Sexta, 07 Outubro 2022 18:17
DIA NACIONAL DE LUTA

Sindicatos protestam em todo o país contra terceirização no Santander

Atividade nacional dos funcionários denuncia que medida vai precarizar ainda mais o trabalho no banco. Na terça (11) tem assembleia virtual
No Rio, o protesto nacional teve paralisação no antigo prédio do Realzão e suas duas agências. Sindicalistas dialogaram com bancários e clientes No Rio, o protesto nacional teve paralisação no antigo prédio do Realzão e suas duas agências. Sindicalistas dialogaram com bancários e clientes Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Bancários do Santander de todo o país realizaram nesta sexta-feira (7) um protesto contra as terceirizações realizadas pelo Santander. O banco tomou de forma unilateral a medida que atinge agências e unidades administrativas. Desde o fim do ano passado, o grupo espanhol vem transferindo trabalhadores para outras empresas criadas pela própria instituição financeira, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera. Na segunda-feira passada (3), cerca de 1.700 funcionários da área de manufatura passaram a ser transferidos para outra empresa do grupo, chamada “SX Tools”.

No Rio de Janeiro, que também está sendo afetado pelas terceirizações, o Sindicato realizou uma paralisação parcial na Avenida Rio Branco, 70, onde há duas agências e o prédio do antigo “Realzão”.

 “Terceirização é sinônimo de pracarização e péssimas condições de trabalho. Nosso ato nacional é contra esta medida para proteger os empregos e os diretos dos funcionários”, destacou o diretor do Sindicato carioca, Marcos Vicente, representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados).

“O Santander não dialoga com a representação dos trabalhadores, impõem práticas antissindicais, demite bancários e piora as condições de trabalho. Não é por acaso que diretores do banco são aliados políticos do atual governo Bolsonaro, que ataca os direitos dos trabalhadores”, criticou a diretora do Sindicato, Fátima Guimarães.

E o trabalhador que se dane

Para o movimento sindical, o Santander faz estas mudanças apenas para reduzir custos e elevar ainda mais os lucros. “Nada justifica que o setor mais lucrativo do país desrespeite tanto os trabalhadores, piorando suas condições de trabalho e de vida”, completou Vicente.

No primeiro semestre de 2022, o lucro do Banco Santander foi superior a R$ 8 bilhões com rentabilidade de 20,7%. Dentre os principais bancos brasileiros, o banco operou no semestre com a segunda melhor rentabilidade e é destaque no cenário internacional.

Com as alterações, os sindicatos temem quen os empregados percam os direitos e conquistas da categoria bancária, previstos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Outra perda é a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) estabelecida com as regras claras da CCT, já que cada empresa terceirizada do Santander distribuirá a PLR aos seus empregados com regras ainda desconhecidas e sem nenhuma negociação prévia com o movimento sindical bancário.
Outra perda será no auxílio-creche/babá. O valor do auxílio na “SX Tools” será de R$ 411 por filho, por até 12 meses. A CCT bancária garante R$ 602,81 por filho, até completar 71 meses.

Assembleias

Os sindicatos de bancários de todo o país que possuem unidades do Santander em sua base de atuação convocam as funcionárias e os funcionários para participar de assembleias, na próxima terça-feira (11), pra dizer se aprovam ou reprovam as terceirizações realizadas pelo banco. Nas assembleias, os trabalhadores também vão dizer se preferem que sua representação sindical continue sendo por meio de sindicatos dos bancários.

Na maior parte das bases, a votação será realizada por sistema eletrônico, via internet, em plataforma disponibilizada pela Contraf-CUT. Todos os funcionários poderão votar, sejam eles sindicalizados ou não. Basta acessar o link https://bancarios.votabem.com.br/.

Caso não consiga votar ao acessar o link acima, o bancário deve entrar em contato com o Sindicato.

 

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