Quinta, 05 Dezembro 2024 17:39

Santander reconhece que não pagou RV, mas não credita o que deve

Caso aconteceu em São Paulo, e sindicato local cobra o acerto. Foto: Nando Neves. Caso aconteceu em São Paulo, e sindicato local cobra o acerto. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Um grupo de bancários transferidos de uma agência padrão para uma Select, em São Paulo, não recebeu a Remuneração Variável (RV). Após muita cobrança do sindicato local, o banco espanhol reconheceu o erro, mas, pasmem, mesmo assim, se recusa a pagar o que deve. Os prejudicados são bancários que assumiram o cargo de Especialista de Negócios Santander (ENS).

Para piorar, além de não fazer o acerto, o Santander, agora, quer punir os gestores que teriam sido responsáveis pelo erro. Marcos Vicente, da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, criticou o banco.

“O Santander erra por duas vezes, uma em penalizar os gestores por um procedimento sistêmico ineficiente e, outra, ao verificar o erro e não repará-lo, apesar de ter sido reconhecido pela instituição. Penaliza os funcionários mesmo reconhecendo que a falha no processo é do próprio banco. Será que essa mesma solução se daria na remuneração variável da alta gestão?”, questionou.

Entenda melhor – O diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (SeebSP), Wellington Prado Corrêa, que também é bancário do Santander, fez um resumo do caso. Contou que em outubro, após o sindicato receber denúncias sobre o não pagamento da RV, entrou em contato com o banco para apurar as razões pelas quais esse grupo de bancários não recebeu o pagamento proporcional. E cobrou o devido acerto.

“Foi descoberto que gestores das unidades de varejo deveriam ter efetuado um comando manual no sistema para que os bancários transferidos tivessem validado o período em que estavam na unidade para efeitos do pagamento da RV”, explicou.

O Seeb-SP e a Contraf-CUT cobram que o Santander faça o devido pagamento da RV aos bancários prejudicados, reveja a penalização dos gestores, e de fato promova melhorias nos sistemas e processos, de forma que situações como essa não se repitam.

Safari e punição – Matéria publicada pela Contraf-CUT em seu site, denuncia que desde o mês de julho passado, o Santander exigiu a intensificação das vendas de seguros. Para incentivar a campanha, prometeu um ‘safari na África’, mas somente para os gestores das equipes vencedoras. Para os gerentes PF e PJ sobrou punição.

Isso porque esses bancários foram pressionados pelos líderes a venderem os seguros com um valor maior na primeira parcela e as demais com valor menor – a chamada venda com endosso no próximo mês. Após terem seguido as ordens dos líderes, alguns gerentes foram punidos. E só ganharam a viagem Heads e Regionais do banco.

A COE do Santander, Wanessa Queiroz, considera essa situação lamentável. “Mais uma vez o Santander pune seus trabalhadores com essa política de penalização com advertência. Esses gerentes seguiram as orientações dos próprios líderes na venda dos seguros”, reforça, lembrando que esse tipo de punição implica em dois tipos de prejuízo aos bancários. “Primeiro no recebimento da remuneração variável que representa de 50% a 60% do seu ganho anual. E também o impacto negativo em possíveis promoções ou transferências no curto prazo.”

O movimento sindical entrou em contato com o Santander para cobrar esclarecimentos, e para que as punições sejam retiradas. “Estamos cobrando do banco que sejam cumpridas as normas internas e as regras dos programas. Não pode haver privilégios para alguns, com prêmios em viagens, que resulte em punição aos colegas da rede”, diz Wanessa.

 

 

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