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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Santander continua tendo no Brasil, uma das maiores fatias de seu lucro global. O banco espanhol teve um lucro líquido gerencial de R$ 10 bilhões, aumento de 40,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O faturamento extraordinário só confirma o que os sindicatos têm denunciado: as instituições privadas do sistema financeiro nacional têm intensificado o processo de fechamento de agências físicas e demitido bancários com o único intuito de lucrar ainda mais. A situação prejudica não somente a categoria, mas também clientes e usuários”, disse a diretora do Sindicato do Rio, Maria de Fátima.
Alta maior no Brasil
A alta nos ganhos do Santander no Brasil no período foi, percentualmente, quase três vezes mais (2,8) do que o alcançado no desempenho global, que subiu 14,3% (9,3 bilhões de euros). Em termos de representatividade, o lucro da unidade brasileira compõe 19% do resultado global do banco, evidenciando a importância do mercado brasileiro para a instituição.
“Os trabalhadores brasileiros garantem um salto superior nos ganhos do Santander, mas o banco não reconhece este esforço e não valoriza o trabalho dos bancários daqui, que sofrem com pressão, sobrecarga de trabalho e assédio moral, adoecendo cada vez mais os funcionários em nosso país e descartando os empregados adoecidos por causa da própria gestão desumana de metas da empresa”, criticou o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Marcos Vicente.
Demissões continuam
O lucro trimestral do banco alcançou R$ 3,7 bilhões, 10% superior ao trimestre anterior, e o retorno sobre o patrimônio (ROE) subiu para 17%, um aumento de 3,9 pontos percentuais em doze meses.
Mesmo faturando tanto dinheiro, o Santander fechou 706 postos de trabalho nos últimos doze meses, sendo 568 apenas no terceiro trimestre de 2024. A redução drástica na mão de obra acontece ao mesmo tempo em que aumenta a demanda de clientes, que somou 68,8 milhões de pessoas em setembro, com 3,4 milhões de novos clientes em relação ao ano anterior.
“A redução de unidades físicas e dispensa de funcionários sobrecarregam a quem ainda continua trabalhando no banco e prejudica o atendimento à população. O banco não respeita sequer os seus clientes”, acrescentou Vicente.