Segunda, 29 Junho 2020 23:34

Sindicato repudia as mais de 400 demissões no Santander

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro voltou a repudiar as demissões em massa impostas pelo banco Santander em todo o país. Mais de 400 funcionários já foram dispensados pelo grupo espanhol no Brasil. A decisão arbitrária do banco ocorre em plena expansão dos casos de infectados e de mortos pelo Covid-19 e de uma depressão econômica que se avizinha, sem precedentes na história.

“O único setor que não pode alegar a crise econômica causada pela pandemia para demitir trabalhadores é o sistema financeiro. O banco desrespeita os funcionários, não dialoga com os sindicatos e esquece que são os bancários do Brasil que garantem quase 30% da lucratividade global da empresa”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Marco Vicente, que também é membro do COE (Comissão de Organização dos Empregados).

Protesto mundial

Após uma campanha vitoriosa nas redes sociais contra as demissões do Santander – a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil chegou a ser um dos assuntos mais comentados do Twitter, e do protesto nacional com projeções em prédios de várias cidades brasileiras, o movimento sindical vai agora denunciar a prática do banco à opinião pública internacional.

A UNI Global Union, sindicato global que representa 20 milhões de trabalhadores em 150 países, lançou uma campanha internacional contra as demissões que o Santander Brasil está promovendo em plena pandemia de Covid-19 e pedindo que as demissões sejam revistas. O manifesto lembra que o banco se comprometeu a não demitir durante a pandemia causada pelo novo coronavírus.

“Mesmo com o crescimento do número de pessoas infectadas e de mortes pela Covid-19 no país, o banco descumpre os compromissos que assumiu com o movimento sindical. Não vamos aceitar calados a decisão de demtir no momento mais delicado dessa crise sanitária e econômica que recai sobre os ombros dos trabalhadores”, acrescenta.

O jornal Folha de S. Paulo havia publicado matéria na semana passada que o Santander pretendia cortar 20% de seu quadro funcional, cerca de 9,4 mil trabalhadores. A direção da empresa negou a veracidade da informação, mas, mais uma vez mentiu. Já são cerca de 400 empregados demitidos no Brasil.

O banco alega o não cumprimento de metas, mais um acordo descumprido pela direção do Santander, pois havia a promessa de haver pressão para cobrança de metas pelo menos durante a pandemia do novo coronavírus.

“Mais uma vez, a direção do Santander mente. Os lucros derrubam a justificativa de não cumprimento de metas. Somente no primeiro trimestre deste ano, com recessão econômica do país e no mundo todo, o banco já lucrou R$ 3,85 bilhões, valor 10,5% maior do que o obtido no mesmo período de 2019”, conclui Marcos.

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