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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco na manhã desta quinta-feira (19) e fez duras críticas à decisão unilateral da direção do banco espanhol de retirar o ponto eletrônico dos gerentes e especialistas E1. O banco justificou a medida afirmando “que era um desejo dos próprios trabalhadores, que buscavam maior flexibilização da jornada e relataram dificuldades na marcação do ponto eletrônico”, argumentos que os dirigentes sindicais disseram que as “alegações do banco são infundadas”. Segundo a COE, o ponto eletrônico existente já oferece flexibilidade suficiente para que os trabalhadores realizem suas atividades externas sem prejudicar os direitos à desconexão. Além disso, os trabalhadores estão submetidos ao banco de horas, que permite a compensação de jornadas, demonstrando que não há impedimentos operacionais para a manutenção do sistema atual.
Prejuízos aos trabalhadores
Os sindicalistas destacaram que a retirada do ponto eletrônico beneficia exclusivamente o banco, ao eliminar o controle da jornada. Para agravar a situação, o Santander não possui travas que impeçam os trabalhadores de acessar o sistema fora do horário comercial, o que os expõe a práticas abusivas. “Os trabalhadores são impelidos a se conectar e trabalhar mesmo fora da jornada, sem qualquer proteção para o direito à desconexão. Essa situação é inadmissível”, afirmou a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.
Consulta aos funcionários
Os membros da COE propuseram que fosse realizada uma consulta ampla aos trabalhadores para verificar se a mudança realmente era de interesse da categoria, mas o banco descartou a sugestão. Outra alternativa apresentada foi a implementação de travas no sistema, para minimizar o risco de extrapolação da jornada. O Santander ficou de analisar esta segunda possibilidade.
Preocupações com fraudes
Os representantes da COE também questionaram o Santander sobre possíveis mudanças nos contratos de trabalho dos gerentes e especialistas E1, como pejotização ou transferência para empresas coligadas. O banco negou qualquer intenção de alterar o modelo de contratação atual.
Ainda assim, os sindicalistas alertaram que a preocupação dos trabalhadores e dirigentes sindicais é fundamentada.
“O Santander já foi, mais de uma vez, condenado por contratação fraudulenta de mão-de-obra. Nós repudiamos esta prática e vamos continuar lutando contra a pejotização e, se necessário, buscar os direitos dos bancários na Justiça Trabalhista”, disse o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE, Marcos Vicente.
A próxima reunião será realizada na próxima segunda-feira (23), às 11h, para debater outras demandas dos trabalhadores. O movimento sindical reforçou seu compromisso com a defesa de condições dignas de trabalho e a proteção dos direitos da categoria.