Quinta, 30 Setembro 2021 14:09

Santander volta ao funcionamento normal expondo funcionários e clientes à covid-19

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Mesmo com uma média de mais de 500 mortes diárias há mais de duas semanas, à lentidão da vacinação e à expansão perigosa da variante Delta em estados como Rio de Janeiro, o Santander decidiu pelo retorno ao trabalho de 10 às 16 horas nas agências, a partir da próxima segunda-feira. O banco espanhol, desta forma, ignora a gravidade da pandemia, suspendendo o horário anterior, de 9 às 14 horas, que era uma medida de prevenção à contaminação.

O Brasil registrou nesta quarta, 695 mortes de covid-19, elevando o total para 596.163. É o segundo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 695 mil óbitos.

A decisão do Santander aumenta o risco de infecção de bancários e clientes, que ficarão expostos por mais tempo, em ambientes fechados, com o manuseio de papéis, dinheiro e outros objetos. A alegação do banco é de que a maioria das empresas, comércio e outras atividades já teriam retornado a normalidade. E devido a isso, o movimento das agências teria aumentado, causando filas para o atendimento.

O diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Marcos Vicente, criticou a medida. Lembrou que as filas sempre existiram tanto antes quanto durante a pandemia e tendem a continuar. “O problema principal está na falta de funcionários e fechamento de agências que não será resolvido com o retorno ao trabalho com jornada plena de forma precipitada no meio de uma pandemia. O banco Santander, mesmo com alta lucratividade, demitiu e continua a demitir trabalhadores. Precisamos é de mais contratações”, afirmou.

Acrescentou que o movimento sindical estará de olho no cumprimento dos protocolos de prevenção à covid-19. “Entendemos que mesmo com a queda nos casos fatais, ainda estamos longe de uma normalidade que só seria atingida com 70% da população vacinada com a segunda dose. E estamos com 40%”, disse.

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