EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Segundo o Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19 (CEEC), o panorama epidemiológico do município permitiu a retirada da obrigação do documento.
A Prefeitura do Rio publicou, na manhã desta terça-feira, um decreto que suspende a cobrança do passaporte vacinal em toda a capital. A desobrigação do documento foi recomendada nesta segunda pelo Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19 (CEEC), que considerou o panorama epidemiológico atual "favorável e estável" no município, e havia sido confirmada pelo prefeito Eduardo Paes. O documento era exigido desde o dia 12 de novembro de 2021 em lugares de uso coletivo, como academias de ginástica, cinemas, teatros, estádios e outros.
De acordo com o CEEC, a recomendação tem como base os números atuais da pandemia na cidade. Nesta segunda-feira, o Painel Rio Covid-19 indica que apenas nove pessoas estão internadas na rede pública em leitos dedicados à tratar pacientes com o coronavírus. Na última semana epidemiológica, entre os dias 15 e 22, apenas 6% dos testes diagnósticos deram positivo para o vírus.
Em queda desde o fim de janeiro, o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) caiu quase pela metade no comparativo entre a última semana e a anterior. Segundo o painel da SMS, o número era de 12.284 e foi para 6.196 na última semana. Esse é o menor patamar desde a segunda semana de pandemia, ainda em março de 2020.
A pesquisadora em Saúde da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Chrystina Barros, concorda com a justificativa epidemiológica dada pelo comitê, mas diz que é preciso lembrar do caráter educacional do passaporte vacinal. "Tirar a obrigatoriedade do passaporte pode significar que as pessoas esqueçam, por completo, que estamos em uma pandemia e precisamos atender a doses de reforço. Isso representa um risco porque precisamos manter toda a população com um nível de proteção igual", comenta.
Crystina lembra ainda de outras doenças que voltaram a apresentar surtos após terem sido consideradas erradicadas. "Vamos destacar que sempre que uma doença começa a ficara menos frequente as pessoas esquecem da sua gravidade. Foi assim com o Sarampo. Conseguimos avançar com uma cobertura vacinal que nos trouxe a erradicação do Sarampo e, na medida que ele foi erradicado e a vacinação começou a cair, o vírus voltou a circular. Então, esse é o grande risco", avaliou.
O especialista em imunologia e medicina desportiva, João Marcello Branco, também comentou sobre a decisão. "Mesmo a pessoa estando vacinada ela pode até transmitir a doença. Ela pode evitar as doenças graves, mas a transmissão não foi tão contida, então às vezes a pessoa vacinada em ambiente conjunto, relaxa no momento da prevenção, onde ela não dá muito a importância do distanciamento e acaba que a vacina ameniza os sintomas e a pessoa continua transmitindo", disse o médico, que completou:
"Além do que isso também vai gerar uma opção dentro das faixas etárias mais baixas, como as crianças, onde o efeito colateral da vacina e a eficácia não estão muito bem comprovadas, é muito baixa, e isso deixa cada um poder ter uma opção, que é de evitar o efeito colateral. Então, a medida de retirada do passaporte vacinal é uma medida que é cientificamente cabível e também pela observação que a gente teve ao longo desse tempo em que ficou vigente".
O município também informou que as vacinas da segunda dose de reforço, ou quarta dose, serão Jansen e AstraZeneca. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, essa dose da vacina contra a covid-19 será para pessoas partir dos 70 anos, e deve ser aplicada a partir da próxima quarta-feira (27).
Na semana seguinte, a partir do dia 4 de maio, os pacientes serão idosos acima de 65 anos. Depois, a partir de 11 de maio, serão vacinados os idosos com mais de 60 anos. A vacinação vai até o dia 21 de maio.
Fonte: O Dia