Sexta, 12 Agosto 2022 16:55
SANTANDER

Negociações avançam em pautas das mulheres, mas empacam no emprego

Dirigentes sindicais do coletivo do Santander protestam no Rio contra demissões e terceirizações: item sobre emprego não avançou nas negociações Dirigentes sindicais do coletivo do Santander protestam no Rio contra demissões e terceirizações: item sobre emprego não avançou nas negociações Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, um dos bancos mais intransigentes do setor financeiro para com os trabalhadores conseguiu nesta sexta-feira (12) avanços na segunda rodada do acordo específico, garantindo para as bancárias, aumento do período de amamentação  e melhorias no combate ao assédio sexual e à violência contra as mulheres. No entanto, a pauta sobre mais contratações de funcionários ainda não avançou. Os itens fazem parte da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos trabalhadores do banco.

A coordenadora da COE, Lucimara Malaquias, comemorou os avanços importantes nas negociações. O primeiro é que, a pedido do movimento sindical, o banco aceita estender o período de amamentação de 9 para 12 meses.

“Consideramos isso algo extremamente importante para a saúde do bebê e para o fortalecimento dos vínculos entre mãe e filho. Essa é uma reivindicação importante do movimento sindical, que dialoga muito com o momento da maternidade e primeira infância”, disse. Outra vitória importante é que o banco aceitou tornar a prevenção e o combate ao assédio sexual algo mais contundente e firme dentro das dependências da instituição.

Críticas às terceirizações

O movimento sindical quer ver, na prática, as melhorias acontecerem na rotina de trabalho. O terceiro avanço na negociação é com relação a criação de um termo sobre o combate à violência contra mulher. No entanto, nas  questões sobre emprego o banco não avançou em nada

“Os itens de proteção à mulher são uma causa importante de toda a categoria, mas lamentavelmente o banco não avançou em outa questão fundamental que é o emprego, não garantindo a contratação de mais funcionários, mas tem feito o contrário, precarizando ainda mais o trabalho através de terceirizações para reduzir custos e elevar os lucros”, disse a diretora do Sindicato do Rio, Maria de Fátima.

A automatização e a reestruturação sistêmica e funcional que o Santander tem feito nos últimos anos não tem resultado em melhores condições de trabalho, “Os bancários estão adoecendo com a sobrecarga de trabalho em função das demissões que aumenta a sobrecarga de trabalha, além da pressão e assédio moral por metas. Vamos continuar cobrando melhorias na questão que envolvem o emprego”, disse o diretor do Sindicato Marcos Vicente, representante da COE no Rio de Janeiro.

A próxima reunião será realizada na terça-feira (16).

 

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