Sexta, 30 Setembro 2022 15:13

Sindicato repudia terceirização no Santander, que inclui também o Rio de Janeiro

O diretor do Sindicato Marcos Vicente criticou as terceirizações no Santander e disse que as entidades sindicais cobram negociação para garantir os empregos e direitos dos funcionários O diretor do Sindicato Marcos Vicente criticou as terceirizações no Santander e disse que as entidades sindicais cobram negociação para garantir os empregos e direitos dos funcionários Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A história mostra que a terceirização é sempre sinônimo de demissões e trabalho ainda mais precário. O objetivo das empresas que terceirizam é sempre o de reduzir os custos com mão de obra, pagando salários muito inferiores e retirando direitos das categorias. É o caso do banco Santander que anunciou nesta sexta-feira (30), a terceirização do setor de manufatura. A decisão unilateral do banco, acostumado a não dialogar com o movimento sindical, afetará empregados lotados no Radar Santander.

Novo CNPJ

Parte dos funcionários trabalha na Torre, edifício sede do banco espanhol e no Conexão, em São Paulo, mas há notícias de que a medida afetará também trabalhadores de outros estados como o Rio de Janeiro. 

"Fica a sensação de que o Santander tem pressa em terceirizar, demitir e retirar direitos prevendo a derrota do governo Bolsonaro, que está visivelmente à serviço dos banqueiros e grandes empresários, atacando o emprego e as conquistas dos trabalhadores. A direção do banco é a que mais tenta impor práticas antissindicais e faz no Brasil o que não realiza em seu país de origem, a Espanha", critica o diretor do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Marcos Vicente.

Cerca de 1.400 empregados deverão ser transferidos para um novo CNPJ, a SX Tools. As transferências estão previstas para começar a partir da próxima segunda-feira, dia 3 de outubro.

 "São milhares de trabalhadores que serão atingidos em seus contratos de trabalho, representação sindical e nos direitos hoje garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários. Não vamos aceitar mais este ataque do Santander ", acrescentou Vicente.

O sindicalista lembra que a permissão de terceirização em áreas fins, fruto da reforma trabalhista realizada no governo Temer e aprofundada com as Medidas Provisórias e emendas constitucionais do governo Bolsonaro, abriram a porteira para os empregadores reduzirem salários e retirarem direitos. 

"A terceirização de áreas fins é o resultado da reforma trabalhista de Temer, que só aconteceu em função do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. Que os bancários e bancárias pensem bem em quem vão votar para presidente da República, governador e deputados federais e estaduais pois está claro que o governo Bolsonaro está à serviço dos interesses do grande capital", declarou, defendendo a eleição de Lula e Freixo e de parlamentares comprometidos com a classe trabalhadora.

Reunião é marcada 

Os sindicatos conseguiram marcar uma reunião para hoje (30), com a vice-presidência de RH e a de Relaçoes Sindicais para defender o emprego e os direitos dos bancários.

Assediando bancários 

 O movimento sindical denunciou ainda que o Santander, em reunião "relâmpago" realizada também nesta sexta (30), tentou induzir os trabalhadores a aceitarem a terceirização como se fosse "uma mudança vantajosa" para os empregados.

"Não conheço nenhum caso na história em que a terceirização tenha beneficiado o trabalhador , ao contrário, sempre gera demissões, perda de direitos e redução da média salarial. Vamos dar uma resposta dura a este ataque covarde à categoria caso o banco não se comprometa a garantir as conquistas da CCT para os funcionários. Os bancários precisam estar cientes e mobilizados buscando apoio das atividades do Sindicato. E também ter uma consciência na hora de votar neste domingo", completou Marcos Vicente.

 

 

 

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