Terça, 28 Abril 2020 19:56

Santander lucra R$3,85 bi no primeiro trimestre

Mesmo com crescimento de 10,5% nos resultados em relação ao mesmo período do ano passado, banco espanhol demite funcionários
Dirigentes sindicais numa atividade do Santander. Sindicato cobra do banco o fim das demissões e condições de proteção dos funcionários neste período de pandemia Dirigentes sindicais numa atividade do Santander. Sindicato cobra do banco o fim das demissões e condições de proteção dos funcionários neste período de pandemia Nando Neves/ SeebRio

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Santander registrou lucro líquido gerencial (exclui fatores extraordinários)  de R$ 3,85 bilhões nos três primeiros meses do ano, um crescimento de 10,5% na comparação com o mesmo período de 2019. A rentabilidade (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido Médio) atingiu 22,3%, alta de 1,2 ponto percentual na comparação anual. Os números foram divulgados pelo grupo espanhol na terça-feira, 28 de abril.

Pelo terceiro trimestre seguido, o lucro obtido no Brasil representa 29% do lucro mundial do banco. “É lamentável que uma instituição financeira com lucros crescentes e extraordinários, em plena crise econômica, continue a reduzir o número de agências físicas e a demitir bancários. Mesmo num momento de calamidade sanitária, o banco continua a pressionar os funcionários para atingirem as metas. Como se não bastasse as aflições pelo coronavírus, o Santander adoece os funcionários com assédio moral e pressão psicológica”, critica a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Maria de Fátima.

Reivindicações não atendidas

O movimento sindical critica o fato de a instituição financeira não atender revindicações seus empregados, inclusive nas medidas de proteção durante este período de pandemia, apesar da recente conquista dos empregados com a renovação do Acordo Aditivo.  

“O banco insiste em negar a isenção de tarifas para os funcionários e em muitas agências ainda falta máscaras, álcool gel e outros itens de proteção individual. O banco precisa compreender que a demanda urgente de proteção da vida tem de ser priorizada e é preciso deixar para outro momento o acúmulo de dinheiro. É muita ganância”, explica o diretor do Sindicato, Arnaldo Malaquias.

Os sindicalistas lembram que, além dos lucros crescentes, os bancos tiveram um reforço na liquidez com a liberação de R$ 1,2 trilhão do Banco Central para às instituições financeiras.

 

 

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