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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Os bancos falam em valorização da vida e dos funcionários em publicidades milionárias, mas na prática demitem em massa impõem assédio moral e pressão para metas absurdas, em plena pandemia da Covid-19, descumprindo acordo com a categoria. É o caso do grupo espanhol Santander. Milhares de bancários perdem o emprego no Brasil, justamente o país onde os funcionários, com trabalho duro, impulsionam os lucros crescentes. Enquanto indústrias sofrem uma retração e no comércio crescem as falências nos grandes centros urbanos, os bancos continuam aumentando seus ganhos.
Banco sem crise
Em plena crise sanitária e econômica mundial, o Santander faturou 1,75 bilhão de euros no terceiro trimestre deste ano. O resultado, divulgado nesta terça-feira (27), superou as expectativas dos próprios acionistas e executivos da empresa, que representou uma alta de 5,3% em comparação com o mesmo período de 2019. No Brasil o lucro foi de R$3,902 bilhão, alta de 88,2% em relação aos três meses anteriores. Isso sem falar que o banco, como as demais instituições financeiras, mantém a estratégia de elevar as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), que somaram R$2,916 bilhões, alta de 3,4%, revelando que, na verdade, o faturamento é ainda maior. É bom não esquecer que o Banco Central nacional deu R$1,2 trilhão para os bancos "fazerem caixa", terem "mais liquidez", conforme afirmou o próprio presidente da instituição, o também banqueiro Roberto Campos Neto, que curiosamente foi executivo do Santander.
“Saber que o Santander continua lucrando cada vez mais e que a maior fatia de seu faturamento continua sendo garantido pelo trabalho dos funcionários brasileiros e o banco dá como resposta ao esforço dos trabalhadores a demissão em massa confirma o nível de crueldade dos banqueiros. O banco demitiu de abril a setembro deste ano 2.045 trabalhadores, período mais agudo da pandemia e fechou 91 agências”, disse a diretora do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Rio, Cleyde Magno.
O curioso é que, em função da crise da pandemia, o Banco Central Europeu havia proibido no segundo trimestre deste ano lucros e dividendos. Em terras brasileiras, não. Banqueiros e grandes acionistas continuaram fazendo a farra no paraíso da especulação.