o gás por querosene ou álcool, pelo risco de queimaduras e até mortes. Com a alta desses produtos e dos alimentos, que pararam de subir, mas num patamar ainda elevado, o poder de compra dos pobres cai. Já as classes altas, pelo rendimento que possuem, não sentem tanto esses reajustes”, diz Adriana.
“Quem ganha um salário mínimo (R$ 1.212) compromete 10% ou mais de sua renda num botijão de gás; quem ganha R$ 12 mil, dez vezes mais do que o mínimo, compromete apenas 1% do seu orçamento”, explica a técnica.
De acordo com o IPEA, os produtos que mais pesaram no bolso da classe mais alta foram a gasolina (42,7%) e do etanol (55%).
Mesmo os sem-casa e sem-carro sofrem com alta dos preços
Apesar de não precisar gastar com combustíveis, gás de cozinha e tarifa de energia por viver numa casa oferecida por uma Organização não Governamental (ONG), no bairro da Santa Cruz, zona sul de São Paulo, a vida de Mariayde Veloso, de 38 anos, separada, mãe de dois filhos, de 18 e 15 anos, só piorou no último ano.
Mary, como é conhecida, tinha casa e cursava pedagogia, que acabou por não terminar. Sem emprego, perdeu tudo e foi acolhida pela ONG que oferece hospedagem coletiva, mas os itens de higiene e alimentação são por conta dela, que atualmente sobrevive com algumas faxinas esporádicas.
A sua maior preocupação é com o filho mais novo que tem sérios problemas de obesidade e fazia tratamento gratuito com um renomado hospital privado, a partir de um convênio com o SUS. Sem o tratamento ele engordou novamente, apesar da dieta rigorosa que faz.
Mary teve que mudar alguns itens da alimentação do filho por causa do preço. Cortou o suplemento da manhã, não pode mais comprar pera e uvas e a geleia sem açúcar. O seu orçamento também não cobre o salmão e o atum grelhado, nem mesmo o ovo cozido que a criança precisa, por terem gorduras não saturadas, pois tudo o que ele come vai para a corrente sanguínea muito rapidamente.
“Eu como só o arroz com feijão e alguma mistura que a ONG oferece, mas gasto, no mínimo R$ 700 com a alimentação do meu filho. Para piorar o meu mais velho está com problemas de autoestima e eu ando deprimida, necessitando de remédios”, conta.
Até mesmo o antigo Bolsa Família ela perdeu em outubro passado, na mudança para o Auxílio Brasil, e tem de esperar até o próximo mês de março para ver se consegue retomar o benefício.
“Nós tínhamos casa, o nosso cantinho, e com tudo tão caro, sem emprego, só me resta ir à luta, manter a esperança e rezar por dias melhores”, diz Mary.
Dicas são para usar ou comprar menos ou deixar de usar ou comprar
A situação das famílias mais pobres se agravou tanto que até mesmo veículos de imprensa conservadores têm buscado dar informações sobre como economizar. Na edição da última segunda-feira (14), o colunista Claudio Considera ex-diretor do Ipea, usou seu espaço no jornal O Estado de S. Paulo para dar dicas de como economizar, entre elas, como disse Adriana, usar menos energia, deixando o carro em casa e até tomando menos café, que acumula alta de 56,87% nos últimos 12 meses.
Confira as dicas do economista:
Fonte: CUT