Segunda, 14 Março 2022 17:21

Santander começa horário ampliado sem ouvir os sindicatos

Em janeiro deste ano, o Sindicato impediu o trabalho aos sábados no Santander, com ações judiciais e protestos. A mobilização é o caminho para garantir os direitos dos bancários Em janeiro deste ano, o Sindicato impediu o trabalho aos sábados no Santander, com ações judiciais e protestos. A mobilização é o caminho para garantir os direitos dos bancários

De forma unilateral, sem negociar com sindicatos, o banco Santander decidiu ampliar o horário de abertura de suas agências. Chamada de "semana desendivida", o período de 14 a 18 de março terá o horário de atendimento estendido pelo banco Santander em suas agências até às 18h. "Mais uma vez o banco espanhol mostra a sua falta de diálogo com o movimento sindical e o completo desprezo que tem para com os seus funcionários. Em momento algum fomos consultados ou comunicados sobre o evento", critica o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Marcos Vicente.

Basta não demitir

A alegação da diretoria do Santander é de que tem havido uma grande procura de clientes para negociação de dívida, e que por isso, há uma necessidade de ampliação do horário de atendimento. "Essa ampliação do horário de atendimento seria desnecessária se ao invés de demitir em massa e fechar agências físicas, o banco espanhol contratasse mais funcionários para melhor atender aos clientes e usuários", avalia o presidente do Sindicato José Ferreira.
A relação entre receita de tarifas cobradas aos clientes equivale a 210% da folha de pagamento. O Santander registrou um lucro líquido gerencial em 2021 de R$ 16,347 bilhões, alta de 7% em relação ao ano anterior. O banco sequer negociou o pagamento de horas extras dos funcionários.

Situação crítica

A situação nas agências do Santander é crítica em todo o país. Atualmente há 1.163 clientes para cada bancário. Isso considerando todo o conglomerado Santander, pois sem esse fator, a relação clientes / Bancários dispara ainda mais. "Nós vamos continuar a preservar os direitos e a saúde dos bancários. E o melhor caminho para os impasses é sempre o do diálogo e da negociação, o que o Santander tem se negado a fazer", conclui Marcos.

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