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Por Olyntho Contente

Da Redação do Seeb/Rio

 

Por autorizar o repasse de recursos a sites acusados de divulgar notícias falsas, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, pode ser investigado no inquérito de fake news, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O repasse do BB para estes sites é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O caso está com o ministro Bruno Dantas.

Em reunião no dia 22 de abril, Novaes chamou o TCU de "usina de terror". Segundo auditores do Tribunal, o BB repassou cerca de R$ 119 milhões para publicidades na internet, inclusive um site acusado de publicar fake news. O caso envolve, também, o secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, e do vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.

TCU manda suspender publicidade

Nesta quarta-feira (27/5), Dantas determinou que o banco suspenda sua publicidade em sites, blogs, portais e redes sociais acusados de propagar informações falsas. Na decisão, o ministro do TCU afirma que é gravíssima a acusação feita pelo Ministério Público de Contas de que recursos “estão sendo drenados para financiar sites, blogs e redes sociais que se dedicam a produzir conteúdo sabidamente falso e disseminar fake news e discurso de ódio”.

A determinação atendeu ao pedido feito pelo procurador Lucas Furtado, do MP junto ao TCU, que pediu investigação de suposta interferência indevida do secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, e do vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, na publicidade do BB. O pedido da Procuradoria pode gerar o afastamento do cargo do gestor do banco.

Saiba mais

Na quarta-feira da semana passada (22), o Banco do Brasil tinha suspendido a publicidade no site Jornal da Cidade On line, depois de ter recebido uma mensagem via Twitter do Sleeping Giants brasil, que pressiona empresas a não anunciem em sites que difundem notícias falsas e desinformação. Na própria quarta, Carlos Bolsonaro criticou o banco pela suspensão da publicidade. Na sexta-feira (22) o BB anunciou que voltaria a veicular publicidade no site.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) publicou uma nota na própria sexta-feira criticando a retomada da publicidade no site. “É mais um caso de interferência no Banco do Brasil que mostra a inexpressividade do seu presidente e também o uso do banco para fins pessoais”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“Já tivemos promoção relâmpago do filho do Mourão,, proibição da veiculação de publicidade voltada aos jovens, patrocínio de jantar nos Estados Unidos em homenagem a Bolsonaro e agora manutenção da publicidade em mídia acusada de disseminação de fake news favoráveis a Jair Bolsonaro. Que outras evidências de uso pessoal da máquina pública serão necessárias para se abrir um processo de investigação”, completou o dirigente.

“Como um banco, que se gaba de estar preparado para a privatização, que alega que seus acionistas minoritários impedem que seja utilizado para políticas sociais e para a redução das taxas de juros, se permite ser utilizado para esta finalidade? Os acionistas minoritários não vão reclamar da manutenção da publicidade em site acusado de disseminar fake news? Vão querer ver a imagem do banco associada a este tipo de veículo de (des)comunicação?”, questionou a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na CEBB, Fernanda Lopes. “Ou este argumento só é válido em certas ocasiões?”, completou a dirigente da Contraf-CUT.

Autorregulamentação

O TCU determinou que a publicidade deve ser suspensa até que a Controladoria Geral da União (CGU) edite portaria instituindo um grupo de autorregulamentação publicitária para definir os sites que podem receber os anúncios do banco. O prazo para que o grupo seja criado é de 90 dias.

O grupo precisa ter participação de entidades da sociedade civil, como Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos (ABRAJI), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (ABERT), Associação Nacional das Editoras de Revistas (ANER), a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e o Instituto Palavra Aberta.

A decisão de Dantas se deu por meio de uma medida cautelar, que deve ser levada para análise do plenário do TCU na sessão que acontece na tarde desta quarta.

 

Carlos Vasconcellos

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De janeiro a abril, antes da explosão absoluta do coronavírus no Brasil, a política econômica do Governo Bolsonaro e do ministro da Economia Paulo Guedes levaram a economia do país, cambaleante há mais de quatro anos, definitivamente para o brejo. Já no ano passado, o país teve o pior crescimento da economia (PIB, Produto Interno Bruto) dos últimos três anos, perdendo para o pífio desempenho durante o Governo Temer.

Nos primeiros quatros meses deste ano, o desempenho desastroso da economia brasileira resultou na perda de 1,1 milhões de empregos formais (com carteira de trabalho). Em março, país teve 250,7 mil de saldo negativo. Em abril, foram extintos 860.503 postos de trabalho com carteira assinada, sendo 1.459.099 de desligamentos e 598.596 contratações. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados nesta quarta-feira, dia 27 de maio. É o pior desempenho do emprego no país desde o início da série histórica iniciada em 1992.

Enquanto as demissões tiveram um aumento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação com abril de 2019.

Piores desempenhos

Em valores nominais, São Paulo, governado por João Dória (PSDB), teve o pior desempenho, com saldo negativo de 260.902. O estado é seguido por Minas Gerais, do governador Romeu Zema, filiado ao Partido Novo de João Amoêdo, banqueiro, que chegou a ser vice-presidente do Unibanco. Curiosamente, o Partido Novo tem as mesmas cores do Itaú, que comprou o Unibanco. Zema é aliado do presidente Jair Bolosonaro.

O terceiro pior desempenho é do Rio de Janeiro, do governador Wilson Witzel (PSC), que também foi eleito na onda bolsonarista, mas rompeu com o Presidente da República: 83.626 empregos extintos. Em seguida, no ranking negativo, vem o Rio Grande do Sul, com 74.686 empregos formais perdidos. Os gaúchos são governados por Eduardo Leite, também do PSDB.

Governo vê lado ‘positivo’

Por mais absurdo que possa parecer, o Governo Federal conseguiu ver um aspecto “positivo” nos resultados trágicos da maior perda de empregos formais da história do país. O secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que “é um número duro, que reflete a realidade de pandemia, mas que traz algo positivo. Demostra que o Brasil está conseguindo preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmos motivos de pandemia, o país não manteve a contratação de outrora”.  A confusa contradição não consegue justificar o drama de milhões de famílias brasileiras lançadas à miséria.  

Ajuda só para bancos

Bianco citou ainda os EUA, que estão com mais de 35 milhões de pedidos de seguro desemprego, para tentar explicar o nosso fiasco econômico. Mas o economista não disse que, nos EUA, o governo injetou US$ 2 trilhões (cerca de R$10,14 trilhões) na economia, inclusive US$3 mil por família (quase R$ 16 mil mensais) e mais US$ 175 bilhões para as pequenas e micro empresas pagarem os salários dos funcionários e evitar ainda mais dispensas.

No Brasil, o governo, através do Banco Central, disponibilizou R$1,2 trilhão. Mas foi para os bancos. Para “fazer caixa” e “dar liquidez” ao sistema financeiro, segundo palavras do próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, que foi executivo do Santander.

Além disso, o BC vai comprar títulos podres, ou seja, investimentos especulativos que dão prejuízos ao sistema financeiro serão comprados com dinheiro público. E para finalizar, o ministro Paulo Guedes reduziu o imposto sobre os lucros dos bancos, justamente o dinheiro que é injetado na Previdência Social.

“Não é só a pandemia. A política econômica de Paulo Guedes é prejudicial ao trabalhador e ao desenvolvimento do país desde o primeiro dia deste governo. É uma covardia Bolsonaro injetar trilhões nos cofres dos bancos, setor que mais fatura dinheiro há 40 anos, enquanto que pequenas e micros empresas são obrigadas a fechar as portas e milhões de famílias brasileiras são levadas à miséria, sem emprego ou a caminho da crueldade do mercado informal”, critica o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius de Assumpção.

Números podem ser maiores

Os números de postos de trabalho perdidos divulgado pelo Cadeg podem ser ainda maiores do que o resultado oficial divulgado, informou na quarta (27), o blog Tijolaço, do jornalista Fernando Brito. É que o atraso nas informações podem resultar em multa de R$4,50 por demitido, mas como as atenções estão voltadas para a pandemia, fiscalização não é, e nem interessa ser por motivos políticos, a prioridade do governo.

Além disso, acrescenta Brito, “apenas o emprego celetista compõe os dados do Cadeg, que representa pouco mais de 40% do total de empregos, sem falar no trabalho informal cuja rotatividade é ainda mais elevada”.

Democracia ameaçada

Por consequência, o número de postos de trabalho extintos é muito maior. A previsão de especialistas é de que o Brasil perca no médio prazo de 10 a 12 milhões de empregos e no final do ano, poderemos ter mais de 20 milhões de desempregados. Um colapso econômico e social absoluto que resultará num caos sem precedentes e num risco real para a democracia em função da simpatia que Bolsonaro e os militares do governo têm pela ditadura e do desprezo pelas instituições democráticas.

Quarta, 27 Mai 2020 14:56

Eleição da Cipa no Itaú

Os funcionários do Itaú da Rua Passagem, em Botafogo, vão eleger os membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da unidade. As inscrições dos candidatos vão de 3 à 18 de junho e o pleito acontece de 7 à 15 de julho.  No dia 16/7 será divulgado o resultado da eleição.

Os cipeiros têm um papel importante para prevenir doenças e acidentes no trabalho e promover a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

 

Carlos Vasconcellos

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O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Geraldo Ferraz, foi na manhã desta quarta-feira, 27 de maio, à agência do Bradesco localizada no “Ponto Chique” (Rua Andorra, 36), em Padre Miguel, Zona Oeste da cidade, para apurar denúncias de que dois funcionários foram infectados pelo Covid-19. Os casos foram confirmados na última terça-feira (26).

A vida como prioridade

Segundo Geraldo, a assessoria da Regional queria manter o funcionamento normal da unidade, o que logo foi rechaçado pelo sindicalista.

“Disse a ele que se o Bradesco insistisse no funcionamento da unidade, colocando em risco os funcionários, os trabalhadores terceirizados e os clientes, eu iria denunciar o caso ao Ministério Público do Trabalho. O lucro não pode ser colocado acima da saúde e da vida das pessoas”, disse Geraldo.

Somente após Geraldo ligar para a gerente de Relações Sindicais do Bradesco, Priscilla Moska, que trabalha em São Paulo na matriz do banco e ameaçar à gerência da unidade de denunciar o caso ao MPT, a agência foi fechada.

Descumprimento do acordo

Geraldo disse que o movimento sindical vai continuar cobrando dos bancos o cumprimento das medidas de prevenção ao coronavírus.

“O Bradesco, além de desrespeitar o protocolo acordado com a categoria em negociação, tem vários casos de denúncias de pressão e assédio moral em função de metas absurdas. Em qualquer situação estas práticas são inaceitáveis, ainda mais numa crise como desta pandemia que aflige as pessoas, ceifa vidas e resulta na maior crise econômica da história do capitalismo global. Vamos continuar monitorando a postura dos bancos e a situação dos bancários nos locais de trabalho, cobrando o cumprindo de todas as medidas necessárias para garantir a saúde e a vida da categoria”, acrescenta.  

Apoio aos infectados

O sindicalista cobrou ainda toda a assistência necessária aos empregados infectados e seus familiares. “É sempre um momento muito delicado, que exige toda a assistência e acompanhamento médico e que requer também um apoio psicológico, pois esse vírus além de ameaçar a vida, resulta na depressão de milhões de pessoas no mundo. E o Bradesco tem dinheiro de sobra para proteger seus funcionários e garantir os empregos, pois acumula lucros recordes há mais de 40 anos”, conclui.  

Carlos Vasconcellos

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A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco Santander se reúne por videoconferência com o banco nesta quarta-feira (27), a partir das 10 horas. Na pauta, o banco de horas negativo que foi implementado pelo banco; a intenção da empresa de promover o retorno do home office com rodízio de trabalhadores;  a cobrança de metas mesmo em período de pandemia; o não pagamento da remuneração variável e a mudança nos procedimentos em casos de suspeita de contaminação por Covid-19.

Itaú: descumprimento do acordo

Na quinta-feira (28), às 15 horas, é a vez do COE do Itaú se reunir com o banco, também através de videoconferência em função da pandemia do coronavírus. Os representantes dos funcionários vão levar à mesa de negociação as denúncias de descumprimento do acordo feito durante a pandemia do coronavírus (Convid-19). A cobrança indevida de metas é uma dos itens que serão debatidos na reunião, que continua a todo o vapor no banco, além da questão do banco de horas, itens que foram acordados com o movimento sindical, mas que não têm sido cumpridos pelo banco.   

Outro tema da negociação será o mecanismo de avaliação trimestral de caixas do Itaú, através do programa “Trilhas de Carreira”, além do protocolo de saúde e segurança dos bancários contra o Covid-19.

Fonte: Contraf-CUT

 


Carlos Vasconcellos

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Os diretores do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro Sérgio Menezes e Arlensen Tadeu estiveram na terça-feira, dia 26 de maio, na agência Madureira (087) do Bradesco Prime para apurar a denúncia de que três funcionários haviam testado positivo para o Covid-19. Os sindicalistas confirmaram que os bancários foram, de fato, infectados pelo coronavírus e estão afastados do trabalho desde a última segunda-feira (25).

Reunião com a gerência

Os sindicalistas se reuniram com a Gerente Geral Ana da Penha e o gerente administrativo André Estrela. Ana disse que os três empregados foram colocados em Home Office,  no entanto,  ela declarou não ter informação da atual situação de saúde dos bancários após o afastamento.

Arlensen Tadeu telefonou para o setor de Relações Sindicais do Bradesco em São Paulo e relatou a situação na agência de Madureira. O banco se comprometeu em averiguar a situação e cumprir todo o protocolo de prevenção ao coronavírus.

“O Sindicato defende, nestes casos, o fechamento da unidade para garantir a segurança dos demais funcionários. O bancários ficam aflitos, com medo de também terem sido infectados pelo vírus. Só não fechamos a unidade em respeito aos clientes, mas estamos cobrando do banco as devidas providências. É preciso garantir a saúde e a vida dos bancários”, disse Arlensen.  

Na linha de frente

O diretor do Sindicato Sérgio Menezes falou da importância deste trabalho de monitoramento e da presença pessoal dos sindicalistas nas agências.

“É importante a nossa presença nas unidades para ouvir as demandas dos bancários e verificar se de fato, as medidas para proteger a categoria estão sendo cumpridas. Isto não seria possível sem este nosso contato direto com os bancários”, explica o sindicalista.

O caso da agência Madureira já foi levado ao Comitê bipartite da Crise criado após negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a pedido dos sindicatos. O objetivo do comitê é acompanhar a situação da categoria nos locais de trabalho em função da gravidade da pandemia no Brasil e no mundo.

 

Legenda: EM DEFESA DA CATEGORIA - Arlensen Tadeu e Sérgio Menezes foram verificar a situação dos funcionários do Bradesco Prime, em Madureira, após três bancários terem sido afastados por causa do coronavírus

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Um dia após entidades sindicais terem enviado carta à direção do Santander exigindo explicações e repudiando as declarações do diretor de marketing do Santander no Brasil, Igor Puga, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, o executivo pediu desculpas ao movimento sindical e aos funcionários do banco pelas declarações. Segundo a publicação, Puga teria teria criticado, em um grupo de WhatsApp, os sindicatos por estarem “forçando a barra”, referindo-se as mudanças anunciadas pelo banco que flexibilizam os protocolos de prevenção ao Covid-19. O executivo teria ainda chamado de “oportunistas” os bancários do Santander e que os trabalhadores oriundos do Banespa e do Real “querem ser mandados embora” para “receber grandes indenizações".

Repúdio às ofensas

Na última sexta-feira 22, o executivo, a vice-presidente de RH, Vanessa Lobato, e a responsável pelas Relações Sindicais do banco, Fabiana Ribeiro participaram de uma reunião online com a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo , Ivone Silva, e com as diretoras executivas Vera Marchioni e Maria Rosani, bancárias do Santander, além da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, ocasião em que Puga pediu desculpas pelas declarações ofensivas e caluniosas.

O Sindicato continua monitorando a situação da categoria diante da pandemia do coronavírus e se os bancos estão cumprindo as medidas necessárias para proteção dos funcionários, trabalhadores terceirizados, clientes e usuários.

 

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo

 

Terça, 26 Mai 2020 11:07

O NOSSO INIMIGO ESTÁ NO PODER

Levanta, sacode a poeira e vai…

Por Virginia Berriel

A conjuntura tem sido muito dinâmica e nos atropela pelo menos umas duas vezes ao dia. Impressionante viver em tempos de Pandemia e numa montanha russa de maluquices, perversidade e barbárie. É o que temos pela frente se não tivermos coragem, ânimo e as ferramentas certas para enfrentar o inimigo nessa luta. E o nosso inimigo está no poder, “está com poder”. Provoca e debocha o tempo todo dos brasileiros e tem prazer nisso, mais parece um sádico. Não estamos mais à beira do abismo – fomos empurrados, caímos dentro dele, mas ainda estamos vivos, portanto, temos que imaginar que seremos vitoriosos mais à frente. Agora, precisamos sobreviver às perdas e dores e saber quem é o alvo. O nosso alvo está no Planalto.

Tudo isso começou lá atrás, assim que o Presidente Lula assumiu. Desde então a direita vem se organizando, se articulando e não ia nos engolir de forma alguma. Mesmo uma esquerda boazinha, como foi na época do Presidente Lula, que abriu todos os canais de diálogo e, de certa maneira, os cofres. Transitou da esquerda para a direita, foi condescendente, soube articular muito bem com o empresariado, atendeu e supriu a demanda dos meios de comunicação, mesmo assim, eles estavam apenas nos cozinhando.

Daí vem uma mulher determinada, por vezes muito durona – é o que dizem até alguns militantes mais próximos. Dilma Rousseff foi extremamente técnica, fez um bom governo no seu primeiro mandato, saiu com 59% de aprovação, o maior índice para um presidente neste período desde a redemocratização. Vai para um segundo mandato disputando com um bon vivant – muito mais para bandido. Aécio Neves não aceita a derrota, junta-se com o que há de mais podre no país e chafurdam a Democracia no lamaçal que permeia o poder. O capital, a justiça, os meios de comunicação e os empresários sórdidos juntam-se ao candidato derrotado e ao vice presidente, um judas, e fomentam, articulam e organizam o Impeachement . O resto dessa história, todos nós conhecemos muito bem.

 Faço questão de transcrever aqui o tweet postado em 19 de maio pela atriz Leandra Leal: “Foi golpe em 64 e o STF validou. Foi golpe em 16 e o STF validou. Isso não é ser petista, é olhar a história do Brasil e chamar as coisas pelo nome que elas tem. Ser golpe não significa que quem do povo apoiou é golpista. Golpista é quem decide”. Foi por conta do golpe contra a Presidenta Dilma – um golpe sem crime, já que o motivo foram as tais pedaladas fiscais, que, segundo vários juristas, não caracterizam crime. O motivo real sabemos muito bem: ela não se aliou aos facínoras, não curvou a cabeça aos banqueiros, ao capital e nem aos corruptos de sempre. Com ela na presidência as reformas contra os trabalhadores não passariam.

É necessário entender, ou pelo menos ter um pouco de conhecimento sobre as sequelas deixadas pelo golpe, sequelas essas que feriram de morte a nossa jovem Democracia. Criminalizaram o maior partido político do País, o PT, e outros partidos de esquerda também. Agora, é preciso reconhecermos que o partido político mais atingido e espoliado, sem dúvida, foi o Partido dos Trabalhadores, principalmente por conta da prisão do seu maior líder, o Presidente Lula. Nós do PT, os juristas, sabemos que foi preso injustamente, mas o que fica para o povo brasileiro, para a sociedade, é o que foi disseminado e não foi pouca coisa. A cegueira coletiva e o ódio foram plantados. Bolsonaro foi eleito à base de mentiras, do mau caráter que sempre foi. Ele nunca negou sua extrema ignorância, seu fascismo, machismo, misoginia, homofobia, racismo, descaso total aos pobres e trabalhadores.

O Governo que aí está, por enquanto, foi eleito exatamente porque sempre exaltou e explicitou a barbárie. A nossa sociedade, com Bolsonaro, conseguiu tirar a sua máscara, mostrar que é igual a ele, tem as mesmas qualidades e os adjetivos do seu líder neofacista. Já os pobres, os favelados que votaram em Bolsonaro, o fizeram, muitos porque foram ludibriados por ideologias e outros pelo cabresto das milícias e imposição de pastores. Já os trabalhadores o fizeram por ignorância e falta de trabalho de base de suas lideranças sindicais e políticas.

Não podemos errar novamente. Será que não aprendemos nada com os nossos desacertos e erros? Bolsonaro foi eleito não apenas pelas mentiras e verdades que contou, mas em parte por conta de uma conjunção ingênua da esquerda. Fomos muito ingênuos desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, já que naquele período a esquerda se dividiu, não teve força o suficiente para enfrentar os golpistas e tomar plenamente às ruas. Enfrentamos agora problemas semelhantes, pensando nas eleições municipais deste ano – e, evidentemente, o meu olhar principal é no Rio de Janeiro, onde temos o caos político instalado, há muito o povo do Rio sofre e não vê perspectivas e nem mudanças no cenário político da cidade.

A esperança para as eleições municipais no Rio de Janeiro durou pouco. A pré-candidatura Freixo/Benedita foi um suspiro. Foi abraçada pelo PT, parte do PSOL, mas não foi abraçada por toda a esquerda. Tem disputa de ego, ranço, despreparo e muita insensibilidade na esquerda e, nesse caso, muita falta de visão política. Não quero aqui gerar nenhuma polêmica ou desgaste, mas não dá para o PDT ficar nessa eterna rinha e nem para os demais partidos PSB, PCB e PCdoB fecharem os olhos diante do caos político na cidade. Marcelo Freixo retirou-se, creio nessa conjuntura teve medo de sair menor porque, excetuando o apoio total do PT, não tinha obtido o apoio total do seu partido, o PSOL, mas também não conseguiu o apoio dos demais partidos que costuraram aliança entre si. Inclusive o PCdoB e o PDT não abriram mão de pré-candidatura própria. Aliás, tem liderança que até fugiu da conversa para a construção da Frente Ampla.

O cenário político para as eleições municipais no Rio de Janeiro é totalmente desolador. De um lado o pastor Crivella e do outro Eduardo Paes. É de chorar. A Frente Ampla para enfrentar o fascismo precisa ser ampla. É necessário que os partidos verdadeiramente socialistas e democráticos, mas, sobretudo, que pensam no bem-estar da população, abdiquem de vaidades e egos. Não temos mais tempo e precisamos desesperadamente compor para contrapor e vencer o autoritarismo e o fascismo. As necessidades da população, principalmente das minorias, dos trabalhadores, dos pobres e vulneráveis poderão ser atendidas quando os políticos tiverem boa vontade política e altruísmo.

Como exemplo de coesão e organização cabe destacar que os partidos de esquerda, dentre eles o PT, PCdoB, PCB, PCO, PSOL, PSTU, UP e mais de 400 entidades do Movimento Social, todas as Centrais Sindicais e Frentes protocolaram pedido de impeachmant contra Bolsonaro. Essa mesma força precisa ser conduzida no caso das eleições municipais. Conseguiremos atingir os nossos alvos?

 

Por Virginia Berriel
Jornalista

Os bancários voltam a participar de uma nova pesquisa de opinião da categoria durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A enquete é uma iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e foi lançada na última segunda-feira, dia 25 de maio. A participação é feita online no site da entidade. Basta clicar aqui e participar.

Primeira pesquisa

A última pesquisa realizada, que se encerrou no início deste mês, revelou que cerca de 80% das agências do Brasil já disponibilizaram informações para que os clientes evitem os bancos durante a pandemia. A média é a mesma em relação à disponibilização do uso de máscaras e à marcação do piso para manter a distância entre as pessoas como proteção contra a Covid-19. Já de álcool gel o número sobe para 95%.

Em relação à movimentação de pessoas nas agências durante a pandemia, 9,47% dos entrevistados disse que está muito mais vazia, 29,68% afirmou que está mais vazia, 17,21% contou que o funcionamento está normal, 18,01% falou que está mais cheia e 25,64% disse que está muito mais cheia.

“É importante a participação dos bancários e bancárias nestas pesquisas para que a Contraf-CUT e os sindicatos tenham dados e informações que são relevantes a fim de cobrarmos as demandas aos bancos nas negociações com a Fenaban”, explica a presidenta do Sindicato do Rio Adriana Nalesso.

Clique aqui e participe da pesquisa sobre a pandemia do Coronavírus

A Federação dos Bancários RJ/ES completou no último sábado, dia 23 de maio, seus 62 anos de lutas e conquistas. A entidade sempre esteve ao lado da categoria e presente em todas as lutas em defesa dos trabalhadores e da democracia.

Conjuntura adversa

Mais do que nunca essas bandeiras de luta estão presentes nas lutas da Federação, diante da pior conjuntura política e econômica desde a ditadura militar, em que o Governo Bolsonaro ameaça conquistas históricas dos bancários, como a jornada diária de seis horas (de segunda à sexta-feira) e descanso semanal remunerado, a PLR e os empregos da categoria”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção.

Em defesa da democracia

A Federação enfrentou a ditadura militar, participou da redemocratização nos anos 80 e lutou contra o neoliberalismo a partir dos governos Sarney (que assumiu após a morte do presidente Tancredo Neves, eleito pelo colégio eleitoral do Congresso Nacional) e Fernando Collor e principalmente os dois governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). FHC promoveu as privatizações dos bancos estaduais e de empresas públicas.

Entre os anos de 1991 e 2002 foram privatizadas 165 empresas estatais.

A categoria bancária organizou uma grande mobilização que impediu a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras.

Novos tempos

Durante os governos Lula e Dilma Roussef (PT), os bancários conseguiram arrancar aumentos reais de salários, com reajustes acima da inflação, e conquistaram benefícios importantes: PLR adicional, 13ª cesta alimentação, a inclusão do companheiro homoafetivo como dependente no plano de saúde e a ampliação da licença-maternidade para 180 dias.

Atualmente a categoria luta contra o maior retrocesso da história, enfrentando a política ultraliberal do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, que defende a privatização de todas as instituições públicas e estatais, os ataques aos direitos trabalhistas, o arrocho salarial e à ameaça às instituições democráticas, inclusive os sindicatos.
A Federação RJ/ES é presidida pelo bancário Nilton Damião Esperança, o Niltinho, que é funcionário do Bradesco.

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