Segunda, 15 Junho 2020 22:49

Santander anuncia que vai demitir 20% do quadro, descumpre acordo e dispensa em plena pandemia

Sindicato cobra garantia dos empregos, além de fim das metas e cumprimento de protocolo de prevenção ao Covid-19
NEM COM CALAMIDADE - Marcos Vicente (centro) em  paralisação realizada em 2019.  O Sindicato voltou a criticar as demissões no Santander. O banco espanhol descumpre o acordo de não dispensar empregados durante a pandemia NEM COM CALAMIDADE - Marcos Vicente (centro) em paralisação realizada em 2019. O Sindicato voltou a criticar as demissões no Santander. O banco espanhol descumpre o acordo de não dispensar empregados durante a pandemia

O Sindicato dos Bancários do Rio repudiou as demissões que estão acontecendo no Santander e cobra do banco o cumprimento do acordo firmado com a COE (Comissão de Organização dos Empregados) e a Contraf-CUT de que não haveria dispensas neste período de pandemia do novo coronavírus. Os funcionários estão indignados com a falta de palavra da direção do grupo espanhol no Brasil. No Rio de Janeiro foram confirmadas, até o fechamento desta edição, duas demissões.

“O banco descumpre o acordo que fez com os representantes dos funcionários e demite trabalhadores, alegando que ‘o acordo era de dois meses e que teria se encerrado em meados de maio’. Um absurdo e uma covardia com os bancários que garantem aqui no Brasil a maior parte dos lucros globais do banco”, disse a presidenta do Sindicato do Rio Adriana Nalesso.
A Folha de S. Paulo divulgou que a direção do Santander pretende demitir 20% do quadro funcional da empresa. A projeção de corte foi antecipada à Folha por integrantes da alta gestão do banco com a condição de que não tivessem os nomes revelados. A direção do banco nega a informação, mas admite dispensas “pontuais”.

Promessa não cumprida

Adriana lembra que a própria vice-presidente de Recursos Humanos do Santander, Vanessa Lobato, disse em reunião com os sindicalistas que a empresa não iria demitir neste momento crítico de pandemia.

No entanto, o banco dispensa trabalhadores justamente no momento em que a curva epidemiológica está aumentando.
Nalesso lembra ainda que os bancos têm recebido todo tipo de ajuda e privilégios por parte do Governo Bolsonaro. “O ministro da Economia Paulo Guedes liberou R$1,2 trilhão para as instituições financeiras, garantiu compra, através do Banco Central, de títulos podres que deram prejuízos aos bancos e ainda anunciou a redução do imposto sobre os lucros do setor mais lucrativo do país. Nada justifica estas demissões”, conclui.

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