Terça, 27 Outubro 2020 15:16
PURA GANÂNCIA

Brasil alavanca lucro global do Santander que demite em massa bancários brasileiros

Faturamento de 1,75 de Euros no terceiro trimestre torna ainda mais absurdas as demissões do banco espanhol em solo brasileiro

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os bancos falam em valorização da vida e dos funcionários em publicidades milionárias, mas na prática demitem em massa impõem assédio moral e pressão para metas absurdas, em plena pandemia da Covid-19, descumprindo acordo com a categoria. É o caso do grupo espanhol Santander. Milhares de bancários perdem o emprego no Brasil, justamente o país onde os funcionários, com trabalho duro, impulsionam os lucros crescentes. Enquanto indústrias sofrem uma retração e no comércio crescem as falências nos grandes centros urbanos, os bancos continuam aumentando seus ganhos. 

Banco sem crise

Em plena crise sanitária e econômica mundial, o Santander faturou 1,75 bilhão de euros no terceiro trimestre deste ano. O resultado, divulgado nesta terça-feira (27), superou as expectativas dos próprios acionistas e executivos da empresa, que representou uma alta de 5,3% em comparação com o mesmo período de 2019. No Brasil o lucro foi de R$3,902 bilhão, alta de 88,2% em relação aos três meses anteriores. Isso sem falar que o banco, como as demais instituições financeiras, mantém a estratégia de elevar as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), que somaram R$2,916 bilhões, alta de 3,4%, revelando que, na verdade, o faturamento é ainda maior.  É bom não esquecer que o Banco Central nacional deu R$1,2 trilhão para os bancos "fazerem caixa", terem "mais liquidez", conforme afirmou o próprio presidente da instituição, o também banqueiro Roberto Campos Neto, que curiosamente foi executivo do Santander. 

“Saber que o Santander continua lucrando cada vez mais e que a maior fatia de seu faturamento continua sendo garantido pelo trabalho dos funcionários brasileiros e o banco dá como resposta ao esforço dos trabalhadores a demissão em massa confirma o nível de crueldade dos banqueiros. O banco demitiu de abril a setembro deste ano 2.045 trabalhadores, período mais agudo da pandemia e fechou 91 agências”, disse a diretora do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Rio, Cleyde Magno. 

O curioso é que, em função da crise da pandemia, o Banco Central Europeu havia proibido no segundo trimestre deste ano lucros e dividendos. Em terras brasileiras, não. Banqueiros e grandes acionistas continuaram fazendo a farra no paraíso da especulação. 

 

 

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