Terça, 06 Dezembro 2022 15:10
SANTANDER JOGA CONTRA

Sindicatos protestam contra compensação de horas nos jogos do Brasil

Bancários denunciam também terceirizações, demissões e assédio moral no banco espanhol
CONTRA-ATAQUE - Os diretores do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, Adriano Campos e Fátima Guimarães, no Dia Nacional de Luta do Santander CONTRA-ATAQUE - Os diretores do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, Adriano Campos e Fátima Guimarães, no Dia Nacional de Luta do Santander Foto: Divulgação

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Sindicatos de bancários de todo o país realizaram nesta terça-feira, 6 de dezembro, durante a manhã, um protesto contra a decisão do Santander de não abonar as horas para os funcionários assistirem aos jogos do Brasil na Copa do Mundo. O banco espanhol é a única instituição financeira a compensar as horas em que os bancários estiverem acompanhando as partidas da seleção brasileira. A decisão arbitrária e desnecessária descumpre inclusive a orientação da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), que emitiu nota mudando o horário de atendimento das instituições do setor, em função dos jogos da Copa. No Rio de Janeiro houve atividade na agência da Avenida Rio Branco, 70, e no prédio administrativo, antigo “Realzão”, no Centro da cidade.

Foi distribuído em várias regiões o material impresso elaborado pela Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e pela COE (Comissão de Organização dos Empregados). 

O movimento sindical denunciou a arbitrariedade do banco também nas redes sociais, com a hashtag #SantanderJogaContra, obtendo apoio da opinião pública.  

Terceirizações e demissões

Os sindicalistas protestaram também contra as terceirizações, as demissões, fechamento de agências físicas e o assédio moral no banco.

“O Santander joga contra os bancários e os brasileiros, justamente o país que mais produz lucros ao grupo espanhol. Neste Dia Nacional de Luta estamos denunciando esta covardia que o banco faz com seus funcionários, mesmo sabendo da paixão que nós brasileiros temos pelo futebol. Foi mais um ‘gol contra’ da empresa em nosso país”, disse o diretor do Sindicato, Marcos Vicente, representante da COE.  

A diretora da entidade, Fátima Guimarães, criticou a elevação das metas que estão adoecendo os bancários.

“O banco demite trabalhadores e sobrecarrega quem permanece nas agências. É cada vez maior as denúncias de pressão e assédio moral por causa da política de metas desumanas. O Santander não respeita os empregados e nem seus clientes”, ressaltou.

Bola fora

No mesmo dia, à tarde, a seleção da Espanha foi desclassificada da Copa do Mundo, perdendo nos pênaltis para Marrocos.

“Duvido que os donos e altos executivos do Santander trabalharam durante a partida da seleção espanhola. Com certeza estavam degustando iguarias e vinhos caros para acompanhar a partida, que acabou eliminando a Espanha. O que leva estes banqueiros a achar que seus empregados não têm o direito às horas abonadas, pelo menos nos jogos do Brasil, como fizeram todos os outros bancos?”, reclamou o também diretor do Sindicato, Adriano Garcia.  

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