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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander volta a se reunir com se reunir com representantes do banco nesta sexta-feira, dia 31 de julho. Na primeira negociação realizada na terça (28) as duas partes trataram de demandas sobre banco de horas negativas e aditivo sobre compartilhamento de dados pessoais dos funcionários. Os bancários cobraram ainda mudanças nos procedimentos de testagem para Covid-19.
Banco de horas negativas
O Santander apresentou uma proposta sobre banco de horas. A representação dos trabalhadores solicitou alterações para avançar neste item e o banco ficou de analisar as reivindicações e responder na reunião desta sexta (31).
Os sindicalistas questionaram também sobre uma proposta de aditivo ao contrato de trabalho que o banco está fazendo diretamente com os trabalhadores. Assinado o aditivo, os funcionários autorizam o Santander a compartilhar dados pessoais e permitir o uso de imagem dos funcionários, decisão que o movimento sindical repudia.
“A nossa orientação é a de que os bancários não assinem o tal aditivo até que as negociações sobre o assunto estejam concluídas”, afirma o diretor do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, membro da COE e que participou do encontro realizado através de videoconferência. O sindicalista lembra que o banco não informou qual a finalidade do compartilhamento das informações pessoais dos empregados e que isto contraria a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
Protocolos da Covid-19
Outro questionamento feito pela COE foi em relação à alteração feita pelo Santander nos protocolos para testagem e retorno ao trabalho de funcionários com suspeita de Covid-19 ou que tiveram contato com quem foi ou está infectado. Para estes casos, o banco confirmou que uma realizou parceria com algumas redes de farmácias e fará o teste rápido (eco teste) nestes funcionários. Caso seja confirmada a contaminação pelo novo coronavírus, o funcionário será afastado e todos serão monitorados por 14 dias para verificar se há o surgimento de sintomas de Covid-19. O funcionário que testar positivo fará uma testagem pelo método de biologia molecular (teste RT-PCR) para confirmar ou não o resultado.
Os sindicalistas estão preocupados com a possibilidade de os trabalhadores que tiverem resultado negativo pela testagem rápida retornarem ao trabalho o que pode colocar em risco seus colegas, uma vez que este tipo de teste tem cerca de 30% de dar resultado errado.
O banco se comprometeu que, independente do teste, fará o acompanhamento das pessoas por 14 dias para verificar se há o surgimento de sintomas da doença. E pediu o prazo de um mês para analisar os resultados deste novo protocolo de procedimentos. O banco disse que manterá o canal de diálogo com o movimento sindical para tratar deste tema e que poderá rever os procedimentos caso, em conversações com os trabalhadores, se verifique falhas nestas mudanças.
“O problema é que estamos tratando de proteger a vida dos bancários. Esperar trinta dias para avaliar se as alterações deram ou não certo é muito tempo”, avalia Marcos Vicente.
Além dos itens que debatidos na primeira reunião, o banco quer tratar nas próximas negociações sobre o teletrabalho e a Participação dos Lucros e Resultados (PLR), que também já deverão ser tratados no encontrodesta sexta-feira (31).
Fonte: Contraf-CUT
Santander faz provisão de R$3,2 bi e lucros caem 41% no 2º trimestre
Seguindo a estratégia dos demais bancos que formam o cartel do sistema financeiro nacional (Itaú e Bradesco), o Santander Brasil disponibilizou R$3,2 bilhões para Previsão de Devedores Duvidosos (PDD), garantindo recursos para possíveis calotes em função da crise econômica causada pelo novo coronavírus. A decisão tem influência no resultado oficial do lucro da empresa, que teve uma queda no segundo trimestre. O lucro líquido recorrente somou R$2,136 bilhões de reais no período, queda de 41,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O total de provisões para perdas com operações de crédito mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior, saltando para R$6,534 reais.
Apesar das previsões negativas do mercado, a inadimplência no Santander em 90 dias caiu de 3% para 2,4%, no primeiro trimestre. Como o Santander concedeu a seus clientes um período de carência de 90 dias para ajudá-los a enfrentar a crise do coronavírus, a inadimplência de empréstimos não reflete totalmente potenciais perdas relacionadas à crise do coronavírus.
Ainda assim, a carteira de empréstimos do banco cresceu 1,2% no trimestre, impulsionada por empresas de todos os portes. O estoque de crédito para pessoas físicas encolheu.
A unidade brasileira do grupo espanhol registrou um aumento de 13,4% na margem financeira (R$13,620 bilhões).
“Mesmo com a recessão econômica, o setor financeiro continua sendo o mais lucrativo do país. Os bancos têm todas as condições de atender as reivindicações da categoria”, conclui Vicente.