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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Dirigentes sindicais do Santander do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul se reuniram na última segunda-feira (9) com o banco Santander para tratar sobre a criação do “polo de atendimento” do banco em Novo Hamburgo, no interior gaúcho. Com a medida, o grupo espanhol pretende fechar postos de trabalho de bancários e contratar uma empresa terceirizada, a Toquefale.
Os trabalhadores terceirizados, que não fazem parte da categoria bancária, vão exercer as mesmas atividades com salários reduzidos e sem os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho. A reforma trabalhista criada no Governo Michel Temer (MDB), após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), abriu caminho para as terceirizações em atividades-fim das empresas, inclusive no setor bancário.
“Os bancos querem elevar ainda mais os lucros demitindo bancários em massa e agora, no caso do Santander, terceirizando o setor de call Center para contratar mão de obra mais barata e precarizar ainda mais as condições de trabalho. Nós não vamos aceitar calados mais esta decisão que só reafirma a ganância e crueldade dos banqueiros”, disse o diretor do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, que é membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados) e participou do encontro com representantes do banco,
Os sindicalistas querem saber também se o Santander vai fechar postos em São Paulo e Rio de Janeiro, onde estes serviços são realizados atualmente, mas o banco não tem transparência nas informações, afligindo ainda mais os bancários do setor.
O banco alegou não ter bem claro o novo modelo de operação, nem os números de abertura e fechamento de vagas, o que deixou os dirigentes sindicais indignados.
Desprezo ao Brasil
Marcos Vicente criticou também as decisões unilaterais da direção do Santander.
“Além da completa falta de transparência, o banco toma todas as decisões sem nenhum diálogo a representação dos trabalhadores. Os bancários brasileiros, com muito trabalho e dedicação, garantem mais de 30% do lucro mundial de uma empresa espanhola e são tratados com absoluto desprezo, sofrendo com as demissões, assédio moral e pressão por metas, tudo feito em plena pandemia, descumprindo acordo com a categoria e agora terceirizando um setor importante do banco. É uma covardia o que o Santander tem feito no Brasil”, acrescenta.
O lucro do grupo espanhol foi de R$9,8 bilhões nos nove primeiros meses de 2020, em plena recessão global e crise sanitária. “Quando a gente vê os resultados do banco ficamos ainda mais indignados com as práticas impostas contra os funcionários brasileiros”, destacou Vicente, lembrando que em 12 meses, o Santander reduziu 4.335 postos de trabalho e demitiu de abril a setembro, 2045 bancários em plena pandemia da Covid-19.
Fonte: Baseado em informações do site da Contraf-CUT