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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Encontro Estadual dos funcionários do Santander, realizado por videoconferência na quinta-feira, dia 29 de julho, foi marcado pela crítica dos sindicalistas à insistência do banco espanhol nas práticas antissindicais, por se negar a negociar com seus empregados e pelas demissões em massa.
A postura da direção da empresa resultou em uma derrota recente do banco na Justiça do Trabalho. Decisão do juiz Jerônimo Azambuja Franco Neto, da 60ª Vara de Trabalho de São Paulo, na terça-feira (27/7), condenou o Santander por práticas antissindicais ao tomar decisões arbitrárias e não dialogar com a representação sindical. O banco foi condenado a pagar uma indenização de R$50 milhões.
O encontro, cuja mesa foi coordenada pelo diretor do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados) Marcos Vicente, foi aberto com exposição da coordenadora nacional do coletivo, Lucimara Malaquias, sobre as demandas dos bancários.
A sindicalista disse que o Santander “é o único banco que se recusa a negociar sobre quaisquer demandas dos trabalhadores”.
“No teletrabalho queremos parâmetros mínimos de preservação dos direitos, o controle da jornada de trabalho, com a garantia ao descanso e à desconexão e o custeio pelo banco dos equipamentos, mobiliário e internet”, afirmou Lucimara a respeito de uma dos temas que mais preocupa a categoria.
Prevenção à Covid-19
Até na questão dos protocolos de proteção contra a Covid-19, o Santander deixa muito a desejar e não atende muitas das reivindicações dos trabalhadores.
“Temos reivindicado a participação contínua no debate de questões cruciais para a preservação da vida, como em relação aos protocolos de prevenção à Covid-19, medição de temperatura nas entradas das agências e proteção de acrílico nos caixas”, explica Marcos Vicente.
Demissões
O tema emprego também preocupa os bancários do grupo espanhol. Segundo os participantes do Encontro Nacional, é notório a o déficit de funcionários nas agências.
“O banco criou unidades de negócio sem segurança, extinguiu agências físicas e demite trabalhadores em massa. Não respeita e nem valoriza seus empregados e nem mesmo os clientes, que sofrem com as dispensas que pioram o atendimento, aumentam as filas e aglomerações e elevam a sobrecarga de trabalho dos funcionários”, disse Vicente.
Metas e assédio
Os participantes do encontro denunciaram ainda as metas abusivas em plena crise sanitária e econômica e o assédio moral que adoecem os funcionários, já aflitos com a pandemia. Disseram também que o movimento sindical vai continuar denunciando à Justiça e aos órgãos competentes as arbitrariedades da direção do banco.
“O banco vem criando várias empresas do próprio grupo e terceirizando os funcionários”, afirmou Lucimara.
Foi aprovado também no encontro, a criação de uma frente parlamentar, nas Câmaras de vereadores e na assembleia legislativa (Alerj) para denunciar a falta de compromisso do Santander com a saúde do trabalhador e o emprego, e as práticas de assédio moral e ações antissindicais do banco.
O encontro nacional dos bancários do Santander está confirmado para o sábado, dia 3 de agosto.