Quinta, 20 Mai 2021 17:49

Santander volta a atacar funcionários do Call Center

Banco espanhol demite e persegue até Pessoas com Deficiência (PCDs) e ameaça com terceirização, mesmo com crescimento dos lucros

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Santander voltou a atacar os funcionários do Call Center. Além das demissões, os funcionários denunciam que o espaço do conexão, situado no edifício Corporate do Shopping Nova America, no Rio, está sendo reformado para ser ocupado por uma nova estrutura e os bancários sendo direcionados para o Home Oficce.

“Várias demissões continuam ocorrendo, são famílias jogadas ao léu em plena crise de saúde da pandemia de Covid-19 e crise econômica e política causadas por esse desgoverno brasileiro”, afirma o diretor do Sindicato Marcos Vicente, membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).

Como tudo começou

Os ataques do Santander aos trabalhadores do Call Center não são de hoje. Em 2020, o banco Santander anunciou um mega investimento em Novo Hamburgo, cidade da região metropolitana de Porto Alegre. A ToqueFale foi adquirida do grupo do empresário gaúcho Ernesto Correa, mesmo grupo ao qual o banco espanhol  adquiriu o controle da processadora de cartões GetNet, em 2014.

“O processo de mudança ocorreu com total falta de transparência com os representantes dos bancários, principalmente nos estados mais afetados como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Os sindicatos tentaram várias vezes negociar, mas a direção do banco sempre se recusou a dialogar com os trabalhadores”, acrescenta Vicente.

A empresa Toquefale que mudou a sua denominação para SXNegócios anunciou a sua chegada ao Rio de janeiro ameaçando terceirizar os bancários, o que representa sempre um trabalho ainda mais precário.

“Numa propaganda enganosa a SXNegócios (Santander) fala em Realizar sonhos, humanização no relacionamento, diversidade, mas na prática tenta uma terceirização disfarçada e a precarização do trabalho”, denuncia o sindicalista. Em caso de terceirização, os empregados do Call Center não estarão cobertos pela convenção coletiva da categoria bancária, os salários, vale alimentação e refeição seriam reduzidos e haveria ainda mais exploração, com perda da jornada diária de seis horas de trabalho durante a semana. 

Lucros crescem

O Santander Brasil obteve lucro líquido de R$ 4,012 bilhões no primeiro trimestre de 2021, o que representa alta de 4,1% na comparação com o mesmo período de 2020.

“Os bancários brasileiros garantem a maior fatia de lucratividade mundial do Santander e são desvalorizados e tratados com desrespeito. Vamos continuar lutando pelos direitos destes trabalhadores do Call Center e de toda a categoria e denunciar os abusos da direção do grupo espanhol no Brasil. O banco está demitindo até trabalhadores portadores de deficiência (PCDs)”, completa Marcos.

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