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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro está participando de uma campanha mundial contra a demissão de 20% dos bancários do Santander de Portugal (Banco Santander Totta – BST), em um ano. O banco espanhol foi além, desrespeitando a lei e demitindo também o membro eleito da Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) para o mandato de 2020 a 2024, Jorge Alexandre Morgado Mendes e diversos outros membros da estrutura de subcomissões de trabalhadores eleitas em agências e outras unidades do banco.
Como parte da campanha internacional uma moção foi enviada ao Ministério do Trabalho de Portugal, assinada por centenas de entidades sindicais bancárias de todo o mundo. Não apenas em Portugal, mas também em outros países em que o Santander atua, como no Brasil, os funcionários têm sido atingidos de maneira torpe, com demissões em massa, centenas delas feitas em plena pandemia do novo coronavírus, descumprindo compromisso de não realizar dispensas neste período. O banco espanhol tem, também, ignorado as leis brasileiras, inclusive, recusando-se a acatar decisões da Justiça do Trabalho de reintegração de bancários demitidos em descumprimento deste compromisso.
Para o diretor da Secretaria de Trabalho de Base do Sindicato, Rodrigo da Silva, o que o Santander faz aqui, em Portugal e no restante do planeta é um completo absurdo. “É preciso que os bancários se unam em uma luta global contra essa política nefasta, para defender os direitos e as vidas de trabalhadoras e trabalhadores. Nos solidarizamos com nossos companheiros de Portugal e nos somamos nessa campanha pela defesa do emprego, aqui, lá e em todo o mundo”, afirmou.
Demissão em massa
Em nota, a CNT denuncia que desde outubro de 2020 a administração do banco Santander de Portugal iniciou um processo de redução do número de trabalhadores que se intensificou em 2021 e que já significou a dispensa de mais de 1.200 trabalhadores (mais de 20% do total). O corte de pessoal ocorreu mesmo com lucros expressivos. Desde janeiro de 2021 foram iniciadas formas de luta e resistência dirigidas pela Comissão Nacional de Trabalhadores e pela sua rede de subcomissões, como atos e greves.
Ou seja, além das demissões, o banco espanhol investiu de maneira truculenta contra dirigentes eleitos democraticamente pelos bancários, como parte de um ataque à representação sindical, numa nítida prática antissindical grave. Destes 74 representantes da CNT, eleitos em 26 de novembro do ano passado, 26 foram demitidos, o que corresponde a 45% da rede de subcomissões do CNT.
“A Administração do Banco está a utilizar este processo de ‘reestruturação’ para também destruir a estrutura de representação coletiva dos trabalhadores. É neste sentido de punição política-sindical que está o despedimento do colega Jorge Mendes, membro da Comissão Nacional de Trabalhadores”, afirma a nota oficial da CNT.
Confederações sindicais internacionais enviaram carta à presidente do Grupo Santander denunciando a situação dos trabalhadores portugueses do Banco Santander Totta (BST) e solicitando uma tomada de posição que acabe com o conflito. No documento a Ana Botín, presidente do Conselho de Administração do Grupo Santander em Madrid, os sindicatos internacionais, em apoio aos seus congêneres portugueses filiados na UGT, recordam que desde setembro de 2020 que o Mais Sindicato, o SBC e o SBN estão em conflito com o BST, em defesa dos bancários portugueses.
Leia abaixo, a moção enviada ao governo português.
À
Ministra do Trabalho e Solidariedade e Segurança Social
Lisboa – Portugal
Assunto: Demissão do Membro da Comissão Nacional de Trabalhadores do Banco Santander Totta (Portugal) e ataque a representantes dos trabalhadores.
O sindicato se solidariza com a luta internacional dos trabalhadores e repudiamos o ataque aos direitos e a organização sindical. Nesse sentido tomamos conhecimento que o Banco Santander Totta de Portugal, no quadro de uma brutal destruição de postos de trabalho efetuada nos últimos 12 meses e que já soma 1242 trabalhadores a perder o emprego, pretende agora efetuar demissão coletiva onde inclui o membro eleito da Comissão Nacional de Trabalhadores para o mandato de 2020/2024, Jorge Alexandre Morgado Mendes e diversos outros membros da estrutura de sub - Comissões de Trabalhadores eleitas em Balcões e Serviços do Banco.
O ataque direto a um membro da Comissão Nacional de Trabalhadores visa fragilizar a ação da CNT no combate as demissões coletivas, e no apoio ao conjunto dos trabalhadores, neste momento crítico da vida do Banco e dos seus trabalhadores permanentemente a serem alvo de ameaças e assédio.
Assim, exigimos à Administração do Banco Santander Totta que respeite a representação nacional dos trabalhadores e retire a ameaça de demissão a este membro da CNT.
Exige que o governo de Portugal que garanta o direito democrático da representação dos trabalhadores e do exercício do mandato para o qual foram eleitos.