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Não foi somente o Ministério da Saúde que sofreu mudanças com o anúncio do novo titular da pasta, Nelson Teich. O descaso da direção da Caixa Econômica Federal em relação à proteção da saúde dos empregados também vem sofrendo mudanças na direção do afrouxamento desejado pelo Governo Federal.
“O Governo Bolsonaro parece firme em seu propósito de preterir a vida dos brasileiros em função da economia, e pretende estender suas mãos em qualquer lugar que possa alcançar para exercer essa política genocida”, critica o diretor do Sindicato do Rio e membro da Comissão de Empresa dos Empregados da Caixa, Rogério Campanate.
Volta à normalidade?
A Caixa soltou um comunicado com Plano de Retorno do Trabalho Remoto, onde consta que a partir de segunda-feira, 27, todos os empregados com função gerencial na Matriz até o nível de Gerente Nacional devem retornar ao trabalho presencial. Aos demais funcionários fica o aviso de que o retorno também será feito gradativamente e muito em breve. Diante do crescente número de brasileiros infectados e vítimas fatais do Covid-19, dirigentes sindicais tentam entender qual a lógica desta medida tão absurda. E, provando o quão alinhada está ao Governo Federal, a direção da empresa decide unilateralmente abrir diversas unidades pelo país para atendimento ao público nos feriados dessa semana e nos próximos dois sábados, de 8h às 12h.
“A Caixa ignora completamente o Comitê Bipartite da Fenaban/Contraf-CUT e Comissão Executiva dos Empregados , desprezando o ponto de vista dos trabalhadores que se manifesta através de suas entidades representativas. Entendemos a necessidade da população brasileira, mas não há como aceitar que a Caixa, que mais do que nunca está reafirmando a relevância de seu papel social enquanto instituição pública, trata seus empregados e os cidadãos brasileiros com tamanho descaso”, completa Campanate.

Em teleconferência nesta segunda-feira (20/4), o Itaú apresentou à Comissão de Organização dos Empregados (COE), proposta de banco de horas do período de isolamento em função do novo coronavírus, determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde. Pela Medida Provisória 927, a possibilidade é prevista podendo ser implantada pelo empregador por acordo individual ou coletivo. O Itaú optou pela negociação coletiva, o que foi avaliado como positivo pela COE. Foi negociada também a questão das férias.
Seguindo a MP do governo, o banco propôs um prazo de 18 meses para a compensação das horas não trabalhadas, além disto, a não acumulação de horas positivas. Em relação à função de caixa, que tem dificuldade maior para trabalhar em home office, o Itaú afirmou que o projeto é que eles possam, caso queiram, trabalhar em home office realizando atendimento de call center.
Os integrantes da COE propuseram como alternativa: redução de 50% nas horas a serem compensadas (uma em cada duas a serem trabalhadas); redução no período de compensação de 18 meses, a ser negociada, com o abono do saldo que restar após este período; e não retroatividade das horas que serão compensadas. A COE levou aos representantes do Itaú, denúncias sobre gestores que estariam cobrando metas mesmo em plena pandemia e outras de que o rodízio não estaria sendo respeitado em várias regiões do país: no Rio de Janeiro, na Leopoldina e Ilha do Governador; e falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI), como a proteção acrílica em algumas agências. O banco ficou de apurar as denúncias.
A presidenta do Sindicato, e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Adriana Nalesso, cobrou do Itaú uma atitude mais contundente no sentido de garantir o cumprimento do rodízio e fornecimento de EPIs. Quanto à contraproposta da COE para o banco de horas, o Itaú se comprometeu a dar uma resposta neste dia 23. Para Maria Izabel Menezes, diretora do Sindicato e integrante da COE, o objetivo da contraproposta é minimizar ao máximo os impactos da MP 927 para a categoria.
Férias - O banco informou que vai implementar o artigo 6º da MP 927, que permite comunicar ao funcionário o início das férias com antecedência de apenas 48 horas. Mas, não implementará os artigos 8º e 9º da MP, que, durante o período de calamidade pública, o autoriza a pagar adicional de um terço de férias juntamente com o 13º salário e a remuneração das férias até o quinto dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias.

O Sindicato recebeu dos bancários a denúncia que algumas agências da Caixa Econômica Federal abririam nos feriados de terça e quinta-feira, dias 21 e 23 de abril, e também nos próximos dois sábados.

Em contato com Luciano Medeiros, Superintendente da Caixa na Capital, o Sindicato foi informado que não seriam todas as unidades que funcionariam e que os empregados de outras agências que não fazem parte do grupo de risco seriam convidados. Informou ainda que será paga 100% da hora extra, o que confirma o acatamento da reivindicação dos bancários pelo Ministério Público Federal. A Contraf-CUT expressou ao MPF a contrariedade da categoria com o trabalho nos feriados e finais de semana e que ao menos a atividade extra fosse voluntária e com recebimento das horas extras.

Cobrar do governo

Uma informação não oficial dá conta de que a Caixa tomou essa decisão por causa de uma ação do Ministério Público Federal em Goiás, com efeito nacional, que cobra da Caixa uma solução para as enormes filas e aglomerações nas agências.

“O MPF ao invés de cobrar do Governo Federal que preste informações e orientações através da grande imprensa, resolveu se insurgir contra a Caixa como se a empresa fosse a responsável pelo caos. Reivindicamos também a contratação de uma empresa para organização de fila externa e que a Caixa intensifique a campanha de esclarecimentos à população afim de evitar que pessoas compareçam às agências sem necessidade”, afirma o diretor do Sindicato do Rio, José Ferreira. 

O Sindicato pretende recorrer ao Ministério Público do Trabalho, mas, em razão dos feriados, não seria possível conseguir uma medida que pudesse impedir a abertura das unidades.

“Recebemos a informação de que ao final do dia chegou mensagem para as unidades, mas que não tivemos acesso. Nossa assessoria jurídica, a Comissão de Empresa, a Contraf-CUT e a Fenae estão discutindo medidas de reparação bem como de impedir futuras aberturas das agências nos feriados e finais de semana seguintes”, informa Rogério Campanate, da Comissão de Empresa Caixa e diretor do Sindicato.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro que reedite a MP 905/2019, do Contrato Verde e Amarelo, que perde a validade nesta segunda-feira (20), mas parlamentares governistas não descartaram a votação da Medida Provisória na sessão marcada para começar às 16h. Eles buscam convencer os senadores a decidir sobre a proposta no voto.  

Depois de ouvir o apelo da maioria dos líderes, Davi retirou a proposta de pauta na sexta-feira (17) e não garantiu que a MP seria colocada em votação na sessão desta segunda-feira. Até a publicação desta matéria, a Medida Provisória não estava na Ordem do Dia.

Segundo a assessoria do líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), o senador trabalha com a possibilidade de que a matéria seja pautada para esta tarde. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), também considera cedo para descartar a votação e disse que vai conversar com líderes sobre a possibilidade de votação nesta segunda. O senador tem insistido em permitir que os parlamentares decidam sobre a questão no voto. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) assinou um requerimento para pedir que o texto seja pautado na sessão desta segunda.

— A MP da carteira verde e amarela estimula empresas a contratarem jovens à procura do primeiro emprego ou gente madura que tem dificuldade de se reinserir no mercado — ressaltou Flávio.

Vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR) disse estranhar a decisão de não inclusão da MP na pauta, mas apontou que, caso o texto não seja votado, o presidente Jair Bolsonaro deverá reeditar a MP.

— É uma matéria tão clara quanto uma janela sem vidros, mesmo assim o Congresso teima em não pautar para votação alegando que tem que reestudar o texto? Reestudar o quê? O presidente não terá problema nenhum em reeditar. Ela é importantíssima para a geração de emprego. Sabemos que os jovens estão precisando entrar no mercado sem muita burocracia — defendeu.

O presidente do Senado pediu neste domingo (19) que o presidente Jair Bolsonaro reedite a MP. A alternativa sugerida por Davi evita insegurança jurídica para contratos assinados pela modalidade chamada de verde e amarela, que puderam ser assinados a partir 1º de janeiro de 2020 conforme as regras de vigência da norma. Ele considera que isso também dará tempo ao Senado para analisar com mais cuidado as mudanças nas regras trabalhistas.

— Para ajudar as empresas a manter os empregos dos brasileiros, sugiro ao presidente Jair Bolsonaro que reedite a MP 905, do Contrato Verde e Amarelo. Assim, o Congresso Nacional terá mais tempo para aperfeiçoar as regras desse importante programa — escreveu o presidente do Senado no Twitter.

Medidas provisórias são editadas pelo governo e têm força de lei por 60 dias, prorrogáveis por mais 60 — a contagem do prazo é suspensa durante o recesso do Legislativo. Para continuar valendo, precisam ser aprovadas por senadores e deputados. A MP 905 já teve sua vigência prorrogada e caduca se não for votada até o final desta segunda-feira. Na sexta-feira (17), a maioria dos líderes se posicionou pela não votação da matéria. Alguns sugeriram que a MP retornasse à pauta nesta segunda.   

Além de incentivos à contratação de jovens, a MP 905/2019 apresenta uma série de alterações na legislação trabalhista, o que levou alguns senadores a batizá-la de “minirreforma trabalhista”.

Ao comentar a participação do presidente em ato com pedidos antidemocráticos neste domingo em Brasília, a senadora Leila Barros (PSB-DF) cobrou a reedição da MP.

— Em vez de participar de atos públicos, desrespeitando orientações para evitar aglomerações, o presidente Jair Bolsonaro poderia dedicar parte do seu tempo na reedição da MP 905 — sugeriu.

Reedição

Segundo entendimento da Mesa reforçado pelo presidente do Senado, não há empecilho para o governo reeditar a MP neste ano, já que o texto original foi editado em 2019, na sessão legislativa passada. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o governo de reeditar medida provisória no mesmo ano de MP convertida em lei ou rejeitada pelo Congresso.  A corte seguiu o voto da ministra Rosa Weber.

— A decisão da ministra Rosa Weber determina que só poderá ser editada uma medida provisória com o mesmo teor na próxima sessão legislativa. Não está escrito 'um ano', está escrito 'na próxima sessão legislativa' — esclareceu Davi Alcolumbre na sessão de sexta-feira em resposta a um questionamento do senador Irajá (PSD-TO).

Tema complexo

Senadores se recusaram a votar a proposta na sexta sob o argumento de que o texto, aprovado na madrugada de quinta-feira (15) pelos deputados, é complexo e de que precisavam de mais tempo para analisá-lo.

O curto prazo para análise de MPs no Senado é queixa antiga na Casa. O texto, que passa primeiro por uma comissão mista, segue para a Câmara dos Deputados antes de ser analisado pelos senadores, e essas matérias chegam muitas vezes com prazo “estourando”.

Na sexta-feira, o presidente do Senado ressaltou que “nunca, nenhuma medida provisória foi tão complexa quanto esta”. A MP 905 foi recordista em emendas no Congresso: 1.951 sugestões foram apresentadas por parlamentares. O texto aprovado na Câmara também sofreu várias mudanças em relação à proposta original e à versão que saiu da comissão mista.

— Nenhuma das medidas provisórias foi tão complexa como essa. Isso é um fato concreto. Há questionamento desde o ano passado. Essa foi a MP que teve o maior número de emendas na história — apontou Davi. 

O presidente do Senado explicou que até tentou um acordo com a Câmara, propondo a divisão do texto, para que fossem votadas as partes consensuais, deixando o restante do conteúdo para outro projeto, com tramitação autônoma. Mas, segundo ele, não foi possível o entendimento. 

Conteúdo

O Contrato Verde e Amarelo instituído pela medida provisória terá duração de dois anos, com menos encargos trabalhistas e previdenciários patronais para estimular a abertura de novas vagas para o primeiro emprego de jovens de 18 a 29 anos. O novo programa vale para trabalhadores que recebem até um salário mínimo e meio, ou seja, R$ 1.567,50 em 2020.

Durante a tramitação, parlamentares estenderam a medida para a contratação de trabalhadores com mais de 55 anos e desempregados há mais de 12 meses.

O texto é longo e trata também de outras questões, como liberação do trabalho aos domingos e feriados, jornada dos bancários, acidentes de trabalho, seguro privado de acidentes pessoais, gorjetas, microcrédito, fiscalização trabalhista, participação nos lucros, prêmio por produtividade, multa, débitos trabalhistas e até registro profissional. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

As centrais sindicais abaixo assinadas repudiam a escalada golpista liderada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Sua participação em um ato em defesa da volta do famigerado AI-5, do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, e pela da ruptura da ordem democrática, prevista na Constituição de 1988, foi mais um episódio grotesco desta escalada.

Isolado e crescentemente descontrolado que está, provocou, novamente, o seu show de horrores em relação ao necessário isolamento social e de bravatas que afrontam a democracia e colocam o país numa situação ainda mais dramática diante da pandemia que nos assola, e que já contabiliza mais de 30 mil contaminados e nos aproxima dos três mil mortos.

Seguindo o mau exemplo de Bolsonaro, atos semelhantes ocorreram hoje em diversas cidades brasileiras, mesmo em meio à quarentena para prevenção da disseminação do coronavírus.

Bolsonaro, mais uma vez testa os limites do seu cargo e os limites das instituições democráticas. Ele avança, com suas extravagâncias, onde não encontra resistência. Se esta resistência não vier, até onde irá a irresponsabilidade do presidente? Onde vamos parar? Uma contundente resposta faz-se urgente e necessária.

Importante frisar que, além de sua postura irresponsável, ele nada oferece aos trabalhadores. A dura realidade do Brasil de Bolsonaro é que os brasileiros, que já vem sofrendo perdas de direitos desde 2017, agora sofrem redução salarial de 30% por conta das medidas de suspensão do contrato de trabalho e redução de salário, instituídas pela MP 936.

Neste grave contexto, as centrais sindicais chamam os líderes políticos e da sociedade civil, os representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, das instituições, bem como a todos os democratas, a cerrarem fileira na defesa da Democracia para barrar os planos do atual Presidente de impor um regime autoritário e repressivo.

Não ao golpe de Bolsonaro!
Viva a Democracia!

São Paulo, 19 de abril de 2020

Sérgio Nobre – Presidente da CUT
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah- Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

 

Em plena pandemia do coronavírus (Covid-19), o governo de Jair Bolsonaro demitiu o diretor do Ibama, após realização de operação para acabar com o garimpo ilegal em terra indígena do Pará, que também protegeria essas comunidades contra a doença que já matou 7 indígenas,  o desmatamento na Amazônia Legal cresceu e, em menos de 20 dias lideranças indígenas foram assassinadas no país.

O relato, feito em artigo assinado por Carmen Foro, Secretária-Geral da CUT Nacional, é um alerta para mais uma tragédia que pode dizimar o povo indígena se nada for feito para conter a disseminação da Covid-19 nas terras indígenas.   

Confira a íntegra do artigo:

A Situação dos povos indígenas no contexto do coronavírus

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) está aumentando a cada dia no Brasil e até agora não se tem notícia de nenhuma ação concreta do governo de Jair Bolsonaro para impedir que a doença cause outro genocídio nas comunidades indígenas. O abandono desses brasileiros que vivem em uma situação de grande vulnerabilidade representa um verdadeiro extermínio de povos e culturas.

É sabido que os indígenas brasileiros não foram dizimados somente pela brutalidade do invasor, mas também por doenças que vieram nas caravelas. São inúmeros os registros históricos do impacto devastador de doenças infecciosas, como gripe, sarampo e varíola em povos indígenas. Há 500 anos, eram mais de 4 milhões. Atualmente, restam somente cerca de 900 mil indígenas no território brasileiro.

Assim, como no resto do país, entre os indígenas a doença começa a fazer suas vítimas. Neste sábado (18), foi confirmada a sétima morte de um indígena por Covid-19. O Tuxaua de 67 anos da etnia Sateré Maué faleceu ontem (17), no município de Maués, Amazonas.

Mas a Articulação dos Povos Indígenas (APIB) denuncia que, para o governo Federal apenas 3 indígenas morreram até o momento devido ao novo coronavírus. Isto acontece porque a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, não faz o atendimento e o registro dos indígenas não aldeados.

O que, para a APIB, é racismo institucional. Afinal, indígena é indígena dentro ou fora de seu território.

E mesmo a sociedade brasileira enfrentando uma situação nunca vivida, como é o caso desta pandemia, a pressão sobre a floresta amazônica e o território indígena não diminui, ao contrário, só aumenta.

Em menos de 20 dias, duas lideranças indígenas foram assassinadas no Brasil. Neste sábado (18), um indígena do povo Uru-eu-wau-wau foi morto no distrito de Jaru, em Rondônia. No dia 31 de março o crime aconteceu no Maranhão. Zezico Guajajara, professor e liderança que lutava pela proteção do território do seu povo foi brutalmente assassinado.

Como se não bastasse tanta desgraça, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou o aumento do desmatamento da Amazônia Legal entre janeiro e março. Um crescimento de 51% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O número significa um recorde para o período nos últimos cinco anos, desde que INPE passou a usar a metodologia atual.

Enquanto isso, o Conselho da Amazônia, anunciado pelo governo Bolsonaro como a grande solução para conter o aumento do desmatamento ainda não possui orçamento, meta, atividade ou função divulgada para a sociedade.

O certo é que este crescimento marca uma mudança na dinâmica do avanço sobre a floresta. Por ser a estação das chuvas na região amazônica, o primeiro trimestre geralmente tem números mais baixos de desmatamento do que o restante do ano. Sinal de que os desmatadores estão animados com as falas e política destrutiva do governo Bolsonaro para Amazônia. Afinal, enquanto a população brasileira se mantém atenta à pandemia, o governo, ao invés de intensificar o controle e a fiscalização ambiental, ataca políticas indígenas e demite funcionários empenhados na proteção da floresta e seus povos.

E o ataque contra as comunidades indígenas veem de todos os lados. No Congresso Nacional tramitam duas medidas que afetam diretamente os territórios indígenas: o projeto que regulamenta a exploração de terras indígenas (PL 191/2020) e a Medida Provisória (MP) 910/2019 que na prática é a legalização da grilagem e um incentivador dessa prática extremamente lucrativa.

Fora do Congresso, o Bolsonaro não se intimida em deixar claro sua intenção. Alguns dias atrás mandou demitir o diretor do IBAMA responsável pela operação que combatia garimpo ilegal em território indígena no sul do Pará. A operação visava também conter o avanço do coronavírus com a expulsão dos invasores dos territórios.

A APIB tem buscado intensificar as ações de proteção aos territórios indígenas diante de tantas ameaças. Dia 20 de março reuniu com a Frente Mista Parlamentar em Defesa dos Territórios Indígenas. Também enviou cartas aos governadores cobrando providências. A APIB propõe a adoção urgente de estratégias de proteção para o controle da circulação de pessoas nestes territórios com intenção de impedir a entrada do coronavírus.

Este ano, não ocorrerá o 16º. Acampamento Terra Livre, a maior manifestação dos povos indígenas do Brasil, realizado em Brasília. Em seu lugar, acontece o Abril Vermelho Indígena, programação virtual organizada pela APIB em que organizações indígenas e indigenistas dividem uma programação virtual com debates e denúncias da questão indígena em meio à pandemia do coronavírus.

“O IAB, conforme determina o seu estatuto, segue firme no cumprimento da sua missão histórica de atuar na defesa da democracia, da Constituição Federal e do estado democrático de direito.” A afirmação foi feita pela presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, nesta quinta-feira (16/4), ao falar sobre A advocacia como pilar da democracia numa live no Instagram, no perfil @abracrimnacional, a convite do presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), Elias Mattar Assad.
Rita Cortez voltou a fazer críticas às recentes medidas provisórias editadas, em caráter emergencial, pelo Poder Executivo e aos projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional destinados a estabelecer ações nas áreas da saúde e econômica. “Muitas medidas de emergência revelam menosprezo pelos valores republicanos, sobretudo no âmbito trabalhista”, afirmou.

De acordo com a presidente do IAB, a advocacia precisa defender os interesses da sociedade. “O Direito tem que andar de mãos dadas com a justiça social, pois crescimento econômico deve acontecer junto com progresso social”, afirmou. Segundo ela, “o papel do advogado é buscar a pacificação dos conflitos e a proteção dos direitos fundamentais, combatendo propostas que rasgam a Constituição”.
Rita Cortez criticou ações que priorizam aspectos econômicos, em detrimento da saúde da população. “É preciso ter amor ao ser humano e buscar dignidade para todos, com garantia de saúde e emprego para as pessoas”, disse.

A advogada comentou, ainda, a Medida Provisória 936/2020, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e prevê redução de salários e da jornada de trabalho por meio de acordos individuais: “A MP afronta a Constituição, segundo a qual tais medidas só podem ocorrer por meio de acordos coletivos, ou seja, é preciso reincluir os sindicatos no cenário de negociações”.

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com a decisão do Bradesco de antecipar as férias de parte de seus funcionários em função da pandemia do coronavírus, os sindicatos, através do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuniu na ultima sexta-feira, 17, com representantes do banco para debater o assunto.

Na reunião, o Bradesco informou que seguramente 90% dos funcionários de departamentos não estão nos locais de trabalho. Destes, parte está em home office e parte sem função. O principal ponto da pauta, reivindicada pelo movimento sindical, foi sobre a situação dos trabalhadores que estão em casa e não estão em teletrabalho (home Office), como os do grupo de risco, cujas atividades profissionais não podem ser feitas de casa.
Foi definido que eles entrarão de férias junto com áreas do banco que estão inativas ou que as atividades caíram muito, como financiamento de carros, que serão envolvidas em maior número. Os sindicalistas reivindicaram que as férias sejam iniciadas em maio e que os trabalhadores sejam avisados com alguns dias de antecedência. O banco informou que serão utilizadas as férias vencidas, o saldo de férias vencidas e os períodos aquisitivos a vencer. Até a semana que vem, as diretorias regionais vão divulgar o mapeamento do quantitativo elegível às férias.
O banco informou que nas agências, aproximadamente 51% está na rede e os outros 49% ou estão em home office, em esquema de rodízio ou são do grupo de risco. 

Descanso pós-pandemia

A COE reivindicou que não seja utilizado todo o saldo de férias para que o trabalhador tenha um período de descanso após a pandemia. O banco aceitou a solicitação e se comprometeu a usar, no máximo, 20 dias de férias. O movimento sindical quer ainda um acordo sobre esta negociação referente as férias na próxima semana. O Bradesco ficou de confirmar a data.

Ampliação do home office

Os bancários reivindicam também atividades que possam ampliar o teletrabalho, inclusive para as pessoas que estão em casa sem trabalhar, para que as férias não sejam a única opção. O banco irá estudar a reivindicação. As férias individuais dos funcionários que estão trabalhando seguem o cronograma normal.
Foi cobrado ainda o pagamento de 1/3 das férias e o banco confirmou que fará o pagamento na folha de maio.

“A nossa preocupação é com a proteção da saúde e da vida dos bancários, mas também com a garantia dos empregos de todos os funcionários. Desde o começo desta pandemia conquistamos avanços importantes, como o afastamento dos trabalhadores do grupo de risco, os Equipamentos de Proteção Individual, o rodízio dos bancários nas agências e a sanitarização de todas as unidades, inclusive com o fechamento daquelas em que houve casos ou suspeitas da doença”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio e membro do COE, Leuver Ludolff.

Suspensão das metas

Outra reivindicação da categoria é a suspensão das metas neste período de crise da pandemia. Os sindicatos têm recebido diversas denúncias de que estão sofrendo pressão do banco para o cumprimento de metas.

“Neste momento de grande aflição, em que está confirmada a ampliação do período de quarentena e não há previsão de retorno à normalidade não faz sentido a cobrança de metas. E é preciso também garantir os empregos para dar tranquilidade aos bancários e suas famílias”, acrescenta Leuver.

Outras reivindicações

Os representantes dos trabalhadores criticaram o congestionamento dos telefones do programa Viva Bem, canal de contato dos bancários com o banco que tem papel importante neste momento de pandemia do novo coronavírus. O Bradesco irá reforçar o trabalho para evitar o congestionamento e deu como alternativa o telefone para tirar dúvidas sobre o Coronavírus: 0800-941-63-61.
Outra preocupação destacada pelos trabalhadores é em relação aos funcionários que trabalham nos Postos de Atendimento Bancário (PABs) em hospitais. Os sindicatos cobram o fechamento destas unidades, devido ao alto índice de profissionais de saúde estarem contaminados. O banco tem estudado caso a caso e analisará a questão para dar um retorno à representação dos trabalhadores. O movimento sindical cobrou ainda o reforço da orientação aos regionais e gestores para que não cobrem metas de suas áreas, agências e funcionários.

Procure o Sindicato - O Sindicato do Rio tem mantido um plantão e continua monitorando todos os locais de trabalho e dando assistência aos bancários. Como as informações estão sendo atualizadas constantemente, deixamos aqui nossos canais de comunicação. Ligue para  2103 4121 (Bancos Privados) ou para a nossa Ouvidoria: 2103 4105.