Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Santander é o líder em demissões no Brasil, descumprindo acordo com os bancários de não dispensar trabalhadores durante a pandemia. Mas o Departamento Jurídico do Sindicato do Rio de Janeiro está atento e dando toda a assessoria jurídica e num trabalho conjunto com a Secretaria de Saúde tem consigo reintegrar bancários e bancárias. No grupo espanhol, duas funcionárias tiveram o seus empregos de volta, através da antecipação de tutela (instrumento jurídico que antecipa os efeitos da sentença condenatória): Ivoneide Maria Moreira e Tânia Cristina Pereira Belém foram beneficiadas por decisão judicial.  

A anulação da dispensa de Ivoneida foi decidida pelo juiz da 22ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Paulo Cesar Moreira Santos Júnior. Ela havia sido demitida no dia 2 de julho neste ano, mas antes mesmo da dispensa, no curso do aviso prévio, o INSS havia concedido o benefício do auxílio-doença, comprovando que o banco não poderia ter dispensado a bancária naquele momento. A decisão judicial garante ainda direitos ao plano de saúde e odontológico e a complementação do benefício previdenciário.

No caso de Tânia, a juíza da 1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Adriana Malheiro Rocha de Lima determinou a reintegração em função de a bancária estar, no momento da dispensa, infectada pela Covid-19 e com hipertensão.  

“Quando um banco demite uma trabalhadora contagiada com um vírus que está matando dezenas de milhares de pessoas no mundo é que chegamos a um nível de desumanidade dos banqueiros que não tem limite”, critica a diretora do Departamento Jurídico do Sindicato Cleyde Magno. A categoria, assim como profissionais da saúde, estão na linha de frente para atender à população, colocando em risco suas vidas e de suas famílias.