Terça, 06 Fevereiro 2024 16:35

Itaú lucra mais de R$ 35 bi em 2023 à custa de demissões e adoecimento de bancários

Maior banco privado do país intensifica processo de fechamento de agências físicas, reduz postos de trabalho e impõe sobrecarga e pressão por metas que elevam o número de trabalhadores com doenças ocupacionais
O Sindicato vai intensificar, em 2024, os protestos contra o fechamento de agências, demissões e adoecimento em função das metas no Itaú O Sindicato vai intensificar, em 2024, os protestos contra o fechamento de agências, demissões e adoecimento em função das metas no Itaú Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Itaú Unibanco fechou o ano de 2023 com um resultado extraordinário: R$35,618 bilhões de Lucro Líquido Recorrente Gerencial. Só para se ter ideia do volume do dinheiro acumulado pelo maior banco privado do país, os ganhos chegam a superar o PIB (Produto Interno Bruto), que é toda a riqueza produzida, de três estados brasileiros: Amapá (R$18,469 bi), Acre (R$16,469 bi) e Roraima (R$16,024 bi). O aumento em relação a 2022 é de 15,7%.

Na avaliação do movimento sindical, os ganhos excepcionais são alcançados com sobrecarga de trabalho e adoecimento dos trabalhadores e das trabalhadoras. O Itaú é uma das instituições financeiras que mais fecha agências físicas e demite empregados para reduzir custos, inclusive com mão de obra, para elevar ainda mais seus lucros.

Por trás dos números

O crescimento exponencial nos ganhos é atribuído pelos mercados, em parte, ao crescimento da carteira de crédito, à maior margem com passivos e ao impacto positivo da “reprecificação” (quando uma mudança de ambiente empresarial e/ou econômico estimula a revisão do valor de um bem, de um produto ou de um serviço) do capital de giro próprio.

“O mercado tem suas explicações técnicas para o aumento nos lucros dos bancos, mas por trás destes números há uma realidade cotidiana cruel e inaceitável, que aflige os funcionários e é uma grande preocupação do movimento sindical: o fechamento de 3.292 postos de trabalho em doze meses. Foram 1.342 postos fechados apenas nos últimos três meses do período. A categoria precisa continuar unida com os sindicatos participando cada vez mais de nossas campanhas de luta para denunciar à sociedade, um processo injustificável de extinção de agências e dispensa de trabalhadores que prejudica clientes e usuários e rouba o emprego e a renda de milhares de famílias”, avalia a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel. A sindicalista lembra ainda que “os lucros são conquistados com o banco impondo sobrecarga de trabalho, pressão e assédio moral em função de metas cada vez mais exigentes, adoecendo bancários e bancárias”.

Fechamento de agências

Ao final de 2023, o Itaú Unibanco contava com 85.855 empregados no país. Os sindicatos têm como uma das prioridades da campanha nacional da categoria em 2024 o combate às demissões e fechamento de agências e a defesa de melhores condições de trabalho e de saúde para os bancários.

A avaliação do movimento sindical está fundamentada por estudos feitos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que comprovam que os resultados no setor financeiro estão relacionados à extinção de unidades físicas e às demissões em massa. O Itaú fechou 180 unidades no Brasil em doze meses.

Sindicato reintegra 

O Departamento Jurídico do Sindicato do Rio continua reintegrando bancários e bancárias demitidos irregularmente. Desta vez, a beneficiada foi a funcionária Thaís Leite Marques dos Santos,  do Itaú. Você confere detalhes desta reintegração clicando no link abaixo:

https://www.bancariosrio.org.br/index.php/component/k2/item/12021-para-aumentar-seu-lucro-itau-explora-bancarios-ate-ficarem-doentes-para-depois-demiti-los

 

 

 

 

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