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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O Santander consegue se superar no desrespeito aos seus funcionários e a toda a categoria bancária. Sempre alinhado à política do governo Bolsonaro de atacar direitos dos trabalhadores, o banco espanhol decidiu, sem negociar com os sindicatos, abrir suas três mil agências, em todo o Brasil, no próximo sábado, 22 de janeiro, das 10h às 14h, por conta do lançamento da campanha “Desendivida”, de refinanciamento para pessoas inadimplentes. A iniciativa foi anunciada no domingo 16, durante o programa Fantástico, da Rede Globo, pegando trabalhadores de surpresa. “Ficamos sabendo pela mídia. O banco sequer informou aos sindicatos de sua ideia, num desrespeito a uma das mais importantes conquistas da categoria, a jornada de seis horas de segunda à sexta-feira com folga nos finais de semana. Como derrotamos o projeto dos bancos e do governo federal de permitir o funcionamento do setor aos finais de semana e feriados, o Santander decidiu, por conta própria, rasgar a convenção coletiva e a legislação do país”, critica o diretor do Sindicato do Rio, Marcos Vicente.
O tema foi levado pelo Comando Nacional dos Bancários em reunião com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na terça-feira (18), mas a entidade patronal não quis se posicionar sobre a decisão arbitrária do Santander.
Trabalho no sábado
Trabalharão gerentes de negócios e serviços de oito horas; gerentes gerais; gerentes administrativos; e gerentes Pessoa Jurídica e Pessoa Física e Van Gogh. Não trabalharão caixas, GNS de seis horas e demais cargos.
Sem horas extras
Os bancários que trabalharem as quatro horas compensarão uma hora e meia para cada hora trabalhada. E a compensação se dará na semana seguinte, e não nos seis meses praticados por meio da Política Interna de Compensação de Horas, que não foi negociada com o movimento sindical. “O banco ainda negou o pagamento de horas extras alegando dificuldades sistêmicas. O Santander toma esta decisão absurda aqui no Brasil, o que não ocorre na matriz espanhola, ainda mais agora que trabalhadores e patrões fecharam um acordo histórico extinguindo a reforma trabalhista que retirou direitos, precarizou o trabalho e quebrou a economia na Espanha sem gerar novos empregos, modelo que inspirou o governo Temer no Brasil, disse Vicente.
Demissão em massa
O sindicalista lembra que “os bancos endividaram as famílias brasileiras praticando os mais altos juros do mundo e agora criam um programa para reduzir inadimplência a custa da exploração dos bancários”.
Pra o movimento sindical, a melhor forma de ajudar a população seria os bancos contratarem mais funcionários para o atendimento durante a jornada semanal da categoria. “Mas, ao contrário, o Santander, como os demais bancos, demite em massa”, completa Marcos.